Discurso durante a 27ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração dos oitenta anos de fundação do jornal O Povo.

Autor
Papaléo Paes (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração dos oitenta anos de fundação do jornal O Povo.
Publicação
Publicação no DSF de 12/03/2008 - Página 5105
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, JORNAL, O POVO, ESTADO DO CEARA (CE), LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA, DETALHAMENTO, BIOGRAFIA, FUNDADOR, EMPRESA JORNALISTICA, HISTORIA, CONTRIBUIÇÃO, IMPRENSA.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - É com muita honra para todos nós que está presidindo esta sessão a Senadora Patrícia Saboya e que estão compondo a mesa o Senador Tasso Jereissati e o ilustre Sr. Demócrito Dummar, em nome de quem cumprimento todos os servidores, colaboradores e membros do jornal O Povo.

            Srª Presidente, Srªs e Srs. Senadores, eu peço licença, neste momento, para citar um trecho do nobre jornalista Antonio Paiva Rodrigues, membro da Associação Cearense de Imprensa e da Academia de Letras dos Oficiais da Reserva do Ceará.

            Eu peço, mais uma vez, permissão para dispensar os dois primeiros parágrafos do seu artigo e iniciar a minha leitura a partir do terceiro parágrafo:

“A qualidade da informação, o layout devem ser as molas propulsoras para uma grande mídia impressa. No Ceará, ocorreu um fato deveras inusitado como se fossem ficções. João Demócrito Dummar, o cearense que nasceu na Síria...”

            O Sr. Tasso Jereissati (PSDB - CE) - Pronuncia-se Dummar.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP) - Desculpem-me: Dummar. Em toda a referência que recebi aqui, está o “r” no final, e eu quis pronunciar como poderíamos ler. Então, corrigi: “Dummar”.

O cearense que nasceu na Síria, no início do século passado, migrou com a família para o Brasil; passou por Belém e chegou ao Ceará aos sete anos; viveu parte de sua juventude no Crato, honrando a tradição do homem de negócios e se tornou, ainda na década de 30, um empresário de comunicação. Isso quando sírios e libaneses ainda nem sonhavam em se tornar personagens simpáticos e bonachões nos romances de Jorge Amado.

João Dummar era simpático, registro feito por familiares, companheiros de trabalho e amigos. Tinha o que hoje chamaríamos de determinação de empreendedor. Um pioneiro que conseguiu ver uma fresta no futuro do Ceará nos anos 20; um negociante, dono de seu próprio negócio ou firma, como se costumava dizer, que percebeu o potencial do advento da radiodifusão e só se deu por satisfeito quando fundou a Ceará Rádio Clube, em 1934.

O fato marcante foi seu encontro com Demócrito Rocha, outro homem de mídia jornalística de sua época. Há coincidências na trajetória de ambos. No mesmo ano em que a sociedade Dummar & Cia nascia, por exemplo, Demócrito Rocha fundava o jornal O Povo, em Fortaleza. Os laços se estreitaram quando João Dummar conheceu Dona Maria Lúcia, filha de Demócrito, que viria a ser sua esposa e mãe de seus seis filhos.

Um deles, João Dummar Filho, aproveita o centenário de nascimento do pai para contar sua trajetória em livro. Foi o que se poderia chamar de um desafio de mãe para filho. Um convite de Dona Lúcia a que ele, que era ainda um menino quando o pai morreu precocemente, em 1954, não pôde resistir. Esse livro narra a trajetória de um pioneiro que, como um personagem de ficção, também viveu momentos difíceis e de adversidades. Feitos, determinações, pressões, problemas de saúde, há na vida de João Dummar elementos suficientes para deixar o leitor estimulado. Eis, portanto, a história da vida de João Dummar, um verdadeiro cearense das arábias.

Para relatar os 80 anos do jornal O Povo, seria necessário se produzir uma enciclopédia com largo conteúdo e bem definido. Fundado em 7 de janeiro de 1928, teve como presidentes grandes personagens: Demócrito Rocha, de 1928 a 1943; Paulo Sarasate, de 1943 a 1968; Greuza Rocha, de 1968 a 1974; e Albaniza Sarasate, de 1974 a 1985.

A primeira edição do jornal O Povo circulou no dia 7 de janeiro de 1928. Havia uma época em que o jornal não circulava aos domingos.

O primeiro jornal no Estado a implantar o Ombudsman, um serviço de grande importância para o jornal, em especial para o eleitor. O jornal tem o aspecto noticioso voltado para a ética e informações confiáveis, pois as fontes são fidedignas. A produção sempre primou pela responsabilidade, pela verdade, para, como ponto alto, deixar o leitor bem informado. Possui o que há de melhor em tecnologia e profissionais voltados para a introspecção geradora de excelentes notícias e núcleos de qualidade.

Atualmente possui as seguintes editorias: Brasil, Buchicho, Ceará, Colunas, Economia, Fortaleza, Gol, Há 75 Anos, Mundo, Ombudsman, Opinião, Política e Vida&Arte. Semanais, o jornal tem: Buchicho + Guia, Ciência e Saúde, Clubinho, Empregos, Espiritualidade, Jornal do Leitor, Link, People, Páginas Azuis, Veículos, Viagens&Lazer. Como se denota, uma estrutura de peso com profissionais gabaritados para o mister, que é o sucesso e a maior circulação no Estado.

Na época, outros jornais faziam concorrência, mas a capacidade de cada profissional fez esse gigante crescer mais ainda, visto que, com o passar do tempo, os concorrentes não resistiram aos percalços e faliram.

Nosso tributo a esse grande jornal, onde iniciamos a arte de escrever, estimulado por uma figura genial, carismática, justa, que, apesar de uma fisionomia dura, era uma doçura de pessoa. Referimo-nos à figura de José Raymundo Costa ou seu Costa, como era carinhosamente chamado, vice-presidente que fez tudo para o engrandecimento de O Povo, até que um dia foi morar no mundo dos justos.

Resta-nos levar nosso voto de gratidão, de entusiasmo a todos que fazem esse grande matutino, desde o menos ao mais graduado funcionário, visto que todos trabalham em equipe, tendo como missão primordial informar bem. Deixamos, conseqüentemente, o público leitor mais consciente dos acontecimentos no Ceará, no Brasil e no mundo.

Queremos parabenizar os profissionais que fazem os cadernos Espiritualidade e Jornal do Leitor. Se o leitor gosta de emitir opiniões, tem a seu dispor um caderno aos sábados, e, para quem curte a sabedoria dos profetas, o Caderno Espiritualidade aos domingos. Levamos também nossos parabéns aos responsáveis pelos Anúncios Populares, o mais completo do Estado do Ceará.

Enfim, nossos elogios a todos que fazem O Povo e que seus 80 anos sejam bem comemorados com alegria, entusiasmo e galhardia. Nestes 80 anos, muita coisa passou para a história, e essa história foi contada nos mínimos detalhes pelo jornal de todos os cearenses, O Povo. Nossos parabéns ao octogenário, que continua novinho em folha e que muita disposição tem para engrandecer e se aliar de vez a todo o público leitor do Ceará.

            Então, quero dizer ao Diretor-Presidente, Superintendente do jornal O Povo que acabei de ler um texto do jornalista Antonio Paiva Rodrigues com o qual quero prestar a homenagem desta Casa, em meu nome, ao jornal O Povo, que aqui tem também aliados como o Senador Inácio Arruda, a Senadora Patrícia Saboya, o Senador Tasso Jereissati, principalmente estes dois Senadores muito queridos por nós. Honra-nos vir a esta tribuna falar sobre o jornal O Povo, porque sabemos que estamos falando do Ceará, e falando do Ceará estamos falando de Tasso Jereissati e de Patrícia Saboya.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/03/2008 - Página 5105