Fala da Presidência durante a 230ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Lê editorial do jornalista Zózimo Tavares do jornal Diário do Povo, estranhando que o governador do Piauí não esteja na lista de governadores ameaçados de cassação.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
ELEIÇÕES. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.:
  • Lê editorial do jornalista Zózimo Tavares do jornal Diário do Povo, estranhando que o governador do Piauí não esteja na lista de governadores ameaçados de cassação.
Publicação
Publicação no DSF de 05/12/2008 - Página 50009
Assunto
Outros > ELEIÇÕES. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL.
Indexação
  • REPUDIO, OMISSÃO, ESTADO DO PIAUI (PI), RELAÇÃO, GOVERNADOR, PROCESSO, CASSAÇÃO, CORRUPÇÃO, PROCESSO ELEITORAL, PROTECIONISMO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DOS TRABALHADORES (PT), CRIME, JUSTIÇA ELEITORAL.
  • LEITURA, EDITORIAL, JORNAL, DIARIO DO POVO, ESTADO DO PIAUI (PI), PROCESSO JUDICIAL, AUTORIA, PARTIDO POLITICO, PARTIDO DO MOVIMENTO DEMOCRATICO BRASILEIRO (PMDB), PEDIDO, TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE), CASSAÇÃO, WELLINGTON DIAS, GOVERNADOR, SEMELHANÇA, ESTADO DE RONDONIA (RO), ESTADO DA PARAIBA (PB), MOTIVO, UTILIZAÇÃO, PROGRAMA ASSISTENCIAL, FAVORECIMENTO, REELEIÇÃO, GOVERNO ESTADUAL.

            O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Diante das inúmeras acusações de corrupção nos pleitos eleitorais do Brasil, o Piauí fica estarrecido ao constatar que, anunciada a cassação de alguns Governadores, não se inclui na lista o Governador do Estado do Piauí, mesmo depois que, logo após o pleito, o PSDB tenha denunciado a corrupção eleitoral, eis que o Governador do Estado do Piauí recebeu recursos no montante de quase R$10 milhões para a compra de ambulâncias, no episódio do escândalo dos “sanguessugas”. E mais ainda: gravações de conversas telefônicas, em número de dezessete, com o Diretor-Presidente da Gautama, de posse da Polícia Federal, atestam a corrupção eleitoral. E, seguindo as ações do PSDB, o PMDB também moveu processo em que pede a cassação do Governador.

            Diante dessa enxurrada de denúncias, o Piauí e o Brasil ficam perplexos, porque, quando se trata de governantes do Partido dos Trabalhadores, a corrupção vai parar debaixo do tapete da Justiça Eleitoral.

            Então, vou ler aqui, do Jornal Diário do Povo, o jornal independente do Piauí, um editorial da mais alta seriedade, escrito pelo jornalista Zózimo Tavares:

PMDB agiliza processo que pede cassação do Governador

Os advogados do PMDB estão dando seguimento ao recurso especial eleitoral nº 28.433, sob protocolo 180832007-10.10.2007, contra o Governador José Wellington Barroso de Araújo Dias. O processo pede a cassação do mandato do governador por abuso de poder econômico e político nas eleições de 2006. O recurso está para vistas na Procuradoria-Geral Eleitoral, em Brasília. O relator do processo no TSE é o Ministro José Delgado.

A motivação foram os pedidos de cassação depois que foram cassados os governadores de Rondônia, Ivo Cassol, e da Paraíba, Cássio Cunha Lima. Os advogados alegam que o caso do Piauí é idêntico ao da Paraíba.

(...)

Logo após as eleições, os advogados Edvar Santos e William Guimarães impetraram a ação no TRE-PI contra Wellington Dias, alegando a prática de conduta vedada na campanha.

“Houve, de fato, utilização de programa social em proveito da candidatura à reeleição do governador, o que é expresso como conduta vedada. Isso porque o representado, na condição de governador e candidato à reeleição, teve associada a sua candidatura à distribuição de carteiras de habilitação aos seus beneficiários, materiais estes subvencionados pelo poder público”, diz o documento em análise no TSE.

Os advogados alegam que a prática do ato vedado afeta a igualdade de oportunidades entre os candidatos no pleito. O Governador Wellington Dias foi beneficiado com a distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social, subvencionados pelo Erário, semelhante ao caso da Paraíba, assegurou o advogado Edvar Santos.

Na argumentação da ação, os advogados alegam ainda que a lei que criava o programa de governo que autorizava a distribuição das carteiras de habilitação foi editada no ano da eleição. Além disso, não tinha previsão no Orçamento do ano anterior para este projeto social: Programa de Formação de Condutor Carente, criado pela Lei Estadual nº 5.542, de 11.01.2006.

“Tudo isso configura conduta vedada, mesmo entendimento do TRE-PB, onde aplicou a pena de multa e cassação do diploma, fato confirmado pelo TSE. No caso do Piauí, o TRE optou pela aplicação de multa alegando o princípio da proporcionalidade. Mas o entendimento do TSE nesses casos não é levado em conta a potencialidade ofensiva, basta a simples conduta vedada, fato comprovado no processo Representação 1033”, explicou o advogado do PMDB.

            É estranhar que, diante de inúmeros governadores ameaçados de cassação, não seja incluído o do Piauí, onde, a história conta, paira a maior corrupção eleitoral.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 05/12/2008 - Página 50009