Discurso durante a 120ª Sessão Deliberativa Extraordinária, no Senado Federal

Solicitação de providências por parte do governo federal sobre as práticas adotadas pelas administradoras de cartões de crédito.

Autor
Roberto Cavalcanti (PRB - REPUBLICANOS/PB)
Nome completo: Roberto Cavalcanti Ribeiro
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.:
  • Solicitação de providências por parte do governo federal sobre as práticas adotadas pelas administradoras de cartões de crédito.
Publicação
Publicação no DSF de 15/07/2009 - Página 32410
Assunto
Outros > CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
Indexação
  • DEFESA, NECESSIDADE, GOVERNO FEDERAL, REGULAMENTAÇÃO, SETOR, CARTÃO DE CREDITO, EXCESSO, VALOR, TAXA DE ADMINISTRAÇÃO, JUROS, COBRANÇA, CONSUMIDOR, DEMORA, EFETIVAÇÃO, PAGAMENTO, EMPRESA, BUSCA, EMPRESTIMO, MERCADO FINANCEIRO, OBTENÇÃO, CAPITAL DE GIRO.
  • IMPORTANCIA, DIAGNOSTICO, BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN), MINISTERIO DA FAZENDA (MF), MINISTERIO DA JUSTIÇA (MJ), PRODUÇÃO, RELATORIO, RECONHECIMENTO, GRAVIDADE, SETOR, ADVERTENCIA, EXCESSO, CONCENTRAÇÃO, EXCLUSIVIDADE, EMPRESA, CONTROLE, MERCADO, INSUFICIENCIA, CONCORRENCIA, DEFESA, NECESSIDADE, DESCENTRALIZAÇÃO, ACEITAÇÃO, TERMINAL, ESTABELECIMENTO COMERCIAL, DIVERSIDADE, CARTÃO DE CREDITO, ALTERAÇÃO, CODIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, GARANTIA, DESCONTO, CLIENTE, OPÇÃO, PAGAMENTO A VISTA.
  • COMENTARIO, PROJETO, ADELMIR SANTANA, SENADOR, APRESENTAÇÃO, PROJETO DE LEI, AUTORIZAÇÃO, PARTILHA, EQUIPAMENTOS, OPERADOR, CARTÃO DE CREDITO, REDUÇÃO, CUSTO, EMPRESARIO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. ROBERTO CAVALCANTI (Bloco/PRB - PB. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Obrigado, Sr. Presidente.

            Em segundo lugar, o Governo ressalta a necessidade de que os terminais dos estabelecimentos comerciais aceitem mais de uma bandeira.

            A associação do segmento sugere que seja uma opção e não uma obrigatoriedade. Tudo indica, no entanto, que a obrigatoriedade é essencial para desconcentrar o setor.

            Em terceiro lugar, um estudo do Governo sugere também que seja alterado o Código de Defesa do Consumidor, a fim de que os lojistas possam oferecer descontos quando o cliente optar pelo pagamento à vista, o que, a meu ver, é um absurdo, uma vez que a compra com o cartão é universalmente contabilizada como crédito à vista. Além do mais, o comércio via cartão de crédito incrementa o ganho em escala dos comerciantes, compensando eventuais taxas de administração, evidentemente, desde que justas e não abusivas como as atuais.

            A respeito dessa terceira sugestão, cabe anotar que essa possibilidade foi incluída pelo Senado no texto da Medida Provisória nº 460, no último dia 7 de julho.

            Vale lembrar, ainda, que o Senador Adelmir Santana apresentou projeto de lei que permite compartilhamento de equipamentos por mais de uma bandeira, o que reduziria os custos dos empresários, bem como outras medidas relacionadas ao tema.

            Além disso, entidades de defesa do consumidor defendem que o negócio de cartões de crédito seja dividido em segmentos - captura, compensação, liquidação e credenciamento seriam desmembrados para diferentes empresas.

            É evidente que o principal problema é a excessiva concentração do setor. Apenas duas empresas controlam 90% do mercado, o que constitui um autêntico duopólio. Quaisquer medidas que visem a melhorar a situação para os consumidores e empresas usuárias do sistema de cartões devem obrigatoriamente tratar da questão da concentração. Dada a importância, é preciso retirar a discussão do âmbito puramente burocrático e trazê-la para ser discutida com mais ênfase pelo Parlamento.

            A realidade é que o Governo precisa regular o mercado de cartões de crédito e prometeu fazê-lo até setembro vindouro. A área técnica já trabalha em regras específicas para o setor, a exemplo do que foi feito com as tarifas bancárias. Entretanto, urge superar a fase de estudos e partir para a implementação das novas medidas.

            A decisão do Governo de disciplinar o funcionamento desse importante mercado, hoje o principal meio de pagamento do País, decorre do diagnóstico feito pelo Banco Central, Ministério da Fazenda e Ministério da Justiça, alertando para a enorme concentração de empregas e pouca concorrência de mercado. Sabemos que o Governo não quer e não vai tabelar as tarifas, o que seria incompatível com a economia de mercado. Todavia, deverá fixar regras claras para a cobrança, prazos de pagamento a lojistas, promover a desconcentração do segmento e ainda zelar pela relação entre as bandeiras e os bancos. É o que a sociedade reclama e espera do Banco Central.

            Muito obrigado, Sr. Presidente, pela tolerância do tempo e pela oportunidade de estar nesta tribuna, na tarde de hoje.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 15/07/2009 - Página 32410