Discurso durante a 46ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Comunicação da realização de reunião da Comissão de Assuntos Econômicos, amanhã, que será dedicada à questão da redução nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Autor
Garibaldi Alves Filho (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RN)
Nome completo: Garibaldi Alves Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.:
  • Comunicação da realização de reunião da Comissão de Assuntos Econômicos, amanhã, que será dedicada à questão da redução nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Publicação
Publicação no DSF de 07/04/2009 - Página 9579
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.
Indexação
  • INFORMAÇÃO, REUNIÃO, COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONOMICOS, DEBATE, REDUÇÃO, REPASSE, FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICIPIOS (FPM), PRESENÇA, ENTIDADE, CONFEDERAÇÃO, MUNICIPIOS, CONVITE, PARTICIPAÇÃO, PREFEITO, APRESENTAÇÃO, DADOS, ESPECIFICAÇÃO, REGIÃO NORDESTE, PRECARIEDADE, GOVERNO MUNICIPAL, PERDA, RECEITA, NECESSIDADE, APERFEIÇOAMENTO, PACTO, FEDERAÇÃO, AMBITO, REFORMA TRIBUTARIA.
  • LEITURA, TRECHO, DECLARAÇÃO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATENÇÃO, SITUAÇÃO, MUNICIPIOS.
  • COBRANÇA, SOLUÇÃO, PROBLEMA, COMPENSAÇÃO, MUNICIPIOS, ISENÇÃO FISCAL, IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI), PERDA, ARRECADAÇÃO, CRISE, ECONOMIA.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

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O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Senador Mão Santa, em primeiro lugar, quero agradecer ao Senador Eduardo Suplicy, que estava inscrito para falar antes de mim, mas cedeu a sua vez, o seu espaço, para que eu aqui falasse.

Na verdade, quero fazer uma comunicação. Amanhã vamos ter mais uma reunião da Comissão de Assuntos Econômicos totalmente dedicada à discussão da redução dos recursos dos Municípios, à queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Portanto, vamos contar com a presença da Confederação Nacional dos Municípios, da Frente dos Municípios e ainda, acredito, de autoridades governamentais.

Essa situação não pode continuar. O Senador Jayme Campos sabe de Municípios que não estão recebendo nenhum recurso do Fundo de Participação, pois a arrecadação caiu. Ao mesmo tempo, há descontos como o do INSS e o dos Precatórios que fazem com que os Municípios não arrecadem nenhum real.

Ora, no Nordeste e no Norte (eu falo com mais autoridade com relação ao Norte), há Municípios que dependem exclusivamente do Fundo de Participação. São em grande número; chegam a 75%, 80% ou mais os que apresentam essa dependência.

No mês de março, Sr. Presidente, houve uma série de cortes orçamentários que, no fim das contas, reduzirão o FPM dos R$247 bilhões previstos para R$225 bilhões em 2009.

Esse é o quadro de uma crise que o Governo está enfrentando com instrumentos como o incentivo fiscal e tributário do Imposto de Renda e, ainda, do IPI, e que deixa os Municípios nessa situação.

Claro que se faz necessário um novo pacto federativo que distribua melhor os recursos e as responsabilidades entre os entes que formam a República: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. A efetivação de tal pacto passa, por exemplo, por uma profunda reforma tributária, atualmente tramitando no Congresso.

Por outro lado, a própria Medida Provisória nº 457/09, à qual me referi, é outro espaço no qual vitórias importantes podem ser conquistadas. Embora tenha quadruplicado o prazo para o pagamento das dívidas previdenciárias, isso, como eu já disse, leva, ainda, os Municípios a receberem o FPM zerado ou até mesmo negativo.

Então, todo esse quadro vai ser examinado amanhã, na reunião que vai começar às 10 horas, com a apreciação de alguns projetos, dois ou três projetos, e logo seguir-se-á o debate sobre a questão dos Municípios.

Nós sabemos que o Governo está preocupado com a situação, pelo menos é o que diz o Presidente Lula, ou o que disse hoje. O Presidente afirmou hoje, em Montes Claros (MG):

[...] que fará uma reunião ainda essa semana para tratar da queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e disse aos prefeitos que será preciso “apertar o cinto”.

“Todos vamos ter que apertar o cinto, mas nenhum de nós vai morrer na seca como os municípios já morreram durante tanto tempo”, disse ao discursar [...], em Montes Claros (MG).

Lula explicou que a queda no repasse do FPM é um reflexo da queda na arrecadação geral provocada pela crise financeira internacional e fez uma comparação [ele que gosta de comparações, Senador Mão Santa]. “Se uma mãe coloca feijão no fogo para cinco pessoas e chegam dez para comer, todo mundo vai ter que comer metade do que estava previsto”. 

         Ele lembrou [ainda] que o vice-presidente, José Alencar, e ministros já começaram estudos para amenizar as dificuldades das prefeituras. “Nós temos consciência de que se a prefeitura estiver mal a primeira coisa que vai ocorrer é o corte nos salários, a segunda é piorar a qualidade da educação, a saúde, a terceira é que o prefeito não vai ter dinheiro para fazer obra.”

Portanto, aí está a palavra do Presidente querendo que os prefeitos apertem os cintos. Mas eu acho que o cinto já está bem apertado. Os prefeitos realmente estão em uma situação muito difícil e cabe ao Governo encontrar uma solução para a situação, que, de qualquer maneira, foi provocada pelo Governo. O Governo foi quem resolveu fazer a chamada cortesia com o chapéu alheio. Atirou com a pólvora alheia. E aí está a situação.

Uma coisa é o Governo Federal, com toda a arrecadação de que dispõe; outra coisa são os Municípios, com os recursos que recebem graças ao Fundo de Participação. Não se pode comparar a situação de Davi com a de Golias. Não se pode comparar. Até porque, se Davi foi vitorioso contra Golias, agora, a situação é diferente. Na verdade, os Municípios estão enfrentando uma situação realmente aterradora, que vai exigir que o Governo Federal encontre uma solução, a mais breve, a mais urgente possível.

Nós vamos colaborar. É evidente que não vamos ficar de braços cruzados, Senador Mão Santa, esperando que o Governo tenha essa solução. Nós vamos nos mobilizar. Daí por que convocamos os prefeitos para amanhã virem à Comissão de Assuntos Econômicos. Eles já viriam. Na verdade, eles irão realizar uma assembleia no Auditório Petrônio Portella, mas o desdobramento disso na nossa Comissão foi uma maneira de prestarmos solidariedade aos Municípios em uma hora como esta.

Portanto, agradeço a V. Exª, Senador Mão Santa, que é preocupado com essa realidade. Creio que V. Exª estará conosco amanhã na reunião da Comissão de Assuntos Econômicos.

Muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 07/04/2009 - Página 9579