Discurso durante a 230ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre a necessidade de esclarecimentos pelo Ministro das Relações Exteriores e o Presidente do BNDES sobre as providências que o governo brasileiro pretende adotar frente às constantes ameaças de calote da Venezuela, Bolívia e Paraguai.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA EXTERNA.:
  • Considerações sobre a necessidade de esclarecimentos pelo Ministro das Relações Exteriores e o Presidente do BNDES sobre as providências que o governo brasileiro pretende adotar frente às constantes ameaças de calote da Venezuela, Bolívia e Paraguai.
Publicação
Publicação no DSF de 05/12/2008 - Página 50011
Assunto
Outros > POLITICA EXTERNA.
Indexação
  • APREENSÃO, DECISÃO, GOVERNO ESTRANGEIRO, PAIS, AMERICA LATINA, QUESTIONAMENTO, EMPRESTIMO EXTERNO, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), ANUNCIO, PAIS ESTRANGEIRO, EQUADOR, AUSENCIA, PAGAMENTO, DIVIDA, CRITICA, NEGLIGENCIA, POLITICA EXTERNA, BRASIL, MOTIVO, IDEOLOGIA, PERDA, INTERESSE NACIONAL, LEITURA, TRECHO, ARTIGO DE IMPRENSA.
  • APRESENTAÇÃO, COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES E DEFESA NACIONAL, REQUERIMENTO, CONVOCAÇÃO, MINISTRO DE ESTADO, ITAMARATI (MRE), PRESIDENTE, BANCO NACIONAL DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO E SOCIAL (BNDES), ESCLARECIMENTOS, SENADO, PROVIDENCIA, GOVERNO BRASILEIRO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, depois que o governo equatoriano anunciou que não pagaria sua dívida com o BNDES, resultante do empréstimo com a construtora Odebrecht, chegou a vez de Venezuela, Bolívia e Paraguai informarem que vão realizar auditorias em suas contas externas, fazendo do Brasil o alvo de um imenso “calote” que pode alcançar até R$ 5 bilhões, volume de empréstimos externos concedidos pelo BNDES principalmente a esses quatro países.

A linha de confronto aberta pelo Equador foi saudada como exemplar pelos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e da Bolívia, Evo Morales. O Paraguai também já anunciou que ira auditar a sua dívida com o Brasil pela construção da usina de Itaipu.

            Além desses países, alguns governos da América Central assinaram nota acenando com "respostas concertadas" a quem agir "contra a vontade do Equador de impugnar os créditos que tenham lesionado a economia do país e seu estado de direito".

Enquanto alguns países estão brincando com os interesses do Brasil, o governo do presidente Lula insiste na ideologização da nossa política externa, tratando de forma frouxa, flácida, dos interesses nacionais, confundindo diplomacia com política partidária.

A jornalista Miriam Leitão, em artigo publicado hoje, dá uma boa medida da atual situação: “Esse processo ganhou força quando a Bolívia colocou tropas dentro de uma empresa brasileira, a Petrobras, e o Brasil divulgou nota para dizer que a Bolívia tinha direito de defender sua soberania. Como se os investimentos da Petrobras na Bolívia colocassem em risco a soberania deles. Essa confusões que a diplomacia brasileira fez no governo Lula, o excesso de empréstimos sem causa de proteção, colocaram o Brasil nesta situação. Agora a Venezuela diz que também quer rever a dívida com o Brasil. Estamos sendo tratados como "o gringo" da vez por esses países. Ideologia e empréstimos bancários não combinam muito. Se o Equador não paga, quem paga somos nós, que mantemos o Tesouro”.

Enfim, estou apresentando agora, na Comissão de Relações Exteriores desta Casa, requerimento convocando o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e o Presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para prestarem esclarecimentos naquela comissão sobre as providências que o governo brasileiro pretende adotar frente a essas constantes ameaças de calote desses países.

Muito obrigado.

Era o que tinha a dizer.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/12/2008 - Página 50011