A SRª KÁTIA ABREU (DEM - TO. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr. Presidente, eu gostaria apenas de fazer um registro da maior importância, seriedade e gravidade de um fato que está acontecendo em Roraima neste momento.

            A Polícia Federal, com mais de 100 policiais federais, com helicópteros, bem como o Ministro Tarso Genro se encontram no Estado de Roraima. Houve a prisão do Prefeito do Município de Pacaraima, Paulo César, que também é Presidente da Associação de Arrozeiros. Ontem, houve uma troca de agressões, com disparos de tiros e uso de arcos e flechas, entre os índios e os arrozeiros.

            Sr. Presidente, Senado Federal, Colegas Senadores, nós precisamos exigir do Governo Federal que trate desse assunto com a maior brevidade, com paciência, levando a paz e não a guerra para essas regiões.

            O Supremo Tribunal Federal suspendeu a retirada dos arrozeiros da região por entender que se trata de uma questão de segurança nacional, colocada muito bem na imprensa pelo General Heleno, a extensão da terra indígena em Roraima, na divisa com a Venezuela e a Guiana. E o Supremo Tribunal Federal, por entender que o Estado de Roraima também tem o direito de produzir e gerar emprego, suspendeu a retirada dos arrozeiros.

            Eu gostaria de pedir ao Ministro Tarso Genro que fosse imparcial, que fosse brasileiro, porque não existe índio melhor do que branco nem branco melhor do que índio. Temos de tratar todos os brasileiros com justiça e, principalmente, obedecendo à lei.

            Quero me solidarizar mais uma vez com o Governador Anchieta, com o Senador Mozarildo Cavalcanti, que também já me ligou hoje preocupadíssimo com essa situação, com os produtores de arroz, com todos os habitantes de Roraima que se interessam pela produção, pela produtividade e que lutam para gerar emprego em seu Estado.

            Peço que a Polícia Federal não seja parcial, que o componente ideológico fique em casa. Um Ministro de Estado tem de ser brasileiro, agir de acordo com a lei e deixar o seu coração não falar mais alto do que a razão. Nós temos de proteger ambos os lados. Nós temos que evitar o conflito entre índios e brancos, brancos e índios, porque todos são brasileiros, e ninguém - repito - é melhor do que ninguém.

            Muito obrigada, Sr. Presidente. (Palmas.)