Discurso durante a 169ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre as próximas eleições municipais.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Considerações sobre as próximas eleições municipais.
Publicação
Publicação no DSF de 11/09/2008 - Página 37582
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • SAUDAÇÃO, VITORIA, DEMOCRACIA, ELEIÇÃO MUNICIPAL, REGISTRO, HISTORIA, SISTEMA DE GOVERNO, RESGATE, MEMORIA NACIONAL, ESPECIFICAÇÃO, ATUAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), REDEMOCRATIZAÇÃO, ANALISE, IMPORTANCIA, EVOLUÇÃO, ECONOMIA NACIONAL, ESTABILIDADE, INFLAÇÃO, CONTROLE, DIVIDA PUBLICA, RESPONSABILIDADE, NATUREZA FISCAL, ESTADO.
  • IMPORTANCIA, PARTICIPAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), REPRESENTAÇÃO POLITICA, PAIS, ELOGIO, ATUAÇÃO, PRESIDENTE, DIRETORIO NACIONAL, DIRETORIO ESTADUAL, ESTADO DO PIAUI (PI), SAUDAÇÃO, CANDIDATURA, PREFEITURA, CONJUGE, ORADOR.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador) - Presidente Eduardo Azeredo, parlamentares presentes, brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado.

Presidente Eduardo Azeredo, quis Deus que V. Exª estivesse presidindo a sessão! Deus escreve certo por linhas tortas. V. Exª representa, com sua história, a grandeza e a genética do pai de V. Exª, o melhor da política democrática deste Brasil. Representa com grandeza a política mineira, e tem muito a ver o uso da minha palavra neste instante.

Dia 10 de setembro: faltam 25 dias, Senador Eduardo Azeredo, para o maior dia da democracia neste País. E a satisfação de usar da palavra é porque aqui vamos fazer uma reflexão sobre a maior conquista da civilização, sem dúvida nenhuma: a democracia.

O mundo é velho, é histórico, e é longa a história. Mas o animal político, que é o homem, segundo Aristóteles, buscava formas de governo. Muitas existiram. Dominaram os reis, mas o povo, insatisfeito, foi às ruas e gritou. Atentai bem, Azeredo! Minas: liberdade, igualdade e fraternidade. O primeiro grito, aqui, neste País, libertas quae sera tamen, foi lá em Minas. Então, a democracia é liberdade, igualdade, fraternidade. Esse regime do povo, pelo povo, para o povo. Com o povo gritando nas ruas, acabou o absolutismo. Caíram todos os reis.

Quando governava o Piauí, Azeredo, eu dizia, com muita crença e fé, como ensinado, que o povo é o poder. Neste regime, o povo é soberano, o povo é que decide, o povo bota e o povo tira.

A diferença dessa conquista foi que acabou o Absolutismo, simbolizado por L'État c'est moi, “o Estado sou eu”, do maior rei, Luís XIV, da França, de Versailles. O poder foi dividido e houve essa alternância de poder. Ele passava de pai para filho e era eterno enquanto durasse a vida. Essa alternância de poder é o povo que decide.

Então, temos de comemorar.

Aqui, com grandeza, venho. Faltam 25 dias para o povo usufruir a maior das conquistas.

Winston Churchill, sem dúvida nenhuma um dos maiores heróis militares e políticos da história do mundo, liderou a Segunda Guerra Mundial para não deixar voltarem regimes totalitários como os de Hitler, de Mussolini, o nazismo, o fascismo. Ele disse que a democracia pode não ser perfeita, mas não tem coisa melhor. E, aí, nós temos de preservá-la, orgulhoso de estar aqui, porque representamos o PMDB.

É natural, de quando em quando, quererem tomar o poder das mãos do povo. Aqui, no Brasil, isso ocorreu duas vezes: em um governo ditatorial civil e em outro, militar, muito recente. Se este País voltou às liberdades democráticas, foi pelo PMDB. O PMDB, só ele. Temos 29 partidos.

Ulysses, encantado no fundo do mar. Teotônio Vilela, moribundo, com câncer, aqui discursando, dizia: “Falar resistindo e resistir falando”, acordando para renascer a democracia. E os mineiros, V. Exª está aí, numa destinação: Tancredo Neves, que se imolou pelo renascer da democracia; Juscelino Kubitscheck, ali, símbolo contra a força ditatorial, do mal, foi sacado dali, daquelas cadeiras, onde ficavam os goianos, porque ele representava Goiás, mas oriundo da genética libertária mineira. Foi sacado. Mário Covas, Ramez Tebet e nós, aqui.

Então, neste momento, o que nós queremos dizer é o seguinte, ô Azeredo: aqui, reverencio Tancredo Neves. Em 1974, o anticandidato, ele e Sobral Pinto, os autênticos.

Azeredo, foi longo e sinuoso o caminho para estarmos aqui.

Em 1972, na minha cidade, cidade de uma grandeza mineira, como a de Tiradentes, que antecipava tudo isso, nós garantimos que este País fosse uno. Nós fizemos uma batalha sangrenta para expulsar os portugueses do Brasil. O Brasil ia ser dividido em dois: “Filho, fica com o sul e eu fico com o norte”, disse Dom João VI. Foi lá, na minha cidade, que iniciamos uma batalha sangrenta para que aqui não se instalasse o país que seria chamado de Maranhão, ligado a Portugal. Por isso o Brasil é uno, pela bravura dos piauienses. Os baianos fizeram também uma batalha, mas foi em julho, e a nossa foi em março: 13 de março é antes de 2 de julho.

Desse PMDB, lá nessa mesma cidade, nós, uma plêiade de homens corajosos e líderes, ô Azeredo, tomamos a Prefeitura de Parnaíba em 1972, a maior cidade, a cidade de Evandro Lins e Silva, que era Presidente da Corte Suprema, do STF, Supremo Tribunal Federal, e que, com a coragem de piauiense, é o único que se iguala a Rui Barbosa, ele que liberou os presos políticos.

Então, Azeredo, parte dessa liberdade deve-se à minha Parnaíba e à sua Minas: mineiros e piauienses liderando a liberdade deste País.

Eu queria dizer, então, que fiquei orgulhoso desse partido num momento difícil. Quis Deus estar o Eduardo Azeredo aí. Eu queria dizer, atentai bem, que o seu partido nasceu do nosso e deu grandes contribuições à democracia. O estadista Fernando Henrique Cardoso escreveu uma das mais belas páginas administrativas. Eu nunca votei nele. Sou do PMDB e votei em Quércia, votei no Ciro, que era meu vizinho, mas que isso era uma zorra, era!

Atentai bem, Presidente Luiz Inácio. Olha, ninguém sabia quem devia e quanto se devia. Nos Municípios, tudo que era prefeito fazia dívidas que outros jamais poderiam pagar. Fernando Henrique Cardoso, um dos maiores brasileiros, ô Azeredo, disse: “Vá buscar Malan!”. Malan é um dos homens de maior probidade deste País. Ele fez a Lei de Responsabilidade Fiscal, a reorganização das dívidas. Isto, brasileiros e brasileiras, era uma zorra! Todo mundo tirava dinheiro, todo mundo devia e ninguém pagava! O Brasil, todos os governadores, todos os prefeitos... Foi duro!

Azeredo governava Minas e eu, o Piauí, e nós temos cabelos brancos dessa transição que levou ao êxito da economia que hoje vivemos. Alguns se afogaram nessa luta pela responsabilidade fiscal.

Então, é isso tudo que temos de comemorar.

Eu queria dizer, então, que o nosso partido aí está, grandioso. Sem dúvida alguma, tem o maior número de prefeitos e nós estamos nessa luta. Ele é grandioso no Brasil, esse partido, e, hoje, tem um presidente amante do Direito, ligado ao Direito, que simboliza aquilo que Rui Barbosa, que mereceu estar ali, disse: “Só tem um caminho, uma salvação: a lei e a Justiça”. É nosso presidente, símbolo da lei e da Justiça, Michel Temer, num período dos mais difíceis.

Olha, eu já vi muitos presidente, mas nenhum presidiu esse partido em meio a tantas dificuldades. E aí ele está, com os candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador contribuindo para a grandeza democrática.

Lá, no Piauí, também temos um grandioso presidente: Alberto Silva. É um homem abençoado por Deus. Está no Livro de Deus. Olha, àqueles escolhidos por Deus lhes são dada vida longa, para que até o fim dos seus dias eles vivam no exercício de suas profissões. Alberto Silva vai fazer 90 anos agora em novembro, é Deputado Federal e nos lidera - sou seu vice-presidente.

O PMDB, que é grandioso no País, volta a ser grandioso no Piauí. E lá, na nossa terra, onde nasceu o levante pela unidade do Brasil, o PMDB tem uma candidata, mulher: Adalgisa.

Sr. Presidente, Senador Eduardo Azeredo, estou aqui porque fui bem administrado por Adalgisa. Bela página e bela vida como médico, como cirurgião, como Deputado, como Prefeito, Secretário de Saúde, Governador do Estado do Piauí e Senador da República. Portanto, cada vez mais há a crença e a confiança do povo do Brasil nas mulheres.

Sr. Presidente, Senador Eduardo Azeredo, atentai bem: 508 anos de Brasil, Capitanias Hereditárias, três Governadores Gerais, três reis, dois regentes, 28 presidentes, ditadores e militares, todos homens. Mas uma mulher governou poucos meses este País. Naquele tempo, o governante não tinha, como o nosso Presidente, Sua Excelência Luiz Inácio, que pega o avião, vai lá, está na China; quando a gente vê, ele já está aqui de volta. Mas, naquele tempo ele ia de navio, por isso demorava. E, em uma de suas idas, ele deixou uma mulher, que governou pouco tempo, mas foi melhor do que todos os homens que governaram! Ela teve a coragem de apagar a maior vergonha e a nódoa da nossa civilização: a escravatura.

Então, é essa a crença do PMDB na cidade maior. E falo, Azeredo, como Sêneca. Ele não era Sêneca, o filósofo, aquele que preparava os reis. Aí ele disse, Azeredo, ele não era da bélica e forte Esparta, mas ele dizia que “não é uma pequena cidade, é a minha cidade”. Então, em Parnaíba, o PMDB está bem representado pela mulher, Adalgisa, com certeza a primeira Prefeita mulher que vai ter aquela cidade.

Na capital, o presidente do nosso partido fez uma coligação com o PT. Mas quero dizer o seguinte: o candidato do PT é um dos homens com maior probidade que conheço. É um médico, Nazareno Fonteles, Deputado Federal, Secretário de Saúde, e o vice, Marco Silva, geneticamente traduz a grandeza de seu pai, Alberto Silva.

Então, quero aqui convocar todos, todos, porque o PMDB não vai viver da história dos grandiosos Governos de Alberto Silva e de Mão Santa. O PMDB, no Piauí, vai ser vitorioso, e a vitória será do povo do Piauí.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/09/2008 - Página 37582