O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Flexa Ribeiro, Srªs e Srs. Senadores, rapidamente, eu queria reforçar aqui as palavras do Senador Geraldo Mesquita Júnior.

            Hoje, pela manhã, estávamos fazendo um debate sobre os 120 anos da abolição não conclusa e, ao mesmo tempo, fazendo uma homenagem aos trabalhadores, porque amanhã é o dia 1º de maio, quando o Senador Geraldo Mesquita Júnior nos apresentou uma série de recortes de jornais e blogs em que esse cidadão, que diz que é professor - tenho o maior carinho pelos professores do nosso País -, chamado Antônio Dantas, Coordenador do curso de Medicina da Universidade Federal da Bahia - nem vou repetir tudo o que ele disse aqui -, disse, entre outras palavras, Senador Antonio Carlos Júnior e Senador César Borges, que berimbau é coisa de quem não pensa, que o povo baiano o toca porque o instrumento tem só uma corda. Ele também disse que o Olodum só faz barulho, ofendendo também aquele grupo. Li toda a matéria, e ele diz mais à frente: “Feliz do povo do Sul (eu sou do Sul), porque para lá foram alemães e italianos”.

            Em resumo, é tão grave a ofensa que ele faz ao nosso querido povo baiano, que V. Exªs tão bem representam aqui, e ao nosso País, que, de pronto, a Comissão entendeu - naturalmente, pegaremos a assinatura de V. Exªs - por bem aprovar um voto de repúdio a essa matéria divulgada, não ao jornal que a divulgou corretamente, mas, sim, a quem fez esse tipo de afirmação, ofendendo todo o povo brasileiro, ferindo os direitos humanos. Nessa matéria, ele diz: “O problema é o baixo QI dos baianos”.

            Senador César Borges, nem sempre aqui estamos no mesmo debate, mas quero dizer que V. Exª é um cidadão competente, qualificado, como é todo o povo baiano.

            Senador Geraldo Mesquita Júnior, trata-se de ofensa direta, pois ele diz que o QI dos baianos é baixíssimo e que, por isso, o resultado nas provas do exame em questão foi baixo. Diante disso, tomaria até a liberdade de fazermos aqui um voto de solidariedade ao povo da Bahia e um voto de repúdio a esse cidadão pelo ato criminoso, porque racismo e preconceito são crimes e não prescrevem. Portanto, ele tem de ser processado.

            Vou além: acho que é obrigação do Reitor da Universidade Federal da Bahia, de pronto, pedir que ele bote o cargo à disposição. E peço isso, porque não sou eu quem tem força de demiti-lo, porque, se eu estivesse lá, com certeza, encaminharia hoje mesmo a demissão desse cidadão.

            É isso, Sr. Presidente. Faço questão de ouvir nossos representantes da Bahia, que agora é que estão tomando pé na situação - também só tomei conhecimento disso perto do meio-dia.