Fala da Presidência durante a 41ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentário sobre pesquisa realizada pelo jornal Folha de S.Paulo, registrando o aumento da aprovação do Congresso Nacional perante opinião pública.

Autor
Garibaldi Alves Filho (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RN)
Nome completo: Garibaldi Alves Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
SENADO.:
  • Comentário sobre pesquisa realizada pelo jornal Folha de S.Paulo, registrando o aumento da aprovação do Congresso Nacional perante opinião pública.
Publicação
Publicação no DSF de 02/04/2008 - Página 7497
Assunto
Outros > SENADO.
Indexação
  • COMENTARIO, LEITURA, PESQUISA, PUBLICAÇÃO, JORNAL, FOLHA DE S.PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), DEMONSTRAÇÃO, REDUÇÃO, DESAPROVAÇÃO, OPINIÃO PUBLICA, CONGRESSO NACIONAL, COMPARAÇÃO, PERIODO, DENUNCIA, CORRUPÇÃO, MESADA, EXPECTATIVA, LIDER, BANCADA, PARTIDO POLITICO, OPOSIÇÃO, GOVERNO, EMPENHO, MELHORIA, SITUAÇÃO.

            O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Agradeço ao Senador Osmar Dias.

            Comunico ao Plenário que foi publicada hoje, como assinalou o Senador Osmar Dias, uma pesquisa no jornal Folha de S.Paulo, que diz o seguinte: “Reprovação ao Congresso cai, mas ainda atinge 39%”. Vou me permitir a leitura da matéria, porque acho importante que esta Casa tome conhecimento da pesquisa. Sei que muitos Senadores já tomaram conhecimento do trabalho, mas é importante dizer que, enquanto a reprovação caiu seis pontos, o índice de regular subiu de 37% para 40%, e a aprovação variou de 13% para 14%. Então, se somamos a queda da reprovação em seis pontos ao aumento de um ponto na aprovação, são sete pontos. E, se somamos o índice regular, o que não acho muito legítimo, temos dez pontos. Assim, o Congresso Nacional teria dez pontos a mais, no que se refere à sua apreciação.

            Com a permissão do Líder Senador Arthur Virgílio, que é o próximo orador, vou ler rapidamente a matéria:

A avaliação que o povo brasileiro faz do Congresso Nacional melhorou, segundo o Datafolha. O percentual de pessoas que acham o trabalho de Senadores e Deputados ruim ou péssimo caiu de 45%, na pesquisa de novembro de 2007, para 39%, no levantamento entre os dias 25 e 27 de março. A avaliação regular subiu de 37% para 40%, enquanto ótimo ou bom variou de 13% para 14%.

         “É um estímulo para que possamos perseverar na luta pela recuperação da imagem do Congresso”, diz o Senador Garibaldi Alves (PMDB - RN), Presidente da Casa. “Mas temos que reconhecer que a rejeição é ainda muito grande”, completa.

         O levantamento anterior do Datafolha, o de novembro de 2007, foi o primeiro feito após a crise envolvendo o ex-Presidente do Senado, o Senador Renan Calheiros (PMDB - AL), mas a taxa de reprovação do Congresso [Senador Arthur Virgílio] atingiu seu recorde em agosto de 2005, no auge do escândalo do mensalão, quando 48% consideravam o trabalho ruim ou péssimo.

            No auge do escândalo do mensalão, eram 48% de reprovação, e, hoje, são 39%. Prossigo:

O resultado de agora mostra que a Região Sudeste é a mais crítica ao Congresso Nacional. Para 12% daqueles que moram no Sudeste, o Congresso é ótimo ou bom; para 42%, é ruim ou péssimo. No Nordeste, 17% disseram que o Congresso é ótimo ou bom, e 38% disseram que é ruim ou péssimo.

         Entre os que aprovam o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a aprovação ao Congresso também sobe. Para os que consideram Lula ótimo ou bom, 20% avaliam os Parlamentares da mesma forma, contra 35% de ruim ou péssimo. Já entre os que reprovam Lula, a taxa de aprovação do Congresso é de 7%, enquanto 60% dizem ser ruim ou péssimo.

         A menor aprovação do Congresso se dá entre os que declaram preferência pelo PSDB (12% de ótimo ou bom e 39% de ruim ou péssimo) e pelo PDT [do Senador Osmar Dias, que acabou de falar] (15% de ótimo ou bom e 48% de ruim ou péssimo). Para 18% dos eleitores do PMDB e do DEM, a avaliação é de ótimo ou bom. Entre os que declaram preferir o PT, há 14% de ótimo ou bom, 45% de regular e 36% de ruim e péssimo.

            A pesquisa do Datafolha, na qual o Congresso Nacional foi avaliado, ouviu 4.044 pessoas entre os dias 25 e 27 de março, em 159 Municípios de 25 unidades da federação. A pesquisa é um levantamento por amostragem aleatória, com abordagem em ponto de fluxo populacional, com quotas de sexo e de idade e ainda sorteio aleatório dos entrevistados. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, para o nível de confiança de 95%.

            Então, Srªs e Srs. Senadores, o Congresso melhorou seu índice de aprovação perante a opinião pública. A melhora foi pequena, mas foi um sinal de que podemos alcançar melhores índices ainda de credibilidade, afinal de contas, houve essa crise, que terminou por nos levar a uma situação de quase estaca zero. Hoje, estamos subindo. É verdade que estamos subindo de degrau em degrau, que é uma subida penosa - eu diria penosíssima -, mas, se nos unirmos, se soubermos cumprir nosso papel, vamos chegar ao fim do ano, Senador Mário Couto, com uma situação diferente perante a opinião pública nacional.

            Cabe a nós - e a mais ninguém - realizar esse trabalho; cabe à Liderança do Governo, cabe à Liderança da Oposição, cabe às Lideranças de todos os Partidos fazê-lo. Temos de exercitar a liderança no sentido de conduzir esta Casa de modo que se possa ter dela outra visão: as Comissões funcionando, mas não apenas as CPIs. As CPIs funcionando é prova de vitalidade no Congresso Nacional, mas é preciso que as CPIs não absorvam totalmente as atividades deste Congresso.

            Portanto, eu queria assinalar isto: de certa maneira, fiquei feliz. Não tenho ilusões, Senador Mário Couto, pois foi muito pouco ainda, e a rejeição é muito alta. Temos ainda rejeição de 39%, mas já tivemos rejeição de 45% em janeiro e uma rejeição maior ainda em agosto.

            Então, está provado, mais do que provado, aritmeticamente provado - como dois mais dois são quatro -, que este Congresso precisa efetivamente buscar sua recuperação entre aqueles que são brasileiros e que sabem que são representados pelos Parlamentares. E não há representação mais legítima do que esta que é exercida aqui, diuturnamente, por todos nós.

            Quero me congratular com V. Exªs. Estou fazendo um discurso ufanista, mas é ufanismo, é satisfação e é mais uma demonstração de estímulo, afinal de contas, eu, que, segundo a referência feita pelo Senador Jefferson Péres, tenho vivido alguns dias de amargura como Presidente, quero fazer esta comunicação a todos os Senadores, para que nos compenetremos. A hora não é de baixar a cabeça; a hora é de levantar a cabeça e de buscar a credibilidade perdida.

            Quero também fazer justiça - talvez, isto se deva mais a S. Exª do que a mim ou a qualquer outro Parlamentar - ao Deputado Arlindo Chinaglia, que vem trabalhando de forma sintonizada, de forma estreita, com a Presidência do Senado de um ano para cá, porque, afinal de contas, meu mandato é tampão, e o de S. Exª é um mandato cheio. Então, a S. Exª meus agradecimentos. Quando procuro o Deputado Arlindo Chinaglia para qualquer providência que venha a ser tomada em conjunto, nunca essa providência deixa de ser tomada.

            Então, quero deixar essa palavra nesta hora de dificuldades, de desencantos, de crise, mas também de confiança, de trabalho. É hora de este Congresso se levantar, de este Congresso lutar por aquilo que é seu, que ele não deve deixar cair, que é a bandeira da representação popular.

            Agradeço a V. Exª pela tolerância.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 02/04/2008 - Página 7497