Discurso durante a 68ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Homenagem de pesar pelo falecimento do Deputado Ricardo Izar.

Autor
Paulo Paim (PT - Partido dos Trabalhadores/RS)
Nome completo: Paulo Renato Paim
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem de pesar pelo falecimento do Deputado Ricardo Izar.
Publicação
Publicação no DSF de 06/05/2008 - Página 11323
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, DEPUTADO FEDERAL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, VIDA PUBLICA, EMPENHO, DEFESA, DIREITOS, TRABALHADOR, ESPECIFICAÇÃO, REDUÇÃO, JORNADA DE TRABALHO, DEFINIÇÃO, CONCEITO, SALARIO MINIMO, CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

            O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Senador Epitácio Cafeteira, não poderia deixar de falar neste momento, eu que estou, há quase três décadas, nesta Casa e que fui companheiro de Bancada Constituinte do nobre Ricardo Izar, infelizmente falecido. E esta Casa faz uma justa homenagem. 

            Poderia lembrar-me do Capítulo Da Ordem Social, na Assembléia Nacional Constituinte, naquele momento histórico para a Nação, em que estávamos lá com Ricardo Izar e tantos outros Srs. Parlamentares, Deputados e Senadores, discutindo um tema que é palco hoje. Naquela oportunidade, Senador Cafeteira, o Partido de V. Exª e do Deputado Ricardo Izar foi fundamental para a redução da jornada de 48 horas para 44 horas semanais. Hoje, o Brasil todo debate a redução de 44 horas para 40 horas semanais. Foi naquela oportunidade, junto com Ricardo Izar, que conseguimos emplacar, definitivamente, na Constituição, a redação que consagrou o que é hoje um salário mínimo que ultrapassa US$246,00.

            Eu poderia aqui falar da participação de Ricardo Izar também no Capítulo da Previdência. Tenho certeza de que ele estaria conosco lá, para debater o fim do fator previdenciário e para garantir um reajuste decente para os aposentados e pensionistas, porque eu o acompanhei, acompanhei o seu debate junto à Assembléia Nacional Constituinte.

            Tivemos um momento de um debate duro, quando entendíamos que poderíamos ou não fazer - entendíamos nós, os Parlamentares - uma mudança na CLT e também na Constituição. Mas, passado o episódio - eu me lembro como se fosse hoje, Senador Papaléo Paes -, Ricardo Izar veio a mim para conversar. Falou comigo e disse que não aceitaria, em hipótese nenhuma, que alguém encaminhasse uma representação pela forma dura como contestei uma alteração que o Governo da época queria fazer na Constituição e na CLT.

            Foram dois Parlamentares: o hoje Senador Arthur Virgílio e Ricardo Izar, que acompanharam aquele momento. Eu estava em posição divergente da deles, mas, quando quiseram entrar com uma representação contra este hoje Senador, por haver defendido, de forma dura, aquela não-alteração, ambos vieram a mim e disseram que, se dependesse deles, não haveria representação contra mim.

            Encerro, fazendo esta justa homenagem ao Deputado Ricardo Izar, infelizmente falecido - com certeza absoluta, um grande Parlamentar. Repito, nem sempre tínhamos as mesmas posições, mas em 90% das oportunidades tínhamos. Hoje, infelizmente, o Brasil perde esse grande homem público.

            Era isso, Sr. Presidente.

            As nossas homenagens ao Senador Cafeteira pela lembrança de que esta sessão seja levantada depois da fala de mais três Senadores, em homenagem ao grande Deputado Federal Ricardo Izar, falecido.

            Obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 06/05/2008 - Página 11323