O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Em caráter excepcional, na Presidência, recebi um importante documento para a Pátria e para a democracia. Quis Deus que estivesse presente o melhor da nossa Nação: a mocidade.

Rui Barbosa disse que aqui é o tambor de ressonância do povo. Dos acontecimentos políticos, importante foi um pronunciamento feito por Paes de Andrade, que presidiu a Câmara Federal, presidiu o meu Partido, foi Presidente da República por treze vezes, e a única acusação que fizeram a esse homem foi a de ter visitado sua terra-natal. Receba, Paes de Andrade, os nossos aplausos pelo amor a sua terra-natal. Sei que é uma cidade pequena, mas o filósofo Sêneca, que não era nem de Atenas nem de Esparta, disse: “Não é uma cidade pequena, é a minha cidade”. Foi isso que Paes de Andrade quis passar ao País.

            Pedro Simon, em respeito a V. Exª, sobre seu irmão que está encantado no fundo do mar, Ulysses Guimarães, o Sr. Diretas, assim como V. Exª é o Sr. Ética, e também em respeito a Heráclito Fortes, irmão camarada de Ulysses Guimarães, e a todos nós, Paes de Andrade deixou escrito e leio para que fique nos Anais do Senado:

A homenagem que faço ao timoneiro das lutas libertárias Ulysses Guimarães nasce do recesso da minha alma.

Misteriosos desígnios fizeram com que o oceano fosse seu túmulo e os penedos da Serra do Mar, a sua lápide.

Quis o destino que estivéssemos juntos e que viesse a sucedê-lo nos altos cargos que ocupei no Parlamento e no Partido. Fui seu sucessor na Presidência da Câmara dos Deputados. Ocupei, por três anos a Presidência do nosso PMDB, de que Ulysses Guimarães foi líder e comandante maior.

Tenho saudade - enorme saudade -, de Ulysses Guimarães, saudade de nosso convívio, saudade de seus exemplos

ministrados diariamente pela sua conduta.

Que Deus recompense na Eternidade esse prodigioso semeador de coragem, de fé e de confiança no Brasil. Conforta-nos o verso do Príncipe dos Poetas do Brasil: “Saudade, asa de dor do pensamento; saudade, presença dos ausentes”.

Nessa tumultuada paisagem institucional do Brasil, avulta, predomina a vocação irresistível do povo para o regime de liberdade e democracia. O povo nas ruas pede as Diretas Já, os golpes são eliminados, sepultados pela vontade da multidão.

Cinco de outubro de 1988, promulgação da Constituição, Plenário de pé, ovação interminável na homenagem dos Constituintes ao “timoneiro das lutas libertárias”. Ulysses Guimarães, com a Constituição nas mãos, solta o grito cívico que ecoa em todos os quadrantes do Brasil: “A Nação nos mandou executar um serviço. Nós o fizemos com amor, aplicação e sem medo. Senhoras e senhores, aqui está a Constituição-Cidadã. Discordar, sim; divergir, sim; descumprir, jamais; afrontá-la, nunca! Traidor da Constituição é traidor da Pátria. Conhecemos o caminho maldito: rasgar a Constituição, trancar as portas do Parlamento, garrotear a liberdade, mandar os patriotas para a cadeia, o exílio, o cemitério.

Do poeta maior Camões o verso perene: “Que são grandes as coisas e excelentes que o mundo guarda aos homens imprudentes”.

Queremos, com muita honra, anunciar a presença da mocidade estudiosa do Colégio Presbiteriano Simonton Ensino Fundamental de Taguatinga, Distrito Federal.

Convidamos para usar da palavra o Senador do Piauí Heráclito Fortes. Estamos inscritos também o Senador Arthur Virgílio e eu.

Peço que assuma a Presidência o Senador Geraldo Mesquita.

Heráclito Fortes, em respeito a V. Exª e ao Piauí, V. Exª ontem durou uma hora na tribuna. Agora, em respeito a mim, seja breve que eu também tenho que viajar para o Piauí.

O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI) - V. Exª diz com isso que gastou toda a sua cota de tolerância com o Senador Pedro Simon, o que engrandece esta Casa.

O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Convido aquele que mais se aproxima do amor ao Direito e da firmeza no Direito, Geraldo Mesquita, a presidir esta sessão. (Pausa.)