Discurso durante a 187ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Análise da situação do Brasil diante da crise financeira mundial. Apelo ao Governo Federal pela realização de obras no Estado do Piauí.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Análise da situação do Brasil diante da crise financeira mundial. Apelo ao Governo Federal pela realização de obras no Estado do Piauí.
Publicação
Publicação no DSF de 11/10/2008 - Página 39942
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • ANALISE, SITUAÇÃO, ECONOMIA NACIONAL, PERIODO, CRISE, ECONOMIA INTERNACIONAL, CRITICA, EXCESSO, CONCESSÃO, CREDITOS, AQUISIÇÃO, AUTOMOVEL, COMPARAÇÃO, FINANCIAMENTO, HABITAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, ESTADOS UNIDOS DA AMERICA (EUA).
  • CRITICA, CONDUTA, GOVERNO FEDERAL, DIVULGAÇÃO, INEXATIDÃO, INFORMAÇÃO, AUSENCIA, DIVIDA, BRASIL, ADVERTENCIA, SUPERIORIDADE, DIVIDA INTERNA, ESPECIFICAÇÃO, EXCESSO, TRIBUTOS, IDOSO, SETOR, EDUCAÇÃO, EXCEDENTE, GASTOS PUBLICOS, GOVERNO, DEFESA, NECESSIDADE, ATENÇÃO, IMPEDIMENTO, CRESCIMENTO, GASTOS PESSOAIS, CIDADÃO.
  • ACUSAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), INSUFICIENCIA, ATUAÇÃO, IMPEDIMENTO, CRISE, COMPROMETIMENTO, ECONOMIA NACIONAL, DEFESA, INDICAÇÃO, NOME, ORADOR, CANDIDATO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, PROXIMIDADE, ELEIÇÕES, COLIGAÇÃO PARTIDARIA, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), ADVERTENCIA, SOLUÇÃO, PROBLEMA, INVESTIMENTO, TRABALHO.
  • SOLICITAÇÃO, GOVERNO FEDERAL, AUSENCIA, PARALISAÇÃO, OBRAS, INFRAESTRUTURA, ESTADO DO PIAUI (PI), NECESSIDADE, CUMPRIMENTO, PROMESSA.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador. ) - Senador João Pedro, dez minutos, não sei, mas dez é a nota para Paulo Paim pelo pronunciamento que fez.

Eu apenas queria fazer umas considerações aqui.

O Paulo Paim está aí. Ele é o nosso Martin Luther King. Está ouvindo, Paulo Paim? Você é o Martin Luther King.

E ficou, de Martin Luther King, um sonho, um sonho, um sonho...

Presidente João Pedro, V. Exª, que é do Partido dos Trabalhadores: eu sonhei e, no primeiro mandato, votei no Luiz Inácio e no atual Governador. A decepção foi grande. Mas vou dizer por quê, viu, ô Geraldo Mesquita?

Ernest Hemingway, autor de O Velho e o Mar, nasceu em Key West, na Flórida - todos conhecem os Estados Unidos: Flórida é a ilha mais próxima de Cuba, noventa milhas -, e morreu lá em Cuba. No livro O Velho e o Mar, ele disse que a maior estupidez é perdermos a esperança. Atentai bem! Essa aparece como a maior estupidez no livro O Velho e o Mar. Ele disse que o homem não nasceu para ser derrotado, ainda que possa até ser destruído. É um belo romance de Ernest Hemingway. Morreu lá.

Eu estou nessa da esperança, ainda tenho esperança, Geraldo. Mas o fato é que eu nunca vi maior desgraça no meu Estado do Piauí do que os seis anos do partido de V. Exª. E vou dar os fatos. Agora, eu tenho esperança no Luiz Inácio - é falta de visão mesmo, é a ignorância audaciosa, a falta de saber e de conhecimento.

Eu acredito em Deus; eu acredito no estudo, que leva à sabedoria - o Livro de Deus diz que a sabedoria vale mais do que ouro e prata -; e acredito no trabalho - não tenho essas crenças desse pessoal: acredito no trabalho.

Rui Barbosa está ali, ô Paim, porque ele disse que a primazia tem que ser do trabalho e do trabalhador. Ele vem antes, ele faz a riqueza.

Esse pessoal não tem entendimento, não leram nem a Bíblia. A Bíblia, Geraldo Mesquita, diz: “Comerás o pão com o suor do teu rosto”. E o apóstolo Paulo - Paulo Paim, preste atenção V. Exª, que herdou o nome - foi mais severo quando disse: “Quem não trabalha não merece ganhar para comer”. Isso é o real.

Ô João Pedro: e essa crise real? Eu estou aqui é para ensinar mesmo, só tem sentido a existência do Senado se ele for como um pai para a Pátria.

Já li umas cinqüenta biografias de Abraham Lincoln. Considero como sua melhor frase a seguinte: “Caridade para todos, malícia para nenhum e firmeza no direito”. Mas não é isso não. Para esta crise, ele deu um ensinamento: “Não baseie sua prosperidade com dinheiro emprestado”. Por isso é que se lê Abraham Lincoln, por isso eu li cinqüenta biografias de Abraham Lincoln. Não baseie sua prosperidade com dinheiro emprestado! Essa crise é isso.

O que foi essa crise? Estou aqui para ensinar ao nosso querido e estimado amigo Presidente Luiz Inácio. O que foi essa crise? Pecaram contra Abraham Lincoln. Os bancos - banco é para isso - emprestaram dinheiro para comprar casa, emprestaram à indústria de construção imobiliária. Aí todo mundo comprou casa de US$200 mil Não tinham dinheiro. Os juros eram baratos, aumentaram, não pagaram... O banco quer dinheiro, precisa de dinheiro para fazer essa matemática. O crescimento e as casas não engordaram, e faltou dinheiro.

No Brasil, ô João Pedro, vai acontecer a mesma coisa. Já aconteceu, Luiz Inácio!

Já aconteceu, Luiz Inácio. Eu sei. Eu acho que eu sou o melhor candidato à Presidência da República do PMDB. Não tem melhor do que eu, não. Eu já fui prefeito, já fui prefeitinho, governador de um Estado em dificuldades que, quando governei, crescia 10%. Viu, Paim, é um a Chapa boa: o Paim para Presidente e eu Vice-Presidente; ou eu para Presidente e ele Vice. É a melhor chapa, diga para o Luiz Inácio lá. Mas esse que eles estão lançando aí? Nós não vamos abrir mão. O PMDB é o maior Partido. O povo agora decidiu: fez mais prefeito e mais vereador. Não vamos abdicar nem da Presidência daí nem da Presidência da República, porque os novos candidatos que ele está lançando são mais fracos do que nós.

Vamos dizer o que houve na economia, porque nós entendemos. É o seguinte. Aí faltou dinheiro, e faltou e começaram a tomar as casas, e está aí a pane. E no Brasil? No Brasil está muito pior. A crise já chegou, Geraldo Mesquita. Tem que ter entendimento das coisas. Chegou e esse negócio de dizer...Mentir não. É hora da verdade. Fernando Henrique Cardoso é um estadista. Nunca votei nele. Votei no Quércia, que era do meu Partido; e depois, por birra lá, ou por amizade, votei no Ciro Gomes, que é meu vizinho. Sou de Parnaíba e ele ali, não é? Mas ele enfrentava. O Apagão. Ele criou não foi um superministério, mas uma rede de gestão - e chamou até o Pedro Parente - para enfrentar. Foi duro o Apagão. Eu era Governador. Apagamos luz de capital, pagamos mais, foi uma confusão doida. E essa crise tem que ser enfrentada. Já chegou. 

Ora, essa dívida do Brasil é muito velha E ela aumentou, quando Dom João VI veio de lá para cá. Ele estava liso, Portugal estava arrasado, acabado. Não tinha a derrama aqui? Eles vinham buscar dinheiro aqui. Daí entrou no pescoço do Tiradentes. Vinham buscar o nosso ouro! Então, para ele fugir, ele pegou dinheiro da Inglaterra. Foi a Inglaterra que o trouxe. A Inglaterra que instalou Portugal aqui, porque a Inglaterra era contra a França, era contra Napoleão. A dívida já... E os ingleses, que criaram a indústria no mundo, chegaram a nos dar dinheiro. E a página mais vergonhosa para nós brasileiros: acabaram com o Paraguai, deram para a Argentina e para o Uruguai. Foi um massacre! Que vergonha! Aí a dívida aumentou com a Inglaterra. Então nós estávamos endividados! Basta dizer, Geraldo Mesquita, a importação, a taxa dos importados da indústria inglesa era menor do que a de Portugal, tal era a nossa dependência. Então essa dívida...

Aí veio a Segunda Guerra Mundial, e o mundo europeu se bombardeou todo. A Europa toda. A Inglaterra fica na Europa. E os Estados Unidos, que ganharam com a Rússia a Grande Guerra - e nós também - começamos a receber coisas dos Estados Unidos. Getúlio, para entrar na guerra, pegou a siderúrgica de Volta Redonda, pegou o desenvolvimento do Nordeste, das bases aéreas de Natal e da Marinha. Então nós começamos a nos endividar com os norte-americanos. Quer queiramos, quer gostemos ou não de Bush, o fato é que eles têm um quarto da riqueza do mundo: 25%. Então isso é a globalização, já pegou. E foi pior, e vai ser pior aqui, ô João Pedro! Vamos com frieza! V. Exª é um homem ponderado, está bem representado o seu Estado. Nós entendemos mesmo. Ninguém está em dúvida, não. Luiz Inácio... Estão enganando, eles têm que falar a verdade para o povo brasileiro.

O Brasil está o pior.

A escravidão hoje, Geraldo Mesquita, não é o negro, não. O negro era escravo, mas Abraham Lincoln resolveu, a Princesa Isabel resolveu... Mas a grande escravidão da vida moderna é a dívida. É a dívida o nosso problema.

O que houve no Brasil? Olha, estimulava-se o endividamento. Os velhinhos estão todos lascados. Os aposentados, que o Paulo Paim está defendendo, estão lascados, nunca houve tanto suicídio. Porque é consignado: os bancos já tiram na hora do pagamento. Eles pagam, mas não está dando mais o dinheiro. Eu ando na rua e os velhinhos “Pelo amor de Deus! Pega esse Paim, a promessa do Paim”. Tem velho se suicidando como nunca na história do mundo. Eles são honrados...

Mas num país onde se diz que se compra um carro em dez anos... Ora, é um país irresponsável, um país sem visão de futuro. Um carro em dez anos? Tem gente que não tem nada, não tem emprego. O desemprego está aí, mas com duzentos reais sai com um carro andando.

E agora? Estão tirando os carros. Aumentou a inadimplência. Lá foi casa de duzentos mil dólares. Aqui todo mundo se estimulou; então, faltou dinheiro. Esse negócio de dizer “a dívida externa”... Está certo, ele pagou. Eu não teria pago, eu teria pago os aposentados, os velhinhos que têm o redutor.

Mas aumentou a dívida interna. Há dois tipos de dívida:

(Interrupção do som.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - A externa, que diz que pagou. Muito bem. Mas a interna... Vamos dizer, na sua casa... Está certo, você não está devendo a nenhum banco, a nada. Mas, se seu banheiro está quebrado, se não tem descarga, se não tem luz, se tem goteira, você está lascado. É a dívida interna.

Então, o Brasil tem uma dívida interna. Primeiro, com os aposentados. Estão tirando dos aposentados. Os que pagaram e fizeram um contrato para dez salários mínimos estão recebendo cinco; para cinco, estão recebendo dois.

A dívida interna com educação. Olha a porcaria que está a educação pública! Olha a porcaria que está! Tem faculdade de medicina, mas de ensino privado, são quatro mil reais ao mês. Ora, e agora? Vai faltar dinheiro, vai entrar na inadimplência.

Essa é a realidade. O partido está desequilibrado.

Paulo Paim, Bill Clinton, aquele “gostosão”, aquele “bonitão”, humilde, foi quatro vezes Governador do Estado do Arkansas. O meu amigo Luiz Inácio, nosso querido Presidente, não foi. Quatro vezes Governador do Estado,do Arkansas, Paulinho! Então, o que ele fez, a primeira coisa? Disse que era complicado e mandou buscar os maiores técnicos. Aí eles fizeram um livro, com Ted Gaebler e David Osborne - Ô João Pedro, está aí um presente bom, dê antes do Natal, dê logo ao nosso Presidente Luiz Inácio -, Reinventando o Governo.

Eles advertiram que o governo não pode ser grande demais. Grande demais era o Titanic, que, com toda a tecnologia, afundou. Então, este Governo ficou grande demais: de dezesseis ministros para quarenta; trinta porcarias que só sei o nome de uns dez. Não é? O funcionalismo e tal, e quem paga? É o povo. Então, o povo está sem dinheiro, o povo paga 76 impostos. Eu denunciei isso. Não foi O Globo, fui eu aqui que disse que eram 75 impostos, que, de um ano, você paga seis meses de imposto: cinco meses para imposto e um para juros. Você trabalha de dezembro a janeiro, e a metade é para o Governo.

Então, o povo está esfolado, está explorado. Tem que chegar à verdade, à austeridade. Vamos economizar. Vamos enfrentar, temos que enfrentar, mas com a verdade. Cristo, João Pedro: “De verdade, em verdade [...]”. “Não, é uma marola, é uma gripe”. Uma ova. Sou médico. Isso é uma bananoza. A globalização, o dinheiro está globalizado, desde que inventaram a bússola; isso é verdade.

Fernando Henrique teve aquela coragem. O Apagão, eu era Governador. Chegou lá e mandou apagar as luzes de tudinho, tudo que era avenida; foi um rolo danado. Você sabe, botou o Pedro Parente, era a câmara de gestão, acima dos ministérios. Enfrentou, saímos do Apagão.

Vamos, João Pedro. V. Exª, que é índio...

(Interrupção do som.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - ... eu digo índio bravo, de coragem. Presidente, vamos ouvir o Senado, temos que enfrentar.

Estimular, comprar agora é uma loucura, porque não tem dinheiro, não vão pagar. Olha, vai diminuir. Você viu as montadoras? É o desemprego. Quem não tinha nada, com R$200,00 saiu com carro. Eu queria ser Papai Noel, dar presente para todo mundo. Vamos devolver.

“Não baseie sua prosperidade com dinheiro emprestado”, foi Abraham Lincoln quem disse, por isso ele é estudado. E mais, vamos algo mais recente... Em recessão, ô, Geraldo Mesquita, disse que a maior foi na Primeira Guerra Mundial. Eu não sei... Mas, na Segunda, eu sei, porque eu nasci na guerra, Senador João Pedro. Eu não sei a idade de Luiz. Olha, eu nasci em 42. Franklin Delano Roosevelt, quatro vezes Presidente dos Estados Unidos. Quatro! Ele disse: “Toda pessoa que eu vejo é superior a mim em determinado assunto”. Nesse particular, eu procuro aprender. Olha, eu não vi ninguém do PT no debate qualificado. Que pena! Tasso Jereissati é um economista, empresário. É meu vizinho: eu sou do Piauí; ele, do Ceará. Empresário fabuloso, desde o pai. Ele debateu isso aqui, não tinha ninguém para o debate qualificado. Ele advertiu, eram as preocupações dele... Os olhos dele são verdes, é até a cor da esperança, não é? Mas não tinha ninguém... Tem de ser levado... Ele não é do lado, ele é do PSDB; mas ele é superior a Luiz Inácio nesse assunto. É lógico! Ele fez esses detalhes.

Mas Franklin Delano Roosevelt... Foi outra recessão, depois da guerra. Olha só o que ele disse, João Pedro: “Americano, (norte-americano) busque o trabalho. Trabalhe e produza. Se tiver com dificuldade... Se não, produza. Se não der certo, busque outro”. Ensinou a trabalhar na crise. É trabalho! Eu não tenho visto isso. Daí, eu quis entrar no Piauí... No Piauí, eu sei, ele foi generoso. Ele deu mais da metade dessa bolsa. Mas essa bolsa não é o trabalho... Não é isso o que eu espero para o Piauí.

Essa bolsa eu sei que é uma generosidade, uma caridade. São Paulo dizia: “Fé, esperança e caridade”. Eu não posso...

Eu encaminharia isso aos prefeitos e os prefeitos indiquem esse pessoal para o trabalho, que aumentaria até a sua renda. Vejo na praça da minha cidade tradicional... Botava eles para jardinar, para serem vigias. Acredito no trabalho.

Franklin Delano Roosevelt disse: “Se não der certo, procurem outro trabalho”. E mais, Paim: “Que cada fazenda tenha um bico de luz” - levou energia -, “que cada panela tenha uma galinha e este país estará salvo”. Os Estados Unidos são fortes, porque produzem alimentos, produzem grãos. A tecnologia eles perderam por causa do japonês. Mas eles têm... Olha o Franklin Delano Roosevelt: um bico de luz numa fazenda e uma galinha na panela, disse o homem. E ele disse mais: “As cidades podem ser destruídas; ressurgirão do caos. Mas se o campo for destruído, as cidades”... É o que está acontecendo. Está tudo destruído.

Então, eu queria que o Piauí tivesse nestes dois anos... Acredito, tenho esperança, não quero que o Presidente Luiz Inácio enterre a esperança do nosso Piauí, nas obras como o porto, a estrada de ferro, as ZPEs, os projetos de irrigação, as universidades federais. Universidade federal tem uma. Por que não tem mais de uma?

Tenho um projeto no delta, que foi encaminhado, aprovado em tudo que é Comissão, que o último Deputado Federal, ex-Ministro, deu parecer positivo, o Fernando Henrique Cardoso. Hidroelétricas, atentai bem!, o Governador disse que vai fazer cinco. Tem uma que está pela metade, é a de Boa Esperança...

(Interrupção do som.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - ...falta uma eclusa para tornar navegável o rio Piauí. E fala-se em cinco... vamos fazer cinco hidroelétricas, mas a primeira não foi concluída...

Eu sou cirurgião, e às vezes dá certo. Juscelino Kubitschek, Geraldo Mesquita - eu sei que V. Exª é jurista, V. Exª é mais do que Rui Barbosa -, era médico-cirurgião, eu seu que às vezes dá certo, Luiz Inácio, o Juscelino aqui deu certo, foi essa a visão. Mas se os homens prometem cinco hidroelétricas, se a primeira não está concluída... É ridículo! E falta a eclusa. Eu entendo o que o Piauí precisaria, Luiz Inácio, eu entendo, eu me preparei mesmo, eu estudei muito, foram muitos anos; vocês não acreditam, mas eu acho que não acreditam em Deus porque ele disse: “Comerás o pão com o suor do teu rosto”. Essa gente não gosta de trabalhar, tem horror ao trabalho, não gosta de estudar, tem horror ao estudo. Eu acredito em Deus, no estudo, no trabalho e no amor da família, como Rui Barbosa disse.

Uma refinaria de petróleo, isso que lhe peço, João Pedro. V. Exª é amigo do ministro. Pois é, estou dando a luz, eu tenho a luz, eu tenho a visão de futuro. Lá eles não estudaram, são cegos; não são míopes, não, são cegos. Uma refinaria em Paulistana, tem esse projeto. Olhem o mapa do Brasil. Paulistana é eqüidistante a todas as capitais. Está vendo, Paulo Paim? Olhe a tese. Então o problema é do derivado do petróleo. “É, mas é caro botar no interior do País”. Brasília era caro. Não era caro Brasília? Juscelino botou aqui para integrar e não mudou? Ô, Luiz Inácio, eu estou ensinando, eu poso ensinar, eu sei. Eles não têm visão, eles não estudaram, eles acreditam na corrupção, nessa esmola. Eu acredito...

(Interrupção do som.)

            O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - V. Exª vai intermediar os meus apelos. O sr. ministro é um bom ministro. Governar é fazer estrada, disse Washington Luiz. Quando a Princesa Isabel viajou, o Pedro II escreveu a ela dizendo: “lembre-se, minha filha, estrada é o maior presente que se pode dar a um povo”. O seu ministro é bom, é um homem dinâmico, mas olha a visão, quando se olha no mapa de Boa Vista, Manaus, Belém, São Luís, Fortaleza, Teresina, Natal, eqüidistante. Então, seria como Brasília. É essa a refinaria, em Paulistana, Luiz Inácio? Eu sei. E outra: por que não bota? A Toyota está andando atrás, por que o Piauí não pode ganhar? A Bahia vai ganhar a segunda? Nós entregamos a nossa esperança ao PT, não elegeram um Governador do Estado, o PT e o Presidente da República? Então, é isso, João Pedro. Eu não acredito mais naquela Liderança. Peço a V. Exª, que está aí na Presidência que leve os meus cumprimentos ao... Não é do PT o Ministro, né? É um amazonense brilhante. Que ele conclua pelo menos o porto desmembrado. Cheguei a ter contato com ele, mas agora, depois do porto.

Essas são as obras de estrutura. Preocupo-me com a carcinicultura, o cultivo de camarão, porque fui eu quem foi buscar lá no Equador, em Quito.

Quando deu uma peste lá, eu levei os técnicos. Baixou de US$20 milhões para US$3 milhões. Então, é um pessoal míope.

A pecuária... não tem vacina, então não tem preço nos bodes, na caprinocultura e na carne. É isso.

Eu pediria a Sua Excelência o Presidente da República que reveja, e nós estamos abertos... Eu sou Francisco. Ontem o Pedro Simon falou: onde tiver ódio leve amor; onde tiver discórdia, a união, e é dando que se recebe, mas dê obras realmente consistentes.

Eu sei que é o Estado que tem mais essas bolsas... essas bolsas aí, mas aquilo leva à indolência. Eu quero levar aquilo que eu acredito. Eu estou aqui, ô Paim! Foi estudando e trabalhando que eu cheguei a esta Casa para representar com grandeza o Piauí e o Brasil.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 11/10/2008 - Página 39942