O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Quero cumprimentá-lo pela maneira competente e pela dedicação frente à Presidência da Comissão de Relações Exteriores, de qual faço parte.

            Tanto o assunto da Jamaica, que resultou na vinda da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos - pela nossa costa, é de grande importância a sua vinda -, quanto a pacificação das relações Brasil-Equador, assunto para o qual tentamos despertar o Governo brasileiro desde o início, são temas importantes.

            A nossa cultura histórica é greco-romana, baseada no Estado de direito do Direito Romano, passando pelo nascimento da República na França, pelo crescimento das riquezas a partir da Revolução Industrial inglesa e norte-americana, e pelo aperfeiçoamento da nossa democracia, através deste Senado da República, na pessoa de Rui Barbosa.

            Não temos uma filosofia ligada historicamente a Cuba, a Hugo Chávez, ao Correa, ao Morales, ao Presidente do Paraguai ou ao Presidente da Nicarágua. As nossas tradições pertencem à história do direito democrático nascido na Grécia.

            A importância da sessão de hoje foi a preocupação que os Senadores demonstraram com a educação, com a melhoria salarial, na defesa do piso salarial dos professores, encabeçado pelo Senador Cristovam Buarque.

            Nós nos preocupamos porque consideramos grave o estado da educação em nosso País. Ultimamente, o Enem mostrou quão precária está a educação do ensino público do Brasil. As melhores notas de Brasília, 6, em uma escala de 0 a 10. Entre os outros Estados, a escola pública do Piauí ficou no 26º lugar - melhora a colocação quando é mapeada a escola privada.

            Atentai bem: não se vê perspectiva em um País que paga mal às professoras. Quando o Senado aprova um piso salarial de R$900,00 (novecentos reais), insurgem-se governos, conseguindo liminares contra esse piso.

            Não vemos, portanto, nenhuma perspectiva para a riqueza de um País que não valoriza a educação. Isso eu digo com fundamento no programa grego da paideia, 500 anos antes de Cristo.

            Atentai bem, brasileiras e brasileiros, como vamos tratando mal a educação! A acuidade racional, a precisão gramatical e a maestria na oratória eram as virtudes mais importantes do novo Homem ideal. A formação adequada da personalidade de um homem para uma boa participação na vida da polis exigia uma excelente formação nas diversas artes e ciências, e assim foi criada a paideia - o clássico sistema grego de instrução e educação, que incluía Ginástica, Gramática, Retórica, Poesia, Música, Matemática, Geografia, História Natural, Astronomia e Ciências Físicas, História da Sociedade, Ética e Filosofia - enfim, todo um curso pedagógico necessário para produzir o cidadão completo, plenamente instruído.

            Isso, cinco séculos antes de Cristo! Já naquela época, a Grécia se preocupava com a educação. O Enem verificou apenas Português e Matemática. Fossem verificadas todas essas ciências ensinadas na Grécia, o resultado seria mais desastroso!

            Daí as nossas preocupações, que se acasalam com o sonho do Senador Cristovam Buarque, que só vê um caminho, uma salvação: a melhoria da educação.