Fala da Presidência durante a 182ª Sessão Deliberativa Ordinária, no Senado Federal

Comemoração do Dia do Professor.

Autor
Mão Santa (PSC - Partido Social Cristão/PI)
Nome completo: Francisco de Assis de Moraes Souza
Casa
Senado Federal
Tipo
Fala da Presidência
Resumo por assunto
HOMENAGEM.:
  • Comemoração do Dia do Professor.
Publicação
Publicação no DSF de 16/10/2009 - Página 51969
Assunto
Outros > HOMENAGEM.
Indexação
  • AGRADECIMENTO, PRESENÇA, AUTORIDADE, SESSÃO, HOMENAGEM, DIA, PROFESSOR.
  • HOMENAGEM, MÃE, PROFESSOR, ORADOR, LEITURA, TEXTO.

           O SR. PRESIDENTE (Mão Santa. PMDB - PI) - Merece os nossos aplausos o Senador Heráclito Fortes e quis Deus que eu encerrasse esta sessão.

           Cícero disse: “Nunca fale depois de um grande orador”. E, hoje, Heráclito Fortes se empolgou com as reminiscências das professoras. Mas, Presidente Sarney, quis Deus eu estar aqui substituindo V. Exª e o próprio Heráclito Fortes. Nesta homenagem, o que eu queria dizer é o seguinte: atentai bem, sei das dificuldades que as lindas professoras, digo isso porque sou casado com uma, a Adalgisa, e os professores vivem, mas temos de lembrar que a sociedade, na sua justiça, a única classe a que chama mestre igual a Cristo não é a dos políticos, nem a dos empresários, dos poderosos, é a dos professores. Mestre, mestre, só ele a sociedade reverencia.

           Neste instante, estou muito a cavalheiro. Trazia um quadro do Piauí, Heráclito Fortes: Leônidas Melo, Presidente Sarney. O Piauí foi abençoado. Na ditadura Vargas, ele saiu colocando tenente em todo o Brasil. No Piauí, foi um médico. No seu livro, ele foi médico, professor e político. Brilhante médico tisiologista, professor e político - Governador e depois Senador da República. Ele confessa que, das três, o que exercitou com maior amor foi a vida de professor. Temos esse exemplo no Piauí.

           Estou muito à vontade aqui, Presidente Sarney, porque minha primeira professora foi minha mãe. Fui alfabetizada por minha mãe, no colo dela. Não sou Mão Santa, mas sou filho de mãe santa. Então, aprendi as primeiras letras. Minha professora foi minha mãe. Flexa Ribeiro, Deus me possibilitou isso nos últimos instantes de sua vida. O Presidente Sarney, noutro dia, perguntara por que eu não gostava de escrever. Digo: complexo mesmo, porque jamais escreverei como minha mãe.

           No fim da sua vida, o último escrito. E ela me ensinou as primeiras letras, Presidente. Vou ler agora, homenageando minha mãe, minha professora. No fim da sua vida, pouco antes de morrer, ela escreveu Meu Testamento. Jeanete de Moraes Souza:

           Quando percebi que tinha meus dias contados,

           Que minha vida, rapidamente, chegaria ao fim,

           Pensei fazer meu testamento.

           Dei balanço em tudo o que possuía.

           Contei casas, contei dinheiro,

           Meus livros - grande tesouro!

           Meus ricos pertences

           Minhas antiguidades...

           Depois... Somei tudo,

           E vi que tudo era nada!

           Cacarecos sem valor,

           Coisas inúteis e supérfluas,

           Expostas às calamidades,

           Aos riscos dos incêndios

           E dos ladrões.

           Para que testamentar,

           Esses bens que se podem acabar

           Que as traças podem roer,

           Ou o fogo devorar,

           Se outros bens imperceptíveis

           Eu conseguir amealhar?

           Senhor, tu mesmo disseste

           Que nenhum copo d’água

           Dado ao menor irmão,

           Ficaria sem recompensa

           No Reino do teu Pai!

           Nos celeiros eternos

           Vou procurar guardar

           Outras riquezas.

           Não as da terra!

           Meus filhos não herdarão de mim

           Castelos, nem fazendas,

           Nem ricas propriedades...

           Não deixarei ouro e nem prata,

           Nem dinheiro em caixas fortes...

           Tudo é vaidade sobre a terra.

           Nada há que sempre dure,

           Tudo, sem valor que me seduza.

           Meu testamento é a minha fé, 

           É a minha esperança,

           É todo o meu amor!

           Que meus filhos possam herdar de mim

           Todo o bem dessa fé.

           Que foi minha luz,

           Mais clara e mais querida,

           Dessa esperança que foi a minha força

           Dessa caridade

           Que me fez ver Deus

           Em toda a sua natureza,

           Em todas as pessoas,

           Em tudo o que existe,

           E Dele provém!

           Caridade que é amor,

           Amor que é vida!

           Então, essas foram as últimas palavras e a mensagem de minha mãe.

           Quis Deus estivesse a minha esquerda este poeta Gadelha. E quero dizer que Deus escreve certo por linhas tortas. Tive o privilégio, do dia 12 para 13, de ter meu aniversário em praça pública. Milhares e milhares...É uma satisfação. Quis Deus, Gadelha...Acho que a marqueteira foi a própria Adalgisa, que é meu tudo, é minha professora também.

           Ninguém pode falar melhor do que eu das professoras, porque toda noite eu me agarro com uma. Adalgisa é professora. Fui buscá-la em uma escola normal. Estava lá escrita aquela frase que o meu amigo do PSC, o grande Líder Gadelha, disse: “Mão Santa, o novo xodó do Brasil”.

           Eu lhe agradeço.

           A Presidência agradece às personalidades que nos honraram com seu comparecimento a esta homenagem que o Senado da República faz ao Dia do Professor.


Este texto não substitui o publicado no DSF de 16/10/2009 - Página 51969