Discurso durante a 93ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a criação da Contribuição Social para a Saúde (CCS).

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.:
  • Considerações sobre a criação da Contribuição Social para a Saúde (CCS).
Publicação
Publicação no DSF de 04/06/2008 - Página 17866
Assunto
Outros > GOVERNO FEDERAL, ATUAÇÃO.
Indexação
  • CRITICA, INCOERENCIA, GOVERNO, BENEFICIO, BANQUEIRO, SERVIDOR, CARGO DE CONFIANÇA, MEMBROS, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), SIMULTANEIDADE, AUMENTO, IMPOSTOS, AGRAVAÇÃO, ONUS, POPULAÇÃO.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Para uma comunicação inadiável. Sem revisão do orador.) - Senador Antonio Carlos Valadares, que preside esta sessão, Srªs e Srs. Parlamentares, brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado.

            Senador Expedito Júnior, eu sei que esse negócio de imposto é complicado, ninguém gosta de pagar. Isso é histórico, é confuso, Senador Antonio Carlos Valadares. Até Cristo titubeou. Nas andanças d’Ele, perguntaram: “Cristo, é justo pagar a César esse tributo exorbitante?” Aí Cristo perguntou o que havia na moeda. “É a cara de César.” Então, respondeu: “Dê a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. E saiu aí.

            O imposto é justo. Eu fui prefeitinho, cobrei; eu fui Governador de Estado, que cobra. Mas a história diz. E este País, em trezentos anos - atentai bem, Senador Antonio Carlos Valadares -, só teve um herói. Em trezentos anos. Os mineiros reconheceram o sacrifício e aproveitaram a semelhança física de Tiradentes, Joaquim, com Cristo: magros, cabeludos, um foi para a forca, o outro, para a cruz, por imposto. E, naquele tempo... Porque este Brasil começou mesmo em 1808, quando aqui chegou Dom João VI, que não era bobo não, inteligente de todo, foi o único que ganhou Napoleão Bonaparte. Ele viu que ia perder, Junot estava invadindo, ele tinha que fugir estrategicamente, resguardar sua história e seu reino. Em 13 anos, ele veio para cá. Já tinha rolado a cabeça. Mas esses portugueses, benditos portugueses, eles cobravam 20%, brasileiros e brasileiras. A Globo, que fez aquela novela aí do nosso Juvenal Antena, fez uma muito interessante, que foi “O Quinto dos Infernos”. Ó, Cristovam, “O Quinto dos Infernos”. O imposto era um quinto: cinco quilos de ouro, um só para Portugal; cinco bois, um boi para o querido Dom João VI, saudoso; cinco bodes do meu Piauí, um para Dom João VI.

            Agora, é a metade. O Governo de Luiz Inácio, o PT, o Partido dos Trabalhadores - que inova, de PT, “Partido dos Tributos”, para PB, “Partido dos Banqueiros”. Hoje, temos 76 impostos. Eu fiz o discurso, só deu tempo de ler. São 76 impostos! Olha, o brasileiro, resumindo - e trabalhamos todos nós, mulheres e homens, Expedito Júnior -, de doze meses, cinco meses são para pagar tributos para este Governo e um mês para os banqueiros, a metade do que cada um trabalha. Só não trabalham os aloprados, os mensalões, os Ministros imprestáveis, irreconhecíveis. Estão aí, entraram pela porta larga, sem concurso. Vinte e cinco mil entraram como funcionários públicos, DAS-6, ganhando R$10.448,00. Numa canetada de Luiz Inácio e aparece um aloprado ganhando R$10.448,00. E aí vem com essa...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Então, assim como o senado de Roma disse “o Senado e o povo de Roma”, este Senado disse: O Senado e o povo do Brasil enterramos a escorchante - como foi provado pelos Senadores competentes - CPMF.

            Agora, eles mudam ali o sofá e vêm com outro nome; o nome agora é CSS.

            Depois disso, Luiz Inácio aumentou o IOF, criou um CSLL - Contribuição sobre o Lucro Líquido dos banqueiros, que vai acabar no contribuinte, porque eles são espertos e eles são apadrinhados pelo Luiz Inácio.

            E agora começa ali na casa dos 300 picaretas - parece que o número aumentou. Foi o Luiz Inácio que disse. Já está lá. O Presidente está aqui. Olha a cara! Bota aqui. Esse Chinaglia... E o povo que trabalha chia. Já começou lá. Olhem em quem vão votar. Atentai bem!: “Governo enfrentará dois problemas ao iniciar, ainda hoje, a votação (lá no estádio dos picaretas) do projeto da Contribuição Social para a Saúde, a CSS: a proximidade das eleições municipais (eles estão temerosos) e o apetite de aliados por cargos e verbas.”

            Estão dando cargos lá. Vão lá os que votaram naquela gentalha, para pedir emprego e DAS, porque eles estão dando.

            (Interrupção do som.)

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Chinaglia tem milhares... Vão aprovar lá.

            Eles pensam que passará aqui. Eles são sabidos demais! Eles são aloprados. Eles estão na boa. Quem está na pior é o povo que trabalha e paga a conta, porque aqui fomos 35, como os 300 heróis de Esparta que salvaguardaram a democracia na invasão de Xerxes.

            Agora, é maioria simples. Eles votaram. É um projeto de lei. Nós só tivemos 35. Então, matematicamente, eles tombarão o Senado. A grandeza do povo do Brasil é a última esperança de preservar a democracia aqui. Por isso, eles estão vindo, porque, naquela Casa, eles precisavam de dois terços para mudar a Constituição. Nós só tivemos 35. Agora, tem muito cara, como eu vi,...

(Interrupção do som.)

            O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Valadares. Bloco/PSB - SE) - Vou conceder mais um minuto a V. Exª.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Quem fez a CPI que deu moral a esta Casa, a esta Instituição, foi o Delcídio Amaral. As outras todas foram um caminho de avacalhação.

            Então, Delcídio declarou ali que nessa não, não contem com ele. Nós vamos ver. Agora, atentai bem! Este jornal é bom, atento, adverte. Os tributos. Estão aqui os do Distrito Federal: Palmas para Augusto Carvalho, que diz não. Laerte Bessa, não. Jofram Frejat, que tinha votado, vai votar não. Izalci Lucas, não. Osório Adriano, não. Aí tem dois indecisos, mas nós vamos cantar. O Cristovam é professor, educador, responsável e vai pousar sobre ele a coragem de Leonel Brizola.

            Então, esse...

(Interrupção do som.)

            Um voto só, que significa a decência, que significa a vergonha, a competência. O bom futuro deste País: João Paulo dos Reis Velloso. Bota aqui, focaliza do tamanho do outdoor, maior do que quando Mercadante está aqui. Bota grandão. É este homem, o de maior vergonha, o mais competente, o homem mais decente, que mais sabe economia. Ele foi o farol e a luz do período revolucionário. O maior ministro do Planejamento. Nasceu no Piauí; 20 anos sendo a luz de todo o progresso do período revolucionário. Nenhuma indignidade! Nenhuma imoralidade! Nenhuma corrupção! Olhe o que ele diz aqui: “Reeditar CPMF é desenterrar defunto.” João Paulo dos Reis Velloso...

            (Interrupção de som.)

            O SR. PRESIDENTE (Antonio Carlos Valadares. Bloco/PSB - SE) - Vou conceder a palavra a V. Exª por mais um minuto.

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Em um minuto, Cristo salvou todos nós, com 56 palavras!

            Atentai bem! Picaretas, há tempo ainda, picaretas do Brasil! O Luiz Inácio disse que ali havia 300. Atentai bem! João Paulo Reis Veloso compara isso - professor Cristovam, decida-se agora! - ao que os portugueses fizeram: houve uma rainha, Inês de Castro, que morreu, e aí eles coroaram a rainha morta. É desenterrar! Na reportagem, o mais competente, o mais digno, o mais honrado economista do País disse que isso é uma tolice. É o Presidente Luiz Inácio querendo passar com um trator por cima do Senado, que salvaguarda a democracia no Brasil.

            Era o que tinha a dizer, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/06/2008 - Página 17866