Discurso durante a 27ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem às mulheres brasileiras pelo transcurso do Dia Internacional da Mulher. Registro da matéria intitulada "Um raios-X da saúde dos brasileiros", publicada na revista Veja, edição de 5 de março corrente.

Autor
Papaléo Paes (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. FEMINISMO. SAUDE.:
  • Homenagem às mulheres brasileiras pelo transcurso do Dia Internacional da Mulher. Registro da matéria intitulada "Um raios-X da saúde dos brasileiros", publicada na revista Veja, edição de 5 de março corrente.
Publicação
Publicação no DSF de 12/03/2008 - Página 5342
Assunto
Outros > HOMENAGEM. FEMINISMO. SAUDE.
Indexação
  • HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, MULHER, REGISTRO, LUTA, HISTORIA, COMBATE, DISCRIMINAÇÃO, ESPECIFICAÇÃO, ELOGIO, FEMINISMO, ATUAÇÃO, MEDICINA, CONTRIBUIÇÃO, SAUDE, DETALHAMENTO, NOME, ENFERMEIRO, MEDICO, POLITICO, CIDADÃO, MEMORIA NACIONAL.
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, PERIODICO, VEJA, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ANALISE, DADOS, PESQUISA, MINISTERIO DA SAUDE (MS), SAUDE, BRASILEIROS, POSSIBILIDADE, ESTUDO, PREVENÇÃO, DOENÇA CRONICA.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a luta das mulheres por igualdade social e econômica é uma luta histórica, permanente, que vem desde tempos remotos, em que o predomínio masculino se baseava na utilização da força física.

            Infelizmente, em pleno século XXI, ainda persistem resquícios, tradições e heranças negativas dessas situações que colocam a mulher em condição de inferioridade, ao longo da História. Perduram até os dias atuais as mais diversas formas de discriminação aberta ou disfarçada, em muitos campos da atividade humana.

            Certamente não podemos aceitar nem admitir essas práticas desumanas nem essas violações de direitos e garantias assegurados pela Constituição, como os princípios da igualdade, da liberdade e da dignidade da pessoa humana.

            O Dia Internacional da Mulher nos oferece uma oportunidade de refletirmos sobre o papel da mulher na história, no trabalho, na vida política e também sobre os direitos humanos e sobre todos os tipos de discriminação existentes contra a dignidade das mulheres.

            Hoje é essencial não perdermos de vista os objetivos maiores de igualdade política e econômica das mulheres, consagrados na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

            Promover a igualdade de gênero no trabalho, na educação, nas relações econômicas e sociais, na política e no ambiente doméstico é uma obrigação e um dever de todos nós, independentemente da situação pessoal de cada um. Queremos uma verdadeira igualdade de direitos entre homens e mulheres, de todas as raças, de todos os credos, de todas as condições e origens e a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres, principalmente pelas mulheres mais pobres e excluídas.

            Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, podemos dizer que devemos tudo, ou quase tudo, às mulheres, começando com aquela mulher que nos deu a vida: a nossa mãe, assim como nossas primeiras professoras, geralmente mulheres.

            Faço aqui uma homenagem às muitas mulheres brasileiras que se destacaram pelo trabalho, pela abnegação, pelo amor e pela dedicação incansável, em mais diversos campos de atividade humana.

            Sou, antes de político, um médico. No campo da medicina, temos inúmeros exemplos de mulheres, médicas e enfermeiras, que realizam, dia e noite, seu trabalho com carinho, dedicação, afeto, abnegação e amor aos pacientes, salvando muitas e muitas vidas humanas.

            O sorriso e a bondade dessas mulheres contribuem para a saúde do corpo e da alma e faz com muitas pacientes perseverem na luta e na vontade de viver, mesmo quando tudo parece perdido.

            Meus cumprimentos especiais a todas as mulheres dedicadas à medicina e à enfermagem e a todas as profissões que contribuem diretamente para a promoção da saúde humana. Sem elas, o mundo seria mais pobre, mais triste, um verdadeiro “vale de lágrimas”. Com elas, com essas mulheres destemidas, corajosas, o mundo nos dá mais esperança de um futuro e nos faz acreditar em dias melhores.

            A galeria de mulheres brasileiras que ajudaram a construir nossa história é imensa e ultrapassaria os limites deste meu modesto pronunciamento. Citaria apenas algumas grandes e corajosas mulheres, mesmo correndo o risco de não mencionar muitas outras, igualmente merecedores de homenagem especial.

            Francisca de Sande, a primeira enfermeira do Brasil, cuidou dos doentes de febre amarela, na Bahia, entre os anos 1670 e 1702.

            Joana de Gusmão levou vida de profeta e mensageira da fé na antiga Província de Santa Catarina.

            Bárbara Heliodora é a primeira mulher em nossa história a participar de uma insurreição republicana.

            Ana Néri, viúva do Capitão de Fragata Isidoro Antônio Néri, aos 50 anos de idade, participou da guerra do Paraguai como enfermeira.

            Anita Garibaldi, heroína brasileira nascida em Santa Catarina em 1821 e falecida em Ravena, na Itália, em 4 de agosto de 1849, foi companheira de Giuseppe Garibaldi, “herói de dois mundos” e construtor da unificação italiana.

            Anésia Pinheiro Machado, aos 18 anos, realizou sozinha o primeiro vôo entre Rio e São Paulo num pequeno avião.

            Maria Augusta Generosa Estrella foi a primeira doutora brasileira em Medicina: saiu do Brasil, em 1874, com apenas 14 anos de idade, para estudar Medicina nos Estados Unidos, formando-se em 1881.

            Chiquinha Gonzaga, pianista e compositora, foi a primeira maestrina do Brasil.

            Nise da Silveira revolucionou a psiquiatria, humanizando o tratamento de doentes mentais no Brasil.

            Bertha Lutz foi líder do movimento pelo voto feminino no Brasil.

            Maria Quitéria de Jesus foi a primeira mulher a ingressar numa unidade militar: disfarçada de homem, lutou contra os portugueses pelo reconhecimento da Independência do Brasil.

            Finalmente, eu gostaria homenagear as muitas mulheres anônimas, essas muitas mulheres pobres e desconhecidas que realizam tantos trabalhos considerados de pouca importância por uma sociedade preocupada com luxo e riqueza e vaidade.

            Essas mulheres, cujos nomes sequer são lembrados, realizam as tarefas invisíveis, mas imprescindíveis para que o mundo vá girando e caminhando para frente.

            A todas elas as minhas homenagens e os agradecimentos por todo o bem que realizam e continuarão a realizar.

O segundo assunto que trago à tribuna, Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, é para fazer o registro da matéria “Um raio x da saúde dos brasileiros”, da revista Veja, em sua edição nº 2050, do dia 5 de março de 2008.

A matéria apresenta os dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico, o VIGITEL, um dos mais completos levantamentos sobre os hábitos de saúde da população brasileira analisados por meio de pesquisa conduzida pelo Ministério da Saúde.

O objetivo primordial do trabalho é monitorar hábitos alimentares e de comportamento que contribuem para o surgimento e desenvolvimento das chamadas doenças crônicas não transmissíveis, como câncer, diabetes e hipertensão, por exemplo, e que são responsáveis por dois terços das mortes no País.

Sr. Presidente, para que conste dos Anais do Senado Federal, requeiro que a matéria citada seja considerada como parte integrante deste pronunciamento.

Era o que eu tinha a dizer.

Muito obrigado.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR SENADOR PAPALÉO PAES EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

“Um raio x da saúde dos brasileiros”, Veja.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/03/2008 - Página 5342