Discurso durante a 182ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Considerações sobre as intervenções destinadas à adaptação e à mitigação dos efeitos do aquecimento global. Críticas à condução da política externa brasileira. Homenagem pelo transcurso do primeiro centenário de independência política da cidade goiana de Itumbiara.

Autor
Demóstenes Torres (DEM - Democratas/GO)
Nome completo: Demóstenes Lazaro Xavier Torres
Casa
Senado Federal
Tipo
Discurso
Resumo por assunto
POLITICA DO MEIO AMBIENTE. POLITICA EXTERNA. HOMENAGEM.:
  • Considerações sobre as intervenções destinadas à adaptação e à mitigação dos efeitos do aquecimento global. Críticas à condução da política externa brasileira. Homenagem pelo transcurso do primeiro centenário de independência política da cidade goiana de Itumbiara.
Publicação
Publicação no DSF de 16/10/2009 - Página 52322
Assunto
Outros > POLITICA DO MEIO AMBIENTE. POLITICA EXTERNA. HOMENAGEM.
Indexação
  • COMENTARIO, DOCUMENTO, BANCO INTERNACIONAL DE RECONSTRUÇÃO E DESENVOLVIMENTO (BIRD), ANTECIPAÇÃO, DISCUSSÃO, CONFERENCIA INTERNACIONAL, ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS (ONU), PAIS ESTRANGEIRO, DINAMARCA, ALTERAÇÃO, CLIMA, MUNDO, DEFINIÇÃO, DEMANDA, INTEGRAÇÃO, COMPROMETIMENTO, PAIS INDUSTRIALIZADO, PAIS EM DESENVOLVIMENTO, TERCEIRO MUNDO, REDUÇÃO, EMISSÃO, GAS CARBONICO, IMPEDIMENTO, DESTRUIÇÃO, EXTINÇÃO, FLORESTA AMAZONICA, DISSOLUÇÃO, GELO, REGIÃO, AUMENTO, NIVEL, OCEANO, PREJUIZO, POPULAÇÃO, DEFESA, COMPATIBILIDADE, INFERIORIDADE, LIBERAÇÃO, GAS, CRESCIMENTO ECONOMICO, POBREZA, NECESSIDADE, EFICACIA, POLITICA, AMEAÇA, GARANTIA, URGENCIA, PROVIDENCIA, ADAPTAÇÃO, RESTRIÇÃO, EFEITO, CUSTO, TEMPERATURA, PRIORIDADE, REVOLUÇÃO, SETOR, ENERGIA ELETRICA, ADOÇÃO, FONTE ALTERNATIVA DE ENERGIA.
  • CRITICA, GOVERNO FEDERAL, ITAMARATI (MRE), INEFICACIA, DIREÇÃO, POLITICA EXTERNA, PREJUIZO, BRASIL.
  • HOMENAGEM, ANIVERSARIO, EMANCIPAÇÃO POLITICA, MUNICIPIO, ITUMBIARA (GO), ESTADO DE GOIAS (GO), ELOGIO, DESENVOLVIMENTO REGIONAL, SAUDAÇÃO, PREFEITO.

                          SENADO FEDERAL SF -

            SECRETARIA-GERAL DA MESA

            SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA 


            O SR. DEMÓSTENES TORRES (DEM - GO. Sem apanhamento taquigráfico.) - Sr. Presidente, Srªs. e Srs. Senadores, uma das mais principais e mais belas cidades brasileiras, Itumbiara, está completando seu primeiro centenário de independência política. De um lado é Goiás; do outro lado, Minas Gerais; por todos os lados, um canteiro de obras do tamanho do município. A localização estratégica foi fundamental para o desenvolvimento das regiões Norte e Centro-Oeste do País, porta de entrada da interiorização do progresso. Seu aniversário de 100 anos foi dia 12, mas outubro inteiro é da continuidade de uma festa que começou a 1º de janeiro de 2005, a data em que ganhou antecipado o presente pelo século de emancipação: a posse de José Gomes da Rocha na Prefeitura.       

            Zé  Gomes não encontrou facilidades. Nada na máquina pública funcionava. Seus anfitriões foram credores que, com razão, queriam receber 92 milhões de reais devidos pela prefeitura. Emocionou-se com os relatos de sofrimento dos servidores, que padeciam com salários atrasados havia até 14 meses. Mais de um ano sem receber! Zé Gomes ficou estupefato também ao saber que o majestoso Rio Paranaíba, às margens do qual foi erguida a magnífica Itumbiara, recebia 100% do esgoto in natura dos quase 100 mil moradores. Menos da metade da população tinha direito a água tratada. O brilho da cidade se esmaecia na iluminação precária. Ambulâncias aos cacos eram o retrato do caos na Saúde Pública levando pacientes para Goiânia - o desconforto era tamanho que quem estivesse sadio, adoeceria; os doentes pioravam e já ruins morriam. O déficit habitacional alcançava 5 mil famílias. O transporte escolar era tão calamitoso que só buscava as crianças em dias alternados, porque dia sim, outro também, as Kombis velhas e sem cinto de segurança quebravam no meio da estrada. A cidade parecia ter sido bombardeada, mas o único conflito registrado era das más gestões contra o povo.       

            Como o prefeito define, começava o pós-guerra, pois o cenário era de terra arrasada. Com apoio da população e da sociedade civil organizada, Igrejas, entidades filantrópicas, empresários, além do Governo do Estado e de parte da bancada federal goiana, Zé Gomes conseguiu. Está há quase cinco anos inaugurando obras e ontem entregou a mais impressionante delas, a Avenida Beira-Rio, um conjunto imenso de benefícios para orgulho dos moradores e atrativo para o turismo. O que a Natureza produziu de belo, José Gomes tornou lindo. Como diz o povo na rua, “Deus fez, o Zé Gomes aperfeiçoa”.       

            Apesar da queda nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios, que cravou 2009 como o pior ano da história recente das prefeituras, José Gomes da Rocha continua realizando. Todo dia tem entrega de obras e o Everest de dívidas foi reduzido a um montinho artilheiro que fez Itumbiara virar o jogo. Quatro mil famílias já ganharam casas. A Saúde, à beira da morte, recebeu o oxigênio de mini-hospitais nos bairros, com médicos especializados e remédios à disposição, mas foi salva mesmo pelas obras de saneamento básico. Agora, 100% da população se serve de água tratada, com pureza certificada pelo ISO 9001. O Rio Paranaíba, em vez de receber esgoto, recebe só elogios. A iluminação ficou tão sublime que espalha seu brilho não apenas nos bairros, mas igualmente em 10 quilômetros de BR 153 e alcança a perfeição na Avenida Beira-Rio. É uma festa para os olhos, um orgulho para os goianos, um exemplo para todas as administrações.       

            O grande feito de José Gomes, no entanto, não foi reconstruir a cidade, mas redescobrir a autoestima dos itumbiarenses. Que pai ficava satisfeito em ter o filho numa escola em ruínas? Pois o prefeito deu nova vida à Educação Pública. O transporte é decente. Nada de veículos à beira do ferro-velho. Diz o prefeito: “Compramos 60 vans e 14 ônibus para buscar a criancinha no mais longínquo pé de serra. O pai, vaqueirinho, sabe que ele está trabalhando, mas tem um governo preocupado com o futuro de seu filho”. José Gomes e os pais de família sabem que aquelas vans transportam o amanhã. Às vésperas do ano de eleição, o governo federal quer dar uniforme. Zé Gomes há muito tempo distribui material escolar, mochila, vestimenta. Os estudantes têm refeições e lanches, acompanhados por nutricionistas. Está implementando a meta de que todos os estabelecimentos da rede pública do município sejam de escolas em tempo integral. A política de José Gomes é a mesma que apregoo na Proposta de Emenda à Constituição número 94, que apresentei em 2003, e o governo sabota com a desculpa de falta de recurso para implantar o ensino integral. Em síntese, é tirar a criança da mão do traficante e colocá-la na mão do Professor. Como ex-Professor concursado da rede pública municipal de ensino de Goiânia, na qual dava aulas de Língua Portuguesa, defendo o Magistério como carreira de Estado. O Juiz de Direito, o Promotor de Justiça, o Procurador da República e o Defensor Público não são mais importantes que o Professor, até porque eles galgaram os cargos em que estão em virtude dos mestres que a eles se dedicaram. Portanto, uma das etapas da transformação de todas as escolas em tempo integral é valorizar o profissional da Educação. José Gomes da Rocha também pensa assim e paga 14 salários por ano para os professores. Aliás, os servidores municipais de Itumbiara, antes atormentados com mais de ano de atraso nos salários, passaram a receber dentro do mês, na terceira semana de trabalho o dinheiro já está na conta.       

            Assim José Gomes da Rocha age nas diferentes áreas. Fechou 2008 com 1 milhão de metros quadrados de asfalto de qualidade. Investiu em museus e no Patrimônio Histórico, como na Ponte Affonso Penna, um monumento arquitetônico que une Goiás a Minas Gerais. Levou lazer a jovens e crianças. Teve a honra de, no ano passado, pela primeira vez na história o time de sua cidade, o Itumbiara Esporte Clube, ser campeão goiano de futebol. Itumbiara, o clube, é chamado de O Gigante da Fronteira. Mas há outro gigante na fronteira de Goiás e Minas que bate um bolão. É o próprio José Gomes da Rocha, um menino de família humilde que aos 18 anos se elegeu vereador e desde então nunca mais ficou um minuto sequer sem cargos garantidos pelas urnas. Foram 12 anos na Câmara Municipal e quatro mandatos na Câmara federal, mais um de deputado estadual e está no segundo de prefeito, reeleito por 85% dos eleitores, percentual recorde nas grandes cidades.       

            O balanço de obras de José Gomes funciona como pós-doutorado em administração pública, pois por onde se olha é cartão-postal. Teria realizado muito mais se as verbas arrecadadas fossem melhor divididas entre as esferas federal, estaduais e municipais. Além de inventar uma quantia para o FPM e reduzi-la quando bem entende, a União desrespeita as cidades também no Orçamento. O governo federal, não apenas sob o comando do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas especialmente em seus dois mandatos, insiste em manter inconclusa a duplicação da BR 153, entre Aparecida de Goiânia e a fronteira com Minas Gerais. Faltam poucos quilômetros, mas parece que só de birra o governo não termina.      

            Ligando Itumbiara a Rio Verde, dois municípios altamente rentáveis para Brasília e vitais para Goiás, a BR 452 é conhecida como a Rodovia da Morte. De vez em quando, o Dnit passa um batom, mas basta chover para se reabrirem os 200 quilômetros de crateras. Para resolver os problemas, o certo é duplicá-la, com piso que suporte o vaivém das riquezas, principalmente as agropecuárias, fartas na região. A circulação diuturna de mercadorias, a maioria comodities, pela 452 já gerou tributos que dariam para o governo federal tapar seus buracos com ouro.      

            A mais nova notícia ruim é a paralisação das obras da Ferrovia Norte-Sul, que estava prometida para meados de 2010, mas foi adiada para as calendas.      

            Itumbiara, além de produtora, é um entreposto comercial de âmbito global, porto seguro das exportações do Centro-Oeste na hidrovia Tietê-Paraná. Por isso, o escoamento até lá merece infraestrutura viária de primeira grandeza. Ideal seria o calado do Rio Paranaíba ter investimentos para receber grandes navios de carga, num conjunto logístico que incluísse as duplicações das BRs 153 e 452, e as ferrovias Norte-Sul e Centro-Atlântica. Essas obras de vulto estão esquecidas pelo governo apesar de, à exceção da Centro-Atlântica, que é da Vale, integrarem o empacado Programa de Aceleração da Campanha. Itumbiara consegue somente o que é viabilizado pela bancada federal goiana, com o comando sempre eficiente do deputado Jovair Arantes, líder do PTB na Câmara.       

            A melhor homenagem que se pode prestar a Itumbiara neste mês de seu centenário é visitá-la. É uma rara cidade do interior do Brasil que tem praias e ilhas. O Lago de Furnas e o Rio Paranaíba são o endereço certo da diversão e dos esportes aquáticos. O nome anterior da cidade, Santa Rita do Paranaíba, foi mudado para Itumbiara por significar “caminho da cachoeira”, na linguagem dos índios Caiapós, os primeiros privilegiados habitantes daquela terra abençoada por Deus. Itumbiara não se resume mais a caminho das muitas quedas d’água. É o caminho do progresso, que a torna uma das campeãs em exportação. É o caminho do desenvolvimento sustentável, da qualidade de vida, de uma gerência exercida por José Gomes da Rocha que deve constar doravante dos compêndios de administração pública no Brasil.       

            Parabéns a Itumbiara e muito obrigado.


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Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/10/2009 - Página 52322