Discurso durante a 45ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Apresentação de requerimento de voto de pesar pelo falecimento do Sr. Waldson Antônio Neiva Moura Santos. Registro do transcurso do Dia do Corretor de Imóveis, do Dia do Jornalista, do Dia do Médico Legista e do Dia Mundial da Saúde. Preocupação com compras parceladas pelos consumidores brasileiros.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. EDUCAÇÃO. SAUDE.:
  • Apresentação de requerimento de voto de pesar pelo falecimento do Sr. Waldson Antônio Neiva Moura Santos. Registro do transcurso do Dia do Corretor de Imóveis, do Dia do Jornalista, do Dia do Médico Legista e do Dia Mundial da Saúde. Preocupação com compras parceladas pelos consumidores brasileiros.
Publicação
Publicação no DSF de 08/04/2008 - Página 8128
Assunto
Outros > HOMENAGEM. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. EDUCAÇÃO. SAUDE.
Indexação
  • APRESENTAÇÃO, HOMENAGEM POSTUMA, PREFEITO, MUNICIPIO, IPIRANGA (PR), ESTADO DO PIAUI (PI).
  • HOMENAGEM, DIA NACIONAL, CORRETOR, JORNALISTA, MEDICO LEGISTA.
  • HOMENAGEM, DIA INTERNACIONAL, SAUDE.
  • CRITICA, PRETENSÃO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, REELEIÇÃO, PROTESTO, ORADOR, DESRESPEITO, CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
  • APREENSÃO, ADOÇÃO, GOVERNO FEDERAL, POLITICA, FACILITAÇÃO, AQUISIÇÃO, AUTOMOVEL, CRESCIMENTO, DIVIDA, POPULAÇÃO.
  • CRITICA, INFERIORIDADE, SALARIO, EXERCITO, MARINHA, AERONAUTICA, COMPARAÇÃO, CARGO EM COMISSÃO, DIREÇÃO E ASSESSORAMENTO SUPERIORES (DAS), GOVERNO FEDERAL.
  • REGISTRO, SUPERIORIDADE, NOMEAÇÃO, ASSESSOR, BRASIL, COMPARAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, FRANÇA, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA), GRÃ-BRETANHA.
  • APRESENTAÇÃO, DADOS, GRAVIDADE, REDUÇÃO, QUALIDADE, ENSINO PUBLICO, BRASIL.
  • ADVERTENCIA, PRECARIEDADE, SITUAÇÃO, SAUDE PUBLICA, BRASIL, ESPECIFICAÇÃO, CALAMIDADE PUBLICA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), INFLUENCIA, EPIDEMIA, AEDES AEGYPTI.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Paulo Paim, que preside esta sessão de segunda-feira, 7 de abril; Parlamentares da Casa, brasileiros e brasileiras que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado, lamento ter de apresentar o seguinte requerimento.

Requeiro, nos termos regimentais, seja apresentado voto de pesar pelo falecimento do Sr. Waldson Antônio Neiva Moura Santos, Prefeito de Ipiranga, do Piauí, apresentando condolências à família.

Justificação

O Prefeito era médico anestesiologista e irmão do Deputado Estadual Warton Santos. Também conhecido por “Dr. Antônio” [o pai dele chegou a ser Senador da República. É uma família de tradição política, cujas raízes estão na cidade de Picos, no Piauí], ele estava em seu primeiro mandato e deveria tentar a reeleição este ano. Vinha desenvolvendo um brilhante trabalho, priorizando o desenvolvimento daquele Município, deixando um legado que não será esquecido.

Em função da importância do papel desempenhado pelo ilustre Prefeito, apresento ao Senado o presente requerimento por perda tão significativa para o Estado do Piauí, solicitando o encaminhamento do voto de profundo pesar e tristeza aos familiares [à esposa, Sônia Uchoa de Moura Santos, e aos filhos, Mariana, Waldson e Wendel de Moura Santos.]

O jornal do Piauí publica uma nota da Associação Piauiense dos Prefeitos Municipais, também lamentando o ocorrido.

Senador Mário Couto, hoje é Dia do Corretor, importante profissional que comercializa imóveis, e Dia do Jornalista. Eu, como piauiense, não poderia deixar de homenagear essas classes, que, sem dúvida nenhuma, ajudam-nos a manter a democracia neste País, a liberdade de imprensa e a coragem. Mas a homenagem é mais para o Piauí.

O jornalista mais bravo deste País foi Carlos Castello Branco. No período da ditadura, ele foi aquele que teve coragem de traduzir o sentimento e o desejo de liberdade dos brasileiros. Ele escrevia, em um jornal carioca, a famosa Coluna do Castello e deixou muitos livros escritos, interpretando a vida dos políticos da sua geração. E, pela coragem e pela altivez, ninguém o excedeu no jornalismo brasileiro.

Falarei sobre o Dia do Médico Legista e sobre o Dia Mundial da Saúde, daí por que estou aqui muito à vontade.

Paim, passei os melhores anos da minha vida dedicando-me à busca da ciência e da consciência de servir o Piauí e o Brasil.

A Organização Mundial de Saúde, Mário Couto, reza que saúde não é apenas ausência de enfermidade ou doença, mas o mais completo bem-estar físico, mental e social. Quer dizer, o médico, sobretudo, tem de combater a miséria, a fome, a pobreza. Daí a explicação da presença de muitos médicos no mundo político, porque eles visam a combater essas chagas, a buscar o bem-estar social também, por meio do combate às mazelas das injustiças sociais: a miséria, a fome, o desemprego - sobre o qual o Paim falou, como o gerador de tudo - e o pauperismo.

O que me traz aqui? Ouvi o Paim. A democracia é isto. Há vários partidos políticos. Acho que temos obrigação de reestudar a questão. Há partidos demais, de tal maneira que, em uma época eleitoreira, Senador Eurípides, é triste dizer e lamentar, mas somos procurados por partidos que nem sabemos que existem, cujas siglas não conhecemos. Eles vêm simplesmente e dizem o seguinte: “Tenho tantos vereadores para apoiar o candidato de sua preferência. Quero tantos mil por cada cabeça de vereador”. E começa o jogo. Isso está errado, é claro! Infelizmente, é isso; ocorre isso. Nessa época, são useiros e vezeiros. A pessoa chega, nós a olhamos e nem sabemos que o seu partido existe. Há 30 partidos. Então, aqueles que têm condições de disputa, de participar da democracia por uma alternância de poder, ficam inibidos, porque é assim que está funcionando o Brasil.

O Boris Casoy dizia: “Isto é uma vergonha!” Vergonha maior foi terem tirado ele. Só há televisões públicas agora, que dizem “amém” ao Governo.

Aí a gravidade, mas a política está assim.

Paim, vi o entusiasmo de V. Exª.

Em 94, votei no Partido dos Trabalhadores. Há gente boa no Partido: V. Exª; esse Mercadante, que é homem de cultura ímpar, mas não o convidam para o debate qualificado. Lá, no meu Piauí mesmo, há um Deputado Federal que é candidato a Prefeito. Disputei o Governo com Nazareno em 1994. É um homem íntegro, de decência, médico qualificado. Quer dizer, existe.

Então, o que eu quero lhe dizer é que não é bem assim. Daí eu ter sido... Quiseram votar um... Por uma interpretação que eu tenho.

Eu posso dizer para o povo do Brasil... Mas não por vaidade. Não tenho vaidade por isso, porque eu não tive mérito, não. Eu sempre disse que meu avô, Mário Couto, era muito rico. Ele tinha dois navios. Ele pegou produtos do Piauí e fez uma indústria lá no Rio de Janeiro. O sabão dele ganhou do sabão do Rio de Janeiro. Ele mudou o nome de Moraes para Da Copa. É até constrangedor eu dizer isso. E também eles tiveram a competência de pegar a gordura do coco, do babaçu e mudar o nome, colocando Do Norte, ganhando da gordura de coco Carioca. Então, eu quero apenas dizer que eles me possibilitaram estudar. Eu tenho esse mérito, porque eu poderia ser um rabo de burro, um irresponsável. Não poderia? Eu aproveitei a oportunidade. Eu entendo as coisas.

Portanto, fiz uma retrospectiva histórica e cultural, preocupado com a democracia. Entendo que a história está aí, ela se repete. Dela, podemos tirar os erros e construir um mundo melhor. A ignorância é audaciosa. Agora, uma pessoa fazer uma retrospectiva histórica de fatos conhecidos e relidos?! A ignorância é audaciosa. Jamais haver pretensão...

Mas, agora, Paim, vamos para o debate qualificado. É lógico.

Eu aprendi com Petrônio Portella, Senador Mário Couto, que sempre dizia que não se deve agredir os fatos. É fato que Luiz Inácio tem popularidade. Tem. Petrônio repetia: “Não agredir os fatos”. Esse foi um dos ensinamentos que aprendi dele. Então, esse fato existe, fruto muitas vezes de nós, puros da democracia. Eles nem sabem interpretá-lo.

O mais positivo de tudo foi a melhoria do salário mínimo. Está aí o Senador Paulo Paim, do PT, que pegou essa bandeira antes de eu chegar aqui. Mas ele não encontrou um companheiro mais firme, mais leal, mais lutador do que eu para alterar o salário mínimo, que, quando aqui chegamos, era de setenta dólares. Foi nossa visão de estudiosos. O Senador Paulo Paim não tem, como eu, formação em medicina e pós-graduação, ou curso de gestor público, mas ele tem esta universidade aqui, ele tem mais de 20 anos aqui. Sabe tudo da vida, como Luiz Inácio, líder sindical, experiência que não tenho. Acho que foi o fato mais importante.

Mas houve também a coragem de distribuir a renda; embora, filosoficamente, por convicção, eu entenda que a saída para este País é o estudo e o trabalho. É questão de convicção. O estudo leva à sabedoria. “O trabalho vem antes”, como diz Rui Barbosa. O trabalhador faz a riqueza. Mas a doação existe, está aí, melhorou, tirou a fome.

Quis Deus ser hoje o Dia Mundial da Saúde. Saúde, por definição, é o bem-estar social, mental e físico. É isso.

Eu o entendo, embora não ache que seja o mais importante. O caminho que eu trilhava era o trabalho, o estudo.

Esse empréstimo, eu me preocupo com ele porque sei, entendo as coisas. Mas entendo mesmo, Mário Couto. Aí é que está o negócio. Hoje eu sei muita, mas muita coisa. Eu li aquele bichão do Adam Smith todinho. O que é que estou fazendo aqui? Cinco anos e três meses na CAE. Acho que nunca dantes um Senador passou tanto tempo na CAE, porque tem rodízio. E houve uma briga lá, o Pedro Simon forçou para manterem o meu nome. Quiseram me discriminar, e eu estou assim. Isso é uma faculdade, não é? Cinco anos discutindo.

Então, eu disse aqui, quando resolvi falar da CPMF - pode buscar a fita -, que ia aumentar a arrecadação do Governo. Mas disse com certeza, com convicção. Fui prefeitinho e fui governador, sei como roda isso. Eu disse que o dinheiro ia sair das mãos de aloprados para as mãos da mãe de família, do trabalhador. Ele ia circular, ia dar mais ICMS. Aumentaria para o governador e daria mais IPI. O consumo aumentaria também. Eu já tinha vivido fatos como esses no período da inflação, quando era prefeito e governador do Estado. E aconteceu, Paim.

Quanto a esse empréstimo, não tenho dúvida alguma, tenho certeza de que o Governo está errado. Tenho convicção disso. Eu sei das coisas.

Quando o Vice-Presidente usou a cadeia de rádio e televisão e disse que o Luiz Inácio merecia, eu falei: “Perdeu minha simpatia. Eu achei até que esse homem tinha juízo, mas não tem juízo. Ele só tem dinheiro”. Pedir um terceiro mandato na quebradura de uma democracia?! Ele disse que Franklin Delano Roosevelt teve três mandatos. Ele sabe pouco, ele tem pouco saber. Franklin Delano Roosevelt teve foi quatro. A viúva elegeu ainda o Trumann. Mas aquele foi um período de guerra. Nós não estamos em guerra. Se os americanos aceitaram, foi por causa da guerra. Se eles mudaram a Constituição, é porque não foi bom. Como é que nós vamos rasgá-la? Eu entendo que será destruído tudo.

Agora eu acho que esse empréstimo não é uma boa coisa. Eu acho não; eu tenho certeza, Luiz Inácio. Eu sei das coisas. Eu tenho visão de futuro. 

Abraham Lincoln sempre repetia uma frase que, aliás, ele vivia: “Não baseie sua prosperidade com o dinheiro emprestado”. Eu sei que ele disse “não baseie sua prosperidade com o dinheiro emprestado. Frase de Abraham Lincoln. Isso ele repetia; era quase que uma reza.

O Vice tem pouco saber, mas tem muito dinheiro. É o homem mais rico, talvez, do mundo. A melhor fábrica, a maior, a mais poderosa de tecidos da Argentina é do Vice-Presidente da República. Mas o saber, está na Bíblia, vale ouro e prata. Daí eu estar aqui, para este debate qualificado.

Acho que esse empréstimo está uma satisfação. Todo mundo comprou seu televisor. Carro, tive alguns. Mas acho uma loucura. Ó meus jovens - e falo para meus filhos, para meus netos -, comprar um carro e pagar em dez anos? Ô Mário Couto, dez anos! Isso é uma vida. A dívida é uma escravatura da vida moderna. Então, isso está favorecendo... Olha, dez anos! Em seis anos, eu era médico e dos bons. Atentai bem! Dez anos você compromissado, amarrado, escravizado? Infelizmente, entendo das coisas. Isso uma loucura, Luiz Inácio! Os velhinhos, as letras eram tão pequenas nos contratos, Paim. Você sabe que nossos velhinhos estão ganhando pouco e têm a vista cansada, como o povo chama. É hipermetropia, Mário Couto. Então, eles não leram. Seus salários já eram pouco e, quando eles vão receber agora, têm descontados 40%. Então, ele não tem mais o dinheiro do remédio, da ajuda que ele dava para o filho, para o neto, e vem o desespero. Foi um mal muito grande.

Abraham Lincoln: Não baseie sua prosperidade com o dinheiro emprestado”.

Agora, conseguiram. Mas estão escravos. Um carro, dez anos! Quem vai produzir mais? Amarrou-se. Isso é a escravidão da vida. A gente aprendia princípios de economia. Aliás, o ensino está tão mal que... Tinha essa cadeira de economia doméstica. A dona de casa tinha noção. Você se endividar por dez anos, comprando um negócio a prestação?! Quem ganhou muito foram os banqueiros. Quem está ganhando muito são os banqueiros. São os mais ricos. E o povo está escravo da dívida. É o mesmo que escravo do trabalho, só que é para branco. Não tem? Você não luta, Mário Couto, contra o trabalho escravo? Só que se escravizou de uma maneira elegante, mediana, publicitária, apoiada. Mas está escravo. Pegar um dinheiro e ficar dez anos... Morreu. Acabou o capital. Vinculou. Vai trabalhar só para aquilo.

Então, Franklin Delano Roosevelt - o Vice-Presidente, José de Alencar, tem muito dinheiro, mas entende pouco de democracia -, na guerra da recessão, no período da recessão, havia desemprego - período do New Deal -, sabe qual o conselho que ele deu, Senador Mário Couto? Norte-americano, busque um emprego, um trabalho, e trabalhe”. Ele falou assim, Luiz Inácio: “Busque o emprego e trabalhe. Se não der certo persevere, continue. Se não der certo, busque outro, crie, trabalhe”. E foi mais: “Se eu colocar um bico de luz em cada fazenda [olha a produção rural] e se o homem americano rural tiver uma galinha na panela, este país estará salvo”.

E mais. Analisando, ele disse: “As cidades poderão ser destruídas, mas elas serão salvas pelo campo. O campo não pode ser destruído, tem que ser apoiado, tem que ser valorizado. Ele é que alimentará as cidades, e elas crescerão”.

Os Estados Unidos são ricos, prósperos, estão ricos até demais, bombardeando - o “senhor guerra” - o mundo.

Mas, Mário Couto, atentai bem, você viu que ele perdeu na corrida da indústria de automóvel, da indústria de relógio, da indústria de eletrônico, mas ele produz hoje de 500 a 600 milhões de toneladas de grãos, produz alimentos para o mundo. Então, essas coisas... E aí você vê o nosso homem do campo totalmente... Aliás, o homem do campo está asfixiado. Nós votamos leis aqui, e ele está enforcado. Estão tomando as coisas dele. O campo está mais pobre.

Eu quero dar um ponto aqui para o Luiz Inácio. Mário Couto, você foi Deputado Estadual, não foi? Eu fui. O Governador era Juarez. E ele, muito austero, não gostava desse negócio de inauguração, não. E eu gostava. Ele já sabia e me chamava: “Mão Santa, vai inaugurar essa luz aí”. Aí, eu ia. Aquelas fazendas... O Governador não ia, eu fazia um discursinho, não é não? E lá a gente usufruía daquela safra: galinha, peru, bebida e tudo. Eu era Deputado Estadual. Depois, Deus me permitiu - isso era nos anos 80 -, quando Deus me ajudou, no ano de 1994, eu ganhei o Governo do Estado.

Então, eu voltei. Eu gostava. A luz eu já tinha levado. O Governador mandou. Eram estradas, benefício rural.

Paim, eu percorri aquelas mesmas fazendas. Este testemunho eu quero dar aqui do Nordeste. Está ali um fazendeiro: o Doca Lustosa. Ele conhece. Então, eu fui, dez, quinze anos depois, nas mesmas fazendas. Governador não é bicho mais forte do que Deputado Estadual, hein Mário Couto? Não é? Aí, eu ia nas fazendas. Levava estrada, levava outro benefício, o telefone. Doquinha, eu vi que não tinha mais aquela festa tão grande. Não tinha. Ó como é o Brasil! Como isso é enganação! Eu conheço, eu vi, eu senti. “Rapaz, mas não pode. Será que deputado...? Eu vinha aqui e tinha cerveja, tinha uísque, tinha carneiro... Era bom”. Todos estão mais empobrecidos. Eu sou simples. É o meu jeito. Todo mundo conhece, mas eu olhava o prato rachado, a cadeira velha, a cozinha... O campo está mais pobre. Essa é a verdade. Fui eu que vi. E era aquela mesma gente de quando eu era Deputado Estadual. É porque eles tinham mais. O campo está empobrecido. Quem trabalha está meio lascado. Está bem para os aloprados, que ganharam emprego para não trabalhar. Está bem para quem tem ONG, que rouba e não faz nada. Está bem para essa gente, para os banqueiros. Está bem para quem tem cartão corporativo. Está bem para 25 mil nomeados, os DAS-6, ganhando R$10.448,00.

Hoje, Mário Couto,... Ô Exército bom! Eu fui oficial da reserva. Quis ser da Aeronáutica, Mário Couto, mas não fui porque uso lente de contato. Naquele tempo, na minha geração, quem tinha qualquer defeito na visão não podia. Aí eu fui ser médico cirurgião. Almirante. Fiz o CPOR. Não sei. Esses homens são muito de bem. V. Exª vê aquele que toma conta das fronteiras do Brasil no Amazonas. Existe lei hoje em que não se pode nem entrar em região indígena porque os poderosos da economia não deixam.

Mas recebei hoje o contracheque de um general: quatro mil e pouco. E tem gente que entra com R$10.448,00, sem concurso, pela porta larga. Você já leu a Bíblia, não leu, Mário Couto? Aquela porta larga da vagabundagem, da malandragem, da corrupção. Dez mil quatrocentos e quarenta e oito. É um DAS-6. Luiz Inácio, nosso Presidente, nomeou 25 mil DAS.

Senador Paim, Bush, o rei da guerra, nomeou só 4,5 mil pessoas. Digo isso para fazer um paralelo. Eles têm o dobro da nossa população, o dobro da riqueza. O Sarkozy, que trocou uma mulher velha por uma mulher nova e bonita, nomeou somente 360 pessoas. O daqui nomeou 25 mil pessoas. O sucessor de Tony Blair, o novo Primeiro-Ministro da Inglaterra - não sei o nome dele, e pergunto a V. Exª, Senador Paim, que sabe tudo -, nomeou só 160 pessoas. O Tony Blair saiu, o novo que está aí nomeou somente 160 pessoas. Existe o funcionário público, o servidor público. Historicamente, há um investimento nesse pessoal. Aí mudaram as hierarquias.

Então, Paim, realmente, a popularidade é isso. Mas quero aconselhar o nosso Presidente Luiz Inácio. Quero que o Presidente seja feliz neste mandato, que termine o mandato dele, que o País escolha o melhor. Os aloprados estão com medo, porque, se a eleição fosse hoje, ganharia o José Serra. Pesquisa é verdade, é casamento da Estatística com a Matemática. Então, estão aí todos que o Presidente da República lançou. Hoje, o Prefeito de Recife lançou, Senador Paim, mas, aqui, não passa. Eles querem fazer um levante com essas organizações, para impressionar.

Por isso, estamos aqui, nesta segunda-feira. Esta Casa é a última resistência da democracia. Já está tudo acertado. Mas o Paim, eu o conheço. O Paim é uma conquista. É difícil aqui. A história nos ensina onde nasceu a democracia, e todo mundo sabe disso. Havia Atenas.

Chegou o culto professor que diz que aqui não vale. Vale, vale, porque estamos ensinando, temos de ser os pais da Pátria. Professor Cristovam, V. Exª sabe onde começou essa brincadeira: foi na Grécia. A democracia foi aperfeiçoada pelos os outros países, mas começou lá. Havia um Temístocles em Atenas, um Leônidas em Esparta. Aí veio o do Irã, o Xerxes, que quis acabar com a democracia. Há aquele filme “300 de Esparta”, os que salvaguardaram aquele ideal.

E aqui existia a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). É para rasgar a Constituição! Não estou ofendendo nosso Presidente, mas Ulysses beijou a Constituição e disse que desobedecer à Constituição é rasgar a bandeira do Brasil. Eu já vi isso, não dá certo. É a história. Nossa Constituição diz que um plebiscito tem de passar por aqui. A alternância do Poder é uma das riquezas da democracia. Sei do perigo do exemplo de Cuba, que está aí ainda; sei do Chávez, que está ali; sei do que aprendeu ligeirinho, aquele novinho do Equador - ô homem esperto! -, o Morales. Nós sabemos do de Nicarágua, mas nossa história é essa, foi construída com muito sacrifício.

Então, estamos salvaguardando. Aqui, não passa. Eles têm de ter um agito. Mas temos de mostrar o desacerto; que houve acerto eu disse.

Cristovam, aprenda também! Sei que V. Exª é o mestre dos mestres, mas esse negócio de pesquisa eu interpreto. Aprendi de Antoine de Saint-Exupéry que “o essencial é invisível aos olhos”.

Eles dizem não sei quantos por cento, e digo que Garrastazu Médici teve 84%; e Hitler, 96%. Essa é a história do poder, mas eu queria uma interpretação. Sou cirurgião, acostumado a observar; às vezes, o cara chega, e a gente vai buscar.

Não está tão bem assim, Luiz Inácio. Por que não está tão bem? Noventa por cento dos brasileiros e das brasileiras... Atentai bem! É aí que temos de buscar os sintomas; temos de entender as coisas. Nós, brasileiras e brasileiros, detectamos, na pesquisa deles, paga por eles, cacarejada por eles - atentai bem! -, que 90% dizem que é uma vergonha a diferença entre a quantidade de imposto cobrada e os serviços públicos prestados. Isso é o fundamental, só isso.

Sou médico e vou buscar o bichinho, para fazer o diagnóstico, para ver onde está a doença. A gente pesquisa o hemograma: “Rapaz, só há esse negócio aqui, isto aqui vai complicar”. É só esse dado, Paim! “O essencial é invisível aos olhos.”

Estou alertando, Luiz Inácio. Não está bom, não. São 90%! Pegue e reestude! Seus aloprados, seus míopes, seus cacarejadores não sabem disso. É só isto: 90% da população dizem que não há uma sintonia entre o número de impostos que pagamos, que são 76, a carga tributária e o serviço público. Então, não está bom.

Quer que eu dê outro exemplo, Luiz Inácio? Com todo respeito, Presidente, se estivesse bom... Se a eleição fosse hoje, José Serra seria Presidente. É Estatística com Matemática, o casamento é que deu a pesquisa, não é, Professor? Hoje, são 90%. Então, o que não está bem? Houve a euforia desses fatores que analisei: uns, de imediato, são bons, mas, para o futuro, são ruins. Então, eu não iria cansá-lo, professor.

E a segurança? Está boa essa segurança do Brasil? Vocês têm viajado, vocês têm lido? Não vão para longe, não! Se sairmos lá da região do Paim, dá para irmos a pé para Buenos Aires, para Montevidéu. Ando com minha Adalgisa. E dizem que insultei a mulher; só falo que sou dependente da mulher. Que coisa ridícula essa! Logo para cima de mim! Então, às 4 horas da manhã, andamos de mãos dadas.

Luiz Inácio, pegue a encantadora Marisa - que achamos uma bela senhora - e vá andar de mãos dadas com ela, sozinhos, na Rua do Ouvidor, no Rio de Janeiro. Vá! O Rio de Janeiro é o coração do Brasil, é nosso. Às 17 horas, fecham as lojas. A Confeitaria Colombo era o símbolo dos encontros. Eu estudava no Rio de Janeiro, Mário Couto, e cansei de, às 17 horas, tomar um chocolate e ficar ali até de noite. Eu, do Piauí, lá sabia o que era isso? As meninas chiques iam tomar chocolate. A gente ia para lá para tomar chocolate. Era a coisa mais chique! A Confeitaria Colombo, hoje, às 17 horas, fecha, porque, de noite, é inviável funcionar no Rio de Janeiro. Então, a segurança vai mal.

Dou um exemplo da minha Teresina. Cada povo tem sua cultura. Mas solidariedade era aquele negócio que chamamos lá de sentinela, de velório. Cristovam, se alguém morre, passa-se a noite rezando, conversando, chorando. É da nossa cultura cristã. Era assim, Mário Couto! Outro dia, morreu um amigo. Eu disse: “Adalgisa, vamos lá, de noite, à sentinela, ao velório”. Ele tinha morrido às cinco horas. Cheguei lá, e disseram: “Não, nós o enterramos às seis e meia”. Ficava a família rezando. Hoje, isso não acontece: “Naquele velório da vizinha, ficaram uns, e entraram uns bandidos, tiraram os sapatos, assaltaram quem estava lá”. Então, essa é a segurança hoje.

Lembro Norberto Bobbio. Fala-se, e acho que deve ser isso. Na Itália, o Renascimento se deu. Cícero disse: “Pares cum paribus facillime congregantur”. Pancada atrai pancada, violência atrai violência. Malus, minus, discurso de Cícero, significa “Dos males, o menor”. Norberto Bobbio disse que o mínimo que um governo tem de oferecer ao seu povo é a segurança.

Ontem, vi a entrevista de um general que toma conta da Amazônia, das fronteiras, notando como somos incapazes e insuficientes para tomar conta de nossas fronteiras. Aí vem o tráfico de tóxicos, de armamentos.

A educação, ô Professor, está ali. É a cara da angústia e do sofrimento. Professor, preste atenção. Olha esse dado que lhe quero dar. Aprenda aqui, ô Professor! Aliás, fui eu que promovi o maior crescimento universitário deste País. Criei 400 faculdades, 36 campi universitários.

Professor, quero lhe dar um dado. Professor, está prestando atenção? É um dado. V. Exª vai aprender muito aqui, viu? Atentai bem! Ô Doca Lustosa, anote isso, você que é universitário, que pensa bem. Ô Mário Couto, no Pará, há uma universidade. Veja este dado: em 1990 - bote aí no seu computador, pesquise! -, das dez melhores faculdades, oito eram públicas; e duas, privadas. Estou aqui, Luiz Inácio, nós estamos aqui. As faculdades públicas eram muito boas. Fui formado em universidade federal, em hospital público. Estou aqui. Olha, em 1990, das dez melhores faculdades, as oito melhores do Brasil eram públicas; e duas, privadas. Em 2000, as sete melhores eram privadas. E, agora, das dez melhores, só há duas públicas se segurando, essa e uma de São Paulo; as outras estão tristes, estão sucateadas, estão acabadas. As oito melhores, hoje, são privadas.

Professor Cristovam, sei de uma faculdade de Medicina no Nordeste - não vou dizer o nome, porque sou amigo lá - que recebe R$4 mil por mês pelo curso de Medicina. Olha para cá, Professor! Aquele telefonema, ele não podia dar, o Luiz Inácio, porque você me receberia, e eu entendo das coisas. O valor de R$4 mil por mês é o que um estudante de Medicina paga numa universidade privada do Nordeste. É o que é pago por mês! Quem vai ser doutor? O filho do rico, o filho do banqueiro. E não é só a mensalidade. Esse filho tem de comer, ô Cristovam; esse filho tem de comprar livro; esse filho tem de arrumar uma namoradinha, porque não dá para ficar só estudando; esse filho tem de ter um dinheiro para o lazer. Por mês, é o que ele paga! Só dá para se formar mesmo quem for aloprado, quem tiver cartão corporativo.

A vida está assim. Cadê as públicas? Estão acabando. Podem olhar aí. Então, vejo com preocupação essa medida. Os pobres estão cada vez mais distantes daquilo que eu gostaria que o Luiz Inácio oferecesse a eles.

No livro Código da Vida, Saulo Ramos, de 80 anos, homem culto e intelectual, que foi Ministro, diz - ô professor, pai da Bolsa! - que não tem medo dos que ganham essa Bolsa, mas que tem medo dos filhos deles. Como vão ser educados os filhos deles? Como será o exemplo? Essa é a nossa preocupação. Essa é a nossa função.

Eu queria dizer o seguinte: a educação está aí; dei só um dado. Meditem! Está aí o Professor Cristovam, que sabe mais.

E quanto à saúde? Hoje é o Dia da Saúde. E aquela vergonha ali? Há mais de cem anos, Oswaldo Cruz venceu o mosquitinho. Há mais de cem anos, isso ocorreu! Isso é brincadeira! Aqui, eu vivia advertindo sobre o mesmo mosquitinho, sobre a febre amarela. A rubéola está aí. Homem, com rubéola, não tem nada - é como sarampo -, mas, se a mulher tem rubéola, o filho é monstro, nasce tetralógico, um monstro. A tuberculose aumentou em todo o País. Então, estão voltando essas doenças.

Vou citar um dado muito significativo. Eu estava na minha cidade com um colega de turma, o Dr. Valdir Aragão Oliveira. Andando com ele - um quadro vale por dez mil palavras -, passei na cidade onde nasci, mais precisamente na Avenida Getúlio Vargas. Lá vi uma casa. Esse era o quadro. Um quadro vale por dez mil palavras, Luiz Inácio. Havia alagados na região. Convidei o Dr. Valdir para vê-los, juntamente com dois amigos. Eu disse a ele: “Rapaz, esse Dr. Ariosto e outros médicos brilhantes fizeram o hospital, que hoje está diminuindo, está fechando. Sentimos isso quando nos aproximamos da porta. Aqui havia plantão e agora está assim, vazio. Ele tem uma pousada muito boa lá na Barra Grande, que recebe francês, faz turismo ecológico lá em Cajueiro da Praia”. O Dr. Valdir, que formou comigo e é um pouco mais velho do que eu, disse o seguinte: “Senador, isso tudo é mentira deste Governo. Hospital é uma desgraça hoje. Essa tabela do INPS é tudo mentira. Continuam pagando R$2,00 e ainda atrasam. A diária do doente do SUS só dá mesmo para aquela quentinha, para o prato feito, para o pf, como costumamos chamar lá”. Formamos juntos. O Dr. Valdir me disse: “Eu não entro mais em hospital. Aposentei. Dou palestra. Estou montando uma escola de formação de profissionais ligados à saúde, como fisioterapeutas, enfermeiros, porque os hospitais estão todos decadentes”. Ele foi diretor da Faculdade de Enfermagem - que criei quando Governador do Estado; eles me convidaram - e de Fisioterapia, dessas áreas de saúde.

Ele disse ainda: “Olha, não há lençol, é um plástico velho. Não há comida. Falta remédio; falta tudo”. Ele, um excelente obstetra, com conhecimento em Neonatologia - formou-se comigo e é homem de alta honradez e honestidade -, disse: “Não entro mais em hospitais, porque me sinto mal. Como estão destruídos, abandonados! Aqui é Brasília, a Capital, mas vá e veja os hospitais, as santas casas, os hospitais filantrópicos, os hospitais públicos”. Ele disse que não há lençol, remédio, higiene. Os funcionários são muito mal pagos. Essa é a saúde, Luiz Inácio.

Eu não ia demorar em outros dramas, mas só quero crer, Senador Mário Couto, o seguinte: quem é o responsável por isso? O povo, o trabalhador, quem está pagando imposto, eu, Mário Couto ou o Paim? Não, Luiz Inácio.

Sou médico - para onde a gente vai, leva a profissão. Chama-se etiologia. Só tem um causador disso. A doença é causada por um vírus ou por uma bactéria, ou é um cogumelo, um fungo ou um negócio desse. Isso se chama etiologia. E o responsável por isso só é um: o nosso Presidente Luiz Inácio. Isso está no conceito do mundo que estuda - unidade de comando e unidade de direção. Esta é a base da ciência de administração a que se tem que o obedecer, desde Henri Fayol: planejar, organizar, coordenar e fazer o controle. É preciso o controle desse dinheiro aí dos cartões corporativos, das nomeações descabidas, das ONGs não controladas, dos sindicatos que não são submetidos ao controle, dinheiro que está faltando na segurança, que está faltando na educação, que está faltando na saúde.

Mário Couto, V. Exª é grandão. Senador Mário Couto, V. Exª praticava esporte? Qual era?

O Sr. Mário Couto (PSDB - PA) - Futebol.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Futebol? Futebol de salão? Eu andei jogando e tal, e era até bom.

Mas vou dizer como este País era sério. Eu passei no vestibular. Este País era sério, Luiz Inácio. Quando fui entrar, olhei na lista o nome. Eram 960 vagas. Deu uma mancha no pulmão. Olhe como era organizado! Entra, não entra, e aí o professor de Pneumologia disse: “Não; deixa comigo. Estou aqui”.

Mas tenho um irmão que era campeão de tudo. Então, fui mais torcer na universidade, porque tive esse problema. Mas era o governo que tomava conta da gente. Meu amigo, eu ia torcer. Ele era bom. Ele era o melhor atleta universitário, o Dr. Paulo. Aí, de quando em quando, o jogo virava um aperreio, e o técnico apitava: “Pi, pi, pi! Tempo! Tempo!”. O técnico pedia tempo: “Pára o jogo, pára o jogo, que o negócio não está como a gente pensa. Vamos substituir gente, vamos mudar a estratégia”.

Então, Luiz Inácio, aqui estou como aquele técnico. A função do Senado é esta: auscultar. Estou aqui é para isso. Estou pedindo tempo.

Ô Luiz Inácio, vamos acabar com essa maratona de “cacarejamento”. É obra, é PAC, não sei o quê. Todo mundo está cacarejando. Vamos acabar com isso. Dê tempo e, depois, faça. Está na Bíblia: “Sob os céus, há um tempo determinado para cada proposta”. Então, eu aqui, Mário Couto, peço tempo!

Vamos reformular, para cuidar do dengue, da saúde do nosso Rio de Janeiro. Isso é uma vergonha! Falar-se em buscar médico de Cuba?! Neste País de Oswaldo Cruz, de Carlos Chagas, de Veronesi, de Samuel Pessoa, de Alencar Aragão, de Bechelli, de sanitaristas aceitos no mundo, vamos buscar profissionais em Cuba? Temos de buscar é vergonha na cara, ética, decência. Vamos enfrentar!

Fernando Henrique Cardoso, ô Luiz Inácio, queira ou não queira, foi um estadista. Nunca votei no Fernando Henrique Cardoso, mas ele é um homem preparado. Tivemos um drama horrível. Vocês se lembram do apagão? Parou tudo. Acabou o Ministério, e colocaram - como era o nome daquele negócio, Paim? - um superministério do apagão.

O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS. Fora do microfone.) - Da crise.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Da crise. Era um ministério da crise: “Pedro Parente, vá tomar conta!”. Parou, passou o apagão.

Tem de enfrentar! Luiz Inácio, peça tempo! Vamos mudar. Pare aí a programação dos “cacarejadores”, e vamos todos cuidar do dengue, usando o pessoal daqui. Luiz Inácio, continue o tempo do jogo de futebol - está ouvindo, Mário Couto? -, e vamos cuidar dos meus alagados do Nordeste. A região está alagada. Estão lá, os rios subiram, há um desespero.

Então, não fica bem ficar cacarejando aí. Peça tempo e, depois, faça! Então, que nosso Presidente ouça os técnicos: peça tempo. Modifique a programação. Vamos cuidar, como os outros governantes, e centralizar no dengue, que é uma ameaça. Aí, sim, devemos ser solidários à mulher, à mulher-mãe, à mulher-vergonha! Quantas mulheres perderam os filhos para o dengue?! Cadê o choro? Aí é o que quero! Uma mãe perdendo seu filho por causa de um mosquitinho no Rio de Janeiro?! Uma mãe perdendo seu filho nessas enchentes, desabrigada?! Aí é que temos de cuidar dessa mulher vitoriosa que está sofrendo.

Essas são nossas palavras. Agradecemos. Sem dúvida, Luiz Inácio, aprendi no colo de minha mãe que a gratidão é a mãe de todas as virtudes. Vossa Excelência foi consagrado no Rio de Janeiro. Então, crie um ministério de emergência, de urgência, para acabar com o dengue! E, no Nordeste, no Piauí, nas cidades que estão alagadas, na minha cidade, cuide da situação! Vamos dar um tempo desse “cacarejamento”, dessa propaganda, dessa coisa, e vamos cuidar dos que sofrem. O povo do Piauí e do Brasil saberão reconhecer as ações de Vossa Excelência.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 08/04/2008 - Página 8128