Discurso durante a 43ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Propõe que seja lido agora o requerimento de abertura de uma CPI no Senado, para investigação dos cartões corporativos e se compromete a participar da reunião da próxima terça-feira para debate da pauta.

Autor
José Agripino (DEM - Democratas/RN)
Nome completo: José Agripino Maia
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CARTÃO DE CREDITO.:
  • Propõe que seja lido agora o requerimento de abertura de uma CPI no Senado, para investigação dos cartões corporativos e se compromete a participar da reunião da próxima terça-feira para debate da pauta.
Aparteantes
Arthur Virgílio.
Publicação
Publicação no DSF de 04/04/2008 - Página 7952
Assunto
Outros > COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CARTÃO DE CREDITO.
Indexação
  • REITERAÇÃO, PEDIDO, LEITURA, REQUERIMENTO, CRIAÇÃO, SENADO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), CARTÃO DE CREDITO, EXECUTIVO, PRAZO, INSTALAÇÃO, INDICAÇÃO, MEMBROS, RESPOSTA, SOCIEDADE, GRAVIDADE, FRUSTRAÇÃO, TRABALHO, COMISSÃO PARLAMENTAR MISTA DE INQUERITO, OBSTACULO, BANCADA, GOVERNO, INVESTIGAÇÃO, JUSTIFICAÇÃO, PROPOSTA, OBJETIVO, MELHORIA, REPUTAÇÃO, CONGRESSO NACIONAL, APRESENTAÇÃO, COMPROMISSO, PARTICIPAÇÃO, REUNIÃO, DEBATE, PAUTA, VOTAÇÃO.

         O SR. JOSÉ AGRIPINO (DEM - RN. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Pelo que pude entender, V. Exª parece que vai ler o requerimento ainda hoje, mas apenas depois do pronunciamento que fará, que suponho não seja sobre o requerimento. Suponho que seja sobre outro assunto.

         O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Se V. Exªs desejarem e abrirem mão das intervenções, inclusive o Senador Arthur Virgílio, que estava inscrito, gostaria de fazer um apelo aos dois, tanto ao Senador Arthur Virgílio quanto ao Senador José Agripino. É que pretendo, atendendo a um apelo do Senador Arthur Virgílio, fazer uma reunião na residência destinada aos Presidentes do Senado.

         Quero fazer um apelo aos Líderes para que estejam, terça-feira, aqui em Brasília, como sempre estão, para que possamos discutir uma pauta para os nossos trabalhos, tendo em vista que estamos encontrando muitas dificuldades para votar e até mesmo para debater as matérias. E eu diria até mesmo para ter uma convivência mais salutar aqui, haja vista o que ocorreu ontem. Eu não estava presente aqui, mas soube que não foi um momento que engrandeceu o Parlamento do nosso País, principalmente a sua Casa mais alta, o Senado Federal.

         Era o apelo que queria fazer a V. Exªs, assumindo o compromisso de que, se nós não chegarmos a um consenso sobre a votação de matérias cuja prioridade nós mesmos iríamos debater - e eu não tenho por que deixar de assumir este compromisso com V. Exªs - na terça-feira eu leria o requerimento.

         O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Faço uma proposta a V. Exª.

         O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Pois não.

         O SR. JOSÉ AGRIPINO (DEM - RN) - Sr. Presidente, eu estou com a palavra? Se V. Exª quiser, pode fazer a proposta, mas eu queria apresentar uma alternativa. Mas ouço o Senador Arthur Virgílio.

         O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Seria V. Exª ler agora, conforme o compromisso que temos nós dois com nossas Bancadas e discutiríamos na terçafeira a constituição. O que não podemos é continuar com aquele clima da CPMI, que mistura todos em uma vala comum e exige que nós usemos o que sempre foi dito para todos e por todos da Oposição como o nosso plano B.

         A minha proposta seria outra: V. Exª leria e nós discutiríamos na terça-feira o momento da instalação.

         Quem sabe até isso leve a CPMI a perceber que não é possível entenderem que vai sair um relatório que não ouve autoridade alguma, não ouve nem ecônomo, não quebra sigilo de quem quer que seja. Simplesmente significará a mais redonda e rotunda pizza que já se compôs neste País. A minha sugestão seria essa. Agora, eu não...

         Sinceramente, V. Exª sabe o quanto gosto de colaborar com V. Exª, mas não gostaria de sair daqui frustrando a minha Bancada sem ter algo que me comprometi com ela que obteria, que seria a leitura, conforme é do nosso direito, a leitura hoje da CPI.

         O SR. JOSÉ AGRIPINO (DEM - RN) - Sr. Presidente.

         O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Com a palavra o Senador José Agripino.

         O SR. JOSÉ AGRIPINO (DEM - RN) - Nós nos entendemos de ouvido. É mais ou menos o que iria propor a V. Exª. A leitura do requerimento não significa a instalação. A leitura significa dizer que o assunto está sobre a mesa e que a instalação vai depender da indicação dos membros. Ela será instalada na medida em que exista, pelo menos, maioria dos membros indicados. Então, o que nós estamos querendo é que ela seja lida, porque o episódio da sessão de hoje de manhã foi pior do que o que aconteceu ontem à noite neste plenário. Aqui ocorreram, Presidente Garibaldi, frases mal colocadas, agressões injustificáveis. Agora, no plenário da CPMI, ocorreram agressões à sociedade, à instituição. A Base governista disse claramente ao Brasil que não queria investigar. Isso é o que desmoraliza a Casa, mais do que uma eventual troca de palavras ásperas entre um Senador e uma Senadora. Eu reputo, no meu entendimento, que a agressão é mais forte quando você se nega a fazer aquilo que é do interesse coletivo do que quando você assiste a atritos individuais entre duas pessoas.

         Então, o que eu peço a V. Exª é que faça a leitura. E nós, atendendo ao seu apelo, sim, tanto Arthur Virgílio quanto eu, na terça-feira, discutiremos a pauta a que V. Exª se refere. E quero dizer que a atitude que tomamos de pedir a leitura se deve exclusivamente ao ato a que nós assistimos, hoje, de identificar claramente, na sessão de hoje, que a Base do Governo não quer investigar.

         A Senadora Marisa Serrano é Presidente de uma comissão que não vai dizer coisa nenhuma; ela não vai dizer a que veio. Ela tende a presidir uma comissão que vai fazer “o que seu mestre mandar”. E o mestre está lá no Palácio do Planalto, tranqüilinho da vida, deitando falação. E nós não podemos coonestar aquilo que seu mestre quer mandar.

         Então, eu quero dizer a V. Exª que, até numa manifestação de apreço, de respeito a Presidente Marisa Serrano, que tem agido com toda dignidade, com altivez, com autoridade, para preservar a autoridade de S. Exª é que nós queremos estabelecer um contraponto a bem da credibilidade do Senado e do Congresso Nacional.

         É a proposta que fazemos a V. Exª: que seja lido hoje, e aguardamos o apelo de V. Exª para que, terça feira, possamos chegar a um entendimento.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/04/2008 - Página 7952