O SR. MÃO SANTA (PCS - PI. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Senador Flexa Ribeiro, que preside esta sessão, Parlamentares presentes, brasileiras e brasileiros que estão aqui presentes no plenário e que nos assistem e acompanham pelo sistema de comunicação do Senado.

            Senador Flexa Ribeiro, eu apenas venho aqui fazer um agradecimento ao povo do Piauí e lideranças do Partido Social Democrático, ao qual, orgulhosamente, eu estou agora filiado e aqui lidero, por uma primeira grande reunião que fizemos no Estado do Piauí, em nossa capital, Teresina, na sede da Edacom, universidade a distância, do Professor Francisco Juriti. E eu tomava posse como presidente regional desse partido, que é o partido que mais cresce no Brasil.

            É um partido, Senador Flexa Ribeiro... Primeiro, tive de deixar o PMDB, porque entendo que o PMDB não é aquele que fora dos meus sonhos, aquele simbolizado por lutas pela redemocratização de Ulysses Guimarães, que está encantado no fundo do mar, de Teotônio Vilela, que se imolou pela democracia, com Tancredo Neves - um, moribundo, aqui, com câncer, imolou-se e outro, numa eleição, acabou no céu. Não é aquele de Juscelino, sofrido, cassado e humilhado, que nos inspira até hoje.

            O PMDB esqueceu os conceitos básicos da política que foram trazidos por Rui Barbosa. Quando, na República, os militares queriam uma continuação - Deodoro, Floriano Peixoto, o Marechal de Ferro, e viriam outros militares -, Rui Barbosa disse “estou fora” e sai para uma campanha de candidatura civil. Buscaram que ele permanecesse no Governo que ele tinha servido e ofereceram-lhe novamente o Ministério da Fazenda, mas Rui Barbosa disse: “Não troco a trouxa das minhas convicções pelo Ministério”. Hoje, esses políticos que aí estão, Flexa Ribeiro, estão trocando o ideal, o aperfeiçoamento da democracia, o direito de ser oposição por qualquer migalha, o que nos envergonha.

            Aí nós buscávamos um partido onde o povo nos botou em oposição política, to be or not to be that is the question. Ou se é governo ou se é oposição. Eu não sou governo. Então, tinha de ter essa coerência que é própria dos homens ou mulheres do Piauí.

            Então, nós buscamos e analisamos os partidos. Fomos buscar o PSC, depois de uma grande meditação e reflexão, porque tem origem.

            Professor Cristovam Buarque, V. Exª está orgulhoso da origem do partido de V. Exª, Leonel Brizola. E eu também do nosso. O nosso foi Pedro Aleixo. É preciso ao Brasil repensar seus valores.

            Então, Pedro Aleixo e Tancredo foram dois mineiros que conquistaram a Presidência da República, Flexa Ribeiro, e não assumiram. Pedro Aleixo antes. Ele fora escolhido Vice-Presidente civil de Costa e Silva. E Costa e Silva, o segundo comandante revolucionário, morreu com poucos anos de governo. Naquele tempo, havia três Ministros militares, Flexa Ribeiro, e não deixaram o Vice-Presidente civil, que era Pedro Aleixo, assumir. Não deixaram porque ele, com aquele seu espírito e a sua origem mineira, de coragem, do libertas quae sera tamen, tinha se negado a assinar os atos institucionais, o AI-5, que exilou, que maltratou, que humilhou centenas e milhares de brasileiros. Então, Pedro Aleixo foi vitimado pela pressão da ditadura, ficando no seu ostracismo, mas com a sua coragem mineira.

            Professor Cristovam Buarque, quando houve a oportunidade do pluripartidarismo, lá estava o bravo Pedro Aleixo, criando o seu partido democrático. E esse partido é o Partido Social Cristão, que nasceu da história libertária mineira e da bravura de Pedro Aleixo.

            Temos um passado. Foi o partido que mais cresceu, mesmo com essa lei absurda, idiota, da fidelidade, de que ninguém pode sair de partido. Isso não existe. Uma instituição muito mais forte, a mais forte, sem dúvida alguma, Gilvam Borges, é a família, e se concede, hoje, a liberdade e o direito a quem não está adaptado às famílias de ter outras possibilidades. Como não dar para a política? É uma incoerência. Foi uma desobediência às leis que devem nascer aqui de nós, pais da Pátria.

            Mesmo assim, dezenas de Deputados Federais, acreditando num novo caminho para este Brasil de muitos partidos apodrecidos, foram buscar o PSC. E ele foi o partido que mais cresceu nos últimos meses. No Distrito Federal, Roriz. Todo mundo sabe que Deus criou o mundo, mas Brasília foi criada por Juscelino Kubitschek e por Roriz. Há outras lideranças. Na Paraíba, Marcondes Gadelha, uma das vidas de maior inteligência na política do Nordeste.

            No Piauí, assumimos e fizemos uma convenção extraordinária, iniciada às oito horas da manhã com a presença do Vice-Presidente do PSC, Pastor Everaldo Pereira; Gilberto Nascimento Silva, 1º Secretário; Antônio Oliboni, Secretário-Geral do Partido; Gildeon Queiroz, Presidente do PSC do Ceará; Pastor Neto Nunes, Presidente do PSC no Ceará, que já foi candidato a Prefeito de Fortaleza; Isvaldino Oliveira dos Santos, membro do diretório nacional; Costa Ferreira, Deputado Federal por várias vezes e Presidente do PSC do Maranhão, com uma delegação. Hoje, ele é Secretário de Assistência Social do Maranhão. Ele foi acompanhado de vários líderes do vizinho Estado.

            Então, nessa reunião do PSC do Estado do Piauí, a primeira diretoria que assumia, que eu assumi como Presidente, o Vice-Presidente, o ex-prefeito José Leandro Filho, o Segundo Presidente, Itamar Feitosa, o Secretário-Geral, Alcindo Queiroz Rodrigues, engenheiro, o Primeiro Secretário, Jonas Vieira da Silva, pastor, Tesoureira-Geral, Maria das Graças Nunes, o Primeiro Tesoureiro, Francisco Martins Jurit, vogal, João Falcão Neto, Eretuse Marques Santos, Francisco Rodrigues Soares, Sérgio Rego e secretário particular da Presidência, Carlos Augusto.

            Então, essa diretoria regional resolveu outorgar o título de Presidente de Honra ao Pastor Nestor Mesquita, um intelectual internacional. Cursos e vida teológica na Espanha, nos Estados Unidos, em vários países da América do Sul. Intelectual, autor de mais de trinta livros. O Pastor Nestor Mesquita é o Presidente da Convenção do Estado do Piauí das Assembléias de Deus. Ele foi e recebeu o título de Presidente de Honra do Partido.

            Resolvemos também homenagear aqueles líderes que plantaram o PSC no Estado do Piauí: o pastor José Roberto, o Dr. Jonas Vieira e Drª Maria das Graças. São presidentes que nos antecederam e nos entregaram um Partido, Arthur Virgílio, limpo, puro, decente, do qual sou Presidente. Quero vos informar que lá muitos líderes compareceram à Convenção, como esse líder, Senador bravo, o municipalista Heráclito Fortes, assim como o Elmano Férrer, vice-prefeito de Teresina, Mainha, Deputado Federal tucano. Parecia, Arthur Virgílio, uma convenção do PSDB, todas as lideranças. Estavam lá o Luciano Nunes, presidente do Partido, representando o prefeito Sílvio Mendes, Marden Menezes, Deputado Estadual, João Carlos Paula, e o Firmino Filho, que falou em nome de todo o PSDB na nossa Convenção. Um dos melhores líderes da história política do Piauí. E outros partidos. Antônio Félix, Deputado do PPS, Renato Berger, Presidente da Câmara, do PSDB, e do PSB, Edvaldo Marques, vereador do Partido do vice-governador, Wilson Martinho, Rodrigo Martinho, vereador, representando o vice-governador Wilson Martinho, Ronney Lustosa, vereador e secretário municipal de esporte, Valdemar Rodrigues, vereador de Teresina, Deputado José Ferreira, do DEM, vereador Luiz Gonzaga Lobão Castelo Branco, do PMDB.

            O Ex-Deputado Carlos Augusto, que fez um dos mais brilhantes pronunciamentos que já vi. Carlos Augusto foi Deputado Estadual, foi Secretário de Comunicação e dizia: atentai bem, Arthur Virgílio, que nem na ditadura existiu uma mordaça tão grande na imprensa. O melhor e mais bravo radialista do Piauí, então, aproveitou a confusão para ter aquela ira santa, aquela indignação, mostrando a vergonha que havia. Carlos Augusto, o mais acreditado jornalista do Piauí, foi Deputado, foi o Vereador mais votado de Teresina, Deputado Estadual e disse que nem na ditadura tinha tanta perseguição aos jornalistas no Brasil. Tudo amordaçado, viu, Arthur Virgílio!

            Itamar Abreu representava os médicos, o Vice-Prefeito de Bom Princípio, que é do PSC, o empresário Napoleãozinho, João Falcão, que se candidata a Deputado Estadual, Ex-Prefeito de Cristina Castro, o Pastor Inácio, o Flávio Tadeu Aires, todos usaram da palavra, Quem Quem, representante do PRTB, José Jonas Alves de Moura e tal.

            E instalou-se, no mesmo instante da convenção do PSC, o PSC Jovem, uma plêiade, uma dezena de jovens incorporados à política do Piauí. Foi seu Presidente anunciado Antônio Machado Paraguassu e a Presidente do PSC Mulher - Arthur, já temos o PSC Mulher, e lá no Amazonas o PSC segue a sua orientação, Arthur Virgílio - a doutora Joana Moraes Sousa. Ela é professora de Direito, além de lideranças e prefeitos e tal.

            Eu quero dizer que as oposições do Piauí estão muito tranqüilas, porque vamos utilizar o que a beleza da democracia nos oferece, alternância de poder. Daí, o povo do Piauí, como hoje do Brasil vive a esperança, a maior estupidez é perdermos a esperança, diz Ernest Hemingway. Então, essa esperança de alternância do poder.

            Sem dúvida nenhuma, formam três partidos consolidados e que logo vão aumentar; o PSDB, cuja liderança maior é o Prefeito da capital, Silvio Mendes e cujas pesquisas o colocam em lugar privilegiado e o DEM, cujo Presidente é o Deputado Mainha e o líder maior Heráclito Fortes que lá está. E, agora, o PSC.

            Ô Arthur Virgílio, leve ao seu candidato, José Serra, que nas pesquisas do Piauí tem mais da metade do voto. Ridículos os números da candidata do Presidente da República. Mais ridículo ainda, sabe o que é, Arthur Virgílio, e que nos envergonha? É que sai na Imprensa só a rejeição dos candidatos a Presidente. Não sai o número de votos, porque o nome José Serra está com mais da metade dos votos no Piauí. Viu, Arthur Virgílio? Aí botam para enrolar.

            E os jornais não têm a liberdade de colocar os números verdadeiros. Mas é mais fácil tapar o sol com a peneira do que esconder a verdade. Então, consolida-se com a instalação desse novo partido, somando-se aqueles. Agora, no meu entender, isso é como a Terceira Guerra Mundial - viu, Arthur Virgílio? É como a Terceira Guerra Mundial. Então, temos que ter coligações. E Winston Churchill do Piauí tem que ser do PSDB. O prefeito da capital tem que unir todas as forças. Eu represento a França bombardeada. Adorada, mas bombardeada, porque foi o primeiro a prever, a antecipar que não ia todo mundo atrás do governo; que não ia todo mundo do Piauí sucumbir. Já dizia Wall Ferraz: Teresina, cidade... Entendo que o comando tem que ser, já que nasce candidatura majoritária, nasceu a do Governador de São Paulo, pelo seu currículo, pela sua luta, pela sua competência. E aquilo transferiu-se para o Piauí. O prefeito de capital tem mais ou menos... ele deva ser Winston Churchill.

            Esse partido vai como a França. Eu sou Charles de Gaulle. Somar aos outros, ao do Heráclito, e juntos vamos garantir no Piauí e no Brasil a alternância do poder.

            Com a palavra o Senador Arthur Virgílio.

            O Sr. Arthur Virgílio (PSDB - AM) - Sr. Senador Mão Santa, eu declaro duas coisas de maneira bem breve, fora a comunicação óbvia que faço a V. Exª de que levarei ao Governador José Serra esse dado tão alvissareiro da pesquisa no Estado do Piauí, embora S. Exª o Governador de São Paulo tenha decidido que não vai cuidar de eleição pelos próximos momentos; vai, simplesmente, continuar fazendo o seu trabalho e deixar a eleição para o ano da eleição, para não cair na politicagem que tanto aqui nós criticamos e para não atrapalhar o cumprimento da sua missão, que é a missão nobre de governar um Estado importante como São Paulo - e qualquer Estado é importante. Mas levarei, sim, porque certamente, para quem não está fazendo campanha, é muito importante obter um resultado alvissareiro como esse. Em segundo lugar, digo a V. Exª que não me espanta V. Exª ter uma relação boa com os tucanos do seu Estado, porque V. Exª aqui é uma figura entrosada com a bancada tucana e respeitada por ela. Eu, por exemplo, sinto-me já muito à vontade no seu partido, pelo simples fato de V. Exª nele estar militando. V. Exª sempre será um elo de aproximação entre seu partido e o nosso. Finalmente, V. Exª cita um querido colega, falecido já, Prefeito, imortal, inesquecível, de Teresina, o Professor Wall Ferraz, que foi Deputado junto comigo em momentos difíceis, quando se enfrentava o autoritarismo que fazia tanto mal ao País, tanto mal ao Brasil. E sou testemunha de duas coisas: da sua coragem ao enfrentar o autoritarismo, cumprindo o seu papel de bom parlamentar, que era o que se exigia de um parlamentar de oposição naquela altura; era basicamente coragem mesmo, e ele tinha de sobra; e da sua obra - e aí já falo do plano administrativo -, que é uma obra transformadora, que deu a fisionomia atual, desenhou os contornos atuais dessa bela metrópole que é Teresina. Portanto, entendo que o discurso de V. Exª é muito feliz, porque aborda vários pontos que são música para os meus ouvidos. Um deles é a homenagem a Wall Ferraz; o outro é o dado alvissareiro da pesquisa; e o terceiro é o fato de que V. Exª aproxima o seu partido, o PSC - que ganha e cresce em densidade popular com sua presença -, do meu partido cada vez mais, parecendo-se isso com a nossa atuação aqui, que é muito próxima. É uma atuação de companheiros, uma atuação fraterna, uma atuação de irmãos. Portanto, muito obrigado a V. Exª e parabéns pelo pronunciamento tão oportuno que oferece à Casa na tarde de hoje.

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Eu é que agradeço. Cheguei duas vezes ao Governo do Estado do Piauí, apoiado pelo PSDB, e governamos juntos.

            Pela noite, tivemos um convite do nosso Presidente de honra, que é o Pastor Nestor, para inaugurar, na cidade de Barras, uma nova igreja. Junto com o Pastor Andrade, de Barras, estava presente o Prefeito de Barras, Manin Rego, e sua encantadora esposa. Lá estavam todos juntos, com a convicção e a certeza de que o Piauí se reencontra. O Partido Social Cristão...

(Interrupção de som.)

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Só um minuto para terminar.

            O SR. PRESIDENTE (Flexa Ribeiro. PSDB - PA) - Qual é tempo de que V. Exª precisa? Um minuto? Darei dois a V. Exª.

            O SR. MÃO SANTA (PSC - PI) - Pois eu agradeço. O nosso Partido haverá, então, de fazer uma nova convenção no norte do Piauí, na cidade de Parnaíba, no dia 5 de dezembro. No dia 12 de dezembro, será em uma cidade do sul, a ser determinada pelos líderes da região.

            Sem dúvida nenhuma, antes do fim do ano, no Piauí teremos 120 diretórios - eu peguei com 57, já tem mais de 70. E será fácil porque, das 224 cidades do Piauí, Deus me permitiu criar 78 novas cidades. Então, com toda certeza, na época da eleição, este Partido estará em todas as cidades do Piauí. E, juntos com outros partidos que vão fazer as oposições no Piauí, vamos garantir alternância do poder, e o povo vai voltar a ser feliz e a cantar como no passado, nas ruas: “O povo é o poder”.

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