O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Ele reeditou, em uma edição nova, e V. Exª poderia receber da viúva ou do neto, o Governador Eduardo Campos.

            O Senado da República, por meio de seu sistema de comunicação, modernizou-se e atingiu a sua razão: o povo. Era assim que se expressavam os senadores romanos, o Senado de Roma e o povo de Roma, por essa integração.

            Este Senado, modernizado pelo sistema de comunicação (TV Senado, Rádio Senado AM, Rádio Senado FM, jornais diários e semanais), nos integra com o povo brasileiro de tal maneira que podemos falar com o Senado e o povo do Brasil.

            Todos nós recebemos muitos e-mails, que são de uma eficiência muito grande. Vou reler, antes de encerrar esta sessão, dois. Um deles está ligado ao meu Estado, e o outro é do povo, que tem sua interpretação.

            Sou fiel aos ensinamentos de Ulysses Guimarães, que está encantado no fundo do mar, e foi Presidente do meu Partido, o principal ícone da redemocratização deste País. Ele disse: “Ouçam a voz rouca das ruas”.

            É com esse significado que vou ler o que Cida Figueiredo pediu ontem, assim que terminou a sessão. Ela enviou ao Senador Mão Santa, Francisco de Assis de Moraes Souza, um texto intitulado “Bolsa família ou bolsa vergonha”? Ela é eleitora. Olhem a pureza do povo brasileiro. Atentai bem.

Sou eleitora do Presidente Lula, mas consigo separar o joio do trigo e me aperceber do que ocorre ao meu redor, na minha rua, no meu bairro, na minha cidade, etc. Vejo, ouço pessoas que, ao receberem seu bolsa família, correm para comprar celular e outros bens que não são de primeira necessidade, enquanto deixam de pagar conta de água, luz, gás e os mesmos serem cortados meses a fio, pois a eles não foram dadas, primeiro, as diretrizes básicas para saberem o que é e para que serve o bolsa família e de onde vem, coisa que até as próprias escolas deveriam ter feito. Outro ponto é que realmente bolsa família, bolsa-gás, bolsa-escola, como ajuda de emergência, tiveram e têm sua validade. Só que o Governo nada faz para criar condições de trabalho para que essas pessoas saiam da linha da miséria e elevem sua auto-estima através do trabalho (artesanal, frente de trabalho, cooperativas, etc). Creio que já estamos em tempo de ajudar essas pessoas a aprenderem a produzir e terem sua dignidade elevada, comendo, vestindo, sustentando-se e a seus filhos com o suor do seu rosto, e que os mesmos aprenderão que todos precisamos estudar, trabalhar, para sermos cidadãos e ajudar nossos pais [e nosso País]. Senão, estamos criando os filhotes do Bolsa Família.

Já ouvi prefeitos se vangloriarem de terem muitas pessoas em suas cidades que recebem a tal bolsa, o que, para mim, é motivo de vergonha e não de júbilo. Penso que essa bolsa deveria ser temporária e não vitalícia, como está se tornando, ou vamos deixar de ser o país dos miseráveis para ser o país dos indigentes.

Obrigada e saudações.

Cida Figueiredo.