Discurso durante a 64ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração do Quadragésimo Oitavo Aniversário de Brasília.

Autor
Flexa Ribeiro (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PA)
Nome completo: Fernando de Souza Flexa Ribeiro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do Quadragésimo Oitavo Aniversário de Brasília.
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2008 - Página 10994
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, BRASILIA (DF), DISTRITO FEDERAL (DF), LEITURA, TRECHO, LIVRO, JUSCELINO KUBITSCHEK, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, DECLARAÇÃO, ASTRONAUTA, LUCIO COSTA, ARQUITETO, MEMORIA NACIONAL, CONSTRUÇÃO, NOVA CAPITAL, DIRETRIZ, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, SAUDAÇÃO, OPORTUNIDADE, INTEGRAÇÃO, REGIÃO AMAZONICA, ESPECIFICAÇÃO, ESTADO DO PARA (PA).

            O SR. FLEXA RIBEIRO (PSDB - PA. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, celebramos, nesta sessão especial, os 48 anos da inauguração de Brasília, a capital de todos os brasileiros!

            O Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira, no livro Por Que Construí Brasília, faz uma afirmação histórica, sucinta, objetiva e muito precisa do que representa Brasília para nosso futuro como grande nação: "É nítida a linha divisória que separa duas fases antagônicas da nossa História. Há um Brasil de antes de 1956, afundado no marasmo econômico, descrente de si mesmo, e outro Brasil, confiante nas próprias energias, otimista, cioso da sua soberania e consciente do relevante papel que lhe compete representar no concerto das grandes nações. Qual o motivo da súbita mentalidade? As razões são diversas, mas sobressai-se, entre todas, a construção da nova capital".

            O astronauta russo Yuri Gagarin, ao visitar Brasília e ser recebido pelo Presidente Kubitschek, afirmou: "A idéia que tenho, Presidente, é a de que estou desembarcando num planeta diferente, que não a Terra".

            "Digam o que quiserem, Brasília é um milagre. Quando fui lá pela primeira vez, aquilo tudo era deserto a perder de vista. Havia apenas uma trilha vermelha e reta descendo do alto do cruzeiro até o Alvorada, que começava a aflorar das fundações, perdido na distância. Apenas o cerrado, o céu imenso, e uma idéia saída da minha cabeça. O céu continua, mas a idéia brotou do chão como por encanto e a cidade agora se espraia e adensa".

            Essas declarações do autor do projeto urbanístico de Brasília, Lúcio Costa, foram publicadas na revista Manchete, no já longínquo ano de 1974, e continuam atuais, pois demonstram a capacidade do brasileiro de realizar o milagre da transformação deserto num campo fértil.

            Se pudemos fazê-lo ontem, em precárias condições, com muito maior razão poderemos fazê-lo hoje, quando o progresso e a tecnologia colocam à nossa disposição um infindável número de possibilidades!

            Brasília é produto da associação da genialidade de Lúcio Costa e de Oscar Niemeyer e da determinação inquebrantável de Juscelino Kubitschek e Israel Pinheiro. Mas também é fruto de todos aqueles que, em busca de dias melhores, para cá vieram, dar seu suor, na construção da nova capital do Brasil.

            A esses pioneiros, e às suas famílias, nossas eternas homenagens!

            A construção de Brasília não foi fácil! Além das dificuldades logísticas, havia também as de ordem política e financeira!

            A esse respeito, Lúcio Costa, em 1988, afirmou: "Brasília é, portanto, uma síntese do Brasil, com seus aspectos positivos e negativos, mas é também testemunho de nossa força viva latente. Do ponto de vista do tesoureiro, do Ministro da Fazenda, a construção da cidade pode ter sido mesmo insensatez, mas do ponto de vista do estadista, foi um gesto de lúcida coragem e confiança no Brasil definitivo".

            Hoje, decorridos 48 anos da inauguração de Brasília, se Lúcio Costa ainda estivesse entre nós, ele certamente concluiria que a visão do estadista, o ponto de vista e a capacidade de enxergar e antecipar o futuro, do Presidente Juscelino Kubitschek representa mais lucidez, mais coragem, mais confiança melhores resultados sociais e econômicos para o Brasil para as atuais e as futuras gerações.

            A história comprovou que a visão do estadista é superior, é mais ampla, é mais produtiva e é mais eficaz, no longo prazo. Ela é superior ao ponto de vista restritivo e limitado do administrador financeiro, do tesoureiro, do gestor das finanças públicas.

            Isso não significa, de modo algum, estimular nem fomentar a irresponsabilidade fiscal. Ao contrário, significa dizer que os objetivos e prioridades nacionais e o interesse público de longo prazo são mais importantes que as restrições orçamentárias!

            Sobretudo naquele momento histórico, crítico para o Brasil, isso era particularmente verdadeiro. Vivíamos um tempo em que o País precisava crescer, precisava deixar de ser apenas um país agrícola e procurava ingressar na era industrial, incorporando a idéia central do desenvolvimento econômico. Nesse contexto, nada mais fundamental do que interiorizar a capital do Brasil! Nada mais fundamental do que construir Brasília, a capital da Esperança!

            Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, ao comemorarmos os 48 anos de Brasília, temos a oportunidade de olhar o passado e, ao mesmo tempo, pensar o futuro, pensar o que o Governo Kubitschek representou para nosso desenvolvimento social, econômico, cultural, político, artístico e esportivo.

            Até 1956, o Brasil era um país eminentemente agrícola, com poucas perspectivas de desenvolvimento, com graves problemas de desigualdades regionais e sociais.

            Hoje, o Brasil se encontra entre as maiores e principais economias do planeta e muito se deve à coragem, ao empreendedorismo, à visão de futuro, ao idealismo do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira e à construção de Brasília.

            O historiador Ronaldo Costa Couto, no livro Brasília Kubitschek de Oliveira, afirma: "JK: o mais feliz e popular presidente do Brasil, um visionário. Era JK: a alegria e a ação no poder, o Brasil na construção de um sonho. Democracia, estabilidade política, desenvolvimento econômico acelerado, modernização do país, elevação da auto-estima, esperança de dias melhores, certeza de futuro brilhante, a descoberta da vastidão interior".

            Como representante do Estado do Pará nesta Casa, ao lado dos Senadores Mario Couto e José Nery, não poderia deixar de fazer menção à enorme importância de Brasília para a integração do Pará ao restante do País, por intermédio da construção da rodovia Belém-Brasília. Somos um Estado gigantesco, que possui muitos lugares de difícil acesso, onde só é possível chegar pela via fluvial ou então pelo ar. A construção da rodovia ligando Belém à capital do País representou a criação de um canal de ligação direta com os centro-sul, tornando a capital paraense mais próspera e trazendo desenvolvimento para o nosso Estado.

            Difícil imaginar, Senhoras e Senhores Senadores, o que seria o Pará, hoje, sem Brasília!

            Neste momento, em que presto esta singela homenagem a Brasília e à memória desejo invocar e me inspirar nos mais altos ideais do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira e reafirmar minha confiança inabalável na democracia, no desenvolvimento social e econômico do Brasil e na grandeza do nosso povo.

            Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente!

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2008 - Página 10994