Discurso durante a 53ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Encontro ocorrido na manhã de hoje, na Comissão de Assuntos Econômicos, com a Câmara do Comércio Sueco-Brasileira.

Autor
Garibaldi Alves Filho (PMDB - Movimento Democrático Brasileiro/RN)
Nome completo: Garibaldi Alves Filho
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.:
  • Encontro ocorrido na manhã de hoje, na Comissão de Assuntos Econômicos, com a Câmara do Comércio Sueco-Brasileira.
Publicação
Publicação no DSF de 17/04/2009 - Página 11972
Assunto
Outros > POLITICA ECONOMICO FINANCEIRA.
Indexação
  • QUALIDADE, PRESIDENTE, COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONOMICOS, BALANÇO, VISITA, CAMARA DE COMERCIO, BRASIL, PAIS ESTRANGEIRO, SUECIA, REPRESENTANTE, ENTIDADE, DEBATE, CRISE, ECONOMIA, DETALHAMENTO, ORADOR, SITUAÇÃO, DESENVOLVIMENTO NACIONAL, PREVISÃO, RECUPERAÇÃO, PROBLEMA, APRESENTAÇÃO, PRIORIDADE, INVESTIMENTO, INFRAESTRUTURA, AUMENTO, PRODUTIVIDADE, REFORMA TRIBUTARIA.

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O SR. GARIBALDI ALVES FILHO (PMDB - RN. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Agradeço ao Senador Mão Santa.

Todos sabem da amizade que nos liga. Todos sabem do carinho que tenho por ele e que ele tem por mim. Nós, que temos uma história muito parecida: ele que foi prefeito, eu também fui; ele foi governador, eu também fui. Agora, no Senado, Mão Santa vai pronunciar amanhã o seu milésimo discurso. Eu estarei aqui para ouvir a palavra do Senador Mão Santa.

Quero fazer, Sr. Presidente Mão Santa, um registro. Na manhã de hoje, recebemos na Comissão de Assuntos Econômicos, da qual sou Presidente, a Câmara do Comércio Sueco-Brasileira, recebendo o Sr. Christer Manhusen, ex-Embaixador da Suécia no Brasil, hoje diretor dessa mesma Câmara do Comércio; o Sr. Bengt Hallqvist, fundador do IBGC, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, com sede em São Paulo e ex-Presidente da Volvo para a América Latina; o Dr. Leonardo Viegas, membro do Conselho de Administração do IBGC; o Dr. José Vicente Cera Júnior, Presidente da FBLAW - Fraga, Bekiermann e Pacheco Neto Advogados, com sede em São Paulo; Dr. Renato Pacheco e Silva Bacellar Neto, também do FBLAW e Diretor Jurídico da Câmara de Comércio Sueco Brasileira; o Dr. Cássio Namur, da Souza Cescon Advocacia, e o Dr. Carlos Braga, também da Souza Cescon Advocacia.

Os representantes da Câmara permaneceram durante cerca de duas horas conversando comigo a respeito da situação brasileira frente a crise econômica, manifestando as suas preocupações muito legítimas, o que nos levou a mostrar a eles que o Brasil tem um mercado interno que todos nós conhecemos, um mercado grande. Temos uma abertura para investimento externo. Temos investido muito, nos últimos anos, para melhorar nossa infraestrutura, tanto na área de logística quanto na área de energia, sendo esse o foco do principal programa do Governo, o PAC. Os indicadores educacionais do Brasil ainda estão abaixo do que gostaríamos, mas têm melhorado consideravelmente nas duas últimas décadas. E as instituições democráticas têm-se mostrado perenes e estáveis com o sistema democrático cada vez mais consolidado.

Então, meu caro Presidente Mão Santa, disse a eles da nossa crença de que o Brasil vai sair da crise, e vai sair muito mais forte do que muitas nações desenvolvidas, apesar de saber que as nações desenvolvidas já estão muito à frente do nosso País. Dissemos, também, que o nosso maior desafio é aumentar a produtividade e reduzir o chamado custo Brasil. Melhorar a infraestrutura e, sobretudo, reformar o sistema tributário, sistema tributário esse que nos desafia. Nós temos aí a nossa proposta de reforma tributária do Senado, aprovada numa comissão das mais competentes, tendo como Presidente o Senador Tasso Jereissati e como Relator o Senador Dornelles. Reduzir o spread bancário, reduzir a corrupção e aumentar a eficácia do Estado, porque não podemos nos enganar. O Estado está bancando, agora, o papel de salvador da Pátria e deixando a impressão de que a iniciativa privada, pelo menos parte dela pelo mundo afora, possa ser a grande vilã. Mas nós sabemos muito bem. Nós, eu, o Senador Mão Santa, qualquer brasileiro sabe disto que vou dizer agora: que o Estado brasileiro ainda está inchado e cada vez mais inchado, e parece que agora mais inchado ainda, deixando realmente de realizar as reformas, como a tributária, como a própria reforma política, como a reforma trabalhista.

De modo que, Senador Mão Santa, ouvindo o depoimento que foi prestado à Comissão da Crise, conjuntamente com a Comissão de Assuntos Econômicos, depoimento do empresário Gerdau, nós nos convencemos de que ou desoneramos as exportações ou, então, continuaremos a exportar os produtos primários, sempre os produtos fruto do agronegócio, e isso não é bom para o Brasil.

O Brasil tem um parque industrial respeitável, mas as nossas exportações ainda são baseadas sobretudo no agronegócio.

De modo que foi um contato muito proveitoso. O Brasil, que o Governo espera que cresça 4% - pelo menos como se diz agora na Lei de Diretrizes Orçamentárias - e não sucumba nesta crise de modo a apresentar esse crescimento econômico e uma redução cada vez maior da dívida pública frente ao PIB - em janeiro, isso estava na marca dos 53%, o quanto o nosso PIB estava comprometido com a dívida pública; hoje 31% apenas estão comprometidos com a dívida pública -; o Brasil frente à Suécia, que é um dos países escandinavos mais desenvolvidos da Europa, mas que agora, por força desta crise, vai ter uma recessão estimada em 4%. Um País de 9 milhões de habitantes frente a um País de uma população como a nossa, de 180 milhões de habitantes. Um país com uma renda per capita formidável, mas que apresenta seqüelas, apresenta marcas que comprometem o seu desenvolvimento diante desta crise, e o Brasil que parece ainda não ter sofrido o que outros países, como a Suécia, sofreram. Foi bom ver essa comparação, sem ter ilusões, porque um país como a Suécia, com essa população e com o Produto Interno Bruto que detém, está muita à frente do Brasil. Mas foi importante saber que o Brasil, de certa maneira, está no caminho mais adequado, mais apropriado no enfrentamento desta crise que aí está.

Agradeço, Senador Mão Santa, principalmente as referências que foram feitas por V. Exª, e estamos aqui na firme fé e crença de que o Brasil há de atravessar esses momentos difíceis sem que se comprometa o futuro, sobretudo o futuro das novas gerações brasileiras.

Agradeço a V. Exª.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 17/04/2009 - Página 11972