Pronunciamento de Romeu Tuma em 27/10/2009
Discurso durante a 189ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Cumprimentos aos parlamentares do Amazonas, pelo transcurso dos 340 anos da cidade de Manaus. Comemoração, no último domingo, em Guaratinguetá, São Paulo, do segundo aniversário de santificação de Frei Galvão. Registro da morte do coordenador social do Grupo AffroReggae, Evandro João da Silva.
- Autor
- Romeu Tuma (PTB - Partido Trabalhista Brasileiro/SP)
- Nome completo: Romeu Tuma
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
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HOMENAGEM.
SEGURANÇA PUBLICA.:
- Cumprimentos aos parlamentares do Amazonas, pelo transcurso dos 340 anos da cidade de Manaus. Comemoração, no último domingo, em Guaratinguetá, São Paulo, do segundo aniversário de santificação de Frei Galvão. Registro da morte do coordenador social do Grupo AffroReggae, Evandro João da Silva.
- Publicação
- Publicação no DSF de 28/10/2009 - Página 54726
- Assunto
- Outros > HOMENAGEM. SEGURANÇA PUBLICA.
- Indexação
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- HOMENAGEM, ANIVERSARIO DE FUNDAÇÃO, MUNICIPIO, MANAUS (AM), ESTADO DO AMAZONAS (AM), DEPOIMENTO, PARTICIPAÇÃO, ORADOR, CULTURA, REGIÃO NORTE.
- SAUDAÇÃO, ANIVERSARIO, DATA, PIONEIRO, SANTO PADROEIRO, NASCIMENTO, BRASIL.
- GRAVIDADE, CRESCIMENTO, VIOLENCIA, ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RJ), DETALHAMENTO, ASSISTENCIA SOCIAL, REPUDIO, ATUAÇÃO, POLICIAL, OMISSÃO, AUXILIO, VITIMA, PROTESTO, FALTA, TREINAMENTO, POLICIA, UTILIZAÇÃO, ARMA DE FOGO, PREJUIZO, POPULAÇÃO.
SENADO FEDERAL SF -
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O SR. ROMEU TUMA (PTB - SP. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Senador Arthur Virgílio, eu quero aproveitar ainda a presença de V. Exª e do Senador Jefferson Praia - disseram que o Senador João Pedro está presente, mas S. Exª não se encontra em plenário - para cumprimentá-los pelo aniversário da cidade de Manaus.
Subi a esta tribuna não para falar sobre Manaus, honestamente, mas a descrição poética que V. Exª fez da cidade que nós amamos, que todos os brasileiros amam, não permitiu que eu ficasse em silêncio diante da descrição que V. Exª fez.
No último domingo, comemorou-se, na cidade de Guaratinguetá, em São Paulo, o segundo aniversário de santificação do primeiro santo brasileiro, Frei Galvão. Engraçado que lá tinha gente do Brasil inteiro e o padre que celebrou a missa foi perguntando. Quando chegou a uma senhora, ela disse “eu sou moradora ribeirinha do rio Negro” - o rio Negro que V. Exª tão bem descreveu.
O padre passou a palavra à minha pessoa. A primeira coisa que eu pedi foi que levantasse a mão quem era ribeirinho do rio Negro. Eu contei uma história pessoal que eu gosto de contar pela felicidade que sinto. Normalmente, no dia 31 e no dia 1º, todo mundo vai ao mar para saudar Iemanjá, para pedir que limpe o corpo, porque o mar leva toda aquela tristeza pela qual às vezes você é tomado durante o seu trabalho anualmente. Eu disse: “Eu vou ao rio Negro porque, tomando banho no rio Negro, eu me sinto feliz e aliviado, porque o rio Negro leva embora tudo aquilo de mal que a gente sente, e o mar traz de volta”. Então, V. Exª descreveu a pujança do rio Negro. É uma delícia tomar um banho naquele rio e, sob orações pedir ajuda a Deus.
V. Exª falou de Belém, do Círio de Nazaré, que é uma das maiores festas religiosas do mundo, onde o comparecimento é maciço de quase todos os brasileiros.
E aqui eu vi a Flávia, há quinze dias, apresentar, na abertura da feira internacional, parte da Festa de Parintins, que V. Exª tanto descreve com alegria. Eu vi as cores dos dois grupos que lá se formam, em um debate entre dois irmãos gêmeos, mostrando a pujança daquela cidade na comemoração daquela festa.
Essa e outras coisas que V. Exª descreveu aqui não podem permitir que outros brasileiros não amem a sua Manaus, que é nossa também.
Quero cumprimentar V. Exª e pedir que leve a minha mensagem a essa brilhante amante que o Brasil tem, que é a cidade de Manaus.
É difícil, Senador Jefferson Praia, falar o que eu gostaria de falar. Vou esperar para outro dia para ser mais descritivo sobre o que está acontecendo no Rio de Janeiro. Mas uma cena chocou profundamente o velho policial que aqui está perante V. Exª. Refiro-me à cena da morte do coordenador do AfroReggae, um jovem que prestava serviço social a várias famílias, com o seu coração determinado. Nossas homenagens a Evandro João da Silva.
E o coordenador fez uma descrição triste na televisão, o José Júnior, sobre o acontecimento. Ele chegou ao companheiro, ao colega, cujo coração ainda batia. O soldado, então, disse a ele que era assim mesmo, que a morte era certa e que o coração ficava por mais tempo batendo. Ninguém pensou em socorrer o jovem.
Na cena seguinte, uma viatura passa perto do local onde o fato ocorreu. Os policiais verificam que estava acontecendo um assalto, tomam dos marginais o produto do roubo, um tênis e uma jaqueta, e deixam o outro ferido, agonizando sobre a calçada. Eles recolhem o fruto do roubo, colocam-no na viatura e vão embora, deixando um cidadão de bem à morte.
Não posso condenar a polícia do Rio de Janeiro, mas esses dois, se fosse em tempo de guerra, Senador, sem dúvida nenhuma, seriam condenados ao fuzilamento, porque teriam desrespeitado a coisa mais sagrada que nós temos: a vida. Eu digo isto porque fui policial durante cinquenta anos. Houve desrespeito ao cidadão, àquele que realmente tem o direito de viver. A segurança é para protegê-lo e não para transformá-lo em vítima.
Outra cena foi descrita por um cidadão que perdeu a esposa por uma bala perdida, com a filha de onze meses no colo, que está à morte, no hospital. Não existe bala perdida, Senador, mas falta de treinamento. Atira-se a esmo, na direção do local de onde vem o tiro, porque acha que é lá que tem um bandido. Então, não há uma segurança de que ele realmente está em um combate contra o marginal. Então, o cidadão sai morto, ferido, inocentemente, sem saber por que.
Vou falar outra hora, com mais tempo, com muito mais tranquilidade, porque agora a gente está profundamente emocionado, não só por Manaus, mas também pela posição chocante que esses maus policiais deram como mau exemplo à sociedade brasileira.
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