Discurso durante a 235ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração dos 48 anos de fundação da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação.

Autor
Mozarildo Cavalcanti (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/RR)
Nome completo: Francisco Mozarildo de Melo Cavalcanti
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. SAUDE.:
  • Comemoração dos 48 anos de fundação da Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação.
Publicação
Publicação no DSF de 12/12/2008 - Página 51241
Assunto
Outros > HOMENAGEM. SAUDE.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, REDE NACIONAL DE HOSPITAIS DA MEDICINA DO APARELHO LOCOMOTOR, AVALIAÇÃO, SUPERIORIDADE, QUALIDADE, TRABALHO, IDONEIDADE, GESTÃO, RECURSOS, SETOR PUBLICO, ESPECIFICAÇÃO, RECURSOS ORÇAMENTARIOS, ORIGEM, EMENDA, CONGRESSISTA, ELOGIO, ATENDIMENTO, BRASILEIROS, REGIÃO NORTE, ESTADO DE RORAIMA (RR), ORADOR, FAMILIA, COMPROVAÇÃO, EFICIENCIA, APLICAÇÃO DE RECURSOS.
  • REIVINDICAÇÃO, ABERTURA, HOSPITAL, REGIÃO AMAZONICA, ATENDIMENTO, ESTADO DE RORAIMA (RR), ESTADO DO ACRE (AC), ESTADO DE RONDONIA (RO).

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. MOZARILDO CAVALCANTI (PTB - RR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Garibaldi Alves Filho, Srªs e Srs. Senadores, Dr. Aloysio, Drª Lúcia, Deputado Alceni Guerra, caro colega do tempo de Deputado constituinte e ex-Ministro da Saúde, Deputado Laerte Bessa, quero cumprimentar de maneira muito especial todos os que compõem a Rede Sarah de Hospitais.

Ouvi aqui atentamente, primeiramente ainda no carro, a leitura que o Presidente Garibaldi Alves Filho fez do artigo do ilustre jornalista Ari Cunha e também a história do Hospital Sarah Kubitschek.

Como médico, ex-Secretário de Saúde e ex-diretor de hospital, afirmo que não há realmente quem possa dizer que o Hospital Sarah não é um exemplo para o mundo todo. E por que é um exemplo? Por que é essa exceção dentro da saúde do Brasil, pode-se dizer assim, ou uma das exceções, pelo menos, já que reputo que instituições de outras áreas também são muito importantes? Por que é diferente? Porque, primeiro, tem efetivamente seriedade na gestão de recursos que para lá são destinados.

Não há um parlamentar, Deputado Federal ou Senador, creio que não há nenhum que não coloque, por pequena que seja, uma parte da sua emenda individual para contemplar o Sarah Kubitschek.

E por que fazemos isso?

Vou dar o testemunho de um Senador de um Estado do extremo norte, lá de Roraima, o menor em população e talvez o que mais aperreie exatamente a Rede Sarah. Uns vêm aqui para Brasília, outros vão para o Maranhão. O certo é que não tenho um dado estatístico atualizado, mas é difícil o mês em que eu não faça um pedido para algum paciente de Roraima ser atendido no Sarah Kubitschek, e os pacientes são bem atendidos. E, entre esses pacientes, quero me incluir.

Quando era apenas um médico - não era Senador ainda -, sofri uma fratura de cabeça de úmero e vim ao hospital. Não por minha causa, porque achava que estava atendido, estava imobilizado, mas por causa de minha filha, que tinha menos de dois anos, um ano e pouquinho, e estava com um quadro indefinido de uma lesão coxo-femural, que, no Sarah, foi definido como artrite piogênica do quadril, já com lesão justamente no núcleo de crescimento do fêmur. Hoje, ela é juíza aqui no Distrito Federal. Passou em primeiro lugar no concurso público. Lógico, ficou com seqüela. Mas eu sempre dizia que ela deveria rezar para não ter duas seqüelas: no cérebro e - como ginecologista, eu dizia - nos ovários. Ela teve que tirar muitos raios X, mas, felizmente, hoje ela tem um casal de filhos. Portanto, também nesse aspecto o tratamento foi muito bem-sucedido.

A minha esposa, há três anos, teve uma súbita dor cervical com irradiação para o braço. O Dr. Campos da Paz atendeu-a e disse: “Hoje quase não se opera hérnia de disco, apenas algo em torno de cinco a dez por cento dos casos, mas a sua esposa está na ponta da fila dos que têm que operar, e vamos operá-la amanhã”. Ela realmente foi operada - ele comandou a operação, com o Dr. Régis e mais outros médicos - e está bem, sem qualquer tipo de problema.

Então, há muitos exemplos como esses.

Eu não vou falar nem dos Senadores, porque nós, que em média já passamos dos 50 anos, dificilmente não temos um problema no aparelho locomotor: ou é na coluna, ou é no joelho, como já foi dito aqui.

O mais importante - e quero deixar meu testemunho muito mais como médico - é constatar como se pode fazer uma saúde bem-feita no País quando se quer, quando se tem profissionais abnegados, quando se tem um corpo de funcionários dedicados e, acima de tudo, quando se faz do recurso recebido uma boa aplicação.

Eu trabalhei ardentemente, aqui, na discussão da votação da CPMF, contra a CPMF. Eu votei contra a CPMF, sendo médico, porque tinha consciência de que não era aquele recurso que iria corrigir a saúde pública no Brasil. O que iria corrigir a saúde no Brasil era recurso bem aplicado, porque, como nós temos lamentavelmente visto, o que ocorre é desvio na aplicação do dinheiro que vai para a saúde. E eu sempre falo que roubar, em qualquer setor, é um crime que não tem desculpa, mas roubar na área da saúde devia ser considerado crime hediondo. É roubar do paciente que precisa do remédio, é roubar o remédio do paciente que precisa, é roubar o equipamento do paciente que precisa, é roubar, enfim, da vida. Infelizmente, a toda hora, estamos vendo na imprensa casos e mais casos, exemplos e mais exemplos, constatados - não é só denúncia vã - pelo Tribunal de Contas da União, pela Controladoria-Geral da União, de desvios de recursos da saúde. E o Hospital Sarah é o exemplo que deve ser seguido.

Portanto, fica aqui a minha homenagem ao Dr. Campos da Paz, que, vamos dizer assim, simboliza essa instituição, à Drª Lúcia e a todos. Deixo o meu agradecimento pelo serviço que têm prestado e o meu incentivo para que levem esse patamar a um nível cada vez mais alto.

A Senadora Rosalba - já há um hospital no Nordeste - está pedindo mais um para Mossoró. E quero pedir para a Amazônia Ocidental, não é nem pelo meu Estado. Na Amazônia Oriental, já existe no Maranhão e em Belém. Mas, na Amazônia Ocidental, que compreende o Estado do Senador Tião Viana, o meu e Rondônia, não temos. E é uma área imensa. Trazer um paciente de Roraima ou do Acre para cá é uma dificuldade enorme. Então, fica aqui o meu apelo para colocar nessa lista de prioridades um hospital para a Amazônia Ocidental.

Muito obrigado. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 12/12/2008 - Página 51241