Discurso durante a 29ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem de pesar pela morte do Deputado Clodovil Hernandes.

Autor
Marcelo Crivella (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Homenagem de pesar pela morte do Deputado Clodovil Hernandes.
Publicação
Publicação no DSF de 19/03/2009 - Página 5736
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • HOMENAGEM POSTUMA, DEPUTADO FEDERAL, ESTADO DE SÃO PAULO (SP), ELOGIO, VIDA PUBLICA, SAUDAÇÃO, APROVAÇÃO, COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO JUSTIÇA E CIDADANIA, PROJETO DE LEI, AUTORIA, CONGRESSISTA, GARANTIA, DIREITOS, FAMILIA, TRANSFERENCIA, NOME, FILHO ADOTIVO.

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, apenas para dizer e extravasar, em meu nome e em nome do Partido Republicano Brasileiro, PRB, cuja Presidência é exercida por um ilustre brasileiro, o nosso Vice-Presidente José Alencar Gomes da Silva - em nome de quem também falo agora -, o mais profundo sentimento do nosso Partido pelo falecimento do Deputado Federal Clodovil Hernandes.

            Sr. Presidente, como gesto de homenagem, digo que, hoje, no Senado Federal, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania votou e aprovou, por unanimidade, o PLC nº 115, de 2007, de autoria do Deputado Clodovil Hernandes, que concede o direito ao enteado ou à enteada de adotar o sobrenome de seu padrasto ou o de sua madrasta.

            Assim, Sr. Presidente, ficou marcada a trajetória política desse que chegou à Câmara dos Deputados com mais de meio milhão de votos, portanto, aclamado pelo povo do seu Estado, e que, ao partir de maneira inesperada - e na quinta-feira eu falava com ele ao telefone -, deixa um raio de luz na vida nacional. Ele, que sempre foi discriminado, seja pela sua infância pobre, seja porque era adotado, seja porque era homossexual - e assumia sua posição publicamente -; enfim, ele, que tanta discriminação sofreu, no momento do seu passamento, deixa um gesto, um ato, um projeto de lei - tenho a certeza de que o Presidente Lula vai sancioná-lo - em favor daqueles que como ele, na hora de serem adotados, sofriam, porque, na hora de se apresentarem como filho de fulano, o sobrenome era diferente do pai e do da mãe, que não eram pais biológicos, mas afetivos, que lhes havia dado teto, carinho.

            Aliás, ele sempre se referia à mãe com lágrimas nos olhos. O Senador Mão Santa fez referência ao carinho manifesto por Clodovil quando ouvia o Senador Mão Santa falar da sua mãe santa. Ele também, inclusive, no dia em que jantou na minha casa, cada vez que citava a sua mãe chorava. Recentemente, dizia a amigos que o alento que tinha numa possível partida - sua saúde já não era das melhores - era de que esperava ver, nos clarões da eternidade, o rosto e o olhar de sua mãe.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 19/03/2009 - Página 5736