Pronunciamento de Arthur Virgílio em 29/09/2009
Discurso durante a 169ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal
Informa que o PSDB está totalmente de acordo com a posição do DEM, em relação à lotação de servidores vinculados aos membros da Mesa Diretora e à cobrança da recomposição das perdas dos municípios.
- Autor
- Arthur Virgílio (PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira/AM)
- Nome completo: Arthur Virgílio do Carmo Ribeiro Neto
- Casa
- Senado Federal
- Tipo
- Discurso
- Resumo por assunto
-
SENADO.
ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.
ORÇAMENTO.:
- Informa que o PSDB está totalmente de acordo com a posição do DEM, em relação à lotação de servidores vinculados aos membros da Mesa Diretora e à cobrança da recomposição das perdas dos municípios.
- Publicação
- Publicação no DSF de 30/09/2009 - Página 47715
- Assunto
- Outros > SENADO. ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL. ORÇAMENTO.
- Indexação
-
- QUALIDADE, LIDER, DEFESA, REVISÃO, MESA DIRETORA, AUTORIZAÇÃO, MEMBROS, COMISSÃO DIRETORA, LOTAÇÃO, SERVIDOR, ESTADOS, PREJUIZO, REPUTAÇÃO, SENADO.
- DEFESA, REFORMULAÇÃO, PACTO, FEDERAÇÃO, GARANTIA, AUTONOMIA, MUNICIPIOS, IMPORTANCIA, URGENCIA, VOTAÇÃO, PROPOSTA, LIBERAÇÃO, RECURSOS, COMPENSAÇÃO, PERDA, FUNDO DE PARTICIPAÇÃO DOS MUNICIPIOS (FPM), ANALISE, DADOS, INSUFICIENCIA, REPASSE, ANUNCIO, OBSTRUÇÃO PARLAMENTAR, COBRANÇA, DECISÃO, MATERIA, CUMPRIMENTO, COMPROMISSO, PRESIDENTE DA REPUBLICA, ATENDIMENTO, PREFEITO.
- AMEAÇA, MANUTENÇÃO, OBSTRUÇÃO PARLAMENTAR, COBRANÇA, INCLUSÃO, ORÇAMENTO, VALOR, COMPENSAÇÃO, ESTADOS, EXPORTADOR, PERDA, LEGISLAÇÃO, INCENTIVO FISCAL, PROTESTO, CONCENTRAÇÃO, RECURSOS, UNIÃO FEDERAL.
- CONCLAMAÇÃO, MUNICIPIOS, NEGOCIAÇÃO, GOVERNO ESTADUAL, REPOSIÇÃO, PERDA, IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS (ICMS).
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM. Pela
ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, obviamente
o PSDB está inteiramente de acordo com a
posição aqui adotada pelo Senador José Agripino, em
nome do DEM, porque esse é, exatamente, o pensamento
do PSDB.
Nós entendemos que a Mesa deve, de fato, reconsiderar
aquela história de membros da Mesa e
Líderes Partidários poderem ter, em seus escritórios
políticos nos Estados, alguns membros de seu staff.
Isso até os diferenciaria dos demais Senadores, não
seria uma coisa justa, não seria equânime. Então, estamos
aguardando essa definição saneadora da Mesa
Diretora da Casa.
Eu não assinei, assim como outros Líderes não
assinaram, e não estou aqui condenando quem assinou.
Simplesmente, entendo que é algo que não cabe
e que deve ser, portanto, revisto.
Em relação à questão dos Municípios, devo dizer
que, afora esses paliativos todos - e vou arrazoar sobre
eles -, considero descabido que não se reformule
o pacto federativo, porque do bolo total apenas 17%
para os Municípios, e 25% para os Municípios de um
imposto que cabe aos Estados significa talvez uma
deliberada intenção política de manter os Prefeitos de
pires nas mãos, dependentes das instâncias, digamos,
superiores da administração.
O ideal para a democracia brasileira é termos
Prefeitos autônomos, capazes de decidir com seu próprio
nariz os rumos políticos que tomar, e os caminhos
econômicos que adotar. Ou seja, o ideal é que cada
Prefeito possa acrescer às suas rendas tudo aquilo
que lhe possa ser ofertado pelo Governo do Estado,
pelo Presidente da República, pelo Governo Federal.
Mas devemos lutar, em princípio para que cada Município
brasileiro seja autossuficiente, para que seja
independente.
Na semana passada, anunciamos a disposição
de votar no plenário do Congresso esse PLN nº 62,
de 2009, a que se referiu o Líder José Agripino, que
transfere aos Municípios recursos da ordem de R$1
bilhão, relativos às perdas de FPM.
Eu dizia há pouco ao Senador Efraim Morais que,
para mim, esse cálculo não é um cálculo exato; é algo
arbitrário ainda. Os Prefeitos se queixam de que não
estão refazendo o total das suas perdas.
(Intervenção fora do microfone.)
O SR. ARTHUR VIRGÍLIO (PSDB - AM) - Exatamente,
dá para dois meses!
Temos de saber o que é porque o compromisso
do Presidente Lula, o compromisso do Governo é, pelo
menos, estabelecer em 2009 arrecadação de FPM correspondente
a 2008, o que já significa alguma perda
para Municípios que cresceram nas suas populações.
Muito bem. Diante da necessidade de aprovarmos o
texto com a urgência requerida, chegamos a assinar
requerimento com esse propósito.
Como até o presente momento não houve sinalização
no sentido de se marcar a sessão do Congresso
- e o Senador Agripino anuncia que o Presidente
Sarney já tomou a atitude de marcá-la para amanhã às
10h -, então, nós também declaramos a nossa disposição
obstrucionista, ou seja, a discordância, na prática
obstruindo as votações de toda e qualquer matéria,
enquanto esta questão não estiver decidida.
Nós não podemos imaginar que seja má vontade
do Governo para votar esse crédito, porque é um
compromisso do Presidente, é uma necessidade dos
Prefeitos. Os Prefeitos estão em penúria, em situação
de penúria. O Brasil vai saindo, ele próprio, da crise no
plano federal. Como é que essa crise se aprofunda no
plano municipal? Não pode a crise se aprofundar para
os Prefeitos se ela fica mais leve para os Governadores
e mais leve ainda para o Governo Federal.
Muito bem. Então, nós temos ainda outras reivindicações
a fazer: é fundamental que, no Orçamento
Geral da União, estejam incluídos lá os R$3,9 bilhões,
correspondentes à recompensação aos Estados exportadores
pelas perdas oriundas da Lei Kandir, fundamentalmente
que não tergiversem sobre isso, sob
pena de termos que nos opor também à tramitação do
Orçamento Geral da União, porque não vamos imaginar
que mais concentração de recursos ainda se dê nas
mãos do Governo Federal, em detrimento desse outro
ente federado, que são os Governos de Estado.
Nós estamos querendo amenizar os efeitos da
redução de IPI de determinados setores, que acabaram
sendo pagos basicamente pelos Prefeitos municipais,
pelas prefeituras municipais. Eu reclamo ainda
que o Presidente Lula, ao vetar os artigos da LDO para
2010, que definiu o volume de recursos para o Estado
- eu repito, ele definiu em R$1,3 bilhão - tem que
adicionar R$3,9 bilhões, porque isso aqui efetivamente
compensa a perda dos Estados com a Lei Kandir.
E já há manifestação sobre o tema, o que leva a uma
reação do Governo, sinalizando boa vontade para solucionar
a questão.
Senador José Agripino, isto nos motiva a que
também nos mantenhamos em obstrução: o fato de
que há esse débito com os Estados exportadores, com
essa questão da Lei Kandir. É preciso resolver isso, até
porque as nossas Bancadas já estão em obstrução na
Câmara e estão se dispondo a fazer a mesma coisa
na Comissão de Orçamento. Isso é uma tunga terrível
em relação aos Estados exportadores. Por um lado, o
Governo estimula a que se exporte; por outro lado, o
Governo não ressarce os Estados que se dispuseram
a fazer o máximo efeito exportador.
Pelo visto, não há disponibilidade de recurso na
proposta orçamentária para atender o referido pleito,
porque a proposta orçamentária, que fixou a despesa,
estimou a receita e exagerou na dose. A análise da
consultoria de orçamento do Congresso indica que a
receita está estimada em mais de R$26 bilhões, sem
contar a receita dos Parlamentares que totalizam cerca
de R$9 bilhões. Esse quadro, então, não permite
que a coisa funcione com a normalidade desejada
naquela Comissão de Orçamento, que nos conduz a
esse processo de obstrução se não forem apresentadas
soluções efetivas e exequíveis para os casos
apresentados.
Vamos lá: Lei Kandir é o número 2; e o número
um, que eu cito em segundo lugar - aqui não está em
jogo a ordem de importância -, é a questão do PLN
62, que é uma exigência nossa de que sejam ressarcidos
os Municípios pelas perdas que a crise econômica
ocasionou a eles, aos munícipes, em relação à
arrecadação a que faziam jus com o Fundo de Participação
dos Municípios.
Muita benesse foi dada - e até com certa justeza
- à indústria automobilística brasileira. Vendeu-se
carro, garantiu-se emprego. Eu não tenho nada contra
isso. Eu tenho contra que se faça isso às custas
do Município de Jutaí, do Município de Tabatinga, do
Município de São Paulo de Olivença, do Município de
Atalaia do Norte, do Município de Carauari, dos Municípios
pobres do nosso Estado, meu Estado e de V.
Exª, Sr. Presidente. Portanto, nada de cobrir um santo
para descobrir o outro.
É fundamental que o Governo cumpra a sua
palavra e não permita que nenhum Município tenha
arrecadação menor, em FPM, que aquilo que arrecadou
em 2008 - o que já não é grande coisa, mas é o
mínimo.
E eu gostaria muito que os Municípios entabulassem
negociações com os Governos Estaduais, no
sentido de negociarem a reposição das perdas do
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços,
ICMS. Isso, sim, traria saúde e daria um princípio de
independência a Municípios que têm sido tratados
com muita dureza e muito arrocho. Isso é lamentável,
porque as soluções básicas vêm da base municipal.
Eu fui, sou e serei municipalista.
Muito obrigado, Sr. Presidente.