Discurso durante a 104ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Critica o jornal O Globo por divulgar novamente a suposta lista de 37 senadores que participaram dos atos secretos, depois de inúmeras explicações.

Autor
Papaléo Paes (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AP)
Nome completo: João Bosco Papaléo Paes
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
IMPRENSA. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.:
  • Critica o jornal O Globo por divulgar novamente a suposta lista de 37 senadores que participaram dos atos secretos, depois de inúmeras explicações.
Publicação
Publicação no DSF de 25/06/2009 - Página 26743
Assunto
Outros > IMPRENSA. ATUAÇÃO PARLAMENTAR.
Indexação
  • CRITICA, ARTIGO DE IMPRENSA, JORNAL, O GLOBO, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), REPETIÇÃO, DIVULGAÇÃO, RELAÇÃO, SENADOR, PARTICIPAÇÃO, ATO, CARATER SECRETO, POSTERIORIDADE, ESCLARECIMENTOS, CONGRESSISTA.
  • LEITURA, ATO ADMINISTRATIVO, COMISSÃO DIRETORA, CONFIRMAÇÃO, INEXISTENCIA, CARATER SECRETO, AUSENCIA, VINCULAÇÃO, ORADOR.

            O SR. PAPALÉO PAES (PSDB - AP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Só para falar, mais uma vez, sobre a irresponsabilidade de um jornal, - eu tenho coragem, eu sei que o pau vem em cima, sei que a ditadura da imprensa é terrível quando ela age - o Estadão, que publicou uma lista de 37 Senadores como se fossem bandidos, e hoje, infelizmente, um grande jornal que não precisa disso para vender, uma expressão da comunicação brasileira de alta respeitabilidade, que é O Globo, repetiu a lista, apesar de tantos Senadores virem aqui - é a ditadura, esta é a grande ditadura, que realmente nos deixa muito preocupados. Amanhã os assessores já estarão preocupados: “Agora vamos procurar, procurar, que lá vem pau no senhor”. Infelizmente é isso mesmo, é a ditadura da liberdade desenfreada, que não respeita a liberdade dos outros.

            A sua liberdade, Senador Mão Santa, vai até onde começa a minha; os seus direitos vão até onde começam os meus. Então, quero lamentar... Não estou aqui... Não fiquem os senhores jornalistas pensando que estou censurando o trabalho dos senhores. Absolutamente.

            Mas é lamentável que não haja o mínimo de respeito com o Senado Federal, com os Senadores, pelo menos com aqueles que vieram à tribuna justificar que não mereciam estar com o seu nome naquela lista irresponsável. Parece que aquela lista foi confeccionada por algum bandido e não por pessoa séria; e eu fui um deles que estava relacionado, como o Senador Pedro Simon.

            Hoje, por exemplo - ontem eu só fiz falar -, quero mostrar aqui aos senhores, à imprensa - porque foi a imprensa que fez isso - o que foi que chamaram de Ato Secreto da minha parte.

            Estou aqui, senhoras e senhores, com o Boletim Administrativo do Pessoal nº 3331 S, segunda-feira, 03 de outubro de 2005.

            Diz assim:

ATOS DA COMISSÃO DIRETORA DO SENADO FEDERAL

DECISÃO DA COMISSÃO DIRETORA

A COMISSÃO DIRETORA DO SENADO FEDERAL, no uso das suas atribuições regimentais e regulamentares, e considerando a necessidade de atender a demanda de recursos humanos na área de assistência direta aos Senadores, DECIDE autorizar a divisão dos dois cargos em comissão de Assessor Técnico, Símbolo SF-2 (equivalente a FC-8) dos gabinetes parlamentares, dos membros da Comissão Diretora e das Lideranças, previstos na Decisão da Comissão Diretora de 21 de fevereiro de 2005, para preenchimento alternativo em Assistente Parlamentar, Símbolo AP-7, e/ou Assistente Parlamentar, Símbolo AP-8, sem aumento de despesas.

Sala de Comissão Diretora, 03 de outubro de 2005.

Renan Calheiros - Antero Paes de Barros - Paulo Octávio - Eduardo Siqueira Campos, Serys Slhessarenko - Papaléo Paes.

            Então, fui arrolado em um Ato Secreto, em um Boletim Administrativo do Pessoal, e eu sempre fui ali para a tribuna dizer que era um termo indevido chamar de ato secreto. Isso aí realmente foi... O relatório concluiu que não é ato secreto. Faltou publicar no Diário Oficial, digo, na Internet para todo o Brasil saber. Mas o ato secreto que dez mil pessoas podem saber aqui dentro não é nada secreto. Tanto é que entrou em vigor.

            O outro Ato foi o de nº 3879-S1. Eu não sou arrogante, nem estou querendo enfrentar a imprensa; longe disso. Eu quero apenas pedir justiça. É injusto, hoje, um jornal como O Globo repetir a mesma lista de ontem, quando ficamos nos desgastando ali por horas, por horas - puxa vida! -, fazendo uma justificativa. Hoje repetem a mesma lista. Puxa vida! Isso é muito triste!

            Voltemos ao Ato nº 3879-S1, da Comissão Diretora do Senado, que diz:

A COMISSÃO DIRETORA DO SENADO FEDERAL, no uso de sua competência regimental e regulamentar, RESOLVE:

Art. 1º. Os cargos símbolos SF-02, criados pelo Ato da Comissão nº 27, de 1998, poderão ser preenchidos de forma alternativa, nos termos do art. 5º da Resolução nº 63, de 1997, e da Decisão da Comissão Diretora, de 03 de outubro de 2005.

Art. 2º. Este Ato entra em vigor na data de sua publicação.

Sala da Comissão diretora, 27 de dezembro de 2007. Garibaldi Alves Filho - Efraim Morais - Gerson Camata - Magno Malta - César Borges - Papaléo Paes- Antonio Carlos Valadares.

            Está aqui o boletim. E vou entregá-los para os senhores virem.

            Isso fez com que eu viesse a participar de uma lista infeliz e que realmente nos deixa indignados, Senador Mão Santa.

            Eu quero aqui reconhecer e, principalmente, dizer aos senhores da imprensa que eu jamais iria para esse confronto, pois seria um confronto desigual e desleal, entendeu? E também não sei se interessa à imprensa brigar comigo, porque, como dizem os outros, não sou conhecido. Mas, por favor, deixem em paz as pessoas de bem aqui desta Casa. Se querem derrubar alguém da Casa, façam, continuem fazendo o que têm de fazer, o que estão determinados a fazer, mas pelo menos deixem em paz aquelas pessoas que vêm aqui, justificam-se, mostram tudo para vocês e vivem sob esta ditadura cruel que é ser citado como bandido. Vir aqui, mostrar que não é bandido e, no outro dia, não haver um reparo sobre isso já é ditadura, e cruel, porque nos deixa sozinhos. E ainda fazem pouco da gente.

            Muito obrigado.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 25/06/2009 - Página 26743