Discurso durante a 51ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem a Brasília que no próximo dia 21 completará 48 anos. Comentários sobre o movimento dos estudantes da UNB.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. MOVIMENTO ESTUDANTIL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Homenagem a Brasília que no próximo dia 21 completará 48 anos. Comentários sobre o movimento dos estudantes da UNB.
Aparteantes
Adelmir Santana.
Publicação
Publicação no DSF de 15/04/2008 - Página 9333
Assunto
Outros > HOMENAGEM. MOVIMENTO ESTUDANTIL. GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, CAPITAL FEDERAL, OPORTUNIDADE, ELOGIO, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, POPULAÇÃO, ESTADO DO PIAUI (PI), MIGRAÇÃO, DISTRITO FEDERAL (DF), ATUAÇÃO, JUVENTUDE, ALUNO, UNIVERSIDADE DE BRASILIA (UNB), DEFESA, DEMOCRACIA.
  • ACUSAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, INEXATIDÃO, ALEGAÇÕES, EXISTENCIA, AEROPORTO INTERNACIONAL, ESTADO DO PIAUI (PI), COMENTARIO, PESQUISA, COMPARAÇÃO, ANTERIORIDADE, QUALIDADE, UNIVERSIDADE FEDERAL, ADVERTENCIA, PREVALENCIA, UNIVERSIDADE PARTICULAR, ATUALIDADE.
  • LEITURA, TRECHO, LIVRO, PRONUNCIAMENTO, ORADOR, IMPORTANCIA, VALORIZAÇÃO, JUVENTUDE.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Mário Couto, que preside esta sessão do Senado da República de segunda-feira, Parlamentares presentes na Casa, brasileiras e brasileiros aqui presentes e os que nos acompanham pelo sistema de comunicação do Senado: a televisão, a Rádio AM, a FM, o Jornal do Senado.

Senador Mário Couto, Senador Geraldo Mesquita, Brasília toda nos encanta.

Quando estudávamos, este País tinha escolas muito boas. Este País se organizou e tal e durante seus 508 anos passou por várias fases: capitanias hereditárias; governos gerais; a República; os reis; as repúblicas; a princesa; o período de exceção da democracia civil, Vargas estadista, a redemocratização, a volta dele nos braços do povo, da democracia; dificuldades da própria democracia; o período militar; a volta. E nós participamos, conhecemos, pelo estudo, que esta sempre foi uma Pátria muito bem organizada.

Pedro II governou este País 49 anos. Ele ia assistir aula no Colégio Pedro II. A biografia dele é uma das mais belas. Ele não viajava muito não. Em 49 anos, ele só fez três viagens. Sei que era mais complexo, mas ele só fez três, uma para a América, uma para a Europa e outra lá para o lado Oriente, do Egito.

O próprio Getúlio Dornelles Vargas, grande estadista, governou este País 19 anos - 5 no regime de exceção; depois 4 anos. - e fez poucas viagens. Vinham - Franklin Delano Roosevelt veio duas vezes - ouvir Getúlio Vargas. Eles vinham mais ouvir Getúlio do que... Um estadista, essa organização toda cada vez nos cativa mais.

Então o que tenho que dizer é que somos do tempo em que estudávamos o mapa do Brasil e víamos um quadradinho, onde se lia “aqui, vai ser construída Brasília. Um quadradinho, não é, Mario Couto? Você é desse tempo? Todo mapa... sonho velho de Pedro II, centralizar... E Juscelino teve essa decisão.

Mas atentai bem, ele fez isso, ô Adelmir Santana, em mil dias. Mil dias! Olhe como não acontece nada; só cacarejamento, só cacarejamento aí e tal. Dizem que lá na minha cidade tem um aeroporto internacional. Eu acabei de convidar o Geraldo Mesquita para ser homenageado no Dia do Trabalho. Um órgão de comunicação e a OAB também pediram que eu o convidasse. Vamos ter que fretar um “bichim”, como quando nós fomos para Uruçuí, V. Exª viu... Na minha cidade os descarados dizem que tem vôo internacional.

Não tem não. Tudo é mentira. Não tem mais nem teco-teco. Porque eu e o Heráclito conseguimos colocar a Ocean Air. Eu era menino. Aí o Governo usou e não pagou as passagens, tiraram. Depois, houve outra tentativa, e foi a mesma coisa. Então, como se mente assim! Calma! tem limite! Isso não é... Não tem.

Eu era menino, saía para o Rio de Janeiro, pelo aeroporto. Lembro-me de que tinha - até vou brincar com o seu Estado - a Panair, Aerovias. A gente saía pousando. Era bom porque aprendíamos geografia. Saía de Parnaíba, Teresina, ia para Natal, Recife, Aracaju, Salvador, por essas capitais todinhas. Acabava chegando ao Rio de Janeiro. E era a Panair, Aerovias, Aeroar, Aeronorte, que eram as do tempo. Tinha uma paraense. Sabe qual era o apelido - desculpe aí? Era a Paraense Transporte Aéreo, que a turma chamava de PTA: Prepara a Tua Alma. Porque de vez em quando caía. (Risos) Mas tinha e não tem mais.

Assim é demais, ô Mário Couto. Esse negócio de mentira, não... Aeroporto Internacional não tem mais nem... Os vigaristas...

Todo mundo sabe que Fortaleza tem um aeroporto internacional. Então, o que tem, Geraldo Mesquita, é o seguinte: o aeroporto de Parnaíba tem pista longa, foi construído por Reis Velloso, Ministro, eu estava lá, filho da cidade, Governador Dirceu Arcoverde. Então, tem um aeroporto de reserva. Sempre houve. Fortaleza é uma base aérea importante do País. E tem um aeroporto próximo.

Se tiver uma condição climática, vamos dizer, uma chuva forte, o piloto busca um aeroporto próximo geograficamente. Fortaleza o aeroporto é internacional. Em caso de pânico, se o clima não estiver bom, o avião pousa, isso é normal. Agora, ele bota aí que tem dois aeroportos internacionais, um no Piauí e outro lá na Serra da Capivara. Lá só tem jumento, é pior. Pelo menos ali é ajeitadinho, porque a Aeronáutica cuida com essa responsabilidade. Sempre foi até de treinamento da FAB.

V. Exª está convidado para ser homenageado, Geraldo Mesquita. Então, Brasília se criou. Quarenta e oito anos! Sabemos que muitos movimentos se deram aqui, vivemos a grandeza desta cidade. Quero prestar uma homenagem ao homem e à mulher do Piauí. Mário Couto, olha aí o orgulho. Por isso esta cidade é bela, grandiosa e se desenvolve. Somos a segunda colônia, só perdemos para os mineiros, porque o Juscelino veio de lá e transportou a minerada toda aí. São trezentos mil piauienses que fazem a grandeza desta cidade. Está aqui um que o Maranhão quer levar, mas é piauiense mesmo, que é o Senador Adelmir Santana.

Páginas Belas. Esta é uma cidade de qual nos orgulhamos. Ô Mário Couto, você já conhece Washington? Pois peça ao Garibaldi para conhecer.

Eu acho Brasília mais interessante do que...

O Sr. Adelmir Santana (DEM - DF) - Senador Mão Santa, permita-me um aparte, já que V. Exª está falando de Brasília?

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Mas vou só dizer quem você tem que homenagear. Olavo Bilac disse para as crianças, na sua mocidade - e as galerias estão cheias dessa juventude: “Criança, não verás nenhum país como este”. Mas temos que fazer uma homenagem aos 48 anos de Brasília. Olavo Bilac é o patrono dos reservistas. Todo brasileiro devia ser reservista. Eu fiz CPOR - Centro de Preparação de Oficiais da Reserva. No nosso tempo, quando este País era organizado, o Exército chamava para nos fazer entender o que era a bandeira, ordem e progresso, hierarquia, disciplina.

Ó meus jovens, mas está um desânimo, uma descrença!

V. Exª, que é um legítimo representante, tem que fazer sua homenagem. Vamos dar um jeito aqui no Senado.

Estávamos perdendo a esperança. Sou da geração daquele que disse: “Se és capaz de tremer de indignação diante de uma injustiça em qualquer lugar do mundo, és então companheiro”. Che Guevara disse: “Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás!” Foi um líder, médico como eu, das liberdades.

Geraldo Mesquita, rendo uma homenagem a Brasília: 48 anos. Abril de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Abril, quando Juscelino inaugurou esta cidade. Abril, quando morreu Tancredo Neves. Abril.

Olha, eu estava sem esperança. Olha, a UNE veio aqui, a UNE que foi incendiada, tombada... A gente seguia aquele homem, de nossa geração, que cantava: “Vem, vamos embora, esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Isso embalou a mocidade apática e trouxe de novo a democracia. Esses jovens da Universidade de Brasília escreveram e deram a Brasília a sua maioridade, a sua respeitabilidade. Nosso respeito a essa instituição. Escreveu a página mais bela desses 48 anos. E tinha que nascer da juventude.

Eu vou já dar o aparte. Não, ele vai ouvir porque ele é o representante. Eu vou mandar os piauienses votar nele. Ele veio de lá. Aqui tem muito, meu amigo, e nós somos firmes. Tem 300 mil piauienses aqui. Quem me disse foi o grande Roriz, não é? Porque Deus fez o mundo, e esta Brasília aqui foi Juscelino e Roriz. O resto é... Eu conheço a história e eu vivi, e ninguém tira, não é? Então, ele me disse que tem 300 mil piauienses, o meu Governador Roriz.

Mas, olha, a página foi bonita, Geraldo Mesquita. Olha, a não-violência me fez lembrar Mahatma Gandhi, as campanhas de não-violência, de resistência libertaram seu país, a Índia, dos ingleses. Martin Luther King, defendendo os direitos de igualdade do negro. E o Dalai Lama, agora, com a luta pela liberdade do Tibete.

Esses meninos, esses jovens, esta mocidade de Brasília. Hoje, Brasília tornou-se a capital da certeza de que o bem vai vencer o mal, da certeza de que vamos combater a corrupção, de que vamos combater a bandeira da ética. Então, são aqueles meninos. Digo meninos porque já estamos de idade.

V. Exª pode usar a palavra. V. Exª nasceu lá no Piauí. O Maranhão quer tomar o seu nascimento, mas já lhe demos o título de cidadão de Uruçuí. Aquele foi um negócio de jogo de cartórios. Seu pai foi lá. V. Exª é do Piauí mesmo. V. Exª tem uma grande responsabilidade.

Hoje, Brasília, graças à sua mocidade, é a capital da liberdade, da ética, da decência. Sua maior riqueza é a mocidade. Olha, nós estamos orgulhosos dessa mocidade. Foi um movimento muito bonito que nos deu a esperança de que o bem vai vencer o mal.

Com a palavra o Senador de Brasília, no mês do aniversário de Brasília, cuja mocidade escreveu a página mais bela dos últimos 48 anos.

O Sr. Adelmir Santana (DEM - DF) - Senador Mão Santa, quero associar-me ao pronunciamento de V. Exª. O que me chamou a atenção no seu discurso foi quando V. Exª fez referência à construção de Brasília. Naturalmente que todo o seu discurso enaltece os jovens de Brasília, a capital, sua população e a vitória do movimento dos estudantes. Quero prender-me à questão a que V. Exª fez referência: a construção em apenas mil dias. Isso demonstra claramente que Brasília é berço da intenção de um empreendedor, de um homem que tinha forte oposição nesta Casa principalmente - de todo o Congresso, mas soube contornar essas objeções sem ser truculento, usando dos princípios democráticos. E eu já disse aqui em outras oportunidades que a oposição era tanta que, em um determinado momento, quando alguém argumentava: “Mas o clima em Brasília é muito bom”. Um dos parlamentares disse: “Que se mude o clima!”. Como se na natureza fosse possível fazer alterações assim. Então Brasília foi fruto da ação de um empreendedor. Um empreendedor mineiro que se aliou a outros empreendedores nacionais e, como o senhor colocou, a uma boa parte da população piauiense que para cá veio, com o objetivo da construção e com o objetivo de ser vencedor nessa epopéia. Quero me associar, portanto, as suas palavras. Estamos atentos a esses acontecimentos, ao aniversário da cidade, que se comemora agora no mês de abril, com inaugurações, com realizações do nosso Governo, do nosso Governador Jose Roberto Arruda, que segue, como bom mineiro que é, exatamente as pegadas de Juscelino Kubitscheck. Brasília hoje tem no Governo o Sr. José Roberto Arruda, um mineiro; o Vice-Governador Paulo Octávio, também um mineiro; e, como o senhor bem colocou, um Senador egresso do Piauí. Portanto, são empreendedores de vários Estados brasileiros que para cá vieram e que estão, naturalmente, nessa mesma linha do pensamento do Presidente Juscelino Kubitschek. Pretendemos, neste mês, com o seu concurso certamente, fazer uma homenagem à Capital do País aqui, com uma sessão solene em homenagem à Brasília. Já fizemos o requerimento, mas, por questões de datas, de dificuldades de datas já preenchidas, provavelmente a sessão ocorra após o dia 21. Mas, de qualquer modo, não vai passar despercebida essa comemoração dos 48 anos de sua fundação.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Em homenagem à mocidade da universidade.

Senador Geraldo Mesquita, quando governei o Piauí, vi que a universidade é a locomotiva. Foi a minha maior obra a extensão da universidade. Outro dia falei da Alemanha, cuja história demonstra que tem essa grandeza por causa da Universidade de Heidelberg. O mundo duas vezes se voltou contra a Alemanha e a tombou nas duas guerras mundiais, mas respeitaram a universidade. Heidelberg é uma cidade de arquitetura antiga. Ela está toda moderna, porque foi bombardeada, mas o mundo respeitou a universidade.

Senador Geraldo Mesquita, a minha preocupação com isso é que aqui estamos para ensinar. Atentai bem para o valor que temos de dar a essa mocidade. Em 1990, Mário Couto, dados nos informam que, das dez universidades que tinha este País, que tardiamente começou o ensino universitário, as sete melhores universidades eram públicas, e três, privadas. Em 2000, quando eu integrava o Governo do Piauí, houve outra pesquisa. Olhem a gravidade disso que quero advertir o nosso querido Presidente Luiz Inácio:

Em 2000/2001, das dez melhores universidades, só três públicas estavam entre as dez melhores; sete eram privadas. E sou orgulhoso porque uma das três era do Piauí - a Uespi, quando eu fui Governador. Mas agora, segundo estudos recentes: das dez melhores universidades do Brasil, Mário Couto, só duas são públicas - uma de São Paulo e esta daqui. As outras são privadas.

Vamos refletir, Geraldo Mesquita, sobre isso. Eu sou médico, estou aqui porque o governo era organizado e me formei na Universidade Federal do Ceará. Fiz pós-graduação no Hospital do Ipase, público. Formação pública.

Hoje, tem faculdade de medicina no Nordeste em que a mensalidade é de R$4 mil por mês. Isso me preocupa. Eles não vão ter a chance que eu e outros tivemos.

Olhem, são R$4 mil. Aí, meu amigo Luiz Inácio, aquilo que Vossa Excelência... aí vai ser um abismo. Daqui a pouco, doutores serão todos que podem pagar isso.

Essa é a preocupação. É por isso que nós estamos aqui.

Então, quando a gente vê uma mocidade preservar - a igualdade começa com a educação, com a sabedoria, Luiz Inácio -, a mocidade sair, com coragem...

Eu queria apenas dizer o seguinte: eu estou com um livro aqui, Política na Mão Certa. Foi um professor, um intelectual, que trabalhou no meu... Professor Herculano Moraes. Não é meu parente, não. Herculano de Moraes é um intelectual da Academia de Letras. Então, ele pinçou frases de quando eu era Governador, eu falando do coração algumas frases e ele fez este livro...

(Interrupção do som.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - ...Política na Mão Certa. Ele está na 4ª edição, porque é pequenininho, são frases pinçadas. O mérito é dele, do intelectual Herculano Moraes. Ele pinçou... Pois o Mário, quando está discursando, se tivesse um assessor como eu tive, tão competente, teria feito melhor porque V. Exª, Senador Mário, fala melhor do que eu. Ele pinçou frases de quando eu era Governador do Piauí. O mérito é dele. Gostam tanto do livro, Mário Couto, que já está na 4ª edição. Uma editora do Sul do País viu o negócio e disse que vai lançar a 5ª, internacional, e pediu que eu adicionasse algumas frases que nós dissemos aqui. É a 5ª edição porque é pequenininho. Tem uns pensamentos que ele colheu. O mérito é do professor Herculano Moraes, intelectual. Foi ele quem fez.

A gente fala tanto, eu falei quase tanto do Luiz Inácio como Governador. Você imagina, ele pinçou algumas frases. O mérito é dele.

Então, o que eu digo de jovens - não sei onde ou quando, mas ele botou porque pinçou. Os jovens - e eu o ofereço a essa juventude que nos orgulha. Isso é de alto significado. Estava todo mundo alienado, apático, sem capacidade de reagir. Os jovens deram um ensinamento. Nós podemos reagir para o bem vencer o mal.

O que eu dizia:

“Os jovens, especialmente os adolescentes, quando despertam as suas atenções para a magia do embate político, trazem na alma a pureza de condenar as arbitrariedades, defender as justas causas, colocar-se frontalmente contra ações discriminatórias, projetando em seus discursos fantasias e realidades de aspirações e desejos.

A prática política contrária a esses postulados decepciona a juventude, afastando as lideranças consolidadas daqueles que haverão de nos suceder”.

Ele estava afastado e indignado.

E, ainda, foi pinçado: alienação - frase de que nem me lembro:

“Estudante tem o dever de estudar, mas não tem o direito de alienar-se dos problemas da sua cidade, do seu Estado, do seu País. Essa alienação representa uma negação de toda uma história e da tradição brasileira que sempre encontrou no estudante o esteio forte das grandes conquistas políticas e sociais”.

(Interrupção do som.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Sobre o mal. Atentai bem, Geraldo Mesquita, V. Exª que é intelectual: “Para que o mal triunfe, basta que os bons cruzem os braços”.

Se esses meninos tivessem cruzado, isso ia se expandir pior do que a dengue em todas as instituições sagradas construídas pelos governos responsáveis ao longo da história.

Isso aqui não vai ficar só aí, não. Padre Antonio Viera disse: “um bem nunca vem só”. Isso vai se irradiar, e a mocidade estudiosa vai ver que tem direito a ter uma escola decente, competente e que o exemplo - palavra sem exemplo é como tiro sem bala - tem que vir dos mestres.

Mas o único caminho para emendar o mundo mau é criar o mundo bom.

Não podemos gerar no espírito do jovem o sentimento de desânimo, de decepção e frustração com a classe política. São eles os nossos sucessores e só faremos um mundo melhor se tiverem nos políticos atuais os melhores exemplos.

Mocidade. Eu creio na fé que impulsiona o espírito da mocidade para as conquistas de um mundo melhor. Creio, enfim, no idealismo da juventude para a construção de um mundo efetivamente melhor.

No passado, a educação era um ornamento, uma vez que o valor do indivíduo estava vinculado à sua origem. No presente, contudo, quando nenhuma pessoa poderia ser frustrada nas suas pretensões de êxito por lhe faltarem haveres e qualidade de nascença. A educação, somada ao trabalho, constitui a mais segura receita do sucesso. Isso que eu sonhei, que eu falei, eu vi revivida por essa mocidade. Então, essa mocidade deu o maior presente aos 48 anos de Brasília. Meus jovens continuem, bravos e sejam felizes!

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/04/2008 - Página 9333