Discurso durante a 87ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comentários sobre artigo publicado pela jornalista Tiana Ellwanger, do jornal O Dia, intitulado "Previdência no pé-de-meia". A responsabilidade de a Câmara dos Deputados aprovar o fim do fator previdenciário. Homenagem pelo transcurso dos 32 anos de criação da Federação da Associação dos Municípios do Rio Grande do Sul.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PREVIDENCIA SOCIAL. HOMENAGEM.:
  • Comentários sobre artigo publicado pela jornalista Tiana Ellwanger, do jornal O Dia, intitulado "Previdência no pé-de-meia". A responsabilidade de a Câmara dos Deputados aprovar o fim do fator previdenciário. Homenagem pelo transcurso dos 32 anos de criação da Federação da Associação dos Municípios do Rio Grande do Sul.
Publicação
Publicação no DSF de 28/05/2008 - Página 16704
Assunto
Outros > PREVIDENCIA SOCIAL. HOMENAGEM.
Indexação
  • SOLICITAÇÃO, TRANSCRIÇÃO, ANAIS DO SENADO, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O DIA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), DEBATE, PREVIDENCIA SOCIAL, CALCULO, POSSIBILIDADE, TRABALHADOR, APLICAÇÃO FINANCEIRA, VALOR, CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIARIA, RESULTADO, SUPERIORIDADE, RECURSOS, CONTRADIÇÃO, INFERIORIDADE, RECEBIMENTO, APOSENTADORIA, COMPROVAÇÃO, DECLARAÇÃO, ORADOR, SUPERAVIT, SISTEMA, PROTESTO, DESVIO, AREA, SEGURIDADE SOCIAL.
  • EXPECTATIVA, APROVAÇÃO, CAMARA DOS DEPUTADOS, EXTINÇÃO, FATOR, NATUREZA PREVIDENCIARIA, DEFINIÇÃO, POLITICA, REAJUSTE, APOSENTADO, PENSIONISTA, ANUNCIO, CAMPANHA, SINDICATO, TRABALHADOR, REDUÇÃO, CONTRIBUIÇÃO, INCIDENCIA, SALARIO MINIMO, ORIENTAÇÃO, APLICAÇÃO FINANCEIRA, COMPLEMENTAÇÃO, APOSENTADORIA.
  • HOMENAGEM, PREFEITO, PRESENÇA, PLENARIO.
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, FEDERAÇÃO, ASSOCIAÇÕES, MUNICIPIOS, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (RS), ELOGIO, CONTRIBUIÇÃO, ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL, LUTA, MELHORIA, DISTRIBUIÇÃO, RECEITA.

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, ficarei exatamente nos meus cinco minutos.

            Só quero comentar, rapidamente, uma matéria produzida pela jornalista Tiana Ellwanger, que a remeteu do Rio de Janeiro, sob o título “Previdência no pé-de-meia”. Ela me solicitou, se assim eu entendesse, que comentasse, na tribuna do Senado, a matéria que ela publicou no jornal O Dia, já que falo tanto em Previdência.

            Sr. Presidente, de forma resumida, o texto diz que se os trabalhadores pudessem aplicar a quantia que recolhem para a Previdência, eles acumulariam, no fim de 35 anos, quase que uma fortuna, só com rendimentos e juros.

            Só para se ter uma idéia, Sr. Presidente, esse cálculo foi feito pela GVS Consultoria, com base nos próprios critérios da Previdência. Os cálculos mostram, e achei muito interessante, que se um trabalhador contribuísse por 35 anos sobre três salários mínimos, o que, em média, é pago nas grandes capitais, no fim desses 35 anos ele estaria com 55 anos de idade e teria, por esse critério da Previdência de hoje, um salário de aposentadoria correspondente, Senador Mão Santa, a R$690,41. Pois bem, se a mesma quantia estivesse na poupança pelo mesmo período, no fim de 35 anos ele teria acumulado R$354 mil, que lhe renderiam, a partir daí, em vez de R$600,00, R$1.083,00 de juros todo mês.

            Ele vai mais além: se esse trabalhador colocasse essa aplicação num fundo de renda fixa durante 35 anos, que lhe renderia 1% ao mês, no fim de 35 anos ele teria exatamente R$1.601.308,91.

            Assim, ele poderia sacar, por mês, não R$600,00, mas R$16.013,09 -R$16 mil por mês se ele aplicasse o seu dinheiro em um fundo de renda fixa, em vez de receber R$600,00.

            Eu aproveitei esse material, Sr. Presidente, apenas para demonstrar aquilo em que venho insistindo há tanto tempo: a Previdência brasileira é superavitária e o nosso dinheiro, ao longo da História, os Governos usam para o superávit primário. Eles usam o dinheiro que é descontado religiosamente, todo mês, do trabalhador, para o conjunto da seguridade social.

            Sr. Presidente, eu queria repetir que não é só o desconto do trabalhador e do empregador. O empregador recolhe em torno de 20%, o trabalhador, em torno de 10%, e ainda temos o dinheiro correspondente à Cofins, aos jogos lotéricos, à participação sobre lucro, ao faturamento e a outras contribuições.

            Eu faço questão, Sr. Presidente, de pedir a V. Exª que registre nos Anais da Casa a matéria do jornal O Dia, para que, mais uma vez, fique claro: ou a gente aprova o fim do fator previdenciário e uma política de reajuste para os aposentados e pensionistas que ganham pouco mais que um salário mínimo, ou, seguindo a orientação correta do movimento sindical brasileiro, faz uma campanha para que todos paguem somente sobre um salário mínimo - já que o meu destino é ganhar somente um salário mínimo, por que vou pagar sobre dez? -, recomendando que se faça uma aplicação num banco, como, por exemplo, a Caixa Econômica Federal, de forma automática, todo mês, na conta do trabalhador, do correspondente àquilo que ele teria de pagar.

            Veja bem a diferença: de R$16 mil para R$600,00. A pergunta é: onde ficam, então, esses cerca de R$15,4 mil todos os meses?

            Com essa pequena fala, Sr. Presidente, quero, mais uma vez, insistir na responsabilidade de a Câmara dos Deputados aprovar o fim do fator previdenciário, porque ele causa esse redutor, e também uma política de reajuste para os aposentados e pensionistas.

            Para concluir, Sr. Presidente, nos últimos dois minutos faço uma homenagem aos prefeitos que estão aqui.

            Farei uma homenagem, agora, ao meu Rio Grande: a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul completou, neste sábado último, 32 anos. Sei que os senhores também têm a sua federação, nos seus Estados.

            Essa entidade do Rio Grande foi criada em 1976 e congrega 25 associações regionais. É na Famurs, Sr. Presidente, que prefeitos, vice-prefeitos, vereadores, secretários e técnicos se encontram para discutir e encaminhar as propostas dos Municípios. A Federação atua de maneira política e institucional, sempre na defesa dos Municípios.

            Sr. Presidente, a sua diretoria é eleita anualmente e composta por prefeitos de todos os partidos. A entidade trabalha, também, na qualificação de agentes públicos e municipais, e no assessoramento técnico das prefeituras do meu Rio Grande. O atual presidente é o Sr. Flavio Lammel, que assumiu a entidade no dia 12 de junho de 2007 e a entrega agora, no dia 18 de junho deste ano, no Congresso de Municípios.

            O novo presidente da Famurs será o Prefeito de Igrejinha, Elir Girardi, que foi escolhido por meio de um acordo...

(Interrupção do som.)

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS) (...) suprapartidário. Todos os partidos, Sr. Presidente, participaram desse novo acordo que vai eleger o Prefeito Elir Girardi.

            Sr. Presidente, termino dizendo que uma das reivindicações da Famurs, que tem meu total apoio, é a construção do novo pacto federativo. Precisamos ter um novo pacto federativo, fortalecendo, principalmente, os Municípios. Que aumente a responsabilidade, mas aumentem, também, as receitas.

            Sr. Presidente, fiquei em cinco minutos e trinta segundos.

            Agradeço a V. Exª.

 

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SEGUEM, NA ÍNTEGRA, PRONUNCIAMENTOS DO SR. SENADOR PAULO PAIM.

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O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, queria registrar que no sábado passado, dia 24 de maio, a Famurs ( Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul) completou 32 anos de fundação.

Esta entidade foi criada em 1976 e congrega 25 associações regionais. É na Famurs que prefeitos, vice-prefeitos, secretários e técnicos municipais se reúnem para discutir os mais diversos assuntos que se referem aos Municípios.

A Federação atua de maneira política e institucional, sempre na defesa do Municipalismo, por meio de sua Diretoria, eleita anualmente e composta por prefeitos de todos os partidos.

A entidade trabalha também na qualificação dos agentes públicos municipais e no assessoramento técnico das prefeituras gaúchas.

O atual presidente é o senhor Flavio Lammel, que assumiu a entidade em Junho de 2007 e entrega o cargo em 18 de junho deste ano no Congresso de Municípios. O novo presidente da Famurs será o prefeito de Igrejinha, Elir Girardi, que foi escolhido por meio de acordo pluripartidário.

Sr. Presidente, uma das reivindicações da Famurs - e que tem o apoio deste senador - é a construção de uma novo pacto federativo. Creio que esta nova relação teria o horizonte de apontar novos caminhos para o equilíbrio na distribuição dos recursos e dos serviços a serem prestados pelos três entes da federação.

Era o que tinha a dizer,

Muito obrigado.

 

O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs Senadores, eu gostaria de fazer alguns comentários sobre uma interessante matéria veiculada no dia 11 de maio, no jornal O Dia, do Rio de Janeiro, e assinada pela jornalista Tiana Elwanger, que traz como título “Previdência no pé-de-meia”.

Resumidamente o texto diz que se os trabalhadores pudessem aplicar a quantia que recolhem ao INSS, seria possível, em alguns casos, acumular fortunas e conseguir, só com rendimentos e juros, aposentadoria muito maior do que a concedida pelo governo.

Cálculos da GVS Consultoria, com base nos critérios da Previdência, mostram que o trabalhador que tivesse contribuído por 35 anos sobre três salários mínimos (média de renda nas grandes capitais, segundo o IBGE), teria ao parar de trabalhar, aos 55 anos, aposentadoria de R$ 690,41.

Se a mesma quantia estivesse na poupança (em 2007 rendeu em média 0,6% ao mês) ele teria acumulado R$ 354 mil e poderia sacar R$ 1.773,76 ao mês, ou seja, R$ 1.083,35 a mais, só de juros, sem mexer no total.

Quando se considera opção com ganho maior (fundo de renda fixa), com rentabilidade mensal de 1%, o trabalhador acumularia, ao longo de 35 anos, o valor de R$ 1.601.308,91(um milhão, seiscentos e um mil, trezentos e oito reais e noventa e um centavos). Assim poderia sacar ao mês, após esse período, R$ 16.013,09(dezesseis mil, treze reais e nove centavos) sem mexer no dinheiro poupado.

Sr. Presidente, a matéria é longa e traz outros tópicos e pelo seu caráter esclarecedor e informativo é que eu peço que ela seja registrada nos anais desta casa, pois trouxe importante contribuição para o debate em torno dos benefícios previdenciários.

Eu sempre desconfiei que o trabalhador ganhasse mais se poupasse o dinheiro. A pergunta que fica é: para onde vai esse dinheiro? A matéria desse jornal embasa o que sempre falamos, de que não há déficit na Previdência Social. 

Repito mais uma vez que os percentuais do dinheiro da COFINS, de jogos lotéricos, do lucro, do faturamento e da contribuição do empregado e do empregador ficasse na Previdência Social, como manda a Constituição, o superávit estaria garantido.

É importante lembrarmos o importante estudo da Anfip (Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Previdência) que diz que, entre 1999 e 2005, foram desviados mais de R$ 56 milhões da Previdência. Só em 2005, mais de R$ 12 milhões tiveram outros destinos.

Era o que tinha a dizer.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 28/05/2008 - Página 16704