Fala da Presidência durante a 58ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre aprovação dos projetos de leis 42 e 296, em defesa do aposentados e pensionistas. Registra várias propostas de emendas constitucionais e projetos de leis que tramitam no Congresso Nacional em defesa do servidor público.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM. PREVIDENCIA SOCIAL. POLITICA SALARIAL.:
  • Considerações sobre aprovação dos projetos de leis 42 e 296, em defesa do aposentados e pensionistas. Registra várias propostas de emendas constitucionais e projetos de leis que tramitam no Congresso Nacional em defesa do servidor público.
Publicação
Publicação no DSF de 23/04/2008 - Página 10272
Assunto
Outros > HOMENAGEM. PREVIDENCIA SOCIAL. POLITICA SALARIAL.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, AUTORIDADE, PARTICIPAÇÃO, SESSÃO, HOMENAGEM, APOSENTADO, SERVIÇO PUBLICO, COMENTARIO, RELEVANCIA, ATUAÇÃO, SENADOR, APROVAÇÃO, PROJETO DE LEI, EXTINÇÃO, FATOR, NATUREZA PREVIDENCIARIA, GARANTIA, IGUALDADE, SALARIO MINIMO, REAJUSTE, BENEFICIO PREVIDENCIARIO.
  • REGISTRO, APRESENTAÇÃO, PROPOSTA, EMENDA CONSTITUCIONAL, DETERMINAÇÃO, LIMITE DE IDADE, APOSENTADORIA, DEFINIÇÃO, SALARIO MINIMO, INICIO, PISO SALARIAL, SERVIÇO PUBLICO.
  • COMENTARIO, PROJETO DE LEI, PROPOSTA, EMENDA CONSTITUCIONAL, AUTORIA, SENADOR, DEPUTADO FEDERAL, GARANTIA, DIREITO DE GREVE, FUNCIONARIO PUBLICO, INCLUSÃO, DOENÇA, LEI FEDERAL, ISENÇÃO, IMPOSTO DE RENDA, APOSENTADO, PENSIONISTA, EXTENSÃO, LICENÇA-MATERNIDADE, APOSENTADORIA ESPECIAL, SERVIDOR, ATUAÇÃO, AREA, RISCOS.
  • DEFESA, RELEVANCIA, EMPENHO, SENADOR, DEPUTADO FEDERAL, ATUAÇÃO, VIDA PUBLICA, DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS, POVO.
  • REGISTRO, COMEMORAÇÃO, ANIVERSARIO, ABOLIÇÃO, ESCRAVATURA.
  • APRESENTAÇÃO, DADOS, SUPERAVIT, SEGURIDADE SOCIAL.
  • COMENTARIO, LEITURA, TEXTO, RECEBIMENTO, ORADOR, AUTORIA, IDOSO.

            O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT - RS) - Muito obrigado pela consideração. (Palmas.)

            Termino dizendo que todo homem público tem o dever de defender um mundo melhor para todos. O que deve guiar nossos passos nesta longa caminhada é a vontade do nosso povo. Vocês serão nossos eternos conselheiros. Somente vocês, com a sabedoria do tempo, podem nos dar lição de vida. Vocês podem nos dar lição de vida, mas não uma criticazinha aqui ou ali. Isso para mim não conta.

            Neste mês de maio, comemoram-se 120 anos da abolição não-conclusa. O Senador Cristovam Buarque agraciou-me com o convite para que eu fizesse o prefácio do livro dele “Dez dias de maio de 1888”. Posso dizer a vocês, porque li todo o livro ontem, que é a mesma linguagem usada pelos escravocratas de séculos atrás, que diziam que libertar os escravos quebraria o País; é a mesma linguagem usada hoje pelos setores conservadores. Não mudou nada. É exatamente a mesma linguagem. Li todos os discursos ontem: “Vocês são irresponsáveis, vão quebrar o país libertando milhões de escravos”. Mas eu diria que os discursos deles, suas histórias e seus nomes desapareceram, foram queimados. Ficaram apenas os discursos, as histórias e os nomes dos abolicionistas, homens e mulheres como vocês, que deram suas vidas pela liberdade, pela igualdade e pela justiça. Vocês são abolicionistas, vocês são libertadores, vocês são homens e mulheres que lutam por causas justas.

            Termino e peço a vocês que considerem como se eu tivesse lido todos os argumentos que vocês conhecem. Aqui coloco o superávit da seguridade social, que, em 2007, foi de R$60,642 bilhões. Eu diria: por que não aprovam a PEC nº 24/03? O que é a PEC nº 24, que encaminhei? Ela só diz o seguinte: os recursos da seguridade social não podem ser desviados para outros fins. Pronto, resolve-se o problema da aposentadoria de todos nós. É só o dinheiro não ser encaminhado para outra área. (Palmas.)

            Muito, muito eu gostaria de falar. Sei que tenho compromisso com horário, nós temos que iniciar a sessão do Senado.

            Recebi de um idoso um belo poema, que, se vocês me permitirem, eu terminaria com ele.

            “Idoso”

            “(...) Você, idoso [diz ele, eu o recebi e prometi que ia ler aqui], é uma ponte entre o passado e o presente. Como o jovem é uma ponte entre o presente e o futuro. E é no presente que os dois se encontram.

            Você, idoso, é aquele que tem carregado o peso dos anos, mas sempre transmite experiência às gerações vindouras.

            Transmite otimismo e esperança de que sempre vale a pena lutar para que os sonhos se tornem realidade.

            O idoso se renova a cada dia que começa. Mesmo nas noites de tempestade, com a sabedoria acumulada, diz: ‘a luz virá no amanhecer’.

            O idoso tem seus olhos postos no horizonte de onde o sol desponta e a esperança se ilumina.

            Tem planos, faz da saudade o doce prazer da recordação.

            O idoso ama a vida. Vê a morte somente como uma passagem para um mundo melhor.

            Para ele o tempo passa rápido, mas a velhice nunca chega.

            As rugas [de nós todos, pois já tenho as minhas. E digo: muito obrigado, meu Deus, por tê-las!] do idoso são bonitas, porque foram marcadas pelo sorriso, pela sabedoria e pelo aprendizado conquistados no passar dos tempos. (...)”

            Meus amigos, minhas amigas, estamos certos de que os idosos lutam para verem seus direitos respeitados. Eu diria: somos idosos, sim! Sonhamos com um futuro melhor, não só para nós, mas também para os nossos filhos, netos e bisnetos.

            Somos idosos, porque a experiência nos ensinou a não desistir dos nossos sonhos e, muito menos, dos nossos direitos. Mas somos idosos, porque temos amor... amor à vida, amor a causas que consideramos justas, mas principalmente por toda a gente brasileira.

            Podemos estar cansados, alguns dizem: “mas você está doente?” E isso não nos impede de fazer com que nossas vozes sejam ouvidas. Sim, somos idosos, e não vamos desistir de lutar em favor de matérias que consideramos importantes para nós e para o futuro de todo o povo brasileiro.

            Aqui, efetivamente, termino como comecei. Comecei com a música do Milton Nascimento. Mas li só uma parte; agora leio somente a parte final.

            Diz a música, que é uma composição de Fernando Brandt e Milton Nascimento:

            “Amigo é coisa para se guardar

            No lado esquerdo do peito

            Mesmo que o tempo e a distância digam “não”

            Mesmo esquecendo a canção

            O que importa é ouvir

            A voz que vem do coração

            Pois seja o que vier

            Venha o que vier

            Qualquer dia amigo eu volto

            a te encontrar”.

            Qualquer dia, meus amigos, com certeza, a gente vai se encontrar. Se Deus quiser, vamos sempre nos encontrar, olho no olho, com muita convicção que fomos verdadeiros. Vida longa a todos vocês, meus queridos amigos!

            Muito obrigado a todos. (Palmas.)

            Essa música é para vocês.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 23/04/2008 - Página 10272