O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT - SP. Para encaminhar a votação. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente José Sarney, companheiro de Partido e amigo pessoal do Deputado Dr. José Aristodemo Pinotti, quero aqui requerer, como tantos Senadores o fazem, nos termos dos artigos 218, inciso VII, e 221 do Regimento Interno do Senado Federal, inserção em ata de voto de pesar pelo falecimento, nesta madrugada, do Secretário Especial da Mulher da Prefeitura de São Paulo, Dr. José Aristodemo Pinotti, aos 74 anos, bem como apresentação de condolências à esposa, Suely Pinotti, aos dois filhos, aos cinco netos e ao Prefeito Gilberto Kassab. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês e lutava contra um câncer no pulmão.

            Nascido em São Paulo, em 20 de dezembro de 1934, José Aristodemo Pinotti era filho do dentista Alfredo Pinotti e da educadora sanitária Anna Bove Pinotti. Sua primeira formação foi em 1958, pela Faculdade de Medicina da USP, onde construiu grande parte de sua carreira. Fez residência no Hospital Pérola Byington e pós-graduação em Firenze, Itália (Istituto Nazionale dei Tumori Prof. Veronesi) e na França (Institute Gustave Roussy Prof. Denoix).

            Professor titular e Chefe do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Unicamp (1972-1982), Pinotti foi Diretor da Faculdade de Ciências Médicas em duas gestões: 1970-1971 e 1976-1980.

            Diretor Executivo do Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher (CAISM) da Unicamp, 1985-1986, foi reitor da Unicamp de 1982 a 1986, mesmo ano em que assumiu como Secretário de Estado da Educação de São Paulo, cargo que ocupou por sete meses. Em seguida, foi nomeado Secretário de Estado da Saúde de São Paulo e Coordenador do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) de São Paulo, de 1987 a 1991. Portanto, trabalhou nos governos Mário Covas e Geraldo Alckmin.

            Pinotti também foi Presidente da Associação Brasileira de Reprodução Humana e Materno Infantil (Renumi), entre 1975 e 1988, e Presidente do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Campinas, de 1969 a 1971. Trabalhou como consultor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado São Paulo (Fapesp), entre 1975 e 1985.

            Em seguida, assumiu o cargo de presidente da Comissão Científica do PAISM da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, de 1988 a 1992. Após um intervalo de cinco anos, foi nomeado presidente da Fundação Pedroso Horta, que ocupou entre 1997 e 1998.

            Trabalhou como coordenador do Centro de Referência da Saúde da Mulher e de Nutrição, Alimentação e Desenvolvimento Infantil (Hospital Pérola Byington) de 1991 a 1998. Deputado Federal eleito em outubro de 1994, também foi membro do Conselho de Curadores da Fundação Padre Anchieta, TV Cultura, de 1986 a 1995.

            Além da Academia Paulista de Medicina, Pinotti integrou diversas associações brasileiras e estrangeiras de ciência e saúde. Publicou 37 livros científicos, duas teses, dois livros de poemas e milhares de artigos em jornais e revistas nacionais e internacionais.

            Ele era muito reconhecido por seu trabalho como ginecologista e estava licenciado do cargo de Deputado Federal, para o qual se elegeu pelo DEM em 2006, e exercia a função de Secretário Especial da Mulher da Prefeitura de São Paulo desde março deste ano. Ou seja, agora era do DEM, mas foi também do Partido de S. Exª o Presidente José Sarney, o PMDB, em algumas ocasiões.

            Esse requerimento está assinado pelos 12 Senadores do Partido dos Trabalhadores, inclusive os Líderes Aloizio Mercadante, Ideli Salvatti - Líder do PT e do Governo -, Serys Slhessarenko, Tião Viana, seus colegas médicos como Augusto Botelho e, ainda, Marina Silva, Fátima Cleide, João Pedro, Delcídio Amaral e os demais Senadores do Partido dos Trabalhadores.

            Quero dizer que foram muitas as ocasiões em que convivi com o Deputado Dr. José Aristodemo Pinotti. Em tantas ocasiões participei de debates com ele, nos meios de comunicação, e sempre me impressionou a sua atitude séria em defesa da melhor assistência à saúde e melhor educação. Sobretudo o Dr. Pinotti, segundo ouvi dos depoimentos de dezenas de mulheres, foi um médico que salvou inúmeras vidas. Ele, que infelizmente faleceu de câncer, pôde salvar tantas pessoas, sobretudo mulheres que se submeteram, por exemplo, a cirurgias nos seios. Como se sabe, o câncer nos seios é algo muito frequente em moças e mulheres das mais diversas idades, e justamente o Dr. Aristodemo Pinotti, como um especialista nesta área, salvou a vida de muitas mulheres que, certamente, hoje estão lhe dizendo muito obrigado.