O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, não vou perder essa chance ímpar de concordar com o Senador Aloizio Mercadante. Inclusive pediria a S. Exª que me permita assinar com ele os dois votos de repúdio, até porque o Brasil tem vivido crises imemoriais. Há registros imemoriais de crises no Brasil, e não nos ocorreu, em nenhum momento, daqui expulsar a valiosa mão-de-obra portuguesa, espanhola ou italiana. Quantas fortunas - Bonfiglioli, Matarazzo - se fizeram com trabalho duro, honesto, árduo, no Brasil, que sempre se mostrou um país de oportunidades.

            O caminho para a Europa, a meu ver, é o das reformas estruturais. O caminho para a Europa não é o da exclusão dos imigrantes. O caminho para a Europa não é o do fechamento à la Le Pen. Não é. O caminho para a Europa é, sem dúvida alguma, o de ver qual é a melhor forma de utilizar a mão-de-obra imigrante, que já tem contribuído em muito para o enriquecimento daquela região, de maneira correta, de maneira concreta, com regras fixas, com regras bem estabelecidas.

            Em outras palavras, Sr. Presidente, esses são gestos que apontam, não raro, para caminhos totalitários, quando alguém acha que se resolvem problemas esmagando direitos de pessoas que já haviam adquirido direitos, pelo que de sangue, de suor e de lágrimas já haviam vertido em favor da Europa, em favor desses países todos.

            Portanto, Sr. Presidente, entendo que tem razão o Senador Mercadante. É justo e o Brasil deve se posicionar pelo seu Parlamento e se posicionar de maneira muito especificamente clara em defesa dos interesses dos brasileiros moradores de Espanha. Quantos espanhóis fizeram fortuna no Brasil? Quantos espanhóis foram acolhidos por este País e quanto contribuíram para o nosso crescimento, para o nosso desenvolvimento?

            Portanto, que se consigne, de fato, o protesto do Parlamento brasileiro. Essa é a posição do PSDB, Sr. Presidente.