Discurso durante a 42ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Debate sobre a questão do vazamento do dossiê dos cartões corporativos e a apuração dos fatos. (como Líder)

Autor
José Agripino (DEM - Democratas/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CARTÃO DE CREDITO.:
  • Debate sobre a questão do vazamento do dossiê dos cartões corporativos e a apuração dos fatos. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 03/04/2008 - Página 7775
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CARTÃO DE CREDITO.
Indexação
  • REPUDIO, MANIPULAÇÃO, DEBATE, ASSUNTO, DIVULGAÇÃO, INFORMAÇÃO SIGILOSA, NECESSIDADE, COBRANÇA, ESCLARECIMENTOS, GOVERNO FEDERAL, ELABORAÇÃO, DOCUMENTO, GASTOS PUBLICOS, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, CARTÃO DE CREDITO, EXECUTIVO, OBJETIVO, INTIMIDAÇÃO, BANCADA, OPOSIÇÃO, IMPEDIMENTO, INVESTIGAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI).
  • COBRANÇA, GOVERNO FEDERAL, DIVULGAÇÃO, TOTAL, GASTOS PUBLICOS, CARTÃO DE CREDITO, EXECUTIVO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, MINISTERIOS.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (DEM - RN. Como líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, quero pedir desculpas e dizer ao Senador Alvaro Dias, ao Senador Arthur Virgílio, à Senadora Ideli e ao Senador Tião Viana que nós estamos participando de uma discussão surrealista. Perdoem-me, mas estamos participando de uma discussão surrealista. Aqui se falou em papel que voa, como se o que interessasse fosse o vôo do papel e não o que está escrito no papel.

Sr. Presidente, fizemos uma reunião por iniciativa nossa na residência da Senadora Marisa Serrano, nós, Democratas, tucanos, PSOL, PPS, e pedimos uma reunião com S. Exª para, preocupados que estamos com os rumos das investigações, saber o que ela pretende fazer para chegarmos a conclusões, como a sociedade deseja, no tocante ao uso indevido de dinheiro público com o cartão corporativo. Isso é o que interessa.

Presidente Romeu Tuma, na segunda-feira, naquela tribuna - está nos Anais, tem nota taquigráfica, posso dizer com autoridade de quem disse segunda-feira -, eu disse claramente, apreciando a questão do dossiê, do banco de dados: “Não interessa quem vazou; interessa quem fez. Não é quem vazou, mas quem fez o dossiê.” E aí entra a questão fundamental. Do Palácio do Planalto, pela opinião do Ministro Tarso Genro; da Ministra Dilma Rousseff, que é a Chefe da Casa Civil, chefe da Srª Erenice Guerra; do Ministro José Múcio, está reconhecido hoje que o dossiê ou um banco de dados existe. E eles dizem que o banco de dados foi feito a pedido do Tribunal de Contas da União, mediante acórdão que tem o nº 230/2006. E o Tribunal de Contas da União disse que não pediu banco de dados algum, que não pediu informação alguma à Casa Civil. Desmentiu, portanto, o Palácio do Planalto. Então, quem tem de explicar são eles. Todo mundo sabia.

É verdade que já circulavam por aqui informações de que o remédio contra as acusações que viriam contra o Governo já estava sendo preparado, já tinham pedido a Ministério A, B, C e D informações sobre o uso de cartões corporativos do Governo Fernando Henrique Cardoso. Todo mundo sabia disso. E esse dossiê foi preparado como atitude preventiva para defesa e para jogar no mesmo saco as acusações de que eles, do Governo Lula, são objeto. Foi neste Governo que a Matilde foi demitida e é neste Governo que estão comprometidos diversos Ministros de Estado pelo mau uso de cartão corporativo.

Ah, o Senador Alvaro Dias tomou conhecimento e vazou!

Eu não quero discutir se tomou conhecimento ou se vazou. Pouco me importa, pouco me interessa. O que interessa é que o banco de dados ou dossiê foi feito; foi feito com o caráter preventivo de tentar igualar todo mundo em cima de acusações que são feitas sobre o atual Governo.

A melhor forma de se resolver o problema, como aqui foi dito... Quer esclarecer? Olham para o Senador Alvaro Dias e perguntam: “Quer esclarecer? Diga quem foi que lhe entregou o dossiê!” Negativo!

Quer esclarecer os fatos? Faça como Fernando Henrique Cardoso fez: mandou uma carta, lida aqui por Arthur Virgílio, autorizando a quebra do sigilo bancário dos cartões corporativos dele e da D. Ruth, sua esposa. Faça isso. Ou venha aqui a Ministra Dilma ou o Presidente da República! Acabe com esse negócio de sigilo por segredo de Estado e abra as contas. Aí está tudo resolvido!

Agora, nós estamos aqui tratando de uma questão surrealista. É uma cortina de fumaça numa atitude diversionista para tirar do foco aquilo que interessa, que é dar à sociedade uma explicação de como é que o dinheiro público está sendo usado para consertar mesa de bilhar, compra em free-shop e otras cositas mais.

Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/04/2008 - Página 7775