Discurso durante a 43ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Atendimento ao apelo do Presidente Garibaldi Alves Filho para a realização de reunião de Líderes na próxima terça-feira. (como Líder)

Autor
José Agripino (DEM - Democratas/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SENADO. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CARTÃO DE CREDITO.:
  • Atendimento ao apelo do Presidente Garibaldi Alves Filho para a realização de reunião de Líderes na próxima terça-feira. (como Líder)
Publicação
Publicação no DSF de 04/04/2008 - Página 7961
Assunto
Outros > SENADO. COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CARTÃO DE CREDITO.
Indexação
  • ATENDIMENTO, CONCILIAÇÃO, PRESIDENTE, SENADO, PROGRAMAÇÃO, PROXIMIDADE, REUNIÃO, LIDER.
  • REITERAÇÃO, CRITICA, SITUAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, CARTÃO DE CREDITO, NECESSIDADE, GARANTIA, DIREITOS, MINORIA, EXERCICIO, FUNÇÃO FISCALIZADORA, ATENDIMENTO, COBRANÇA, SOCIEDADE, COMBATE, CORRUPÇÃO, RECUPERAÇÃO, REPUTAÇÃO, SENADO.

O SR. JOSÉ AGRIPINO (DEM - RN. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, gostaria que V. Exª soubesse que calou fundo o apelo que V. Exª, com seu jeito humilde, conciliador, fez para que nós nos entendêssemos daqui até terça-feira.

Enquanto V. Exª falava, eu e Arthur Virgílio o escutávamos com muita atenção. E eu fiz algumas ponderações ao Senador Arthur, mas algumas ponderações apenas. Nós decidimos por olhar que o correto era atender ao apelo de V. Exª.

Agora, eu gostaria que V. Exª ouvisse e registrasse bem as palavras do decano desta Casa, Pedro Simon. Ele estava na reunião de hoje, como eu estava, como Arthur Virgílio estava. Ele sentiu, como eu senti, a temperatura do descrédito, o espetáculo triste de as pessoas dizerem: “Quem tem voto vota e ganha; quem não tem que se aquiete”.

Não é assim! Democracia não é isso! É debate, é oxigenação de idéias. Não é trator.

A Oposição tem uma obrigação, que é a de fiscalizar, denunciar, aperfeiçoar, e não vai abrir mão do seu direito. O direito que nós temos, neste momento, é o requerimento que está sobre a mesa e que nós apelamos para que V. Exª, até terça-feira, leia. É o direito que nós temos de interpretar o sentimento da sociedade.

Vamos atender ao apelo de V. Exª. Eu reitero inteiramente aquilo que Arthur Virgílio já antecipou. Eu atendo ao apelo que V. Exª, com a autoridade de Presidente eleito, nos faz; conciliador que é, nos faz; homem humilde que é, nos merece. Mas que nós encontremos aquilo que V. Exª disse no seu discurso de posse: os caminhos para a recuperação da credibilidade da Instituição.

E a Instituição tem alguns pressupostos. CPI é um pressuposto, é direito das minorias, é um instituto que dispõe de uma prerrogativa única, só ele tem: quebra de sigilo, que é usada quando se justifica, e que não significa condenação prévia.

Na hora em que não colocarmos em prática as nossas prerrogativas, estaremos, como V. Exª disse bem no seu discurso de posse, abrindo mão da altivez do Senado.

Temos algumas causas em que temos de ser parceiros: medidas provisórias, vetos, autonomia do Congresso, respeito às minorias. Nisso tudo, temos de raciocinar uns com os outros, e não uns contra os outros, se nós queremos a credibilidade da Casa.

Então, quero que V. Exª considere aquilo que Pedro Simon, seu companheiro de Partido, falou, porque ele estava lá. Ele deve ter sentido a dor que eu senti ao ver a Casa agredida. E há uma condição, sim, de se recuperar a credibilidade do Senado e de fazermos aquilo que a sociedade deseja.

Vamos esperar pacientemente. Estou pronto para ir, como sempre fui, à sua casa ou ao seu gabinete, para conversarmos em tom moderado, equilibrado, em torno do interesse nacional, mas, acima de tudo, em torno da altivez da Casa para a qual nós dois fomos eleitos.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/04/2008 - Página 7961