Discurso durante a 65ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comenta reunião conjunta das comissões de agricultura do Senado, Câmara e do Parlamento Europeu para discutir o embargo à carne brasileira e informa as exigências de comprovação de prazo de estadia do animal antes do abate, na propriedade e em zona liberada de febre aftosa.

Autor
Kátia Abreu (DEM - Democratas/TO)
Nome completo: Kátia Regina de Abreu
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
PECUARIA.:
  • Comenta reunião conjunta das comissões de agricultura do Senado, Câmara e do Parlamento Europeu para discutir o embargo à carne brasileira e informa as exigências de comprovação de prazo de estadia do animal antes do abate, na propriedade e em zona liberada de febre aftosa.
Publicação
Publicação no DSF de 30/04/2008 - Página 11023
Assunto
Outros > PECUARIA.
Indexação
  • INFORMAÇÃO, REALIZAÇÃO, REUNIÃO, COMISSÃO DE AGRICULTURA, CAMARA DOS DEPUTADOS, SENADO, COMISSÃO, PARLAMENTO, UNIÃO EUROPEIA, DISCUSSÃO, EMBARGOS, CARNE, BOVINO, EXPORTAÇÃO, BRASIL, ANALISE, SUPERIORIDADE, PRODUTIVIDADE, PAIS, AUSENCIA, SUBSIDIOS, COMENTARIO, EXCESSO, EXIGENCIA, CONTROLE, COBRANÇA, RESPEITO, ENTENDIMENTO.

            A SRª KÁTIA ABREU (DEM - TO. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Eu gostaria apenas de comunicar a esta Casa que terminamos uma reunião muito importante para o Brasil e para a pecuária brasileira, na Câmara dos Deputados, uma reunião conjunta da Comissão de Agricultura da Câmara e do Senado com o Parlamento europeu, onde discutimos o embargo à carne brasileira por parte da União Européia. Houve uma discussão quente, na qual mostramos todos os nossos descontentamentos com relação à atitude da União Européia contra a carne brasileira.

            A pecuária brasileira passou mais de 40 anos quase que sozinha, sem subsídio de Governo, sem ajuda governamental, às custas dos produtores rurais deste País, com tecnologia de ponta, que fizeram com que a pecuária brasileira pudesse ser invejada por todo o mundo, principalmente pela produção de qualidade e com baixíssimo custo. Isso irritou bastante os europeus, principalmente o Parlamento europeu, que produzem com um custo quase cinco vezes maior que o do Brasil.

            No dia de hoje, apesar das nossas animosidades, das nossas divergências, tiramos de lá uma meta importante. O presidente da Comissão de Agricultura do Parlamento europeu declarou, publicamente, que a União Européia nunca exigiu rastreabilidade tão rigorosa como a que estamos praticando no Brasil e que nunca exigiu a certificadora, nem o brinco. Eles querem apenas duas coisas: que consigamos comprovar a estada do animal por 40 dias na propriedade antes do abate e que ele esteve por 90 dias na zona liberada. Apenas esses dois fatores são as exigências declaradas, hoje, pelos participantes do Parlamento europeu no Congresso Nacional.

            Há pouco, eles encaminharam-se a uma churrascaria brasileira, a convite da CNA e das duas Comissões, para saborear a carne brasileira e conhecer a qualidade com que cuidamos do nosso rebanho.

            Dissemos a eles, Sr. Presidente, que não conhecemos nenhum brasileiro e nenhum cidadão do mundo que tenha morrido porque comeu carne com aftosa, mas conhecemos centenas de europeus que morreram por conta da “vaca louca”. Isto é o que nós queremos: o respeito mútuo. Nós precisamos vender carne para eles e eles precisam comprar carne do Brasil. Nós queremos um comportamento equilibrado, uma conversa entre pessoas maduras e adultas e não uma conversa de enganações, usando uma questão sanitária para disfarçar uma atitude econômica: o embargo econômico com relação ao custo da carne brasileira.

            O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Sr. Reinhold Stephanes, que tem sido um grande lutador nessa área, já tomou conhecimento do que aconteceu na Comissão.

            Nós vamos partir desse princípio das duas sugestões, solicitações e imposições da União Européia: os 40 dias na propriedade antes do abate e os 90 dias na zona livre de aftosa, também antes do abate.

            Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 30/04/2008 - Página 11023