Discurso durante a 74ª Sessão Não Deliberativa, no Senado Federal

Justificação da CPI da Petrobrás.

Autor
Sergio Guerra (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PE)
Nome completo: Severino Sérgio Estelita Guerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.:
  • Justificação da CPI da Petrobrás.
Publicação
Publicação no DSF de 16/05/2009 - Página 17531
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA.
Indexação
  • JUSTIFICAÇÃO, INSTALAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), GARANTIA, PROTEÇÃO, EMPRESA, IMPEDIMENTO, MANIPULAÇÃO, NATUREZA POLITICA, ESPECIFICAÇÃO, APARELHAMENTO, INDICAÇÃO, PARTIDO POLITICO, FAVORECIMENTO, ELEIÇÕES, PRESERVAÇÃO, OBJETIVO, QUALIDADE, ATUAÇÃO, RESPONSABILIDADE, REPRESENTAÇÃO PARTIDARIA, PARTIDO DA SOCIAL DEMOCRACIA BRASILEIRA (PSDB), AUSENCIA, PREJUIZO, ESTABILIDADE, MERCADO, INVESTIGAÇÃO, DENUNCIA, BENEFICIO, TRANSPARENCIA ADMINISTRATIVA, DEMOCRACIA.
  • REPUDIO, MANIPULAÇÃO, ANTERIORIDADE, SESSÃO, TENTATIVA, IMPEDIMENTO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI).

            O SR. SÉRGIO GUERRA (PSDB - PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, poucas e objetivas palavras.

            Primeiro, a CPI que nós desejamos fazer não muda curso de coisa alguma. É uma Comissão Parlamentar de Inquérito legal, em defesa da Petrobras. Nós temos preocupação profunda com a utilização da Petrobras para tarefas políticas e partidárias.

            Segundo, preocupação com o loteamento da Petrobras entre Partidos políticos, com indicações para lá de suspeitas, inclusive de políticos afastados da cena política brasileira.

            Terceiro, o que desejamos é o seguinte: é que a Petrobras seja preservada, não seja partidarizada, não se transforme em comitê eleitoral, não se transforme em objeto do desejo de setores que não têm nada de republicanos, que não se transforme num ambiente que já perturba uma parcela grande das atividades brasileiras. A gente quer a Petrobras como ela sempre foi: a Petrobras dos seus funcionários, a Petrobras dos seus dirigentes, a Petrobras da pesquisa, da afirmação brasileira, a Petrobras do mérito daqueles que têm condição de assumir os papéis que devem assumir.

            Estamos para defender a Petrobras. O que propomos é o seguinte: uma investigação tranquila, para a qual o Governo indique, ou melhor, a Maioria indique gente de qualidade, responsável, e não tropas de choque, para que se faça um exame tranquilo, discreto, seguro das questões que são levantadas em relação à Petrobras. Apenas isso!

            Isso vai ter efeito no mercado? Não vai ter efeito no mercado? Evidentemente não, mas não é a questão. Não vai ter efeito no mercado. Nós, do PSDB, não vamos nos prestar a aventuras; nós temos responsabilidade; nós construímos a Petrobras também; nós a defendemos há muitos anos, muitos dos nossos. Não tem nada disso. Isso é terrorismo de quem não quer ser investigado. Ninguém está acima do bem e do mal. Imaginem uma estrutura que não pode ser investigada pelo Congresso, porque perturba a estabilidade da instituição! Se a mania pega, não vai ter investigação nenhuma sobre assunto nenhum.

            O que a gente quer é que as coisas apareçam, tranquila e seguramente. O que a Maioria não quer é que essa discussão se dê. Querem mantê-la atrás de uma porta fechada, uma zona de sombra, que não ajuda a Petrobras nem o conceito dela, porque a multiplicação de denúncias não explicadas, essa multiplicação, sim, afeta o conceito de uma instituição que tem milhões de brasileiros como acionistas. Então, não tem essa história.

            Essa proposta de esperar pela audiência do Presidente da Petrobras... O Presidente da Petrobras está viajando nesta semana e só vai voltar aqui na semana que vem. Quem tem o mínimo de tranquilidade, sobriedade e responsabilidade vai dizer o seguinte: evidentemente, é uma tentativa de esfriar a CPI da Petrobras, de não fazê-la acontecer.

            Nada contra o Presidente, que, por sinal, merece o nosso respeito. Nada contra dirigentes da Petrobras, de uma maneira geral, muito menos contra uma instituição que a gente defende mais do que muita gente. Agora, quem discute diretoria de furar poço, quem bota lá gente que ninguém sabe direito quem indicou, mas, se quem indicou foi quem se suspeita, é um absurdo; esse pessoal é que precisa pensar duas vezes. Não dá para brincar com a Petrobras. Brinquem com outras coisas. Já estão brincando com muitas. Agora, não brinquem com a Petrobras. Nós, não. A gente quer uma investigação tranquila, segura, séria, competente, para chegar à seguinte conclusão: a Petrobras é uma grande empresa brasileira, vamos apoiá-la, vamos preservá-la, vamos mantê-la intocável, absolutamente intocável. Mas uma zona de sombra sob a qual, vez por outra, aparece uma ou outra denúncia, com indicações partidárias que não têm, verdadeiramente, sentido transparente, federativo, como deveria ser, rigorosamente a gente não topa, a gente não apoia, não podemos apoiar com responsabilidade, sobriedade e tranquilidade.

            Ontem, uma manobra comprometedora. A Senadora Serys, que é uma pessoa com quem simpatizamos, sobe aí, diz duas palavras e encerra uma sessão porque o Senador Marconi Perillo estava chegando. Estava chegando o Vice-Presidente da Casa. Nós temos provas, aqui, de que os Senadores já estavam inscritos - vamos mostrá-las todas - para falar. Não tinha essa história de que não tinha ninguém inscrito; é conversa fiada.

            Agora, a gente não vai aguentar truculência, exagero, desproporção, falta de respeito democrático de ninguém!

            Outra observação: o papel do DEM e do PSDB. Primeiro, essa CPI foi aprovada pelos dois Partidos numa reunião das Bancadas e de suas Lideranças; segundo, nós não temos nada, rigorosamente nada, contra o DEM, muito menos contra... Porque não é uma questão de um partido ou de outro, mas uma questão daqueles que assinaram a CPI. Os que assinaram a CPI são, verdadeiramente, os que têm legitimidade nela mais do que os outros. Foram esses que a gente defendeu, e não o PSDB, o DEM, o PMDB, nenhum partido. Não é uma questão de partido. Nós não vamos levar isso desse jeito; vamos levar uma CPI da Petrobras, que deve ser feita por gente, aqui, que tenha competência, tranquilidade. Eu, por exemplo, sou Parlamentar há muitos anos, tenho vários e vários movimentos como Deputado Federal e como Senador em defesa da Petrobras. Nunca deixei de fazer, aqui, a defesa da Petrobras. Nunca deixamos de aprovar os seus créditos. Nunca deixamos de apoiá-la sistematicamente, e não vamos fazer nada contra ela. Nada! O PSDB não fará nada contra a Petrobras. Não tem razão e não faria isso nunca; tem consciência da sua responsabilidade pública no sentido mais geral. Agora, tenham tranquilidade, tenham confiança no que fizeram e se deixem investigar, porque democracia é assim. E é assim que tem de ser.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/05/2009 - Página 17531