Discurso durante a 62ª Sessão Especial, no Senado Federal

Comemoração dos 90 anos de criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Autor
Cristovam Buarque (PDT - Partido Democrático Trabalhista/DF)
Nome completo: Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
HOMENAGEM. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA. POLITICA SOCIAL.:
  • Comemoração dos 90 anos de criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Publicação
Publicação no DSF de 01/05/2009 - Página 13838
Assunto
Outros > HOMENAGEM. LEGISLAÇÃO TRABALHISTA. POLITICA SOCIAL.
Indexação
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT), ELOGIO, ATENÇÃO, RELAÇÃO DE EMPREGO, PROMOÇÃO, DEBATE, GOVERNO, TRABALHADOR, EMPRESARIO, OBJETIVO, MELHORIA, CONDIÇÕES DE TRABALHO, COMBATE, TRABALHO, INFANCIA.
  • SAUDAÇÃO, FILHA, MINISTRO DE ESTADO, ITAMARATI (MRE), EMPENHO, COMBATE, EXPLORAÇÃO, TRABALHO, INFANCIA.
  • AGRADECIMENTO, APOIO, ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT), ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO A CIENCIA E A CULTURA (UNESCO), FUNDO INTERNACIONAL DE EMERGENCIA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFANCIA (UNICEF), EXTENSÃO, BOLSA FAMILIA, EXTERIOR, SAUDAÇÃO, PRESENÇA, AUTORIDADE, SENADO.

  SENADO FEDERAL SF -

SECRETARIA-GERAL DA MESA

SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


O SR. CRISTOVAM BUARQUE (PDT - DF. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente Aloizio Mercadante, quero, em primeiro lugar, felicitá-lo por ter pedido esta sessão. Nós estávamos devendo isso a uma das instituições mais respeitáveis no cenário mundial.

Apesar das tarefas do dia a dia, de dezenas de comissões e da presença do Ministro Celso Amorim, que está, nesse momento, falando na Comissão de Relações Exteriores - sou membro dela e não posso deixar de estar presente para cumprimentá-lo -, eu fiz questão de vir aqui correndo, Senador, cumprimentar a todos da Mesa e dizer da minha admiração e de uma dívida que tenho com a OIT.

A minha admiração vem, em primeiro lugar, de ser talvez a única instituição internacional que põe o trabalhador como o centro de suas preocupações. Existem algumas que põem a cultura, que põem a criança, que põem a saúde, mas essa põe o trabalhador. Mais ainda, uma instituição cuja administração, cuja maneira de agir, cuja política não é definida apenas por governos, mas é definida por um debate permanente entre governos, trabalhadores, empresários e as forças vivas da sociedade. Só isso justificaria que nós estivéssemos aqui, hoje, juntos, Senadores, prestando esta homenagem. Além disso, é uma instituição cujas convenções, cujas deliberações marcaram o mundo das relações do trabalho com o capital. Não há dúvida alguma de que, sem a OIT, essas relações de trabalho/capital não seriam da forma que nós temos hoje, com os grandes avanços que tivemos nas últimas décadas.

Além disso, eu quero aqui dizer que para mim o mais importante, além de tudo isso, é o trabalho, a luta brava da OIT contra o trabalho infantil. Para mim o IPEC, para mim a luta da OIT é o que mais me admira.

Aliás, aproveito para prestar uma homenagem, por coincidência, a Anita Amorim, filha do próprio Ministro, que tem sido uma grande batalhadora, apesar de agora estar em outras funções, contra o trabalho infantil.

É aí que entra a minha dívida. Eu devo à OIT, como também à Unesco e à Unicef, o fato de que o Bolsa-Escola saiu do Brasil e foi para o exterior. Não fosse a OIT, também a Unesco e a Unicef, hoje nós teríamos um bom programa, como o Presidente Lula está fazendo, que é o Bolsa-Família, mas não teríamos transcendido as fronteiras brasileiras, muito provavelmente. Nessa direção, fui a Genebra discutir o assunto na OIT e, menos que isso, constatei a forma como a OIT levou o programa para Moçambique e para outros países, vi as avaliações feitas pela OIT, o apoio dado à divulgação da ideia - a Lena Lavinas teve um papel fundamental nisso, nossa economista brasileira durante os anos em que ela ficou lá.

Tenho dívida com a OIT, como cidadão do mundo, como qualquer um de nós, pelo trabalho que faz na luta contra o trabalho infantil; como militante da esquerda, tenho dívida com a OIT, por ser a instituição mundial que é capaz de se colocar ao lado dos trabalhadores, explicitamente, até no próprio nome, e, pessoalmente, como político, como professor, tenho dívida pela importância que a OIT deu ao programa, logo no começo, quando se restringia apenas Brasília. Graças a esse apoio, terminou chamando atenção de outros países, de outras forças e virando um projeto, hoje, absolutamente internacional, com o nome de Políticas de Transferência de Renda Condicionada.

À OIT, portanto, minhas homenagens e meus agradecimentos.

Meus parabéns ao Senador Aloizio Mercadante, que teve essa idéia.

Muito obrigado por vocês estarem nesta Casa do Senado. Não são vocês que têm que agradecer as homenagens que prestamos; somos nós que temos que agradecer a vocês que pertencem à OIT o trabalho que vêm desenvolvendo, que desejo e tenho certeza de que continuará a ser desenvolvido ao longo das próximas décadas e séculos.

Um grande abraço para a OIT, um grande abraço para cada um daqueles que fazem essa grande Organização Internacional do Trabalho. (Palmas.)


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 01/05/2009 - Página 13838