O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, sou amigo pessoal da Ministra Marina Silva e tenho orgulho de dizer que, com poucas discordâncias, que foram explicitadas devidamente da tribuna da Casa, encontrei momentos de enorme convergência com as políticas preconizadas para a Amazônia por S. Exª, inclusive indo à tribuna, de maneira muito acalorada, para defender propostas do Ministério do Meio Ambiente por entender que elas tinham lógica, tinham razão de ser. Sustentei ao lado de outros companheiros um debate de mais de oito horas certa vez aqui na Casa, quando se tratava da lei que concedia trechos da floresta amazônica para exploração, dentro do conceito do desenvolvimento sustentável; do manejo, portanto.

            Para muitos, isso parecia privatização da floresta. Para mim, não; para mim, era uma tentativa válida de organização da pressão para que a pressão não fosse em todos os lugares, para que a pressão fosse localizada nas áreas permitidas e que, portanto, os órgãos de Estado pudessem tomar conta das áreas não permitidas, fiscalizando-se, obviamente, para que não houvesse excessos nas áreas permitidas, a exploração se fazendo de acordo com o preconizado em lei.

            Entendi que era realista isso, que era pragmático. Vejo que o Governo Federal, o Governo do Presidente Lula, perde o concurso de uma figura pública de excelente nível; mulher correta, séria, convicta, que desfruta de um nome internacional bastante positivo. O Governo terá que explicar muito bem a saída da Ministra Marina Silva para o exterior, numa hora em que o mundo está de olhos na Amazônia e de olhos no nosso papel diante do fenômeno do aquecimento global.

            Devo dizer a V. Exª que acolhemos de braços abertos a Ministra, que reassume o seu mandato e que, certamente, da tribuna explicará as razões pelas quais tomou essa decisão, lamentando a perda do convívio com o Senador Sibá Machado, que, para mim, sempre foi uma figura do melhor trato, do melhor nível, uma figura corajosa na defesa das suas convicções, um homem correto, um homem de bem, que, ao longo desse período em que exerceu o seu mandato de Senador - longo período em que sua suplência foi agraciada com o exercício do mandato -, aqui mereceu, de minha parte, sempre acatamento, sempre respeito. Mantinha, mantenho e sei que manterei com o Senador Sibá Machado relações pessoais privilegiadas. Em todos os momentos, nós nos entendemos à base da sinceridade, à base da boa fraternidade, à base da boa ligação de amazônida para amazônida.

            Portanto, imagino que a Ministra dará a sua explicação pública, mas, sobretudo, quero dar um testemunho de que, de minha parte - não estou sequer falando como Líder neste momento, porque, em algum momento, houve divergências na minha Bancada em relação às políticas fundamentais que a Ministra defendia e defende para a Amazônia -, mas, de minha parte, entendo que ela foi uma boa Ministra, como sempre foi uma excelente Senadora. Eu a recebo de braços abertos, sabendo que a Ministra haverá de trazer para o Senado, desta vez, toda essa experiência, que, por tantos anos, acumulou no Ministério. Isso haverá de ser útil para o desempenho do seu mandato de Senadora. Ela já era uma boa Senadora antes e que haverá de ser uma Senadora mais madura ainda, tendo passado pelo crivo de exigente experiência ministerial.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.