O SR. ROBERTO CAVALCANTI (Bloco/PRB - PB. Pronuncia o seguinte discurso.) - Muito obrigado, Sr. Presidente.

Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, no dia 27 de março de 1949, foi publicado, pela primeira vez, em João Pessoa, o suplemento literário Correio das Artes, sob a liderança do jornalista e poeta Edson Regis de Carvalho.

A Paraíba de José Américo de Almeida, de José Lins do Rego, de Augusto dos Anjos, de Carlos Dias Fernandes, de Assis Chateaubriand, de Ariano Suassuna, Paulo Pontes, José Nêumanne Pinto, Wladimir Carvalho, Linduarte Noronha, Afonso Pereira, Ascendino Leite, Luiz Augusto Crispim, Francisco Pereira da Nóbrega, Adalberto Barreto, Gonzaga Rodrigues, Joacil de Brito, Wellington Pereira e de outros grandes vultos e personalidades que engrandecem nossa história literária, a Paraíba se orgulha dos 60 anos de existência do Correio das Artes, instrumento da maior importância para o nosso desenvolvimento cultural e educacional.

O Correio das Artes é o mais antigo suplemento literário do Brasil, é parte significativa de nossa história cultural e literária e contribui para enriquecer e engrandecer a cultura paraibana e a cultura do Brasil.

A Paraíba da cultura, da literatura e das artes, a Paraíba que tem um compromisso com a educação e com todos os valores espirituais e intelectuais, a Paraíba reconhece a importância do suplemento cultural do jornal A União e comemora os seus 60 anos de circulação.

Ao longo desses sessenta anos de existência, de resistência e de renovação, o Correio das Artes sempre acolheu e apoiou o desenvolvimento da literatura paraibana em suas mais diversas tendências, modalidades e movimentos literários: o Modernismo, a chamada Geração de 45, as vozes poéticas da Geração de 1959, as tendências de vanguarda, a poesia concreta.

O Correio das Artes tem divulgado os movimentos artísticos e literários do Brasil e contribuído para aumentar a integração da Paraíba na vida cultural e literária do País, conforme os mais elevados padrões do jornalismo literário.

O Correio das Artes muito contribuiu para o surgimento e para a formação de novos valores e novos talentos nos campos da arte, da música, das artes plásticas, da filosofia, das ciências sociais, da poesia, do romance, da ficção, da pintura, da literatura e da cultura em geral.

O Correio das Artes, ao longo desses sessenta anos, teve o privilégio de contar com a colaboração de grandes personalidades da literatura e da cultura do nosso País: Gilberto Freyre, João Cabral de Melo Neto, Carlos Drummond de Andrade, Mauro Mota, Manuel Bandeira, Joaquim Cardoso, Cyro dos Anjos, Everardo Luna, Juarez da Gama Batista, Veríssimo de Melo, Luís da Câmara Cascudo, Temístocles Linhares, Wilson Martins, Álvaro de Carvalho, Otto Maria Carpeaux, Darcy Damasceno, Nilo Pereira são nomes de relevo que contribuíram com o Correio das Artes.

A Antologia de Poetas Paraibanos, organizada pelo historiador Eduardo Martins, representa um momento destacado de natureza histórico-literária e uma contribuição para as novas gerações interessadas na pesquisa da cultura e da poesia da Paraíba.

Podemos afirmar que a qualificação dos colaboradores do Correio das Artes garantiu a realização de um trabalho de alto nível, em termos de conteúdo literário, de estética, em nada inferior aos melhores suplementos literários do jornalismo cultural brasileiro.

O compromisso com a expressão literária paraibana tem se mantido, ao longo desses sessenta anos de existência do Correio das Artes por contemplar todos os gêneros literários: o conto, a novela, o romance, a crônica, a poesia, sem deixar de lado os diversos eventos e as notícias culturais.

Muitos escritores iniciaram suas carreiras como colaboradores do Correio das Artes, o que representou um exercício preparatório para seus futuros livros.

Sr. Presidente, Srªs Senadoras, Srs. Senadores, muito poderíamos dizer ainda sobre os sessenta anos do Correio das Artes, sobre suas lutas, crises e dificuldades superadas com muito trabalho e responsabilidade.

O poeta e crítico literário paraibano Hildeberto Barbosa Filho elaborou uma síntese tão inteligente e objetiva dos sessenta anos do Correio das Artes que gostaríamos de incorporar suas palavras a este nosso pronunciamento:

Numa perspectiva editorial aberta, porém seletiva, Linaldo Guedes soube aproveitar os elementos icônicos dos modernos instrumentos tipográficos e visuais permitidos pelas novas tecnologias, fazendo do Correio das Artes um suplemento que agrada aos olhos, aos sentidos, ao corpo; uma espécie de caderno estético, objectual, persuasivo em sua plástica, mas também um caderno que não desserve à qualidade das matérias veiculadas. Se aqui e acolá podemos nos deparar com a inevitável amputação dos espaços críticos, percebe-se, no entanto, em todo o tempo, o esforço do jovem editor no sentido de preservar os valores mais essenciais ao autêntico jornalismo cultural.

Para todos nós, paraibanos, os sessenta anos do Correio das Artes representam um sentimento de grande satisfação e orgulho, por acompanharmos a trajetória desse veículo de expressão das artes e literatura, que conseguiu contribuir para a formação de novos escritores, para o reconhecimento do talento e do valor de tantos intelectuais e para a melhoria da educação da Paraíba.

Quero, neste momento, congratular-me com o Jornalista Nelson Coelho da Silva, superintendente de imprensa do jornal A União, com os demais diretores e com todos os colaboradores do Correio das Artes, com a certeza de que sua missão relevante e meritória continuará firme e decidida, em benefício da educação e da cultura do nosso Estado, a Paraíba.

Era isso, Sr. Presidente.

Muito obrigado.

Bom recesso, bom descanso a todos que fazem a grandeza deste nosso Senado Federal.

Muito obrigado.

Modelo1 10/19/244:31