Discurso durante a 179ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Considerações sobre o desenvolvimento do Estado de Mato Grosso.

Autor
Serys Slhessarenko (PT - Partido dos Trabalhadores/MT)
Nome completo: Serys Marly Slhessarenko
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ELEIÇÕES.:
  • Considerações sobre o desenvolvimento do Estado de Mato Grosso.
Publicação
Publicação no DSF de 26/09/2008 - Página 38333
Assunto
Outros > ELEIÇÕES.
Indexação
  • DEPOIMENTO, VISITA, MUNICIPIOS, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), ELOGIO, PROCESSO ELEITORAL, COMENTARIO, ACOMPANHAMENTO, MINISTRO DE ESTADO, MINISTERIO DA EDUCAÇÃO (MEC), ANUNCIO, EXPANSÃO, VAGA, UNIVERSIDADE FEDERAL, DESCENTRALIZAÇÃO, ENSINO SUPERIOR, INTERIOR, ABERTURA, CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLOGICA (CEFET), AMPLIAÇÃO, ORÇAMENTO.
  • SAUDAÇÃO, REITOR, CANDIDATO ELEITO, REITORIA, UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO (UFMT), ELOGIO, COMPETENCIA.
  • COMPROVAÇÃO, APROVAÇÃO, POPULAÇÃO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), GOVERNO FEDERAL, PRESIDENTE DA REPUBLICA.
  • REGISTRO, VISITA, MUNICIPIO, COCALINHO (MT), ESTADO DE MATO GROSSO (MT), SAUDAÇÃO, CHEGADA, TELEFONIA, TELEFONE CELULAR, PROGRAMA, ACESSO, ENERGIA ELETRICA.
  • COMENTARIO, ARTIGO DE IMPRENSA, INTERNET, DADOS, SUPERIORIDADE, CRESCIMENTO ECONOMICO, ESTADO DE MATO GROSSO (MT), INDUSTRIALIZAÇÃO, AGREGAÇÃO, VALOR, MATERIA-PRIMA, APREENSÃO, PARALISAÇÃO, ECONOMIA, REGIÃO, CAPITAL DE ESTADO, NECESSIDADE, INVESTIMENTO, INFRAESTRUTURA, LOGISTICA, REVISÃO, SITUAÇÃO, REGISTRO, GESTÃO, ORADOR, PROMOÇÃO, ENCONTRO, EMPRESARIO, DIRIGENTE, BANCO MUNDIAL, BUSCA, SOLUÇÃO, DIVERSIFICAÇÃO, PRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO SUSTENTAVEL.

A SRª SERYS SLHESSARENKO (Bloco/PT - MT. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão da oradora.) - Obrigada, Sr. Presidente. Como Senadora de Mato Grosso, vivo este momento tão importante, Senador Gim Argello, nosso Senador do Distrito Federal, que está vivendo a mesma experiência que nós nas eleições municipais. Eu precisava usar da palavra ainda no dia de hoje para falar um pouco do meu Estado de Mato Grosso.

Sr. Presidente, em Mato Grosso, estamos vivendo momentos que eu diria que são fantásticos nesse processo eleitoral. Tenho percorrido o meu Estado de ponta a ponta, de norte a sul, de leste a oeste. Já percorri mais de 90 Municípios dos 141.

Neste sábado, estive na cidade de Rondonópolis, recebendo o Sr. Ministro da Educação, Fernando Haddad, numa palestra para jovens. Fernando Haddad, a meu ver, é uma das grandes revelações do nosso Governo. O jovem Ministro anunciou o programa de expansão das universidades federais, que vai até 2010 e que permitirá a abertura de 35 mil novas vagas de graduação a cada ano. Em 2009, o País oferecerá um total de 227 mil vagas no ensino superior público, mais que o dobro de 2003 - o início do primeiro mandato do Presidente Lula -, quando eram oferecidas 113 mil vagas.

Nesse viés de notícias boas, a melhor, a meu ver, é a notícia sobre o programa de interiorização do ensino superior por meio dos Centros Tecnológicos de Educação.

Sr. Presidente, no ano que vem, o orçamento para ampliação de salas de aula, bibliotecas, restaurantes universitários e laboratórios será de R$1 bilhão, para adequar as instituições às novas demandas. Serão 227 mil vagas, levando as universidades federais para o interior dos Estados.

Está certo o Ministro, que teve a sensibilidade de perceber e colocar em prática a descentralização da universidade pública, que aqui no Brasil mantinha o ensino superior apenas nas capitais, obrigando os jovens a migrarem para os grandes centros urbanos.

Em Mato Grosso, estamos vivendo essa realidade com a ampliação do campus de Rondonópolis, de Barra do Garças e de Sorriso. Sinop vive essa expectativa. E, em breve, teremos uma nova universidade em Cuiabá. Talvez - esperamos - em Rondonópolis tenhamos uma nova universidade. Em Sinop, já existem estudos para isso.

Depois de todas essas notícias, quero cumprimentar, saudar o Reitor da minha Universidade Federal de Mato Grosso, onde dei aula por 26 anos. O nosso Reitor, Prof. Paulo Speller, e a nossa futura Reitora, eleita há pouco tempo, Maria Lúcia Cavalli Neder, são duas pessoas com quem trabalhamos muito, em tempos em que eu ali era professora. Sabemos da competência e da determinação, da convicção do entendimento do que é uma universidade federal e qual o seu papel. Por isso, a nossa universidade federal, com certeza, esteve em excelentes mãos até agora e continuará assim com a próxima Reitora, que é uma mulher. Isso também nos alegra.

São notícias como essas, Sr. Presidente, que fazem do nosso Governo o sucesso estrondoso que é, constatado na fantástica popularidade do Presidente Lula.

Em todos os lugares por onde ando no meu Mato Grosso, nos mais longínquos - temos Municípios a 1.500 km da capital, e lá asfalto ainda não está em todos os caminhos, ainda tem muita estrada de chão também -, percebo o quanto é querido o nosso Governo. E aí digo a todos e a todas, orgulhosa, que a administração do Presidente Lula é aprovada por 77% dos brasileiros. Agora, ele tem a aprovação da maioria absoluta da população brasileira, inclusive dos mais ricos e mais escolarizados. Lula bateu seu recorde de avaliação positiva em todos os segmentos sociais, econômicos e geográficos do País.

Por isso mesmo é que, por maiores que sejam as distâncias em meu Estado, não meço sacrifício e vou. Exemplo dessa minha determinação foi neste domingo, que eu saí de carro da cidade de Rondonópolis para o nosso querido Município de Cocalinho, a borda do Araguaia, ida e volta. Para fazer uma reunião, eu percorri 1.700 km em estradas asfaltadas e por terra. Em Cocalinho, é difícil instalar telefonia celular, mas ela está chegando em um esforço gigantesco nosso. Lá é difícil o “Luz para Todos”, mas já está acontecendo.

“Luz para Todos” é um grande programa do Presidente Lula, que teve seu início ainda quando esta grande mulher, Dilma Rousseff, era Ministra de Minas e Energia e ultimou, planejou esse grande projeto. Em Mato Grosso, realmente é sucesso absoluto, com praticamente mais de 80% do cronograma do “Luz para Todos” já cumprido. Graças, é claro, a pessoas extremamente competentes.

Eu quero saudar aqui nosso companheiro Gustavo Vasconcelos, o Robson. Enfim, todos que trabalham e batalham diuturnamente para que o “Luz para Todos” aconteça com a devida competência e no tempo necessário.

Claro que não podemos esquecer o Ministro Silas Rondeau, o Ministro Edison Lobão, que hoje está aí como Ministro de Minas e Energia, de forma atuante e determinada, valorizando e priorizando o “Luz para Todos” também.

Tirando o parênteses do “Luz para Todos”, em resumo, eu estive, nos últimos cinco dias, nos Municípios de São José do Povo, em Guiratinga, em Alto Araguaia, em Alto-Taquari, um Município que está num boom de desenvolvimento incrível! Você chega lá e não acredita que era um Município, até bem pouco tempo, com cinco, seis mil habitantes. Hoje está praticamente com o dobro do número de habitantes, desenvolvendo-se, a cidade está bonita, como todas as outras. Mas, exatamente neste momento, Alto Taquari merece destaque. Alto Garças, Pedra Preta, Rondonópolis, Cocalinho, como já falei, Diamantina, Alto Paraguai, a nossa Nortelândia, Arenápolis, Nova Olímpia, Barra do Bugre, Denise, são Municípios que nós visitamos nos últimos cinco dias.

Mas, diante de todos esses acontecimentos importantes para o Brasil, quero registrar matéria do site 24 Horas News, que aponta Mato Grosso como um Estado que cresce mais que o Brasil. O diagnóstico mostra a abertura de 100 mil novas empresas nos últimos cinco anos. Destas, pelo menos 84.387 foram no setor do comércio, 15.670 no setor de indústria e 2.861 na área rural.

Outro índice, Sr. Presidente, que mostra que Mato Grosso cresce mais que o Brasil é o embarque e o desembarque de passageiros. Enquanto no Brasil houve um aumento de 43% de 2007 para 2008, Mato Grosso registrou um aumento de 70%. “São dados da Infraero que mostram que, em 2007, houve muito mais turistas no nosso Estado de Mato Grosso.”

No primeiro semestre de 2008, Sr. Presidente, a exportação em Mato Grosso cresceu 66% se comparada ao mesmo período de 2007.

A chamada região do Nortão vive um boom de desenvolvimento impressionante, com a chegada de várias indústrias. Era uma região eminentemente produtora de matéria-prima e hoje está agregando valor em vários setores. Muitas indústrias estão chegando à região sul. No entanto, um dado nos preocupa: o fato de que os Municípios do chamado Vale do Rio Cuiabá - são treze ao todo, com Cuiabá, que é a nossa Capital - não estão sendo beneficiados por toda essa riqueza, apresentando índices menores de desenvolvimento. Precisamos reverter essa situação.

Dados recentes do IBGE deixam evidente que tanto Cuiabá quanto os Municípios do Vale do Rio Cuiabá não participam como deveriam do crescimento econômico sustentável de Mato Grosso. “No período de 1995 a 2005 - dez anos -, Cuiabá teve uma redução real de 30% em seu PIB, o que é muito grave, enquanto o PIB do Estado cresceu em 44% acima da inflação.”

Certamente, esse fato tem relação direta com os elevados investimentos privados aportados nos últimos anos em outras cidades que não essas do entorno do Rio Cuiabá.

Soluções estruturais e competitivas para a interligação logística de Cuiabá às outras regiões do Estado e do País, além de políticas públicas que garantam a competitividade empresarial da Capital, são urgentíssimas. Precisamos urgentemente resolver, por exemplo, nosso desenvolvimento turístico e só o faremos com boas estradas, bons hotéis e principalmente com a chegada a Cuiabá da Ferronorte.

Insisto: é inadiável buscarmos soluções definitivas para a retomada do crescimento econômico na Capital e também dos outros doze Municípios que compõem o vale do rio Cuiabá. Sabemos, Sr. Presidente, que o interior está crescendo e que a Capital e os Municípios da baixada estão estagnados ou não crescendo no ritmo que deveriam estar para acompanhar Mato Grosso. E, como diziam os mais antigos, Sr. Presidente, “cavalo arreado só passa uma vez”. E temos de aproveitar. Por isso, temos de desenvolver Mato Grosso como um todo, por possam contribuir com a retomada do desenvolvimento econômico e social de Cuiabá e seus doze Municípios do Vale do Rio Cuiabá. São eles: Cuiabá, Várzea Grande, Barão de Melgaço, Santo Antônio do Leverger, Chapada dos Guimarães, Acorizal, Jangada, Rosário, Nobres, Nossa Senhora do Livramento, Poconé, Nova Brasilândia, Planalto da Serra.

São treze Municípios que eram chamados Baixada Cuiabana e que, hoje, estão sendo chamados de Vale do Rio Cuiabá.

Preocupada com isso, estou participando de um fórum que discute essas questões e já parti para a prática. Levei o Sr. Diretor-Executivo do Banco Mundial para o Brasil e Washington, Sr. Rogério Studart, para falar com empresários na Federação das Indústrias do nosso Estado. Foi um sucesso. Foram mostrados à classe empresarial do Mato Grosso caminhos mais fáceis para arranjar fomento principalmente para diversificar a produção.

Os nossos treze Municípios do Vale do Rio Cuiabá precisam achar a sua vocação, encontrar a sua vocação. Nós estamos buscando isso, mediante discussões, fórum, reuniões. Temos de chamar a população não só de um ou de outro Município, mas de todos os Municípios, para buscarmos a vocação de desenvolvimento para essa região.

Também já promovemos uma reunião com empresários japoneses que participaram na Fiemt, discutindo com empresários mato-grossenses, com o Governo do Estado, com organizações do nosso Estado, também buscando construir ações que possam viabilizar a nossa capital e todo o Vale do Rio Cuiabá.

Pretendo, tão logo feche as urnas, terminado o resultado dessas eleições, reunir Prefeitos, seus secretários, organizações da sociedade de modo geral de cada um desses Municípios para, juntos, encontrarmos caminhos efetivos para o desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental para a nossa região do Vale do Rio Cuiabá.

Como eu disse aqui, Mato Grosso, está realmente construindo o seu desenvolvimento de forma espetacular. Por onde você anda, mesmo nas regiões mais distantes, cada uma buscando encontrar a sua vocação para o desenvolvimento econômico com sustentabilidade ambiental. Como digo sempre, as pessoas estão buscando encontrar a vocação de como alcançar esse desenvolvimento econômico por Município ou por região.

A dificuldade maior que estamos vendo é no Vale do Rio Cuiabá. São esses trezes Municípios, na maioria deles, tirando a nossa Capital e Varzéa Grande, de densidade populacional pequena, mas de povo trabalhador, de povo que tem uma cultura toda construída através da sua história. São Municípios que têm muitos anos de existência, com um povo trabalhador, com gente que sabe o que quer, mas que precisa realmente, de forma conjunta, buscar dentre os treze - aliás, o número é bonito, Sr. Presidente... São treze Municípios com a Capital que formam o chamado Vale do Rio Cuiabá encontrar - e isso é possível - e vamos encontrar, vamos construir e não vamos ficar para trás. Vamos ficar juntos e vamos promover o desenvolvimento, seja pela diversificação da produção, daquilo que é possível ser produzido em cada Município ou conjunto de Municípios, seja pela cidade digital, seja por meio da busca da produção do conhecimento científico. Já temos nossa universidade federal, temos a universidade estadual, como a Unic, uma grande universidade, a UniRondon. Há várias universidades particulares em Cuiabá que estarão contribuindo para a produção do conhecimento científico.

Poderemos ser produtores mediante a pesquisa, o encontro de saídas, de alternativas para o nosso desenvolvimento e também da produção de conhecimento até para exportação.

É possível sim. É um povo inteligente, estudioso. E uma população que está freqüentando as universidades, que está saindo dos cursos de graduação e indo para os cursos de pós-graduação e, cada vez mais, a qualidade da educação em Mato Grosso está se aperfeiçoando.

Do Nortão, nem se fala. É uma região de que não vou poder falar neste momento, porque meu tempo está terminando, mas prometo que em outro momento tratarei daquilo que estamos visualizando em nossa andança pelo Estado de Mato Grosso em cada região do meu Estado.

Muito obrigada, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 26/09/2008 - Página 38333