Discurso durante a 216ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Registra a palestra que o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso pronunciou no Interlegis, com transcrição, via internet, para todas a Câmaras Municipais e Assembléias Legislativas do País.

Autor
Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
LEGISLATIVO.:
  • Registra a palestra que o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso pronunciou no Interlegis, com transcrição, via internet, para todas a Câmaras Municipais e Assembléias Legislativas do País.
Publicação
Publicação no DSF de 19/11/2008 - Página 45963
Assunto
Outros > LEGISLATIVO.
Indexação
  • ELOGIO, CONFERENCIA, SENADO, AUTORIA, FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA, ANALISE, FUNÇÃO, LEGISLATIVO, DIVULGAÇÃO, INTERNET, CAMARA MUNICIPAL, ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, IMPORTANCIA, CONTRIBUIÇÃO, DEBATE, DEMOCRACIA.
  • REGISTRO, INICIATIVA, GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL (GDF), HOMENAGEM POSTUMA, RUTH CARDOSO, ANTROPOLOGO, CONJUGE, EX PRESIDENTE DA REPUBLICA.

            O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, comunico à Casa que o Interlegis foi palco de uma palestra muito culta, muito elegante, muito correta, pronunciada pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, muito concorrida e com transmissão via Internet para todas as Câmaras Municipais, todas as Assembléias Legislativas do País. Falou sobre o novo papel do Legislativo, rememorou o passado recente, referiu-se de maneira muito adequada a seus antecessores e procurou focar seus olhos de estadista no Brasil do futuro.

         Eu, pela platéia pluripartidária que ali estava, pelo caráter plural das pessoas que formavam aquela seleta platéia, percebi que S. Exª, o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, agradou em cheio a média das pessoas que ali estavam, porque não se tratava de proselitismo partidário e nem se tratava de jogo ideológico. Tratava-se da visão de um homem experimentado que foi Senador por doze anos, Ministro de Estado duas vezes, foi Líder de Bancada, Líder de Governo e Líder de Oposição nesta Casa e que foi, por duas vezes, Presidente da República, no período entre 1995 e 2002. Com uma longa experiência dentro da academia, uma longa experiência como professor em universidades brasileiras, a começar pela USP, e em universidades estrangeiras como Berkeley, Nanterre e tantas outras, acumulando, portanto, uma vivência que faz dele um personagem singular. Eu sempre digo que é muito comum alguém ter votos neste País. Não precisa muita coisa para ter votos, mas é muito difícil alguém com o currículo acadêmico do Presidente Fernando Henrique ter votos. Ele se elegeu em praticamente tudo o que quis ao longo da sua vida.

         Foi um momento muito comovido para ele, porque reviu o Senado depois de tanto tempo, e um momento muito especial para os seus companheiros, a começar pelos seus companheiros do PSDB. Mas eu tenho certeza de que, para todos os que acorreram ao Interlegis para ouvir a palavra sábia de um homem que está em pleno vigor da sua capacidade de formular, da sua capacidade intelectual, todos eu creio que ganharam com a interação democrática com o homem que, acima de tudo, se revelou um grande democrata, porque seus oito anos de permanência no poder significaram muito do ponto de vista da estabilização da economia, mas significaram muito do ponto de vista da consolidação plena da democracia no Brasil.

            A democracia se consolidou com Fernando Henrique: plena liberdade de expressão, plena liberdade de crítica. Jamais, num governo forte... E eu me lembro, temos a crônica do Governo Goulart, do qual meu pai foi Líder no Senado, um Governo que era de um democrata. Agora, era impossível a ele impedir as críticas que se amontoavam, em nível desestabilizador até. O Presidente Fernando Henrique não, foi um Presidente forte, que poderia muito bem ter usado de meios que levassem a cerceamento, parcial que fosse, das críticas da opinião. Não fez isso. Não se registra um só momento de violação de liberdade de imprensa naquele Governo. Não se registra um só momento de insubmissão em relação às regras da democracia ou de descumprimento da Constituição.

            Portanto, eu registro a estabilidade da economia e registro a consolidação plena e irreversível da democracia no País como grandes legados daquele Presidente, esse homem público que hoje esteve aqui conosco, está conosco ainda, e que mais tarde será homenageado pelo Governador José Roberto Arruda, do Distrito Federal. Aliás, homenageado não. Receberá ele a homenagem póstuma à sua esposa, a inesquecível e correta e prolífica em sua obra, a antropóloga Ruth Cardoso, Sr. Presidente.

            Muito obrigado.

            Era o que tinha a dizer.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/11/2008 - Página 45963