Discurso durante a 80ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

A situação de calamidade pública por que passa o Hospital do Fundão, no Rio de Janeiro. Preocupação com a situação do setor de saúde no Estado do Piauí.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SAUDE.:
  • A situação de calamidade pública por que passa o Hospital do Fundão, no Rio de Janeiro. Preocupação com a situação do setor de saúde no Estado do Piauí.
Aparteantes
Francisco Dornelles.
Publicação
Publicação no DSF de 20/05/2008 - Página 14985
Assunto
Outros > SAUDE.
Indexação
  • DEPOIMENTO, EXPERIENCIA, ORADOR, EXERCICIO PROFISSIONAL, MEDICINA, ANALISE, PRECARIEDADE, SAUDE PUBLICA, BRASIL, GRAVIDADE, ABANDONO, HOSPITAL ESCOLA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), MANIFESTAÇÃO COLETIVA, ESTUDANTE, CRITICA, DECLARAÇÃO, NECESSIDADE, RECURSOS, PAGAMENTO, DIVIDA, FORNECEDOR, REGISTRO, SUSPENSÃO, PROCEDIMENTO, LEITURA, NOTICIARIO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, NEGLIGENCIA, SETOR.
  • SEMELHANÇA, SITUAÇÃO, ESTADO DO PIAUI (PI), PARALISAÇÃO, HOSPITAL, PROTESTO, MANIFESTAÇÃO, PROPAGANDA, GOVERNO, INAUGURAÇÃO, FALTA, CONDIÇÕES DE TRABALHO, COBRANÇA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATENÇÃO, SAUDE PUBLICA.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Antonio Carlos Valadares, que preside esta reunião de segunda-feira, Parlamentares presentes na Casa, brasileiros e brasileiras que aqui presentes e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado da República - a TV Senado, a Rádio AM, a Rádio FM, o Jornal do Senado, a Agência de Notícias do Senado -, Senador Antonio Carlos Valadares, quis Deus que a sessão fosse presidida agora por um médico.

            Então, Mozarildo - V. Exª é médico -, muito à vontade, vamos trazer este assunto, a saúde. Nós, eu e o Presidente Mozarildo, que aí está, Senador Paim, gastamos os melhores anos de nossas vidas, aspirando a um sonho, a saúde, para buscarmos ciência para a consciência e, com consciência, servirmos a nossa gente. Ô Paulo Paim, Martin Luther King disse “Eu tive um sonho”, e quis Deus fosse adentrando o Presidente desta Casa, Garibaldi Alves.E nós, Mozarildo, tivemos o nosso sonho: o de ser médico.

            Vimos que a Organização Mundial de Saúde dissertava que saúde não é apenas a ausência de enfermidade ou doença, mas o mais completo bem-estar físico, mental e social. Entendo que ela deveria ser assim como o sol, igual para todos, Paulo Paim.

            Mas, Presidente Garibaldi, que dá o exemplo de trabalho - chega, na segunda-feira, lá do Rio Grande do Norte para dar o exemplo do trabalho -, Padre Antônio Vieira já dizia que palavras sem exemplo são como um tiro sem bala. O exemplo arrasta. Então, V. Exª aí dá o exemplo.

            Paulo Paim, o nosso Presidente, Luiz Inácio, no seu entusiasmo de bom comunicador, disse que a saúde, neste País, Mozarildo, está atingindo as raias da perfeição.

            Paim, nosso Martin Luther King, Martin Luther King disse que tinha um sonho: acabar com os preconceitos raciais, para todos sermos iguais. Eu também tive um sonho. Ó Presidente Luiz Inácio, formei-me em Medicina em 1966. Sou do Piauí, então tive o privilégio, Mozarildo, não sei V. Exª, de conhecer o Rio de Janeiro. Eu passava lá; sonhava estudar lá no Rio de Janeiro, no Hospital Clemente Fraga, o que se chama Fundão. Acho que esse foi o sonho de toda a geração dos anos 60 que desejava ser médico.

            Passava no Rio de Janeiro. Quem conhece o Rio de Janeiro e vai para o aeroporto do Galeão... Ô Jarbas, aquela beleza de hospital, o Fundão! Acho que toda a nossa geração, dos anos 60, queria formar em Medicina no Hospital Clemente Fraga, no Fundão.

            Paim, como aquele sonho de Martin Luther King, não sei qual era o seu, esse era o meu. Mas como eu era do Piauí... Graças a Deus, Luiz Inácio, o ensino público era levado com seriedade. Não me formei no Rio de Janeiro, não. Fui fazer vestibular no Ceará, na Universidade Federal do Ceará. Muito boa, extraordinária. Mas fiz alguns cursos no Rio e depois fui fazer a residência no Hospital dos Servidores do Estado. E aquele sonho, eu passava... Aliás, todo mundo que chega de avião tem de ir para o Centro. Olha que beleza! Hospital do Fundão. Está vendo, Paim? Um dia...

            Luiz Inácio, fiz um pronunciamento, há uma semana. Tenho uma filha, agora médica, estagiando na Santa Casa do Rio de Janeiro, e tenho ido lá. Fui neste fim de semana. Fiz o pronunciamento na semana passada. Aquele meu sonho... Olha, Luiz Inácio, Vossa Excelência vai tanto ao Rio de Janeiro, que o Governador, nosso companheiro, Senador que sentava ali, Sérgio Cabral, dizia que Luiz Inácio é um “garoto” do Rio de Janeiro... Não sei como Vossa Excelência chega ao aeroporto. Aí aquele meu sonho se transformou em pesadelo. A gente passa por fora daquele hospital, em que eu tencionava estudar, ser médico residente, e logo vê o caos: não tem mais janela, não tem porta; a metade está acabada.

            No Rio de Janeiro! O hospital que foi o sonho de toda a mocidade, Garibaldi, que quis se dedicar à Medicina, o Fundão!

            V. Exª também viaja; já deve ter passado e visto o que é aquilo. Fiz um pronunciamento no sábado passado lá.

            E aqui está: greve no Rio de Janeiro. Jornal de sábado, O Globo. Bote aí bem grande. Garibaldi, é uma vergonha! O nosso Presidente, Luiz Inácio, disse: “A saúde está atingindo as raias da perfeição”. Bote bem grande na televisão. Faça de conta que é para o Mercadante, do PT, do Partido do Governo. Quando é para o Mercadante, sai do tamanho de um outdoor na televisão.

            “Ato por hospital fecha parte da Linha Vermelha.” Aquilo que era um sonho. Aquele era um Brasil organizado, responsável. Sonhei trabalhar nesse hospital. Mas a gente passa e vê que ele não têm mais portas, janelas. E os estudantes todos, correndo risco de vida, foram interromper o trânsito na Linha Vermelha.

            Ô Paim, Luiz Inácio disse que não deve ao FMI. Muito bem, mas só lá ele deve - está aqui a reportagem do diretor - R$10 milhões aos fornecedores. Isso quer dizer que nenhum farmacêutico vende mais para o hospital.

            Eu, no lugar de Luiz Inácio, deveria aos bancos internacionais e daria esse dinheiro para esse hospital, gastaria menos com os cartões corporativos, nomearia menos. Ele nomeou 25 mil pessoas sem concurso, que, como diz a Bíblia, entraram pela porta larga da vadiagem. O DAS 6 ganha R$10.448,00. Eu diminuiria a viagem, a propaganda, a publicidade, a campanha antecipada e daria esses R$10 milhões para pagar os medicamentos daquele que já foi o maior hospital do Brasil, hospital em que sonhei estudar e me formar. Está aqui.

            E mais, Paim: diz o nosso diretor de lá, do Hospital Clementino Fraga Filho, conhecido por Fundão, o maior hospital-escola do nosso País: “Ontem, o diretor-geral do Hospital do Fundão, Alexandre Cardoso, afirmou que a situação da unidade ainda é a mesma, e transplantes, marcações de consultas e novas internações continuam suspensas”.

            Atentai bem! Se o hospital, Paim, dos meus sonhos... É! Todo médico sonhava estagiar nesse hospital, fazer residência, ser aluno de lá. Eu não fui. Mas o sonho hoje é o pesadelo dos que lá estão, dos enfermeiros, dos médicos, dos doentes, dos estudantes de Medicina, dos estudantes de Farmácia, de Enfermagem, de tal maneira que vão para a Linha Vermelha chamar a atenção, correndo risco de vida. Obstruíram, no sábado, a Linha Vermelha, aquela construída por Brizola, que vai do Aeroporto do Galeão ao centro do Rio de Janeiro.

            E o nosso Senador Sérgio Cabral disse que Luiz Inácio é um garoto do Rio de Janeiro. Ô Sérgio! Ele sentava bem ali do meu lado. Que vergonha!

            O diretor, ô Paim! É dinheiro pouco. Ô Dornelles, V. Exª chegou bem! Falo do Fundão. Não sei qual foi o seu sonho. O meu sonho é como o de Martin Luther King, como o de Paim, que sonha ver um país por igual, sem discriminação. Ô Dornelles, meu sonho era estudar Medicina nesse hospital, trabalhar nele, ser residente. Era o sonho de todos os brasileiros. Eu me formei no Ceará. Era do Piauí, mas que sonhei, sonhei. Depois, todos vão para a linha vermelha para chamar a atenção. E o nosso Luiz Inácio disse que a nossa saúde está raiando a perfeição. Falo do Hospital do Fundão.

            Ô Dornelles, V. Exª se encontra com Sérgio Cabral? Eu gostava muito dele. Ele sentava ali. Era meu vizinho. Foi quem mais votou contra Luiz Inácio. Quatro anos! Eu e ele. Agora, disse que Luiz Inácio é um garoto do Rio de Janeiro.

            Aquele é o símbolo maior da educação médica.

            Dornelles, V. Exª vai dar um aparte e eu vou receber o seu aparte. Mas o diretor... V.Exª que é do PP, que apóia o Presidente. O que o diretor quer é um cheque de R$10 milhões para pagar as dívidas, porque ninguém quer vender remédio. O que ele quer é um orçamento de R$20 milhões para recuperar o maior patrimônio da Medicina do Brasil.

            Então, antes de ouvir Dornelles, a sensibilidade, a pureza na política, Presidente do PP, que antes de se imolar, Tancredo Neves o nomeou Secretário de Fazenda.

            Mas vamos ouvir, Paim, a voz da mocidade pura.

            Ô Garibaldi, eu sou orgulhoso porque eu tenho uma filha que se formou em Medicina - é toda pura; eu fui ver, no Rio de Janeiro - estudante, idealista, sonhador. Se há pureza, é no médico recém-formado. Olha o que dizem eles, estudantes - eu fui residente. Se há gente pura... Ô Garibaldi, que ambiente bom era o dos médicos-residentes, muito melhor do que o nosso - político - muito mais puro, muito mais decente. Só sonhadores!

            Olha o que dizem eles, ô Dornelles:

Às 9h30min, estudantes e residentes fecharam a Avenida Brigadeiro Trompowski, na ilha do Fundão. Quinze minutos depois, eles foram para a ilha Vermelha, bloqueando o tráfego.

Alguns motoristas passavam pela única faixa liberada da via dando gritos de apoio ao movimento.

            Não se zangaram, não, porque viram que era justo. As portas estão caindo, as janelas estão caindo; caiu a moral, caiu a vergonha, caiu a ética, caiu a decência! E é o garoto do Rio, o Luiz Inácio. Atentai bem!

             

Outros reclamavam. O motorista de um Ford Fox vermelho saiu do carro e esbravejou: “Precisa fechar o trânsito?” Policiais militares estiveram no local e pediram que a via fosse liberada. Após conversar com os manifestantes, conseguiram liberar uma pista e meia. O coordenador do centro acadêmico do curso de medicina da UFRJ (que tem 1.200 alunos [sem poder estudar]), Ricardo Farias Júnior, de 23 anos [lembro os meus 23 anos, Senador Paim, marcados pela pureza, por ter sido sonhador. Ainda não tinha conhecido essas malandragens e a más companhias da política; era puro. Vejo-me nesse jovem há 40, 42 anos], graduando do sétimo período, afirma que a falta de estrutura prejudica o ensino:

- Sem recursos próprios, não há atendimento digno. Não queremos nos acostumar a trabalhar errado, como as emergências de hospitais públicos fizeram. Queremos ensino digno e de qualidade.

Opinião parecida tem o residente em cirurgia plástica Alessandro Grossi. Ele destaca o número de procedimentos que estão suspensos: -Tanto a assistência a pacientes como a formação de médicos, nutricionistas, enfermeiros e fisioterapeutas ficam prejudicadas. Por mês, são realizados aqui cerca de mil cirurgias e 25 mil atendimentos ambulatoriais, mas as operações estão suspensas, e o atendimento, reduzido.

            No Rio de Janeiro! E lá no meu Piauí? Acontece a mesma coisa. Lá fizeram aquele negócio que o caboclo diz, ô Garibaldi: trocaram seis por meia dúzia. Abriram um, mas só no marketing, na propaganda, e fecharam outro do Estado, que, por sinal, eu tinha construído.

            Mas atentai bem! Olhem o que diz a carta: fecharam, porque não tem anestesista. Só inauguração, só cacarejadores, galinhas e galos cacarejadores por aí afora!

            Olhem o que diz este jornal, na primeira página - bota aí grandão! Inauguraram no Piauí, mas não funciona, não tem anestesista: “sem acordo, médicos dizem que não atuam em hospital”. Luiz Inácio foi lá, inaugurou e não funciona! Não teve nenhuma cirurgia. Os anestesistas pararam. Essa é a realidade.

            Dornelles, eu não sei lá no Rio, mas, no Piauí, eu aprendi com um caboclo que é mais fácil tapar o sol com a peneira que esconder a verdade. Essa é a verdade: a dengue, a malária, as filas, a tuberculose aumentando, a doença de chagas, a rubéola - em nós, homens, não dá nada, mas, em uma mulher grávida que tenha rubéola, o filho já nasce... -, tudo aumentando.

            Com a palavra esse grande representante do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles.

            O Sr. Francisco Dornelles (Bloco/PP - RJ) - Senador Mão Santa, quero cumprimentar V. Exª pelas palavras sempre lúcidas e muito apropriadas que traz ao Plenário do Senado. Quero também trazer a minha solidariedade plena a todo esse movimento de protesto dos estudantes do Fundão, pela situação de calamidade pública em que se encontra o seu hospital. No passado, esse hospital, como V. Exª falou, foi padrão, um hospital-modelo que muito orgulhava o Rio de Janeiro. Quero dizer a V. Exª que a situação do Hospital do Fundão não difere muito da dos outros hospitais federais do Rio de Janeiro. O Presidente Lula tem realmente destinado ao Rio de Janeiro importantes investimentos na área da infra-estrutura, na área do transporte, na área social - destinou investimentos para algumas comunidades mais carentes que realmente significam grande preocupação de natureza social -, mas o Ministério da Saúde parece que ainda não tomou conhecimento da situação dos hospitais do Rio de Janeiro, dos hospitais federais, porque todos eles se encontram em situação de calamidade pública. Cumprimento V. Exª por trazer esse assunto ao Senado e trago minha integral solidariedade aos estudantes do Fundão. Muito obrigado.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Agradeço-lhe e incorporo o aparte de V. Exª, que é um dos homens da maior probidade. Não é para nos desesperarmos na política, não: há homens que nos orgulham. Esse é o legítimo herdeiro de Tancredo Neves, aquele que se imolou para fazer renascer a democracia, e, antes, Tancredo o nomeou Secretário da Fazenda. Então, o Rio de Janeiro tem um grande representante.

            Agora, queremos ajuntar o Piauí. Paim, por isso, eu disse que o Partido dos Trabalhadores... Não tenho ódio, rancor ou ressentimento; estou é ajudando o Luiz Inácio, que, em Teresina, tem um extraordinário candidato a prefeito. “Nazareno critica falta de médicos no Zenon Rocha”. É do PT, é médico, extraordinário Secretário de Saúde e candidato a prefeito. “Nazareno critica fechamento do HUT”. É do PT. No PT, há gente boa, não a maioria. Há muito aloprado, mas também há gente boa. Está ali o Paim, que é gente boa. E o Nazareno, que é gente boa, está com o mesmo discurso aqui, reclamando pela saúde do Piauí. E, quanto à situação da saúde do Rio de Janeiro, o Dornelles, aqui, confirma.

            O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Senador Mão Santa, V. Exª, que tanto elogiou o Senador Francisco Dornelles, saiba que S. Exª é o próximo orador e está dependendo da sua compreensão. Todos nós queremos ouvir a sua palavra, mas também queremos ouvir o Senador Francisco Dornelles.

            Vou dar uma prorrogação a V. Exª de cinco minutos. Está bom?

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Basta um minuto. Cristo fez o Pai-Nosso em um minuto.

            O SR. PRESIDENTE (Garibaldi Alves Filho. PMDB - RN) - Concederei, então, mais dois minutos a V. Exª.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - A sabedoria está no meio. Então, dê-me dois minutos e meio - nem cinco minutos nem um minuto. A verdade está no meio.

            Queremos sensibilizar. Está escrito no Livro de Deus - falei no Pai-Nosso, que é Dele, feito em um minuto -: “Procurai e achareis; batei e abrir-se-vos-á”. Então, estamos batendo aqui na sensibilidade do Presidente Luiz Inácio. “Pedi, e dar-se-vos-á”, mas não só para o Rio de Janeiro. No Rio de Janeiro, Deus foi pródigo com a natureza. Dê para o Rio e para todo o Brasil.

            A classe médica está sofrida. Garibaldi, lá na sua cidade de Natal, deve haver isso. Um quadro vale mais do que dez mil palavras. Se, no Rio de Janeiro, o nosso Senador Sérgio Cabral deu o titulo a Luiz Inácio de “O Garoto do Rio de Janeiro”, como estará a saúde na Ilha de Marajó, no Pará, de Mário Couto, e no interior do meu Piauí, na Capital? Está aqui reclamando esse grande Líder do Partido dos Trabalhadores, Nazareno, criticando o fechamento do HUT. Isso está na primeira página.

            Então, ô Papaléo Paes, ele veio pelo clamor dos médicos. O Sistema Único de Saúde (SUS) foi bendito! Era para que a saúde fosse igual ao sol, para todos, mas acontece, Senador Dornelles, que as tabelas são irrisórias; nada foi atualizado. Ainda há consultas a R$2,00 pagas pelo SUS. Não dá, não dá! Infelizmente, essa é a verdade, a realidade. Passa-se por aí, pelos hospitais, e se pode ver que neles não há mais lençóis. Há plásticos no chão, filas.

            Para a saúde pública no nosso Brasil, eu faria quase aquele discurso de Afrânio Peixoto, o primeiro professor de Higiene: “No Rio de Janeiro, a saúde pública é feita pelo sol, pela chuva e pelos urubus”. Isso é o que está acontecendo no Brasil. Doenças que já tinham acabado e sido afastadas voltam a aniquilar o povo do Brasil. Vamos lembrar aquela mãe que sofre pelo seu filho que morre de dengue ou aquela gestante que vê nascer um filho monstro, porque voltou a rubéola. Em nós, homens, não há problema algum, pois é uma espécie de sarampo, mas, se a mulher gestante tem rubéola, o filho nasce um monstro. Também a tuberculose, que era do passado, está voltando.

            Então, pedimos a Sua Excelência o Presidente da República: que deva ao Fundo Monetário Internacional (FMI) ou ao Bird, mas que pague as dívidas dos hospitais brasileiros, pois o povo brasileiro está sofrendo!

            Então, essas são as nossas palavras. E gostaria de agradecer ao Presidente Garibaldi Alves, que veio aqui assistir à sessão de segunda-feira, ao nosso pronunciamento. Que o benefício chegue ao Estado dele, o Rio Grande do Norte, em que, penso, a saúde está com as mesmas mazelas que no Rio de Janeiro e no nosso Piauí.

 

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DOCUMENTO A QUE SE REFERE O SR. SENADOR MÃO SANTA EM SEU PRONUNCIAMENTO.

(Inserido nos termos do art. 210, inciso I e § 2º, do Regimento Interno.)

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Matéria referida:

-      “Ato por hospital fecha parte da Linha Vermelha”; (O Globo, 17/05/08);

-     “Nazareno critica fechamento do HUT”;

-     “Nazareno critica falta de médicos no Zenon Rocha”.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 20/05/2008 - Página 14985