O SR. HERÁCLITO FORTES (DEM - PI. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Senador Aloizio Mercadante trouxe um tema para esta Casa que vai inverter o motivo da minha intervenção.

            Quero ponderar ao Senador Mercadante com relação a essa proposta.

         Imagine, Senador Mercadante, que tenhamos de criar a figura do Diretor-Geral com mandato. Se temos o Diretor-Geral com mandato, temos que ter também a Secretária-Geral da Mesa com mandato; se temos o Diretor da Mesa e a Secretária, o diretor do departamento médico também tem que ter um mandato, o do departamento jurídico. Aí, vamos, nessa hierarquia, punir o nosso Zezinho, que serve cafezinho nesta Casa há uma vida inteira e que vai ter que ser substituído a cada dois anos. Não é por aí que se objetiva uma administração, até porque são funções de carreira e têm que ser ocupadas por competência. Não podemos, de maneira nenhuma, criar um clima eleitoral entre os servidores da Casa. Aí, sim, teríamos uma verdadeira guerra entre companheiros, um querendo derrubar o outro para ser o seu substituto.

            Lamento essa iniciativa e essa idéia brilhante do Senador Aloizio Mercadante, mas quero dizer que em nada acrescenta nem contribui para o bom êxito do funcionamento desta Casa.

            Por outro lado, Sr. Presidente, quero ponderar a V. Exª e à Casa com relação à eleição das Comissões. É verdade que o Regimento diz que o mais velho preside. Tudo bem. O mais velho presidirá reuniões ordinárias, mas, se houver um entendimento dos Líderes de que não será feita eleição se não houver acordo, não há no mundo circunstância que faça o mais velho presidir essa sessão que vai eleger o próximo Presidente de cada uma das Comissões, simplesmente porque as Lideranças, que são fortes, determinam o esvaziamento dessas Comissões. É o que ocorre no plenário quando as Lideranças não querem. Por que queremos tapar o sol com a peneira? Para enganar quem?

            Nós temos que nos compenetrar, neste momento, de que são os Líderes que têm a responsabilidade de resolver essa questão e não V. Exª, como Presidente, ou qualquer membro da Mesa, porque, se o Colégio de Líderes achar que não, esvazia. E, aí, vamos colocar em situação delicada a autoridade do Presidente, que não pode se envolver na questão interna desse funcionamento para não perder, inclusive, a autoridade.

            De forma que faço esse apelo para que as Lideranças se entendam com V. Exª hoje, às seis horas da tarde, e encontrem o consenso: se para respeitar a proporcionalidade ou não respeitar a proporcionalidade, mas que façam eleições o mais rápido possível.

            E ao Senador Mercadante, professor brilhante, faço um apelo para que ele medite sobre essa sua sugestão, que de inovadora não tem nada e vai criar nesta Casa uma disputa, Sr. Presidente, pois, daqui a pouco, vamos ter, nas paredes da Casa, pregada a fotografia dos futuros candidatos a Diretor-Geral, Diretor da Mesa, departamento médico, contínuos e segurança. Vai ser uma lástima!

            Muito obrigado.