Discurso durante a 27ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

A violência no Estado do Piauí. Comentários sobre matéria do jornal Diário do Piauí, intitulada "Ex-servidores do BEP pedem socorro". Homenagem a Dirceu Arcoverde.

Autor
Mão Santa (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
SEGURANÇA PUBLICA. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL. HOMENAGEM.:
  • A violência no Estado do Piauí. Comentários sobre matéria do jornal Diário do Piauí, intitulada "Ex-servidores do BEP pedem socorro". Homenagem a Dirceu Arcoverde.
Aparteantes
Heráclito Fortes.
Publicação
Publicação no DSF de 17/03/2009 - Página 5176
Assunto
Outros > SEGURANÇA PUBLICA. ESTADO DO PIAUI (PI), GOVERNO ESTADUAL. HOMENAGEM.
Indexação
  • GRAVIDADE, FALTA, SEGURANÇA, BRASIL, COMPARAÇÃO, PAIS ESTRANGEIRO, ESPECIFICAÇÃO, SITUAÇÃO, ESTADO DO PIAUI (PI), PROTESTO, MANIPULAÇÃO, IMPRENSA, TENTATIVA, DESVALORIZAÇÃO, DISCURSO, ORADOR, ELOGIO, INDEPENDENCIA, JORNAL, DENUNCIA, PEDIDO, AUXILIO, EX SERVIDOR, BANCO ESTADUAL, PERDA, DIREITOS, POSTERIORIDADE, VENDA, BANCO DO BRASIL, DESCUMPRIMENTO, GOVERNO, PROMESSA, SUSPENSÃO, SERVIÇO, ELETRIFICAÇÃO RURAL, ABANDONO, ESCOLA PUBLICA.
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE MORTE, DIRCEU ARCOVERDE (PI), EX SENADOR, EX GOVERNADOR, MEDICO, ESTADO DO PIAUI (PI), ELOGIO, VIDA PUBLICA.
  • REGISTRO, FALTA, MEDICO, MUNICIPIOS, ESTADO DO PIAUI (PI), SUGESTÃO, GOVERNADOR, APROVEITAMENTO, MODELO, DIRCEU ARCOVERDE (PI), EX GOVERNADOR.
  • REITERAÇÃO, RECLAMAÇÃO, PARALISAÇÃO, OBRAS, ESTADO DO PIAUI (PI), IMPORTANCIA, EXERCICIO, OPOSIÇÃO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Papaléo Paes, que preside esta sessão do Senado, segunda-feira, dia 16 de março; Parlamentares na Casa; brasileiras e brasileiros aqui presentes e que nos assistem pelo sistema de comunicação do Senado, pela televisão, pelas rádios AM, FM, e que vão nos acompanhar pelo Jornal do Senado; Senador Mário Couto, é uma lástima o Governo do Estado de V. Exª. É do PT, não é? Também no Piauí. A violência não é privilégio do seu Pará, não; é do Brasil. E o Pará está no Brasil; o Piauí está no Brasil. É uma barbárie que nós vivemos, não é sociedade. E o nosso Presidente Luiz Inácio sabe disso. Ele tem viajado muito.

Eu acho que nós deveríamos ter um Senador como na Itália, que eles chamam vitalícios; são convidados por mérito. Um dos mais importantes foi Norberto Bobbio, que morreu há um ano, professor de Direito. Papaléo, Norberto Bobbio diz que o mínimo que se tem que exigir de um governo é segurança à vida, à liberdade, à propriedade. Isso é o mínimo, segundo o maior estadista contemporâneo.

O nosso Luiz Inácio não gosta de ler. Ele implica com leitura. Mas eu vi o Presidente anterior, Fernando Henrique Cardoso, citar muito Norberto Bobbio, e eu passei a ler. Mas só isso eu dou de Presidente ao Presidente Luiz Inácio. Resumindo, ele diz que o mínimo que o governo tem que dar é uma segurança à vida, à liberdade, à propriedade. Então, respondam, brasileiras e brasileiros: nós temos essa segurança aqui? Não. Isto é uma barbárie. Não existe sociedade, não. É uma barbárie.

E eu não iria citar, ô Mário Couto, país do Primeiro Mundo, Suíça, Holanda, França, Inglaterra, não, Papaléo. Você pode ir bem aí no Uruguai, que eles são civilizados. Você pode ir bem aí na Argentina, que eles são civilizados. No Chile, nem se fala. Eles são orgulhosos. O primeiro impacto, Papaléo - ô Mário Couto, você tem ido ao Chile? -, que você pega é na rua. Aí o povo diz: “A Polícia daqui não é corrupta”. É o povo. É o povo bem aí no Chile.

Papaléo, eu gosto de ir a Buenos Aires - está ouvindo Mário Couto? -, porque Buenos Aires é a Paris nossa. Lá as coisas são baratas. À França, só esse povo do PT que pode ir, que tem Mensalão, que tem vantagens, pode ir. É muito caro esse negócio do euro. Então, vamos bem aí.

Mas, Papaléo, vou mostrar o quadro. É uma barbárie o Luiz Inácio e esse sistema de mídia comprado, pago. Hoje a audiência é aqui, é aqui, pelo número de e-mails, porque é verdade. É muito raro um jornal, uma televisão do Brasil ser livre. É muito raro. Mas tem. O Mário Couto, de vez em quando, traz ali um. Eu vou trazer um. A gente conta nos dedos.

Então, “uma mentira repetida se torna verdade”. Que este Governo é bom não é. Papaléo, cadê a segurança? Pegou pau no Norberto Bobbio. A segurança, Mário Couto, retraiu. Olha aí, é em tudo. Na minha cidade, dei pêsames a uma família. Uma mocinha linda, quarto ano de Medicina, pegaram ela no carro e tacaram um tiro na cabeça para roubar um diabo de um som. Linda! Lá na minha cidade. E a mãe dizia: “Senador Mão Santa, pode ser que a Adalgisa goste mais de você do que a minha filha que morreu, porque ela sabia todos os seus...” - estudante universitária. Então, disse tudo.

Está todo o mundo... Ninguém tem mais coragem.

Em Teresina não se faz mais nem sentinela. Era uma tradição; era uma cultura do povo. É aquele velório. Morreu à tarde, o velório dura a noite toda, rezando e tal. Papaléo, outro dia, cheguei, soube que um amigo morreu. Eu disse à Adalgisa: “Vamos lá à noite”. Morreu às cinco da tarde, fomos lá. Ao chegar: “Não, nós enterramos”. Morreu às 5h, às 6h já estava enterrado; por quê? Porque o vizinho fez velório, entraram lá e roubaram o defunto. Levaram sapato, relógio e tudo. Então, não tem mais velório. Morreu, enterram logo com medo. Quer dizer, isso não é privativo do seu Pará, é do Brasil.

Diria só um quadro simples. Não vou falar, não. Eu vou muito a Buenos Aires. Eu gosto. Por quê? Quando eu estudei Medicina, eu me formei em 1966, o Brasil tinha poucos livros de Medicina bons em português. Eram muito poucos. E em espanhol tinha na livraria El Ateneu, dos países espanhóis, da Espanha. Então, desde o início da minha profissão, eu ia comprar livro em Buenos Aires na livraria El Ateneu, que conheço e gosto.

Papaléo, preste atenção aí. Tem uma Calle Corriente, que eles dizem que é a calle que não dorme. Olhe aí. Mas eu já sei. Sábado, eu estou com Adalgisa, vou a um teatro, no segundo andar, a uma casa de show, que é até simples, Papaléo. Mas o espetáculo é a uma hora da manhã. Então, quando chega um fim de semana, eu digo: “Vou lá no...” Parece um espetáculo como um circo. Eu acho que o empresário bota esse horário, porque o daqueles teatros todos é às nove horas da noite; quando termina o espetáculo, ele leva para lá. É animado, mas é a uma hora da manhã, sábado. E eu vou lá. Sábado eu já estou lá: “Vamos embora lá, eu já sei o local lá”. Ali é um espetáculo, como se fosse um circo. Começa a uma hora, dá duas horas de espetáculo. Papaléo, eu saio com Adalgisa de mãos dadas, namorando, três horas, quatro horas da manhã. Tu consegue fazer isso lá no teu Marajó, ou eu lá em Teresina? Eu duvido. Ninguém tem coragem, está com neurose, está todo mundo com medo, está todo mundo apavorado.

Eu fui na minha cidade e não conheci mais. É tudo com muro alto, com aqueles fios. Os pobres colocam caco de vidro, e os ricos, aquela rede elétrica. E aqui, cidade cristã, pacífica... Foi de agora. Não tinha isso, não. Foi de agora.

O Padre Antônio Vieira disse que palavra sem exemplo é como um tiro sem bala. O exemplo arrasta, e o exemplo da malandragem, da corrupção parte de cima para baixo. Ora, se vê uma roubalheira doida nos grandes, que são para dar exemplo, como é que o pequeno vai? O mau exemplo... Não era assim, não. O Brasil não era assim.

Mas vamos aqui. Este jornal é um dos poucos, raros... Diário do Povo. É raro no Brasil ter jornal, imprensa livre, independente... Bote bem grandão aí! Faz de conta que é o Mercadante, do Partido dos Trabalhadores. “Ex-servidores do BEP pedem socorro”. Começa logo assim. Nós aprovamos aqui... E o Heráclito está ali e vai falar já, já. E o Senador João Vicente também. Esse PT dizia que era contra a privatização... O Banco do Estado sempre funcionou, nós administramos... Ele foi incorporado, nessa lei, pelo Banco do Brasil. Olha, eles nos mentiram que iam amparar os funcionários! Os funcionários estão todos lascados! Ex-funcionários do BEP pedem socorro. Quer dizer, eles mentem! Nós votamos e acabamos aceitando. Eles se comprometeram. Este é o Governo da mentira, da enganação, da farsa. “Ex-servidores do BEP pedem socorro”. Tiraram os direitos, as garantias, foram tudo para ao Banco do Brasil e estão lascados! Está aqui!

Zózimo Tavares. É um jornalista bom. O Piauí tem essa história. Carlos Castelo Branco foi o maior jornalista deste País na ditadura. De coragem. Esse Zózimo Tavares é danado: “A Cepisa anuncia a suspensão dos serviços do Luz Para Todos em 92 Municípios, logo que o Governador orienta aceleração das obras no Piauí”.

O Governador mente por brincadeira. Está aqui, é o Zózimo. Tudo parado, esse programa Luz para Todos. No início parou porque o Governador foi gravar 17 vezes com o engenheiro da Gautama. É do PT, abafa. O negócio é ser do Partido dos Trabalhadores, que é um manto protetor. Sim. Mas aí nós vamos.

O Globo mostra o abandono das escolas. Este é o Governo do PT. Mas é o seguinte. Olha a reportagem dos servidores do BEP, que pedem socorro contra a redução dos salários no Banco do Brasil. Compraram o Banco do Estado e caparam os salários todos dos funcionários do Banco.

Mas o que eu queria dizer é o seguinte, Senador Papaléo: hoje é uma data... O Piauí é feliz porque não precisa buscar os exemplos noutros Estados, noutra história. Hoje, este jornal, por intermédio desse jornalista Zózimo Tavares... “Trinta anos sem Dirceu Arcoverde”. Quero lamentar aqui. Os exemplos estão aqui. Nós somos felizes. Dirceu Arcoverde foi um Senador da República, médico, Secretário de Saúde e Governador de Estado.

Senador Papaléo, ele tombou aqui no primeiro discurso nesta tribuna. Aliás eu me candidatei a Deputado Estadual para ajudar o Dirceu a ser eleito. E no primeiro discurso ele tombou. A legislação determinava para tomar posse o segundo mais votado, que foi o seu adversário Alberto Silva, e que tomou posse. Então, Mário Couto, você já fez tão bem... O Dirceu também.

Mas é uma vida de exemplo, tanto é que esse extraordinário jornalista e este jornal prestam essa homenagem. Ele tombou nesta tribuna no primeiro discurso que fez. Dirceu Arcoverde. E o jornalista escreveu: “Senador morreu após sofrer um AVC, quando fazia o seu discurso de estreia na tribuna do Congresso Nacional”. Há vários livros sobre ele. Eu queria dizer o seguinte: ele nasceu em 1925, no Dia da Pátria, 7 de Setembro. É um desses homens honrados. Eu tinha intimidade com ele, ô Papaléo, porque ele era médico-cirurgião, e foi um dos criadores, com Zenon Rocha, da primeira Faculdade de Medicina do Piauí. E eu estudava no Ceará. Esse negócio de faculdade no Piauí existiu mesmo depois do meu Governo. Nós criamos 400 faculdades no Piauí e 36 campi avançados. A UFPI ficou entre as três maiores faculdades públicas do Brasil.

Eu me lembro que eu era estudante de Medicina, e ele ia lá se inspirar na Universidade Federal do Ceará, o Dirceu. Daí eu ter uma íntima relação com ele. Fui candidato a Deputado Estadual sem desejar, sem querer, só para ajudá-lo, porque eu moro no litoral, e o meu mundo era Fortaleza, Rio de Janeiro e comprar livro em Buenos Aires.

Então, de repente, fiquei órfão, porque trabalhei para o Senador. E vocês sabem que órfão começa a saber andar, de tal maneira que chegamos à tribuna; e Deus tirou-o daqui para levar para o céu. “Há um homem honrado”. Aqui, há uma fotografia dele com o Presidente Geisel. Aqui diz: “Teve oito irmãos, um deles foi Ministro da Saúde, Waldir Arcoverde”. Eu, quando Prefeito da minha cidade, consegui um hospital federal em parceria e investi. Mas o nome do melhor hospital da minha cidade é Dirceu Arcoverde, uma homenagem.

O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB - AP) - Permita-me, Senador Mão Santa?

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Pois, não.

O SR. PRESIDENTE (Papaléo Paes. PSDB - AP) - Já que V. Exª está fazendo um discurso que envolve o sistema de comunicação, eu quero registrar que a Rádio Senado e a TV Senado estão recebendo hoje a visita de jornalistas da Deutsche Welle, emissora de rádio e de televisão da Alemanha, que estão aqui [na galeria]. Quero agradecer, em nome da Casa, a presença dos senhores e das senhoras e dizer que essa empresa é uma antiga parceira dos veículos de comunicação do Senado, que reproduz programas e boletins jornalísticos sobre assuntos de interesse do Brasil e promove cursos na área de comunicação para jornalistas brasileiros.

Os jornalistas são: Laís Kalka, chefe da redação on line para a América Latina, Andrea Hugemann e Rodrigo Abdelmalack.

E quero registrar com muita honra, com muito prazer, a presença desses profissionais e agradecer tudo o que fazem pelo nosso País no exterior. Muito obrigado. E o apoio que dão a esta Casa também.

Então, Senador Mão Santa, eu quero que V. Exª entenda que mais do que justa foi essa homenagem, uma homenagem muito bonita porque está interrompendo exatamente o seu discurso, que todos gostam de ouvir.

Muito obrigado e desculpe.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Senador Papaléo, então o Dirceu era daqueles médicos que fizeram da ciência médica a mais humana das ciências e foi um benfeitor da humanidade. Ele, professor universitário de Anatomia, foi rotariano e Secretário de Saúde.

Interessante é que lá, nesse Governo do PT, Mário Couto, outro dia veio esse debate, porque quando saímos nos jornais do Sul é cada vez nos desgastando: que tinha setenta e tantas cidades no Piauí sem médico. Quando ele governou, ele tinha só 114. Mas o Dirceu fez um programa para todo Município ter essa equipe-família. Ele localizava um médico, em geral um clínico geral, uma enfermeira e um odontólogo e fazia parceria com o Governo Federal, o estadual e o municipal.

Então eu dizia que bastava o Governador, que está sem médico em quase 100 cidades do Piauí, se inspirar no trabalho e na ação desse governante capaz. Vamos dizer, foi uma das suas metas.

Ele fez muitas obras no Piauí: construiu o Centro de Convenções de Teresina, primeira etapa do Centro Administrativo, a Penitenciária Agrícola Major César Oliveira (modelo nacional), a Ceasa, a sede da Cohab e o Verdão, além de dezenas centros sociais urbanos nos Municípios e da Colônia de Férias do Iapep, em Luís Correia.

         Fez 290 viagens ao interior do Piauí quando só tinha 114 Municípios. Discreto, tímido e retraído - um exemplo. Deixou três filhos, que enriquecem a sociedade piauiense: Dirceu Mendes Arcoverde Filho, Aluísio e Júlio. Um é engenheiro, o outro administrador e o outro médico.

Então, queremos nos associar. É oportuna essa homenagem que partiu do Diário do Povo, da pena de Zózimo Tavares, porque é muito importante para esse momento em que falta ética, em que falta decência, em que falta dignidade. O Piauí não precisa buscar esse exemplo na história de outro Estado, não; está aqui um exemplo de grandeza e dignidade.

         Queríamos dizer o seguinte: o PT não aceita oposição, não. Esse jornal, que é livre e independente, tem outro grande jornalista: Mário Rogério. Ele faz um artigo longo, um artigo de grande conteúdo analisando...

Tempo de oposição... Ele diz que a oposição é uma necessidade da democracia. E tece a coragem ao Senador Mão Santa, Heráclito e agora a um bravo jovem que assumiu a Câmara dos Deputados.

A Câmara Federal, toda, é competente, é lutadora, e principalmente temos que lamentar que três morreram. Uma, foi do Partido dos Trabalhadores. A melhor estrela que eles tinham foi para o céu, decepcionada com as ações do seu partido, quando tiraram, vamos dizer, aqueles salários dos velhinhos aposentados: a Deputada Trindade. Afonso Gil - era do PCdoB -, que nos ajudou a combater o crime organizado, a prender o coronel comandante do crime organizado, que era o Correia Lima. E o Deputado Mussa Demes, que conciliava e era um líder de toda a Bancada. Mas ele foi substituído, Mussa Demes, por Mainha, que é um rapaz de muito valor, de perspectivas invejáveis na política do Piauí e do Brasil.

         O Mainha entrou e já fez um pronunciamento brilhante. Já está em destaque no jornal da Câmara Federal. E quero dar o testemunho - ele é do Democratas: ele foi duas vezes Prefeito, um extraordinário Prefeito da sua cidade, Itainópolis; foi duas vezes presidente da Associação de Prefeitos - acho que um dos melhores em toda a sua história. Ele adota...

         (Interrupção do som.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Exato. Então, o Mainha é dessa geração nova do Democratas, como o seu Presidente Rodrigo Maia. Ele já é o Vice-Presidente da Comissão de Anistia e já entra aí defendendo a unificação das eleições para garantir funcionamento do País e faz um belo pronunciamento, reivindica duas dezenas de obras paradas que tem no Piauí pelo Governo Federal. De tal maneira, sem dúvida nenhuma, nasce e consolida-se aquilo que estava faltando no Piauí: uma oposição.

         Sei que a porta larga do Governo seduz, mas tem que haver oposição. Então, fortalecem as oposições piauienses, que buscam uma alternância de poder, sem dúvida nenhuma com a presença do Mainha. Ele foi destaque aqui nos jornais e mostra aqui a sua independência e diz:

O Deputado informou ainda que exercerá o mandato com a independência de quem não faz conchavo, podendo criticar o Governo e fazer reivindicações. “Sou de um partido de oposição da Casa, atenderei ao comando do DEM sem querer, de forma alguma, criar dificuldades, atrapalhar ou fazer oposição sistemática ao governo federal “ afirmou.

Então, sem dúvida nenhuma, entendo que o Mainha representará, com muita grandeza, na Câmara Federal, o Piauí, embora tenha que substituir o valoroso Mussa Demes, reconhecido por todos nós.

Eu queria dizer que o PT se acostumou a exigir que não tenha oposição. Mário Couto, anunciei vinte obras inacabadas no Piauí, V. Exª já fez questão de elencar as obras inacabadas do Pará? Eu apenas citei. Rapaz... Mas aí não podia... que aqui eu não podia fazer isso! Era o dia da Batalha do Jenipapo. Mário Couto, os que combateram na Batalha de Jenipapo fizeram a missão deles. O problema era que os portugueses queriam ficar com o norte e fazer um país. Eles cumpriram a 186. A nossa batalha, o nosso campo de batalha, é aqui. É aqui. Seria ridículo eu ir para a Batalha do Jenipapo e levar uma foice ou espingarda, como lutaram. O nosso campo de batalha é aqui. É aqui que eu tenho que reivindicar, nesta Casa de debate, a conclusão das vinte obras inacabadas do Piauí.

Olha, a verdade dói! Ficaram loucos, mas recebi centenas de e-mails e tem um muito interessante do Sr. Emmanuel Araripe, que faz comentário em apoio ao Senador Mão Santa, porque eu quebrei o brilho. O brilho da festa foi quebrado, ô Senador Mário Couto, quando aqueles aloprados... Tem um monumento, que foi construído por Alberto Silva. Essa festividade é comemorada desde o Presidente Castello Branco pelo Governo Federal. Agora, vergonhoso foram os aloprados pintarem a entrada, o arco da entrada de vermelho, de vermelho, Senadora Ciarlini, Rosalba. O que o Piauí tem a ver com vermelho? A bandeira do Piauí, Mário Couto, tem as mesmas cores da bandeira do Brasil. Eu acho até a bandeira mais bonita porque só tem uma estrela, aqui é um monte. Mas é do verde, é o amarelo... E eles pintaram lá tudo de vermelho. Isso é que é vergonhoso. E o que é que nós temos? Eu não tenho nada contra o vermelho, pelo contrário, eu sou é cirurgião, eu vi o que significa a cor vermelha, o sangue bravo da gente. Mas pintaram e foram mais, todos os colégios lá eles estão pintando de vermelho. Não é a nossa tradição.

Mas o que diz o Emmanuel Araripe, sintetizando isso?

         Emmanuel Araripe faz comentário em apoio a senador Mão Santa. Emanuel Araripe, leitor do blog e ouvinte do programa Revista da Manhã...

         (Interrupção do som.)

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - ...que apresento diariamente, de 7h às 8h na Rádio Teresina FM, manda e-mail parabenizando o senador Mão Santa pelo pronunciamento na tribuna do Senado mesmo em dia de sessão solene.

No seu entendimento, somente desta forma o parlamentar conseguira se fazer ouvido por todos os presentes, tendo em vista que os ideais dos independentes da Batalha do Jenipapo eram a conquista da liberdade.

O senador exerceu o seu direito de continuar falando a verdade, [enfatiza Araripe] acrescentando: ele é o único que fala a verdade e aponta os desmandos existentes na...

Mas o pior é o seguinte, que continua.

Eu fui a um aniversário de um prefeito de uma cidade, Joca Marques, fundada por mim.

Criei 78 novas cidades no Piauí, e essa era uma delas. O prefeito me convidou, era uma festa muito bonita. É do lado, ela é filha de Luzilândia, que, vamos dizer, é a cidade-mãe de Joca Marques. Mas a prefeita de Luzilândia foi duas vezes prefeita de Joca Marques, Janaína Marques, tão empreendedora. Olha, ela foi eleita na cidade-mãe e já foi reeleita, e o pai. Mas, chegando lá, tem uma ponte em Luzilândia, federal, parada. Foi só o que eles pediram. Senador, tinha do Maranhão, tinha o Prefeito Heráclito... Lutamos pela ponte de Luzilândia, mas ela está parada. Aliás, estavam sentindo a sua falta lá, Heráclito. Você é muito querido lá, eu vi algumas pesquisas. Então, o que elas me pediram? Aquela Luzilândia, onde já lutamos, já botamos os recursos. É isso, tem vinte obras federais. Eu citei as vinte, enumerei. É uma lástima! Agora, espero que o Presidente da República atenda o povo do Piauí. Quero dizer que estavam lá o Deputado Mainha, o Deputado Leal Júnior, o Senador João Vicente Claudino.

O Sr. Heráclito Fortes (DEM - PI) - V. Exª me permite um aparte?

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Um aparte ao Senador Heráclito Fortes, o líder municipalista mais forte do Piauí.

O Sr. Heráclito Fortes (DEM - PI) - Quero contar com a colaboração do grande Presidente Mário Couto. Senador Mão Santa, o Governo do Piauí está vivendo um clube de falsa felicidade. Essa história de anunciar...V. Exª cita um exemplo que é a Ponte de Luzilândia. Eu luto por essa ponte há dez anos, oito anos. E o Governador resolveu começar a botar placa como se a ponte fosse dele. Parece que a partir daí virou uma caveira de burro. Desde que o Governador resolveu assumir a história da ponte, ela nunca mais andou. Está aí parada. Agora, eu quero chamar a atenção para episódios que V. Exª conhece, que são o Porto de Luís Correia, anunciado para ser inaugurado agora, no final do ano, e o Aeroporto de Parnaíba. O processo de internacionalização do Aeroporto de Parnaíba vai demorar pelo menos quatro anos. O Governador fica anunciando a internacionalização do Aeroporto de São Raimundo Nonato. Existe organismo internacional - esses aloprados precisam saber disso - que confere categoria internacional aos aeroportos. Nunca se entrou com um protocolo de internacionalização do Aeroporto de São Raimundo Nonato. Mas essa semana passada teve uma engraçada. O Prefeito de São Raimundo Nonato, Herculano Negreiros, aquele que mentiu para a Justiça, dizendo que passou quatro anos num mosteiro, quando, na realidade, vivia lá no Piauí, fazendo política - mas isso é uma outra questão -, disse que queria respeito pela posição adotada por mim com relação à ida do Governador do Piauí àquele encontro lá de Portugal. Senador Mão Santa, o Governador foi discutir arqueologia em Portugal. É um grande entendedor da matéria. Agora, vamos fazer o seguinte: o Governador do Piauí sai, Senadora Rosalba, para Portugal, com uma grande comitiva para discutir arqueologia. É um evento internacional. Os jornais mais importantes de Portugal são: Público, Diário de Notícias e Correio da Manhã. Herculano Negreiros, ex-padre, traga-me uma nota, uma matéria de um jornal português sobre esse evento, para eu fazer uma sopa, uma sopinha de letras. Quando eu faço um alerta, eu o faço com seriedade e tenho o cuidado de saber o que estou afirmando. O que eu disse é que, nesse encontro, o Brasil estaria muito bem representado pela arqueóloga Niède Guidon. O Governador foi pra lá passear, em Monção, no interior de Portugal. Agora, uma nota diz que é um encontro internacional e que, em julho, teremos o mundo inteiro curvando-se para São Raimundo Nonato para esse encontro. Seria uma maravilha! Agora, não vamos ter aeroporto, não vamos ter estrutura, mas vamos improvisar e vamos fazer. O que eu quero é que me mostrem um destaque dos jornais portugueses para esse evento que o Governador canta em prosa e verso em terras piauienses. Balela, Senador Mário Couto, balela. Ele foi para lá descansar, estafado. De quê? De fazer muito pouco. O que está fazendo agora é campanha, o que está fazendo agora é palanque, visitando Município por Município. Há quatro candidatos, só da base dele, para escolher um ao Governo do Estado. De forma que V. Exª tem razão, como sempre oportuno, e eu parabenizo V. Exª.

O SR. MÃO SANTA (PMDB - PI) - Senador Heráclito Fortes, eu quero dizer que me senti com muita euforia, quando vi umas pesquisas na região. O povo do Piauí sabe diferençar o joio do trigo.

Mas os pedidos das Lideranças, tanto do Piauí, como do Maranhão, eram para a ponte inacabada. Aonde a gente vai, são obras inacabadas. Tem uma lá, em Teresina, que é para os 150 anos de Teresina, no Rio Poti. Teresina vai fazer 158. No mesmo rio, eu fiz uma em 90 dias, com dinheiro do Piauí, com engenheiro do Piauí, operário do Piauí. O Heráclito fez, no mesmo rio, em cem dias. Este Governo está há oito anos. Então, se sentiram ofendidos.

Mas esse bravo jornalista desse bravo e independente jornal, o Mário Rogério, Heráclito Fortes, faz uma análise. Ele se ofende com a Oposição, mas como vai acabar com o Heráclito, com o Mão Santa e com o Mainha? Isso é natural e é salutar. A Oposição é uma necessidade da democracia. Ele termina o seu artigo assim.

Então, nós queremos isto: que Sua Excelência o Presidente da República, o Líder dele, o Mercadante, peguem as vinte obras citadas, inacabadas, e tenhamos um final feliz.

Era o que tinha a dizer. Agradecido pelo tempo.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/03/2009 - Página 5176