Discurso durante a 162ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Registro da realização do décimo segundo Congresso da Federação Nacional das Associações Pestalozzi, no auditório Petrônio Portela do Senado Federal.

Autor
Papaléo Paes (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA SOCIAL.:
  • Registro da realização do décimo segundo Congresso da Federação Nacional das Associações Pestalozzi, no auditório Petrônio Portela do Senado Federal.
Publicação
Publicação no DSF de 03/09/2008 - Página 36674
Assunto
Outros > POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, INICIO, CONGRESSO, FEDERAÇÃO, INSTITUIÇÃO ASSISTENCIAL, INICIATIVA, GRUPO PARLAMENTAR, DEFESA, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA, PARTICIPAÇÃO, CONGRESSISTA, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), DEBATE, INCLUSÃO, EDUCAÇÃO, ETICA, DIRETRIZ, CONVENÇÃO, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), COMBATE, DISCRIMINAÇÃO, ADAPTAÇÃO, ACESSO, AVALIAÇÃO, SITUAÇÃO, PLANEJAMENTO, ATUAÇÃO.
  • DETALHAMENTO, EVOLUÇÃO, LEGISLAÇÃO, COMPROMISSO, BRASIL, PROTEÇÃO, PESSOA PORTADORA DE DEFICIENCIA.

O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, hoje, pela manhã, neste plenário, fizemos homenagem aos idosos. Foi um momento muito importante para esta Casa.

Essas homenagens são importantes, para chamarmos a atenção para a necessidade de termos o idoso na nossa mira, na mira do Poder Legislativo, para que possamos formalizar - claro que por meio das leis - aquelas lacunas que faltam ser preenchidas para que realmente passemos a tratar o idoso brasileiro respeitando suas necessidades iminentes.

Sr. Presidente, fiz um discurso pela manhã sobre o tema. Agora, temos outro tema muito importante, e tenho a satisfação de comunicar ao Plenário desta Casa e a todos aqueles que nos vêem e nos ouvem pela TV Senado e pela Rádio Senado a realização de um evento de grande importância para todos os brasileiros.

Hoje, 2 de setembro, tem início, no auditório do Senado Federal, o XII Congresso da Federação Nacional das Associações Pestalozzi. O encontro, que durará até o dia 4 de setembro, é mais uma iniciativa da Frente Parlamentar do Congresso Nacional em Defesa das Pessoas com Deficiência.

Tenho o privilégio de ser membro da referida Frente Parlamentar, juntamente com os Senadores Eduardo Azeredo, Flexa Ribeiro, Marisa Serrano e vários outros Senadores e Deputados Federais. Nossa principal missão é promover ações que resultem numa efetiva inclusão social das pessoas com deficiência, e a realização do XII Congresso é um passo absolutamente relevante na luta em que estamos engajados.

O prestígio do evento pode ser medido pela lista de seus participantes. Contaremos com a presença dos Presidentes das duas Casas do Congresso Nacional: o Senador Garibaldi Alves Filho e o Deputado Arlindo Chinaglia; do Ministro da Educação, Fernando Haddad; da Presidente da Federação Nacional das Associações Pestalozzi, Gysélle Saddi Tannous; do Presidente da Frente Parlamentar em Defesa das Pessoas com Deficiência, Deputado Geraldo Resende; do influente jornalista Gilberto Dimenstein; além de vários Senadores, Deputados Federais, técnicos do Poder Executivo, representantes da sociedade civil organizada e outros interessados na questão.

Até quinta-feira, portanto, teremos personalidades de grande importância, influência e conhecimento, debatendo assuntos relacionados à inclusão social das pessoas com deficiência, como, por exemplo, inclusão nas escolas, ética da inclusão, diretrizes da convenção da ONU sobre direitos das pessoas com deficiência, combate à discriminação, preconceito e adaptações arquitetônicas que favorecem e garantem a inclusão.

Sr. Presidente, os trabalhos de acompanhamento e discussão das normas referentes à pessoa com deficiência não são exclusividade da Frente Parlamentar. Também as comissões das duas Casas do Congresso Nacional têm se empenhado na busca de caminhos que favoreçam a inclusão e combatam a discriminação das pessoas com deficiência.

Citarei, como exemplo, o trabalho da Subcomissão Permanente de Assuntos Sociais das Pessoas com Deficiência, que é brilhantemente conduzida pelo Senador Eduardo Azeredo. A Subcomissão vem realizando audiências públicas extremamente instrutivas, tratando de temas que vão dos benefícios da equoterapia até o incentivo do turismo para pessoas com deficiência, passando, evidentemente, por assuntos como a inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho e os reflexos da Convenção da ONU sobre a vida das pessoas com deficiência no Brasil.

Srªs e Srs. Senadores, a Constituição Federal estabeleceu, há duas décadas, um marco na legislação sobre as pessoas com deficiência em nosso País. Seu art. 1º já traz a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. Em outras palavras, a dignidade da pessoa humana - conceito que, evidentemente, inclui a pessoa com deficiência - é um dos princípios que orientarão toda e qualquer interpretação que se faça das normas constitucionais e infraconstitucionais de 1988 em diante.

O art. 5º vai além, estabelecendo a igualdade de todos perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. O princípio da igualdade é o grande guarda-chuva normativo que cobre e ampara a luta de todos aqueles que defendem os direitos das minorias no País.

O tema das pessoas com deficiência foi tratado ainda mais especificamente em dispositivos como o art. 7º, inciso XXXI, que proíbe qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com deficiência, ou o art. 37, inciso VIII, que estabelece a reserva de percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas com deficiência.

No último par de décadas, sob a égide da Constituição de 1988, temos observado mudanças importantes nas atitudes, nos ambientes de trabalho e nos projetos arquitetônicos das pequenas e grandes cidades. O progresso é lento, é verdade, mas, ainda assim, é bastante perceptível. Graças à Constituição Cidadã, criaram-se as bases para o surgimento, no Brasil, de uma sociedade em que a inclusão da pessoa com deficiência é um fato dado, uma regra, e não uma exceção.

Bem recentemente, 20 anos depois da promulgação da Constituição, outro marco foi estabelecido: o Brasil ratificou a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Ela já havia sido assinada pelo Governo brasileiro em 30 de março de 2007 e foi finalmente ratificada com a publicação do Decreto Legislativo nº186, de 09 de julho de 2008.

Sr. Presidente, a ratificação da Convenção da ONU lança mais um desafio para o povo brasileiro. Afinal, nos comprometemos, perante todas as nações do mundo, a promover mudanças efetivas para eliminar, definitivamente, toda e qualquer fonte de discriminação à pessoa com deficiência em nosso País. A Convenção é mais um forte estímulo para que lutemos com mais empenho ainda pela inclusão integral das pessoas com deficiência em nossa sociedade.

Sr. Presidente, tenho a firme e inabalável convicção de que o XII Congresso da Federação Nacional das Associações Pestalozzi será visto, no futuro, como uma etapa importantíssima na luta pela inclusão social das pessoas com deficiência. Durante o evento, teremos uma oportunidade ímpar de avaliar os avanços dos últimos 20 anos, de tomar o pulso da situação atual e, principalmente, de estabelecer as metas que pretendemos alcançar nos anos vindouros, agora sob a égide da Convenção da ONU. De antemão, participaremos do encontro com a certeza de que só descansaremos quando a discriminação contra a pessoa com deficiência estiver definitivamente eliminada da sociedade brasileira.

Era o que eu tinha a dizer, Sr. Presidente.

Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/09/2008 - Página 36674