O SR. PAULO PAIM (Bloco/PT - RS. Para encaminhar. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, meu pronunciamento está na íntegra na Justificativa do requerimento e vou encaminhar na mesma linha. Só quero dizer, em rápidas palavras, que eu tinha um carinho muito grande pelo jornalista Márcio. E continuo tendo. Ele era daqueles jornalistas que olhavam no seu olho, conversava com você de forma transparente, e você sabia que tudo que dissesse a ele ficaria na linha da verdade absoluta.

            Ele era comprometido com a liberdade, com a democracia e com as questões sociais, Sr. Presidente. Na Assembléia Nacional Constituinte, por exemplo, tive a alegria de dialogar com ele e aprender muito com ele sobre como atuar naquele momento histórico. Ele era um militante das causas populares. Eu diria que ele era mais que, digamos, somente a figura de um jornalista. É como se cada um de nós tivesse a sua profissão, mas fosse um militante pensando no amanhã, na perspectiva de que o mundo fosse melhor para todos.

            Aproveito este momento, na figura do meu amigo Márcio Moreira Alves, para lembrar aqui que, lá no céu, com certeza, ele vai se encontrar com outros gaúchos que tinham, no meu entendimento, a mesma dimensão: Amir Domingues, Paulo Solano, Bira Valdez, Lauro Hagman, Dilamar Machado, Lupi Martins, Luiz Pilla Vares, Cândido Norberto, Daniel Herz, e tantos outros, Sr. Presidente, que naturalmente eu não teria espaço para citar aqui.

            Sr. Presidente, como ex-Parlamentar, sindicalista, um homem que foi para o exílio, ele enfrentou, aqui no Brasil, em nome da democracia, a repressão, na época da ditadura. Em nenhum momento se encolheu. Esteve sempre na frente da luta.

         Quero dizer que, independentemente de ser SBT, Globo ou Bandeirantes - para mim, isso não importa -, quero aqui render minhas homenagens também à Globo News, que hoje reproduziu, em torno de cinquenta minutos, uma entrevista que ele concedeu em abril de 2004. Uma obra que deveria ser reproduzida outras vezes e nós todos deveríamos assisti-la, para ver ali o que ele falava, já em abril de 2004.

            Por isso, Sr. Presidente, peço - aliás, não precisava nem pedir, tenho certeza de que este Plenário todo vai aprovar, por unanimidade - essa pequena homenagem ao grande, ao gigante homem que foi Márcio Moreira Alves.

            Independente da profissão, Sr. Presidente, tomara que tenhamos no Brasil e no mundo outros homens iguais ao nosso querido Márcio.

            Era isso, obrigado.