Discurso durante a 149ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Participação de S.Exa. em solenidade no Palácio do Planalto, onde foi sancionada a lei que institui o Dia Nacional da Marcha para Jesus.

Autor
Marcelo Crivella (PRB - REPUBLICANOS/RJ)
Nome completo: Marcelo Bezerra Crivella
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
RELIGIÃO.:
  • Participação de S.Exa. em solenidade no Palácio do Planalto, onde foi sancionada a lei que institui o Dia Nacional da Marcha para Jesus.
Publicação
Publicação no DSF de 04/09/2009 - Página 41565
Assunto
Outros > RELIGIÃO.
Indexação
  • REGISTRO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, SOLENIDADE, PALACIO, PRESIDENCIA DA REPUBLICA, COMEMORAÇÃO, SANÇÃO, LEGISLAÇÃO, CRIAÇÃO, DIA NACIONAL, MARCHA, CRISTÃO, DEMONSTRAÇÃO, CRENÇA RELIGIOSA, LUTA, COMBATE, VIOLENCIA, DESIGUALDADE SOCIAL, DISCRIMINAÇÃO, IMPORTANCIA, REITERAÇÃO, VALORIZAÇÃO, IGUALDADE, LIBERDADE, SOLIDARIEDADE.

            O SR. MARCELO CRIVELLA (Bloco/PRB - RJ. Sem revisão do orador.) - E representa bem, Sr. Presidente, todas as virtudes do povo do Piauí.

            Sr. Presidente, hoje, no Palácio do Presidente Lula, na sala de reuniões, nós tivemos um momento solene em que nos reunimos diante da Nação e sob o olhar de Deus para presenciar e celebrar com ardor cívico e cristão a sanção da lei que institui o Dia Nacional da Marcha para Jesus. Naquele instante, Sr. Presidente, brilhou no céu a luz da nossa fé.

            Essa fé representa, em sua simplicidade e beleza, o mais alto sacrifício, a mais difícil renúncia, tudo que de cada um de nós for preciso abnegar nesse ideal que nos acalenta e nesse propósito que nos anima, que consiste em cumprir a sagrada e honrosa missão de amar, defender, divulgar e preservar para sempre o nome de Jesus e seus ideais de paz.

            Essa marcha, por essência, é uma marcha de fé, mas também de amor e, portanto, ela é contra o ódio, a intolerância, a violência, a desigualdade e o preconceito. Ela traz em si a lembrança do sacrifício expiatório de Cristo que, nascido de uma virgem, viveu sem pecado, se entregou, foi supliciado, morreu e ressuscitou pela força do amor. Um amor imensurável, imaculado, incontido, imbatível, arrebatador. O amor de quem passou neste mundo e pregou a verdade, plantou a semente da felicidade e orava por nós até mesmo na agonia infinita da cruz. Ele não precisou de TV, nem de rádio ou jornal, mas no show desta vida Ele é o principal. Conquistou multidões com a força do amor. Mesmo cansado e ferido, jamais blasfemou. Foi réu sem pecado, sorriu, perdoou, e para um mundo sem rumo o caminho só Ele mostrou. Amor como esse jamais se viu nem nunca se verá. Amor de um Deus que amou o mundo de tal maneira que tudo entregou, perdoou, suportou, sacrificou para erguer a humanidade perdida nos ódios e nas paixões.

            A Marcha para Jesus é assim a marcha do amor de Cristo para o Brasil, para os brasileiros, para os estrangeiros que vivem entre nós, mas, sobretudo e principalmente, para os que choram e precisam ser consolados; os que têm fome e sede de justiça e precisam ser saciados, os que estão enfermos e presos e não são assistidos, os que vivem com os seus filhos nos barracos improvisados, frios e escuros, dos becos das favelas, hediondo monumento da nossa vergonhosa desigualdade social, levando uma subvida num submundo de privações e opróbrios. É pelos esquecidos nos povoados longínquos do sertão do Brasil que gemem de aflição e padecem de angústia. Sim, é por eles também que marchamos.

            Essa Marcha é o brado de reafirmação da nossa fé inabalável nos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, mas como de origem e substância cristã, Mão Santa, pois é o cristianismo quem primeiro proclama, no curso acidentado das civilizações, ser o homem livre e responsável; considera-nos a todos iguais e irmãos e reconhece que todos temos direito à partilha dos bens terrenos, pelo menos na medida da nossa necessidade, a fim de praticarmos as virtudes e cumprirmos o nosso destino.

            Se não dissermos isso às futuras gerações com o exemplo do nosso idealismo e renúncia, se desprezarmos esses postulados, seria insistir em medidas de superfície. Seria enganar a nós mesmos. Todo crescimento econômico será nulo se não houver entre nós homens de caráter cristão que nos deem instrumentos idôneos e eficazes para garantir que o bem-estar social e a distribuição da riqueza cheguem a todos os brasileiros.

            A liberdade sem Cristo tende a extrapolações inconvenientes que transpõe por vezes os limites impostos pela razão e desvirtua a sociedade, corrompendo os bons costumes. A igualdade sem Cristo comete a injustiça de desconsiderar o esforço individual, recompensando do mesmo modo os que se esforçam e os indolentes, afrontando os princípios naturais de que aquilo que o homem plantar, isso ele deve colher. A fraternidade sem Cristo é apenas um discurso vazio que fenece ante a volúpia avassaladora do lucro e do poder.

            O próprio capitalismo sem a ética cristã é essa crise impiedosa que assola o mundo, sob o império da opressão do mais forte. É a desbragada exploração do fraco com os mecanismos financeiros do capital desalmado que se presta como dócil vassalo à ganância insaciável dos homens da fortuna.

            A Marcha Para Jesus é para todos. Todos são bem-vindos, sem distinção de cor, sexo, nacionalidade, profissão, religião, condição social ou nível intelectual. Como o amor de Deus, ela há de ser como o sol e a chuva, que são para todos.

            Que marchem, portanto, os homens de boa vontade, os mensageiros da paz, os que defendem o bem-estar social para todos e o engrandecimento da Pátria pela força do trabalho. Que marchem os que confiam nas promessas de Deus e querem reparti-las com todos os que se disponham a ouvi-los. Os que sabem e os que querem aprender que é na prática dos ensinamentos cristãos que se fundamenta a tranquilidade das famílias, o progresso moral e a prosperidade de um povo.

            Que marchem também os solitários que procuram alento, os perdidos que procuram um caminho. Sim, que venham todos, que tomem as ruas e as nossas avenidas por todo o vasto território nacional, numa procissão triunfal dos nossos valores espirituais, para que surja nos horizontes infinitos da esperança dessa terra que Deus nos deu a manhã ensolarada de um novo porvir, onde o amor entre nós seja sem fingimento; que haja tolerância, o culto da liberdade, o respeito ao direito e acima de tudo a fé em Deus, que acrisola as mais puras essências das virtudes da nossa nacionalidade, fundamenta a civilização brasileira e nos conduz no rumo seguro da justiça, do progresso, da bondade e da paz.

            Marcha, Brasil, para os braços de Cristo!

            Sr. Presidente, essa foi a lei que hoje o Senhor Presidente sancionou: 60 dias depois da Páscoa, primeiro final de semana, haverá no território nacional a Marcha para Jesus.

            Muito obrigado, Sr. Presidente.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 04/09/2009 - Página 41565