Discurso durante a 39ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Homenagem aos 87 anos de fundação do Partido Comunista do Brasil - PCdoB.

Autor
Renato Casagrande (PSB - Partido Socialista Brasileiro/ES)
Nome completo: José Renato Casagrande
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. POLITICA PARTIDARIA.:
  • Homenagem aos 87 anos de fundação do Partido Comunista do Brasil - PCdoB.
Publicação
Publicação no DSF de 01/04/2009 - Página 7559
Assunto
Outros > HOMENAGEM. POLITICA PARTIDARIA.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, PARTIDO POLITICO, PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC DO B), QUALIDADE, SECRETARIO GERAL, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO (PSB), REITERAÇÃO, COMPROMISSO, UNIÃO, LUTA, DEMOCRACIA, JUSTIÇA SOCIAL.
  • ELOGIO, LUTA, POLITICA PARTIDARIA, CONSTRUÇÃO, ESTADO, PRIORIDADE, DESENVOLVIMENTO SOCIAL, COMENTARIO, HISTORIA, BRASIL, RESISTENCIA, DITADURA, REDEMOCRATIZAÇÃO, TRABALHO, ASSEMBLEIA CONSTITUINTE, ESPECIFICAÇÃO, AMPLIAÇÃO, CONTROLE, BANCOS, MERCADO FINANCEIRO, ANALISE, IMPORTANCIA, PROVIDENCIA, REDUÇÃO, CRISE, ECONOMIA, ATUALIDADE, SAUDAÇÃO, COLIGAÇÃO, ELEIÇÃO, LUIZ INACIO LULA DA SILVA, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATUAÇÃO PARLAMENTAR, BENEFICIO, INTERESSE NACIONAL.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. RENATO CASAGRANDE (Bloco/PSB - ES. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Senador Inácio Arruda, Sr. Presidente Renato Rabelo, Deputada Manuela, Deputado Daniel, Senadores e Senadoras, companheiros e camaradas do Partido Comunista do Brasil, é com grande honra que estou aqui, nesta homenagem aos 87 anos de fundação do Partido.

Falo, naturalmente, como Senador, mas falo como Secretário-Geral da Executiva Nacional do PSB. Trago o abraço do Presidente Eduardo Campos e, na oportunidade, quero, primeiramente, reforçar o compromisso dos dois Partidos, PCdoB e PSB, na luta pela democracia e, consequentemente, na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Acho que é esse caminho que tem norteado a atuação do PCdoB, que tem norteado a atuação do PSB, de diversas outras Lideranças, de diversos partidos neste País.

Os partidos do campo da esquerda - cito, entre outros, o PT, o PDT, segmentos do PMDB - têm, ao nosso lado, uma história em comum que remonta à fundação das nossas legendas, uns mais antigos, outros mais novos, na militância de forma coordenada, com o objetivo de juntar forças para construirmos um Estado que priorize os direitos sociais.

Refiro-me a um Estado que reforce os princípios mais elementares da cidadania, que ofereça acesso ilimitado às políticas públicas que promovam justiça social, gere emprego e renda aos trabalhadores do campo e das cidades.

Juntos, nós, do espectro da esquerda progressista, passamos por muitas dificuldades na trajetória política do nosso País, sobretudo nos últimos 50 anos.

Cito o PCdoB em especial, pelo nível de exposição dos nossos companheiros comunistas que enfrentaram o regime militar e a ditadura, alguns - e não são alguns poucos - dando a própria vida pela causa, alguns muitos dando a própria vida pela causa do retorno às liberdades, aos direitos individuais e aos direitos coletivos. Posso afirmar que as baixas nas fileiras do Partido Comunista do Brasil, em especial, foram inesquecíveis e insubstituíveis. O Brasil não pode se cansar de homenagear aqueles companheiros, porque, quando eles tombaram, acabaram fortalecendo a luta dos que sobreviveram pela redemocratização do Brasil.

Não seria diferente após a abertura, em seguida, na Assembléia Nacional Constituinte, quando unimos forças para fortalecer o Estado que impusesse maior controle sobre o sistema financeiro, com a especulação e a ganância dos mercados. Mais do que nunca, essa luta de lá, detrás, que era considerada uma luta atrasada, impõe-se como uma luta moderna neste momento.

Deputada Manuela, Presidente Renato, há quanto tempo estamos ouvindo falar que os partidos de esquerda são retrógrados porque queriam o controle do mercado financeiro, queriam um Estado forte, queriam um Estado presente, interferindo nos destinos, naturalmente, da política pública, ao mesmo tempo que essa política pública pudesse interferir, diretamente, no destino da sociedade brasileira, da sociedade do mundo?

É nesse caminho, nesse sentido que hoje estamos aqui, para reafirmar que a nossa luta é correta, coerente e que se comprova pela fragilidade do sistema capitalista sem regulamentação. A crise imposta por esse sistema é que reforça o nosso discurso e a nossa posição.

Agora, com o pleno Estado democrático de direito, nossa caminhada ao lado dos companheiros do PCdoB se fortaleceu e se consolidou, sendo decisiva para a eleição do Presidente Lula.

Estivemos juntos nas campanhas a partir de 1989, na primeira candidatura do Presidente Lula, com a famosa e histórica Frente Popular, e, depois, nas eleições seguintes.

Só na penúltima eleição é que o PSB teve uma candidatura, no primeiro turno, à Presidência da República, mas, no segundo turno, estávamos lado a lado novamente.

Com a eleição do Presidente Lula, compusemos a base de sustentação parlamentar e a base de sustentação social do Governo. Estão aí a respeitabilidade internacional e os altos índices de aceitação por parte da nossa sociedade ao Governo, em que pese o momento delicado que enfrentamos em decorrência da crise econômica. Falo de uma crise que não começou aqui, mas que atingiu o sistema produtivo de todos os países que operam dentro do sistema capitalista e que não poupou, naturalmente, o Brasil.

Juntos enfrentamos dificuldades e oposição no governo passado; momentos em que fizemos debates com o PCdoB, e esses debates sempre nos fortaleceram e nos uniram. Todo o tempo mantivemos a coerência e não titubeamos diante da opção de outras legendas, do campo da esquerda, de se aproximarem, pragmaticamente, das forças mais conservadoras.

Persistimos na defesa do essencial e na defesa de um projeto popular para o País. No parlamento, PSB e PCdoB sempre estiveram juntos, especialmente na primeira eleição do Presidente Aldo Rebelo para a Presidência da Câmara dos Deputados, mas sempre votando matérias de interesse do País.

Compomos agora, lá, um bloco parlamentar com o PSB, o PCdoB, o PRB e com o PNM, para fortalecer nossa posição na Câmara dos Deputados. Aqui, no Senado, nossa ação bem articulada é importante para a manutenção das conquistas que obtivemos nesses últimos anos.

Por tudo isso, na hora em que o PCdoB comemora seus 87 anos de fundação, nós, do Partido Socialista Brasileiro, queremos dizer que continuaremos juntos, caminhando e trilhando a defesa de um projeto popular. Tenho certeza de que seguiremos construindo uma sociedade sem exclusão social, sem distinção de raça, de cor ou de credo; sem opressão às minorias, sobretudo às mulheres e aos menores; com preocupação redobrada com os adolescentes, na educação e no primeiro emprego; com garantia de ocupação, sobretudo nos momentos de repique da economia, não permitindo que a insensibilidade e a ganância do mercado joguem sobre as costas dos trabalhadores o ônus de eventuais prejuízos ou, o que é mais repugnante, de redução no lucro.

 A luta dos Partidos da base do Governo, especialmente no campo das esquerdas, é por uma saúde pública acessível e de qualidade; por um sistema de segurança pública que garanta tranquilidade a todos indiscriminadamente; por educação pública e de qualidade acessível aos estudantes das famílias de baixa renda.

O Brasil melhorou nos últimos anos os fundamentos econômicos e sociais, e nós, do PSB e do PCdoB, podemos nos orgulhar da nossa participação nesse processo. Não podemos nos iludir, no entanto, porque a luta que temos que desenvolver é grande. E só com união continuaremos a consolidar o ideal de um Brasil para todos.

Neste momento de crise internacional, temos que aproveitar para que a gente possa consolidar o debate sobre um novo modelo de desenvolvimento; sobre um novo modelo que possa fazer a inclusão, respeitar o meio ambiente, fazer com que haja distribuição de renda. É neste caminho que temos que seguir, perseguir, para que a gente possa consolidar, historicamente, a coerência do nosso discurso.

Parabéns, PCdoB!

Muito obrigado. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/04/2009 - Página 7559