Discurso durante a 87ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Manifestação de apoio ao pronunciamento do Senador José Agripino em defesa da instalação da (CPI) da Petrobrás.

Autor
Sergio Guerra (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/PE)
Nome completo: Severino Sérgio Estelita Guerra
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
ADMINISTRAÇÃO PUBLICA. ELEIÇÕES.:
  • Manifestação de apoio ao pronunciamento do Senador José Agripino em defesa da instalação da (CPI) da Petrobrás.
Publicação
Publicação no DSF de 03/06/2009 - Página 21212
Assunto
Outros > ADMINISTRAÇÃO PUBLICA. ELEIÇÕES.
Indexação
  • SOLIDARIEDADE, JOSE AGRIPINO, SENADOR, DEFESA, NECESSIDADE, REALIZAÇÃO, COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUERITO (CPI), PETROLEO BRASILEIRO S/A (PETROBRAS), INVESTIGAÇÃO, IRREGULARIDADE, CRITICA, ANTECIPAÇÃO, GOVERNO, APRESENTAÇÃO, RESULTADO, ELEIÇÕES, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, REGISTRO, CONFIANÇA, POPULARIDADE, GOVERNADOR, ESTADO DE MINAS GERAIS (MG), ESTADO DE SÃO PAULO (SP), CANDIDATO, OPOSIÇÃO.

            O SR. SÉRGIO GUERRA (PSDB - PE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Srª Presidente, Srs. Senadores, quero subscrever, integralmente, as palavras do Senador José Agripino. Estávamos até agora lá na CPI esperando pela abertura dos seus trabalhos.

            Há todo um mito sobre essa questão da CPI aqui. Rigorosamente, o Governo se faz representar por oito Senadores, e a Oposição por três.

            O Governo tem, como acaba de citar a Senadora Ideli, excepcionais níveis de aprovação, e não há por que o Governo temer uma investigação sobre a Petrobras, ou melhor, sobre certos desvios de conduta na Petrobras que têm causa e efeito, rigorosamente, no aparelhamento da Petrobras e da Agência Nacional de Petróleo por partidos políticos. É esse aparelhamento que nós desejamos combater, assim como os efeitos que são comprometedores desse aparelhamento sobre o funcionamento da empresa sobre operações, que, inclusive, já foram vistas pelo Tribunal de Contas da União, e outras fiscalizações. Vamos fazer isso com total tranquilidade. Pedimos apenas tranquilidade do Governo. Tanta gente corajosa, tanta gente democrática, que lutou a vida toda nas ruas pela democracia e, depois, desaparece numa hora dessas, com tanta razão, com um apoio tão grande. Estranho, muito estranho. Parece até que tem alguma responsabilidade sobre fatos que se desenvolvem lá e não querem encará-lo aqui no Congresso. Nós, ao contrário, nós decidimos, a Oposição e o PSDB também, abrir tudo. Não queremos mais reduzir coisa nenhuma, queremos abrir tudo, mesmo questões do Congresso têm que ser vistas.

            Agora mesmo pessoas estão prestando depoimento perante o Vice-Presidente do Senado, e a orientação do nosso líder Arthur Virgílio é de encaminhar as investigações por dentro do Congresso também. A gente tem muita tranquilidade no que está fazendo.

            Sobre pesquisas, uma palavra, depois de ouvir o discurso imenso da Senadora Ideli. Temos dois pré-candidatos à Presidência da República, que, juntos, somam quase metade das intenções de votos para Presidente da República.

            Segundo, o nosso principal candidato neste instante tem mais de um terço das intenções de voto. Ele é Governador de São Paulo e está governando São Paulo. O nosso Governador de São Paulo não anda pelo Brasil fazendo campanha nem o nosso Governador de Minas Gerais. Não temos o apoio do Governo, a força do Governo, a propaganda do Governo, o PAC que a Ministra utiliza diariamente para fazer campanha, como campanha fez ontem ou anteontem em Pernambuco, no São João, em Caruaru. Não temos, rigorosamente, a capacidade de divulgação que o Governo tem e temos um compromisso com o povo de São Paulo.

            O Governador Serra, ao contrário, tem níveis crescentes de aprovação em São Paulo, o que vai resultar, e o que tem sentido do ponto de vista eleitoral, em um determinado momento quando isso se impuser, e não será agora.

            A Ministra Dilma cresceu porque cresceu o seu conhecimento pela população, uma vez que, nesse mesmo espaço de tempo, ela foi vítima de uma doença, que nós não comentamos porque somos éticos. Essa doença permitiu ampla divulgação de seu nome, e uma divulgação atípica, não apenas de um candidato, mas de alguém que está doente, que está aparecendo para a opinião pública de forma humana, absolutamente pessoal. Isso atrai interesse da população. Isso rigorosamente atrai.

            Há toda uma campanha de Governo imensa, que Governo Federal, cada vez mais, estadualiza. Sai apenas no eixo central, ampliado até para os eixos municipais de divulgação e propaganda. Isso tudo representa, no que já prevíamos há muito tempo: o crescimento da Ministra no eleitorado da Oposição, de seu Partido e de aliados dele. Absolutamente previsível. Absolutamente normal.

            Nossos candidatos somam, eu disse, praticamente 50% dos votos. Em qualquer cenário, são vitoriosos e de maneira bem ampla, com grande distância. Não nos assustam essas pesquisas. Já saíram muitas pesquisas que poderiam deixar-nos eufóricos. Nós nunca ficamos. Acho que vamos ter uma eleição dura, e o candidato do Presidente Lula, seja quem for, não vai ter 10%, 20% nem 25%. É candidato que terá um tamanho grande, porque o Presidente tem muito prestígio, porque o PT tem prestígio, porque a força que ele coordena é poderosa demais. Enfim, achamos que a democracia está aí e que é muito cedo para cantar vitória. Nós não contamos antes; não contamos agora; nem contaremos, a não ser em um momento adequado, quando as urnas falarem.

            Agora, queria, mais uma vez, subscrever essa questão da Petrobras, porque, Presidente, não dá mais para continuar assim. Se o Governo não quer fiscalizar a Petrobras, não fiscalize. Eu, por exemplo, vou conversar com o meu Partido. Acho que não devemos fiscalizar a diretoria do Dr. Guilherme Estrella, do PT.

            A nossa questão não é política nem partidária, mas é porque tivemos confirmação, por dezenas de técnicos da Petrobras e pela sociedade de que o Dr. Guilherme Estrella é um profissional. Podemos ter alguma discordância teórica com ele, mas é uma pessoa limpa, correta e que, na sua área, as coisas estão funcionando como devem funcionar. Além do mais, é uma área estratégica, que nós não queremos afetar. Mas isso é uma opinião pessoal minha. Ainda vou conversar com o Senador Alvaro, com o Senador Antonio Carlos, enfim, com todos. Mas, por exemplo, não há nada de político nisso, não temos nada contra Guilherme Estrella, por exemplo, que é do PT, mas é sério - e há muitos petistas sérios.

            Então, esperamos que se abra a investigação, tranquila, segura. Vamos reconhecer o mérito de quem tem e vamos condenar aqueles que não têm mérito, ou estão desservindo ao Brasil, da forma mais tranquila, segura e calma possível.

            Esse exagero emocional, esse negócio de Senador senta, levanta, senta, levanta, coça a cabeça ou a careca e vai embora, não serve ao Brasil e nem à democracia.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 03/06/2009 - Página 21212